UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM TREINAMENTO DESPORTIVO SAMUEL PINTO MANGILI EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVÍDUOS HIPERCOLESTEROLÊMCOS CRICIÚMA, AGOSTO 2008 SAMUEL PINTO MANGILI EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO EM INDIVÍDUOS HIPERCOLESTEROLÊMICOS Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC, para a obtenção do título de especialista em Treinamento Desportivo. Orientador: Prof.( Msc). Silvio Ávila Junior. CRICIÚMA, AGOSTO 2008 Agradeço a Deus pelo dom da vida e pelas oportunidades concedidas. AGRADECIMENTOS Deixo aqui meu muito obrigado, a Deus e as pessoas que tiveram relação com essa conquista, principalmente meus pais pela oportunidade e comodidades, a Camila minha companheira pra todas as horas, meu orientador que me aceitou e passou conhecimentos, acreditou em mim. Aqueles que de uma forma ou de outra me deram uma palavra de consolo, me escutaram, me aconselharam e contribuíram direta ou indiretamente para este feito. “A atividade física não é uma atitude acessória, mas sim uma necessidade essencial.” P. Beckmamn RESUMO Vários estudos têm divulgado os benefícios dos exercícios físicos como forma de tratamento e prevenção de doenças, como; obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e principalmente a hiperlipidemia, logo a pessoa inativa esta suscetível a todos esses distúrbios. O colesterol elevado provoca uma série de complicações na circulação sangüínea associando-se a doenças crônicodegenerativas podendo ocasionar um infarto agudo do miocárdio, e até a morte. A presente pesquisa tem como objetivo investigar de maneira bibliográfica os benefícios do exercício físico em relação à dislipidemia, mais profundamente os exercícios resistidos em indivíduos com hiperlipidemia. Desmembrar possíveis modificações nas moléculas de colesterol ocasionadas pelo exercício físico. Com tudo os exercícios preconizam benefícios, devido às modificações nas lipoproteínas, favorecendo a produção de HDL e tornado as LDLs menos aterogênicas. Porem vários estudos com exercícios resistidos devem ser melhor elaborados e desenvolvidos. Palavras-chave: dislipidemias, exercício físico, colesterol. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol (1988)....................15 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Parâmetros para a classificação do colesterol total..................................14 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AF – atividade física Apo A – apolipoproteína A ATP – adenosina trifosfato CC – Cardiopatia Coronariana CT – Colesterol Total DAC – Doença Arterial Coronariana DM – diabetes melito EPOC – excess post exercise oxygen consumption GET – gasto energético total HDL – high densiy lipoproteins (lipoproteína de alta densidade) IDL – intermediate density lipoprotein (lipoproteínas de densidade intermediária) LDL – low density lipoproteins (lipoproteínas de baixa densidade) MEV – mudança do estilo de vida MR – metabolismo de repouso NCEP – National Cholesterol Educational Program (Programa Nacional de Educação sobre Colesterol) RM – repetição máxima SBC – Sociedade Brasileira Cardiologia TF – Trabalho de Força TG – Triglicerídeos TID – termogênese induzida pela dieta VLDL – very low density lipoproteins (lipoproteínas de muito baixa densidade) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 2 COLESTEROL E METABOLISMO ........................................................................ 13 3 TIPOS DE MOLÉCULAS E LIPÍDEOS .................................................................. 16 3.1 Lipoproteína de alta densidade (HDL) ...................................................................................... 16 3.2 Lipoproteína de baixa densidade (LDL) .................................................................................... 17 3.3 Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) ........................................................................ 18 3.4 Quilomícrons ........................................................................................................................... 19 3.5 Triglicerídeos ........................................................................................................................... 19 4 DISLIPIDEMIA ....................................................................................................... 21 4.1 Dislipidemias Primárias............................................................................................................ 22 4.2 Dislipidemias Secundárias ....................................................................................................... 23 4.3 Hiperlipidemia .......................................................................................................................... 23 5 INTERFERÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NAS DISLIPIDEMIAS ....................... 25 5.1 Metabolismo lipidico nos exercícios ......................................................................................... 28 5.2 Efeito do Exercício aeróbico..................................................................................................... 29 5.3 Efeito do Exercício anaeróbio (força) ....................................................................................... 31 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 35 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... ...37 11 1 INTRODUÇÃO Atualmente a obesidade vem sendo um problema pra nossa população e é considerada uma epidemia mundial, conseqüentemente desencadeando outras doenças crônicas e aumentando o índice de mortalidade, isso já era publicado em 1999 pelo Consenso Latino-Americano de Obesidade. Muito se sabe sobre os benefícios do exercício físico em nossas vidas cotidianas, como na prevenção de doenças, combate a obesidade, melhora na qualidade de vida e outras qualidades, sendo que em indivíduos acometidos por algum tipo de dislipidemia, o exercício físico tem papel importante tanto no combate como na prevenção. Dislipidemias são modificações no metabolismo dos lipídeos que desencadeiam alterações das lipoproteínas plasmáticas, favorecendo o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares, podendo ser classificadas como primárias ou secundarias (CAMBRI, et al, 2006). Os fatores desencadeadores das dislipidemias primárias, ou de origem genética, incluem alterações neuroendócrinas e distúrbios metabólicos. As dislipidemias secundárias são causadas por outras doenças como: hipotireoidismo, diabetes mellítus, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, obesidade, alcoolismo ou pelo uso indiscriminado de medicamentos como; diuréticos, beta bloqueadores, corticosteróides e anabolizantes. (CAMBRI, et al, 2006). Muitos estudos foram publicados nos últimos anos sobre os efeitos do exercício físico em relação ao perfil lipídico ou colesterol sangüíneo, devido o poder do exercício em reduzir os fatores de riscos a doenças coronarianas, como aterosclerose. Segundo Ouriques (2000, p. 63), pesquisas recentes mostram que o exercício não reduz apenas o colesterol total, mas induz também um aumento na fração de HDL (colesterol bom), e uma redução na fração de LDL (mau colesterol). Outros autores salientam que, apesar de os exercícios agirem beneficamente sobre os níveis de colesterol, ele não tem efeito sobre o LDL nem sobre o VLDL (outra fração do colesterol, de muito baixa densidade), mas aumentam o HDL (SILVA apud OURIQUES, 2000). Sabendo dos poucos estudos realizados sobre esta temática e a escassez literária em pesquisas relatando a importância do treinamento resistido para melhora do perfil lipídico, e aconselhado por um professor, esta pesquisa é de 12 fundamental expressão na prescrição de exercício. Sem descartar outros fatores colaboradores para a melhora do perfil lipídico, esta pesquisa de revisão tem como objetivo pesquisar os efeitos do exercício resistido (principalmente com pesos) sobre o lipídio sangüíneo em indivíduos acometidos por dislipidemia ressaltando a hipercolesterolemia, sendo que o exercício físico é de extrema importância, tanto no tratamento como na prevenção da dislipidemia. Dentro dessa perspectiva, enfatizando o efeito do exercício físico sendo essencial e de fundamental importância no tratamento e prevenção das dislipidemias, procura-se realizar uma pesquisa sobre a influência do exercício físico no perfil lipídico de indivíduo acometidos por esta patologia. 13 2 COLESTEROL E METABOLISMO “Nos Estados Unidos o colesterol elevado é o assassino número um, tanto em homens quanto em mulheres, fator de risco crucial para doenças cardíacas.” (NIEMAN, 1999, p. 181). “A aterosclerose é a principal causa de morte em todo o mundo.” (ANDRADE e HUTZ 2002, apud MURRAY e LOPES 1997). O colesterol é o esteróide mais abundante no organismo humano, e é de extrema importância por ser precursor na síntese de outros esteróides, como os hormônios sexuais e do córtex da supra renal (testosterona, progesterona, cortisol entre outros), sais biliares e vitamina D, exercendo ainda funções estruturais na membrana celular (MARZZOCO, 1998, apud MORENO, 2005). Para Nieman (1999, p. 181) “o corpo produz seu próprio colesterol e também o absorve de certos alimentos, especialmente derivados de animais (carnes, laticínios e ovos).” “Ele pode ser obtido através de dieta (cerca de 200mg a 300mg/dia), ou proveniente da síntese hepática (aproximadamente 100mg/dia), e também pode ser produzido pelas diversas outras células do organismo” (STRYER, 1996, e BATTISTELLA, 1994, apud MORENO, 2005). Portanto, é necessária certa quantidade de colesterol para manter o organismo funcionando normalmente, logo quando os níveis de colesterol se excedem, uma boa parte é depositada nas paredes arteriais aumentando o risco de doenças cardíacas (NIEMAN, 1999, p. 182). O aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos, ao contrario da obesidade, é menos perceptível, podendo não ser suspeitado de forma tão evidente. Por isso provoca silenciosamente, grandes estragos e é um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares mais estudados e discutidos na atualidade, notadamente por sua participação na gênese da aterosclerose, que é a principal causa de morte e incapacidade da sociedade moderna. (OURIQUES, 2000, apud SILVA). Brandão et al., (2005) apud a Revista Mundo do Ovo (1999) afirma que o colesterol pode ser encontrado em grandes quantidades nos depósitos que se formam no revestimento interno das artérias e está associado à arteriosclerose e às doenças cardiovasculares. “A ingestão excessiva de gordura, principalmente de gordura saturada, 14 contribui para elevação do nível sanguíneo do colesterol e taxas altas deste no sangue fazem aumentar o risco de acidentes cardiovasculares.” (BRANDÃO et al., 2005). “Foi estimado que um decréscimo de 10% nos níveis de colesterol total em uma população pode resultar em redução de 30% na incidência de cardiopatias.” (ANDRADE e HUTZ, 2002 apud AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2001). Para Nieman (1999, p. 182), os valores de colesterol se encaixam numa dessas três categorias: • Desejável: menos de 200mg/dl; • Limítrofe (superior): 200-239mg/dl, ou; • Elevados: 240mg/dl e acima. Algumas populações do mundo com risco muito baixo de doença cardíaca apresentam níveis de colesterol sangüíneo abaixo de 160mg/dl, uma faixa considerada por especialistas como “ideal”. (NIEMAN, 1999, p. 182). O Programa Nacional de Educação sobre Colesterol (NCEP) desenvolveu parâmetros para classificar indivíduos, baseado em avaliações do colesterol total (CT) (SIMÃO, 2007, p. 60). Tabela 1 - Parâmetros para a classificação do colesterol total Programa Nacional de Educação sobre Colesterol – Parâmetros para classificação do colesterol total (CT) e LDL colesterol em adultos Classificação CT (mg/dl) LDL-C(mg/dl) Desejável <200 <130 Limite aceitável 200-239 130-159 Alto >240 >160 Fonte: National Cholesterol Educational Program, 1988. Juntamente com essa tabela de classificação dos níveis de colesterol, a NCEP elaborou um fluxograma expondo recomendações para análise e tratamento das lipoproteínas. 15 Figura1: Programa Nacional de Educação sobre o Colesterol (1988) Guia para análise de lipoproteínas e tratamento do colesterol Taxas de Colesterol Total Limite Alto TC (200-239 mg/dl) Limite Alto TC (200-239 mg/dl) TC Alto (> 240mg/dl) Taxas de LDL-C Desejável LDL-C (<130 mg/dl) Dieta de Baixo Colesterol Avaliação Anual do TC Fonte: Simão, 2007 p.60. Limite Alto LDL-C (130-159 mg/dl) Dcc ou 2 fatores de risco Alto LDL-C (>160mg/dl) Tratamento Específico 16 3 TIPOS DE MOLÉCULAS E LIPÍDEOS As moléculas a seguir são separadas em: HDL, LDL, VLDL, triglicerídeos e quilomícrons. 3.1 Lipoproteína de Alta Densidade (HDL) O high densiy lipoproteins (lipoproteína de alta densidade) é também popularmente conhecido como colesterol “bom“, pois ajuda a remover do sistema circulatório o excesso de colesterol. Funciona como um “caminhão de lixo” removendo o desnecessário do sangue e levando ao fígado para ser eliminado. O HDL é formado por 20% de colesterol, envolvido num cobertor de lipoproteína Apo A (apolipoproteína A). (SILVA, apud OURIQUES, 2000). As lipoproteínas plasmáticas são classificadas segundo sua densidade. As lipoproteínas de alta densidade (HDL) contêm a quantidade mínima de colesterol e parecem atuar no transporte de colesterol das paredes das artérias para a conversão em bile no fígado, posteriormente a bile é secretada no intestino e excretada nas fezes. (MAUGHAN, GLEESON e GREENHAFF, 2000). Os níveis de HDL-colesterol inferior a 35mg/dl é considerado baixo ou indesejável. Conseqüentemente quando os níveis de HDL-colesterol são elevados (60mg/dl ou superior), há uma diminuição do risco de doença cardíaca. (NIEMAN, 1999). Nesse sentido da diminuição do risco de doença cardíaca e função do HDL-colesterol os autores tem a mesma definição. “Em contrapartida o HDL tem capacidade de remover o colesterol das artérias, exercendo, portanto um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular”. (MORENO, 2005, apud POLLOCK, 1993). “O aumento nas concentrações de LDL e colesterol total (CT) está relacionado ao risco aumentado de doenças cardiovasculares, ao contrario das concentrações de HDL, que atuam como um fator de proteção sobre essas doenças.” (CAMBRI, et al, 2006). Segundo Brandão et al., (2005), é demonstrado pelos cientistas, em algumas pesquisas, que uma pessoa sadia pode conservar o colesterol em níveis 17 baixos no plasma sanguíneo, mesmo quando o consome em quantidade elevada pela alimentação. Isso acontece pelo fato de que o organismo saudável apresenta nível elevado de HDL, que tem como função transportar o colesterol dos tecidos para o fígado, onde é desintegrado. 3.2 Lipoproteína de baixa densidade (LDL) O low density lipoproteins (lipoproteínas de baixa densidade), é também conhecido como colesterol “ruim”, pois é um dos responsáveis pela formação das placas ateroscleróticas que causam a obstrução das artérias. Transportam cerca de 65-70% do colesterol total. (SILVA apud OURIQUES, 2000, p. 74)“As lipoproteínas de baixa densidade LDL normalmente transportam 60-80% do colesterol plasmático total e possuem maior afinidade pela parede arterial.” (MAUGHAN, GLEESON e GREENHAFF, 2000, p. 94). O LDL tem maior afinidade pelo endotélio vascular das artérias coronárias, onde sofrem oxidação desencadeando uma atividade macrofágica aumentada. Ao fagocitarem o excesso de colesterol oxidado os macrófagos se rompem, desencadeando a formação de ateromas que podem resultar em obstrução e acidente vascular, ou ainda em fibrose do tecido vascular causando a arteriosclerose. (MORENO, 2005, apud GUYTON, 1998). Este evento é tão mais acentuado quando maiores os níveis circulantes de colesterol especialmente LDL, e está diretamente relacionado á inatividade física, a uma alta ingestão de colesterol, bem como fatores hereditários predisponentes, como falta de receptores hepáticos responsáveis por desencadear a receptação LDL. (MORENO, 2005, apud GUYTON, 1998). Para Nieman (1999, p. 184) o nível de LDL é classificado como: • Desejável: inferior a 130mg/dl • Limítrofe de alto risco: 130-159mg/dl; • Alto risco: igual ou superior a 160mg/dl. Um nível ideal de LDL-colesterol é de 100mg/dl ou menos. (NIEMAN, 1999, p. 184). Segundo Leon AS, (2001 apud CAMBRI, 2006), em geral 1% de diminuição nos níveis de LDL está associado a uma redução de 2-3% no risco de desenvolvimento de doenças cardiacas. 18 No entanto não podemos esquecer de sua importancia em nosso organismo, Silva (apud OURIQUES, 2000, p. 74) sita que o LDL serve como substrato para a produção de hôrmonios esteróides nas glandulas supra-renais e nos órgãos sexuais e ainda participa na formação de ácidos biliares no fígado. Confirmando assim seu benefício para o organismo humano. As concentrações de HDL e de LDL e sua relação no plasma representam fatores de risco importantes na previsão da probabilidade de ocorrência de coronariopatia. Uma relação elevada aumenta o risco da ocorrência do problema. Essa relação pode ser melhorada (aumento de HDL com diminuição ou nãoalteração de LDL) pela ingestão de uma dieta de menor energia total e menor conteúdo de lipídeos saturados e de colesterol (MAUGHAN, GLEESON e GREENHAFF, 2000, p. 94). Segundo o Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC suplemento III, 2001, volume 77), o LDL-C é fator causal e independente de aterosclerose sobre o qual devemos agir para diminuir a morbimortalidade. A prevenção deve ser baseada no risco absoluto de eventos coronarianos. Todos os indivíduos devem ser submetidos à mudança do estilo de vida (MEV) - dieta, exercício, abstenção do fumo e perda de peso. 3.3 Lipoproteína de Muito Baixa Densidade (VLDL) O very low density lipoproteins (lipoproteínas de muito baixa densidade), é uma lipoproteína cuja função é transportar a maior parte dos triglicerídeos endógenos, sintetizados no fígado a partir de carboidratos da dieta. Essa lipoproteína pode ser transformada em IDL e na indesejável LDL no plasma. (SILVA apud OURIQUES, 2000, p. 75). Para Brandão et al., (2005), o VLDL possui 50% de Triglicerídeos e 22% de colesterol, pela qual é responsável pelo transporte dos lipídeos de origem endógena. Ao passar pelos capilares, boa parte dos triglicerídeos são retirados pela enzima lipase lipoproteínica, de modo que a partícula fica menor, mais densa, e mais rica em colesterol. Esta forma intermediária é conhecida como IDL (intermediate density lipoprotein), lipoproteínas de densidade intermediária. Os triglicérides das VLDL, assim como os dos quilomícrons, são 19 hidrolisados pela lipase de lipoproteína (referida mais comumente, em anglicismo, como lipase lipoprotéica). Uma parte das VLDL se transforma em LDL após a perda de componentes de superfície lipídicos e protéicos (SOCIEDADE BRASILEIRA de CARDIOLOGIA, suplemento III, 2001, volume 77). Segundo Francischi et al., (2000, apud Defronzo & Ferrannini l991), as doenças cardiovasculares têm origem também com a hiperinsulinemia, a qual aumenta a síntese de lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL - colesterol), conduzindo a hipertrigliceridemia. 3.4 Quilomícrons “Sua missão é o transporte de lipídios que foram absorvidos no trato intestinal e se compõem fundamentalmente de (TG) triglicérides.” (BRANDÃO et al., 2005). Segundo Maughan, Gleeson e Greenhaff, (2000, p. 94), os quilomícrons são as maiores partículas lipoprotéicas encontradas no plasma sangüíneo e contêm a maior proporção (aproximadamente 85%) de triacilglicerol. São oriundos somente das fontes dietéticas de triacilglicerol, produzidos pelo epitélio intestinal e liberados na circulação pelo sistema linfático. Sendo a meia-vida plasmática dos quilomícrons em organismo humano é inferior à uma hora e em ratos equivale há apenas alguns minutos. Fazem parte da grande classes de lipoproteínas, as maiores e menos densas, ricas em triglicerídeos, os quilomícrons, de origem intestinal assim como o VLDL de origem hepática. Os quilomícrons são responsáveis pelo transporte de lipídeos da dieta, via exógena. (SOCIEDADE BRASILEIRA de CARDIOLOGIA, suplemento III, 2001, volume 77). 3.5 Triglicerideos “As espécies moleculares de lipídeos presentes no plasma, mais importantes do ponto de vista fisiológico e clínico, são os ácidos graxos, os triglicérides, referidos também como triacilgliceróis, os fosfolípides e o colesterol.” (SOCIEDADE BRASILEIRA de CARDIOLOGIA, suplemento III, 2001, volume 77). Os triglicerídeos são lipídeos, moléculas gordurosas, que são produzidas 20 no fígado, a partir das gorduras que ingerimos ou sintetizadas pelo próprio organismo. Encontradas no sangue viajam em contato direto com os vários pacotes de colesterol, ingeridos diariamente através da dieta, na forma de lipoproteínas maiores chamadas quilomícrons (SILVA apud OURIQUES, 2000, p. 72). Para a SOCIEDADE BRASILEIRA de CARDIOLOGIA (SBC suplemento III, 2001, volume 77), “os triglicerídeos são a forma de armazenamento energético mais importante no organismo, constituindo depósitos no tecido adiposo e muscular.” Atualmente, os valores considerados normais para os triglicerídeos estão abaixo de 150. Ter triglicerídeos muito elevados, acima de 500, aumenta o risco de pancreatite. O maior prejuízo é para os vasos sanguíneos e o coração, principalmente quando existem outros fatores de risco. Os triglicerídeos podem ser formados a partir de açúcar, doces, álcool e de gordura animal, sendo que com a obesidade e diabetes também causam a elevação dos triglicerídeos (NOGUEIRA, Revista Vida e Saúde http://www.farmaciaschamonix.com.br) nº2, ano 67, disponível em 21 4 DISLIPIDEMIA Dislipidemias são modificações no metabolismo dos lipídeos que desencadeiam alterações nas concentrações das lipoproteínas plasmáticas, favorecendo o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. (CAMBRI et al., 2006). No Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia no Arquivo brasileiro de cardiologia (1996), os principais tipos de dislipidemias compreendem quatro situações bem definidas: 1) hipercolesterolemia isolada (valores aumentados do CT); 2) hipertrigliceridemia isolada (valores aumentados dos TG); 3) hiperlipidemia mista (valores aumentados do CT e dos TG); 4)diminuição isolada do HDL-C ou em associação com aumento do LDL-C e/ou dos TG. Segundo Heyward (2004, apud AHA, 1999), a dislipidemia refere-se a um perfil lipídico sanguíneo anormal. Cerca de 40milhões de americanos têm níveis de CT de 240mg/dL ou mais elevados, e uma porcentagem maior de mulheres (≥50 anos) possuem CT ≥200 mg/dL comparada a de homens. Logo Heyward (2004 p. 24), descreve os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças, ressaltando principalmente hipercolesterolemia, são eles: idade (á medida que aumenta, favorece o risco); sexo (mulheres menopáusicas têm maior risco); raça (o negro, o hispânico e o branco, têm maior risco que os asiáticos e índios norte americanos); histórico familiar (quanto mais ocorrentes maior o risco); status socioeconômico (a medida que o fator aumenta o risco diminui); uso de álcool e tabagismo (quanto mais pior); ingestão de gordura (quanto mais ingerida, mais aumenta o risco); atividade física (quanto maior a prática, menor o risco); obesidade e sobrepeso( quanto maior, mais aumenta o risco). Frente a concentrações anormais de lipídeos no sangue, o clínico precisa, antes de tudo, identificar a possível causa da dislipidemia. De acordo com sua etiologia, as dislipidemias são classificadas em primárias ou secundárias. (SOCIEDADE BRASILEIRA de CARDIOLOGIA, suplemento III, 2001, volume 77). 22 4.1 Dislipidemias Primárias As dislipidemias primárias também são conhecidas como dislipidemia de origem genética, algumas só se manifestando em função da influência ambiental, devido à dieta inadequada e/ou ao sedentarismo. As dislipidemias primárias englobam as hiperlipidemias e hipolipidemias (SOCIEDADE BRASILEIRA de CARDIOLOGIA, suplemento III, 2001, volume 77). Segundo Cambri et al., (2006), os fatores desencadeadores das dislipidemias primárias, ou de origem genética, incluem alterações neuroendócrinas e distúrbios metabólicos. Para Andrade e Hutz, (2002), variações em um grande número de genes envolvidos na síntese de proteínas estruturais e enzimas relacionadas no metabolismo de lipídeos poderiam, a princípio, responder por variações do perfil lipídico de cada indivíduo. Desta maneira, qualquer gene que seja responsável pela produção de uma proteína envolvida nesta rota metabólica poderia ser um “gene candidato” na investigação de determinantes genéticos dos níveis lipídicos. Um grande número de investigações realizadas permite afirmar que a presença do alelo E4 determina o aumento dos níveis de LDL e colesterol total, enquanto o alelo E2, ao contrário, determina uma diminuição destes níveis (ANDRADE e HUTZ 2002 apud, MAHLEY et al., 1995; BOER et al., 1997; FRIKKESCHMIDT et al., 2000). Ocorrendo com essa mudança no gene uma alteração no perfil lipêmico da pessoa, sendo de forma hereditária. Segundo Andrade e Hutz et al., (2000), “uma investigação realizada em uma população brasileira confirmou o efeito protetor do alelo E2, com relação aos níveis de colesterol total.”. Em relação ao HDL, alguns estudos têm revelado que fatores genéticos representam um papel de 40% a 70% na determinação de sua concentração (ANDRADE e HUTZ, 2002 apud HELLER et al., 1993; BU et al., 1994). Importante salientar que nenhum gene atua isoladamente sobre uma característica, por exemplo; uma pessoa com propensão genética a hipercolesterolemia, mas mantêm hábitos de vida saudáveis, as chances de alterações no perfil lipídico diminuem (ANDRADE e HUTZ, 2002). 23 4.2 Dislipidemias Secundárias Segundo a Revista Brasileira de Medicina (Especial Condutas de Dislipidemias, vol. 60, Nº 7, 2003), causas secundárias de anormalidades do metabolismo lipídico incluem hipotireoidismo, diabetes, doença hepática, doença renal, uso de medicações (corticosteróide, esteróides anabolizantes, progestágenos e anti-hipertensivos) e alcoolismo. Mensurações da glicemia, albumina, creatinina, transaminases, hormônio tireoideano (T4) e TSH devem ser efetuados no intuito de afastar as referidas causas secundárias de dislipidemia. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC suplemento III, 2001, volume 77), relata de forma um pouco primitiva, que a dislipidemia secundária é causada por outras doenças ou uso de medicamentos: hipotireoidismo, diabetes melito (DM), síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, obesidade, alcoolismo, icterícia obstrutiva, uso de doses altas de diuréticos, betabloqueadores, corticosteróides, anabolizantes. Relata Cambri et al., (2006), que alem destes o desequilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto calórico, juntamente com o sedentarismo, os quais estimulam obesidade, bem como o consumo de cigarro e de álcool em excesso, são fatores que contribuem para o desenvolvimento das dislipidemias. Segundo a SBC (suplemento III, 2001, volume 77), a identificação de uma possível causa secundária da dislipidemia vem se tornando mais comum pela maior experiência acumulada na investigação etiológica das alterações lipídicas. Também o crescimento da população idosa vem se associando à maior freqüência de dislipidemias secundárias, devido à elevada incidência de co-morbidades presentes nas faixas etárias mais avançadas. Basicamente encontramos três grupos de etiologias secundárias; dislipidemias secundária a doenças; dislipidemias secundárias a medicamentos e dislipidemias secundárias a hábitos de vida inadequados (dieta, tabagismo e etilismo). 4.3 Hiperlipidemia “Entende-se por hiperlidemia, ou dislipidemia, a presença de níveis elevados de lipídeos – colesterol e triglicerídeos – circulando no plasma sangüíneo.” (SILVA apud MARCINEIRO, 2000, p. 90). 24 Acessado no dia 21/07/08 brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec12_139.htm, o relata site: que http//:www.msdnormalmente, as concentrações elevadas de gordura não produzem sintomas. Ocasionalmente, quando as concentrações encontram-se particularmente altas, os depósitos de gorduras formam tumores denominados xantomas nos tendões e na pele. As concentrações extremamente elevadas de triglicerídeos (de 800 mg/dl ou superiores) podem provocar aumento do fígado e do baço e podem produzir sintomas de pancreatite (p.ex., dor abdominal intensa). A hiperlipidemia pode acometer populações inteiras e esta diretamente relacionada com; bagagem genética, dieta rica em gordura saturada, ingestão de grande volume calórico e sedentarismo. O desenvolvimento de Doença Arterial Coronariana (DAC) está diretamente relacionado com níveis altos de lipídeos no plasma sanguíneos (SILVA apud MARCINEIRO, 2000, p. 90). Segundo Silva (apud Marcineiro, 2000, p 91), além da quantidade total de colesterol que todo adulto acima de 30anos deve procurar alcançar (180mg/dl), a relação entre o colesterol total e os tipos de colesterol – LDL e HDL – tem relevante significado na prevenção das coronariopatias. 25 5 INTERFERÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NAS DISLIPIDEMIAS Santos (2006 apud, Willem van Mechelen, no XI Congresso Ciências do Desporto e Educação Física dos países de língua portuguesa), suportado por uma série de estudos levados a efeito na Holanda e Estados Unidos da América, afirma que a falta de exercício é a causa mais importante para o aumento do número de pessoas sofrendo de excesso de peso ou obesidade. Nos dias de hoje a obesidade é um grave problema epidemiológico, responsável direta por uma série de patologias (diabetes mellitus tipo II, doenças cardiovasculares, hipertensão, problemas ósteoarticulares) e com profundas implicações econômicas nos países ocidentais. (XI CONGRESSO CIÊNCIAS do DESPORTO e EDUCAÇÃO FÍSICA, Revista Brasileira Educação Física e Esporte, 2006). Estudos epidemiológicos têm demonstrado forte relação entre inatividade física e presença de fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade. (CIOLAC e GUIMARÃES, 2004 apud RENNIES et al., 2003; LAKKA et al., 2003). Segundo Ciolac e Guimarães (2004), “estes fatores grupados são caracterizados de síndrome metabólica, conhecida também como síndrome X, quarteto mortal ou síndrome plurimetabólica.” “Ao contrario da inatividade, a prática regular de atividade física tem sido recomendada para a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, seus fatores de risco, e outras doenças crônicas.” (CIOLAC e GUIMARÃES, 2004 apud PATE et al., 1995; ACMS, 2001). O aumento da atividade física é associado à redução da mortalidade por doenças coronarianas. A proteção contra essas doenças pode ser parcialmente explicada pelo aumento nos níveis de HDL-C, encontrado em indivíduos mais ativos, fisicamente (PITANGA 2001, apud KOKINOS e FERNHALL, 1999). Nieman (1999, p.44), ressalta em um gráfico as proporções de mortes por doença coronariana nos Estados Unidos, atribuindo em ordem os cinco fatores de risco mais importantes: primeiro o colesterol elevado com 42,2%; em segundo a inatividade física com 34,6%; em terceiro a obesidade com 32,1%; em quarto a hipertensão com 28,9% e em quinto o tabagismo com 25,1%. 26 Observa-se que o colesterol elevado é o fator principal seguido da inatividade física, como proporções de morte de doença coronariana. Segundo Francischi et al., (2000 apud Blair, 1993), indivíduos fisicamente ativos e com excesso de peso apresentam menor morbidade e mortalidade que aqueles sedentários, pelo aumento na sensibilidade à insulina, melhora na tolerância à glicose e no metabolismo lipídico. O gasto energético total (GET) é composto de três componentes: metabolismo de repouso (MR), termogênese induzida pela dieta (TID) e atividade física (AF). O MR é afetado pelo sexo, idade, estado nutricional e endócrino, e pela composição corporal. A atividade física é o componente mais variável do GET, podendo ser aumentada em dez vezes em relação à taxa metabólica de repouso. (GUTTIERRES e MARINS, 2008 apud KRAEMER et al., 1997). Em uma tabela que indica os benefícios da diminuição de 10kg no peso corporal modificada de Jung (1997), ressalta a diminuição de; 10% no colesterol total, declínio de 15% no LDL-colesterol, diminuição de 30% nos triglicérides circulantes e aumento em 8% no HDL-colesterol. (FRANCISCHI et al., 2000 apud JUNG, 1997). Para Ciolac e Guimarães (2004, apud BAALOR, KATCH, BECQUE, MARKS 1988; KRAEMER, VOLEK, CLARK, PUHL, KOZIRIS, MCBRIDE 1999), o exercício resistido é um potente estímulo para aumentar a massa, força e potência muscular, podendo ajudar a preservar a musculatura, que tende a diminuir devido à dieta, maximizando a redução de gordura corporal. Segundo Araújo (2006) a prática de exercício físico regular é aconselhada pela comunidade científica a fim de preservar o bem-estar físico, psíquico e social das populações, com particular ênfase nos países mais industrializados. Atividade física age de forma benéfica no organismo, melhorando os sistemas orgânicos como: > Metabolismo: controle de peso, prevenção de diabetes do tipo Mellitus, alívio de dores na costa; > Sistema Cardiovascular: oxigenação dos tecidos, controle da pressão arterial, prevenção das doenças coronárias. > Sistema Imunitário: diminuição da incidência de cancro (mama, cólon), diminuição do risco de doenças metabólicas. Carlet et al., (2006), afirma que a prática regular de atividade física 27 apresenta adaptações positivas sobre o perfil lipídico dos indivíduos, como maiores níveis de HDL-colesterol (colesterol bom) e menores níveis de triglicérides, VLDL e LDL-colesterol, comparativamente a indivíduos sedentários, independente do gênero, biotipo e da dieta. Os efeitos da atividade física sobre o perfil de lipídico e lipoproteínas são confirmados por Ciolac e Guimarães (2004 apud Durstine e Haskel 1994), relatando que indivíduos ativos fisicamente apresentam maiores níveis de HDL colesterol e menores níveis de triglicérides, LDL e VDLL colesterol, comparados a indivíduos sedentários. Na década de 1970, vários estudos publicados demonstraram que os níveis baixos de HDL-colesterol estavam relacionados com doença coronariana. Aproximadamente na mesma época, foram publicados os primeiros relatos de que o exercício poderia estar relacionado com a melhora do HDL-colesterol. (NIEMAN, 1999, p. 185). A prática de exercícios físicos é estimulada atualmente como parte profilática e terapêutica de todos os fatores de risco da doença arterial coronariana. O combate à dislipidemia através de exercícios físicos tem sido alvo de inúmeros estudos e debates científicos em todo o mundo e, atualmente, está sendo recomendado como parte integrante de seu tratamento. (PRADO e DANTAS 2002, apud ACMS 2000; ZIOGAS, THOMAS, HARRIS, 1997). Segundo Simão (2007, p. 60), “exercícios aeróbicos regulares acompanhados com a perda de peso aumentam os níveis de HDL numa direção mais favoravel.“ Um programa de exercícios e dieta de 16 semanas implementados num homem de meia idade diminui o perfil dos fatores de risco independente das mudanças na gordura corporal, e VO2max. O LDL-colesterol decresce 5%, HDLcolesterol aumenta 10% e a relação na taxa colesterol e HDL decrecse 8%. (SIMÃO, 2007, p. 60). Para Cambri et al., (2006), os exercícios físicos podem contribuir indiretamente para melhorias do perfil lipídico, auxiliando na redução da massa corporal, pois para cada kg de massa corporal perdida, ocorre uma redução de 1% nos níveis de CT e LDL, diminuição de 5-10% nos TG e aumento de 1-2% nas concentrações de HDL. Fisiologicamente falando, com um programa de treinamento de 28 resistência cardiovascular, ocorre uma maior oxidação de gordura. A desintegração (oxidação) da gordura em CO2 + H2O, com produção de ATP (adenosina trifosfato), na presença de oxigênio, aumenta após o treinamento. (SILVA apud OURIQUES, 2000, p. 56). Silva apud Ouriques (2000, p. 56), ressalta que a gordura pode e deve servir como principal fonte de combustível. Sendo uma vantagem na maior capacidade de oxidar gordura, isso significa menor depleção de glicogênio, menor acúmulo de ácido lático e menor fadiga muscular. Evidências epidemiológicas, clínicas e biológicas levam á conclusão de que a atividade física regular previne contra doença aterosclerótica coronariana (DAC), entre outras razões, pelas modificações que provoca nas frações de colesterol total. (SILVA apud OURIQUES, 2000, p. 57). Em seu artigo de revisão CambrI et al. (2006), ressalta que diversas pesquisas têm demonstrado como a prática regular de exercício físico pode promover efeitos crônicos, tais como; diminuição na concentração de TG, LDL, resistência à insulina, massa corporal, índice de massa corporal com concomitante aumento nos níveis de HDL, massa corporal magra e taxa metabólica basal. Estas alterações podem ser observadas tanto em indivíduos sedentários, quanto fisicamente ativos ou em atletas, assim como em pacientes diabéticos. Sendo assim, os exercícios apresentam relação inversa com o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, seja pelo efeito agudo e/ou crônico sobre o perfil lipídico. (CAMBRI et al., 2006). 5.1 Metabolismo lipídico no exercício A hipótese proposta para a aparente elevação dos níveis de HDL-C e redução nos níveis de VLDL-C, em indivíduos ativos, fisicamente, baseia-se no aumento da atividade da lipoproteína lipase em função do exercício físico. Esse aumento acelera o catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicerídios, o que resulta na transferência de colesterol, de fosfolipídeos e de apoproteínas para as partí-culas nascentes do HDL-C secretadas pelo fígado, aumentando por tanto, sua concentração. (PITANGA, 2001, apud HASKELL, 1984). As fibras musculares não podem oxidar o triacilglicerol, que é a principal forma de armazenamento dos lipídios na qual com os carboidratos que são as 29 principais fontes de energia para a contração muscular (MAUGHAN, GLEESON e GREENHAFF, 2000, p. 101). Primeiro o triacilglicerol deve ser degradado em ácidos graxos e glicerol, esse processo é denominado de lipólise. Em seguida os ácidos graxos e o glicerol derivados da lipólise no tecido adiposo são liberados na corrente sanguínea, sendo que tanto a velocidade da lipólise quanto a velocidade do fluxo sanguíneo no tecido adiposo influenciam na entrada dos ácidos graxos e de glicerol na circulação. Ressaltando que durante o exercício prolongado, com intensidade aproximada de 50% do VO2max, verifica-se aumento do fluxo sanguíneo no tecido adiposo. No entanto durante exercícios intensos, a vaso constrição simpática ocasionando uma queda do fluxo sanguíneo no tecido adiposo, resultando um acumulo de ácidos graxos no local e limitando sua entrada na circulação. (MAUGHAN, GLEESON e GREENHAFF, 2000, p. 101). Rogatto apud Riddell et al. (2001) avaliaram a utilização de substrato energético durante a realização de exercício (90 minutos de exercício em cicloergômetro à 55% do VO2max) em meninos entre 10 e 14 anos, discriminando a participação das gorduras e dos carboidratos no fornecimento de energia. Os resultados indicaram que a participação do metabolismo glicídio é reduzida com o passar do exercício, enquanto que a contribuição da oxidação das gorduras aumenta inversamente. 5.2 Efeitos do exercício aeróbio A atividade física regular, especialmente o exercício aeróbio habitual, afeta positivamente o perfil lipídico e o metabolismo. (Heyward, 2004 p. 24, apud DESPRES e LAMARCHE, 1994; DURSTINE e THOMPSON, 2000). Os benefícios do exercício físico regular, em especial os benefícios do exercício aeróbio sobre o perfil lipídico, tem sido sugeridos de longa data. Existem evidências de que exercícios aeróbios realizados tanto agudamente quanto cronicamente resultam em melhora do perfil lipêmico como diminuição do colesterol total e do LDL, e aumento do HDL, mas também existem algumas investigações com resultados controversos, sugerindo que indivíduos submetidos a treinamento com exercícios aeróbios não apresentam alterações significativas nos níveis de colesterol circulantes (MORENO et al., 2005). 30 O exercício aeróbio já é recomendado como tratamento terapêutico pelo Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia (1996), sendo este tratamento; mudança no estilo de vida, compreendendo hábitos alimentares saudáveis, busca e manutenção do peso ideal, exercício aeróbico regular, combate ao tabagismo e promoção do equilíbrio emocional. A maioria dos estudos tem encontrado modificações benéficas nos níveis e composição química do HDL-colesterol e LDL-colesterol, após um programa de exercícios aeróbios, com diferentes intensidades, durações e freqüência (Prado e Dantas, 2002 apud PRONIK, NP, 1993) De fato, o estudo recente de Francischi et al., (2000) apud Nicklas et al., (1997) demonstra que o exercício aeróbio combinado à dieta previne o declínio na resposta lipolítica e na oxidação de gorduras que ocorre em obesos submetidos apenas à dieta. A prática regular de exercício físico aeróbico aumenta o HDL-c e a sensibilidade à insulina, reduz a pressão arterial, colabora no controle do peso corporal, além de reduzir os triglicerídeos (Arquivo Brasileiro de Cardiologia, Consenso sobre Dislipidemia 1996). Nessa pesquisa comparativa os valores de lipoproteína(a) não foram significativamente diferentes entre um grupo de corredores em distância e outro de sedentários, todos de meia-idade, apesar de ocorrerem diferenças significativas nas concentrações de LDLcolesterol e HDL-colesterol (Prado e Dantas, 2002 apud Hunbinger, Mackinnon e Lepre, 1995). Heyward (2004, p.24) apud (Despres e Lamarche, 1994; Shoenhair e wells, 1995), relata que estudos transversais comparando perfis lipídicos em homens e mulheres sedentários e fisicamente ativos sugerem que a aptidão física está inversamente relacionada ao colesterol total e á relação CT/ C-HDL. Em estudo realizado com 40 idosos saudáveis normolipidêmicos, obeservou-se que os 20 idosos que participaram de um programa de treinamento aeróbio, a 50% do VO2máx, com duração de 1 hora por dia, 4 dias por semana, obtiveram modificações no HDL-colesterol, cerca de 9,3%, maiores que os outros 20 idosos que não participaram, após cinco meses de treinamento (Prado e Dantas, 2002 apud SUNAMI, MOTOYAMA & KINOSHITA, 1999).??? Francischi et al., (2000) apud Racette et al., (1995) observaram que o exercício aeróbio promoveu perda de massa gorda e manteve o gasto energético 31 total diário, por aumentar o tempo de atividade física diária, e concluem que esse tipo de exercício em associação ao controle nutricional é um componente importante no tratamento da obesidade. Sendo que este tratamento na redução de gordura já tem sido referido por outros autores para melhora do perfil lipídico. 5.3 Efeito do exercício anaeróbio (Força) Guttierres e Marins (2008), apud Pate et al., (1995), relatam que o treinamento de força (TF), ou treinamento contra resistência, vem sendo reconhecido como importante componente do programa de condicionamento físico para adultos devido à promoção de diversos benefícios à saúde. Segundo Fleck (2003 p.1), o treinamento com pesos passou por uma extraordinária evolução nos últimos 50 anos. Antigamente era realizado por um grupo pequeno da sociedade, hoje se tornou popular entre uma grande camada da população devido aos muitos benefícios que propicia ao fitness e a saúde. Alguns pesquisadores relatam perfis lipídicos melhorados devido ao treinamento de força, Heyward (2004 p.24), apud (Fripp e Hodgson, 1987; Goldberg, Elliot, Schultz e Kloster, 1984; Hurley et al., 1998); porém, devido à falhas metodológicas no delineamento do estudo, tais como ausência de grupo-controle ou uso de apenas uma amostra de sangue de repouso, há necessidade de um maior número de pesquisas para justificar esta afirmação. Guttierres e Marins (2008), afirmam que os benefícios do TF e a forma de montagem do programa de treinamento para indivíduos com síndrome metabólica estão largamente divulgados, porém a análise das modificações metabólicas e celulares induzidas pelo treinamento contra-resistência que provocam tais benefícios é pouco discutida na literatura. No tratamento para redução de peso é possível reduzir a gordura corporal sem diminuir o peso, quando, por exemplo, ocorre o ganho de massa muscular, o que às vezes é confundido. O aumento da massa muscular pode ser maior que o peso de gordura reduzido, levando até a um aumento no peso corporal total, sendo que a ênfase do tratamento deve ser na diminuição da gordura e não do músculo (Francischi et al., 2000). Alterações na composição corporal induzidas pelo treinamento físico 32 dependem do tipo, da intensidade e duração deste, sendo que os efeitos de manutenção de massa magra são freqüentemente vistos quando se aplica treinamentos de força (Francischi et al., 2000 apud Ballor et al., 1988; Ross et al., 1995; Geliebter et al., 1997). Apesar da controvérsia existente com relação aos efeitos sobre a lipidemia, a prática de exercícios resistidos tem sido amplamente recomendada para diferentes populações, tanto pela sua eficácia na melhora da composição corporal e capacidade funcional do praticante, quanto pela possibilidade de melhora do perfil lipídico e também pela facilidade com que o exercício resistido pode ser realizado e controlado. No entanto, existem poucos estudos analisando os efeitos do exercício resistido sobre o perfil lipídico (Moreno et al., 2005). Guttierres e Marins (2008), apud Jurca et al., (2004) relatam um determinado estudo com 8.570 homens em idade entre 20-70 anos, na qual objetivo era analisar a associação entre síndrome metabólica e força muscular. Aqueles com maiores níveis de força tiveram uma probabilidade 67% menor de ter síndrome metabólica, comparados aos homens com menores níveis de força. Para Cambri et al., (2006), os exercícios resistidos com pesos são recomendados para promover a força muscular, o equilíbrio e a densidade mineral óssea em diversas populações, no entanto em relação ao perfil lipídico os efeitos destes exercícios não estão claros. Alguns estudos têm demonstrado modificações favoráveis ao perfil lipídico, outros porem não foram encontrados efeito algum. Como nesse estudo comparativo entre os perfis lipídicos de 20 profissionais jogadores de futebol que praticavam exercícios mistos (aeróbios e anaeróbios), 20 fisiculturistas que praticavam exercícios anaeróbios (treinamento com pesos de cargas altas e baixas repetições) sem nunca terem usado esteróides anabólicos e 20 homens jovens, sedentários, magros e saudáveis, não encontrou diferenças significativas nas concentrações da LDL-colesterol e HDL-colesterol nos três grupos (Prado e Dantas, 2002 apud Giada, Zuliani, Baldo et al., 1996). Porém, modificações lipoprotéicas foram encontradas em indivíduos saudáveis, realizando treinamento de hipertrofia (8 a 12 repetições de uma repetição máxima, com repouso <60s) e de força pura (uma a cinco repetições de uma repetição máxima, com repouso de 3 min), tanto logo após o exercício (5 min após) quanto 24 e 48h pós-exercício, com aumento de 11% na HDL-colesterol, sendo esse 33 aumento mais significativo no grupo de hipertrofia do que no grupo de força pura (Prado e Dantas, 2002 apud Wallace, Moffatt, Haymes e Green, 1991). Para Fleck e Simão (2008, p. 52) apud Stone et al., (1991), a maior parte dos dados mostra que as concentrações lipídicas séricas de levantadores olímpicos e culturistas são normais. Alguns estudos indicam que o treinamento de força em grande volume (maior numero de repetições) pode ter efeito benéfico no perfil lipídico. O mecanismo através dos qual a força muscular contribui para a diminuição da obesidade e de seus fatores de risco incluem a redução na gordura abdominal, melhoria da concentração de triglicérides no plasma, aumento do HDL-C e controle glicêmico (Guttierres e Marins 2008, apud Jurca et al., 2004). De fato, alguns pesquisadores têm observado que o treinamento de força não melhora os perfis lipídicos nos homens em risco de CC (Cardiopatia Coronariana) e em mulheres obesas quando o peso do corpo permanece estável (Heyward, 2004). Segundo Cambri et al., (2006) apud Bemben, Bemben, (2000), a aplicação de um programa de exercícios resistidos com pesos e 8 exercícios (3 vezes/ semana) em idosas sedentárias durante 16 semanas, aumentou significativamente os níveis de HDL (13%), ao contrario das variáveis LDL, CT e TG, que não apresentaram modificações da mesma forma que a massa corporal, o percentual de gordura corporal e a relação cintura quadril. Guttierres e Marins (2008, apud Probhakaran et al., 1999) realizaram um estudo com mulheres na pré-menopausa (N = 24), durante 14 semanas, em sessão de treinamento com 45-50 minutos de duração a 85% de 1 repetição máxima (1RM). Os resultados constataram diminuição de 14% do LDL-C, melhorando a relação LDL-C / HDL-C, sendo que não houve alterações no perfil lipoprotéico do grupo controle. Um estudo com 25 Homens saudáveis, que participavam de um programa de treinamento de força, três vezes por semana, durante oito semanas, demonstrou diminuição de 8% nos níveis de LDL-colesterol, seguidos de um aumento de 14% no HDL-colesterol, através de um aumento na atividade da lípase lipoprotéica e, diminuição na atividade da lípase Hepática (Prado e Dantas, 2002 apud ULLRICH IH, REID CM, YATER RA, 1987). Porem este trabalho sofreu falhas no grupo controle e na observação na dieta dos indivíduos. 34 Guttierres e Marins (2008), apud Burleson et al. (1998), realizaram um estudo para verificar por quanto tempo o EPOC (excess post exercise oxygen consumption) se prolongava após uma atividade aeróbica e outra anaeróbica (TF) a 44% do VO2 por 27 minutos. Após a atividade aeróbica, o EPOC durou cerca de 30 minutos e, após a atividade anaeróbica, em torno de 90 minutos. Esse TF tem que ser de alta intensidade para ativar o mecanismo de ação através da EPOC, na qual a maior atividade do sistema nervoso simpático, aumentando o metabolismo lipídico de repouso, que durante o exercício o substrato energético é glicogênio. (GUTTIERRES e MARTINS, 2008 apud THORNTON e POTTEIGER, 2002). 35 6 CONCLUSÃO O efeito agudo ou crônico do exercício aeróbio, tanto de baixa como de alta intensidade e duração, pode melhorar o perfil lipoprotéico, estimulando o melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipídico (aumento da lipase lipoprotéica e lecitina-colesterol-acil-transferase; redução da lipase hepática). Como modelo de exercício físico aeróbio, recomenda-se aqueles com intensidade moderada (50% a 70% do VO2máx.), com duração mínima de 30 min, pelo menos três vezes por semana, por sua fácil realização, além de apresentar-se ideal para induzir modificações lipoprotéicas basais de qualquer indivíduo em diferentes faixas etárias, seja este normolipidêmico ou não. Portanto, a associação de dieta, exercícios e perda de gordura corporal são fundamentais na melhora do perfil lipídico. No entanto, os exercícios resistidos com pesos são de fundamental importância para manutenção dos músculos e para o combate a dislipidemia, auxiliando na aptidão física, perda de peso e manutenção da massa magra. Esta manutenção é muito importante para manter e/ou aumentar a taxa metabólica basal do individuo, conseqüentemente o aumento do gasto energético diário, induzindo a uma melhora do perfil lipídico. Apesar disso, algumas dúvidas persistem, em especial no que tange ao volume e intensidade dos exercícios, pois, conforme discutido anteriormente, diferentes estudos apresentam vantagens, outros não tiveram relevância, e ainda aqueles que apresentaram falhas no controle da execução do experimento (“n” diminuto, ausência de controle de dieta, etc.). Durante a execução da presente revisão, pode-se detectar a escassez de pesquisas na utilização do exercício resistido com pesos e o benefício no perfil lipêmico de pessoas acometidas por esta patologia. Há, portanto, uma vasta área de aprofundamento onde trabalhos longitudinais e transversais devem ser desenvolvidos, contribuindo ainda mais ao combate desta doença assintomática que mata silenciosamente. Deve-se ainda ressaltar que segundo a Organização Mundial da Saúde o Brasil é o nono país com maior incidência de colesterol alto, deixando também com o nono lugar no numero de mortes por doenças cardíacas. Este 36 trabalho foi de extrema importância para novos conhecimentos no tratamento da dislipidemia. Como fonte de pesquisa para profissionais de Educação Física e afins, o mesmo poderia ser utilizado como base não só para o tratamento, mas também para que se possa conscientizar no sentido da prevenção. Ações de prevenção garantiriam ao poder público a possibilidade de aplicar fundos em programas que necessitam de atenção, economizando não apenas em recursos com medicamentos, mas trazendo benefícios à população como um todo. 37 REFERÊNCIAS A ATIVIDADE física nas disfunções cronico-degenerativas. Disponível em: http://www.geocities.com/CollegePark/Classroom/1182/ativfis.doc. Acesso em: 18 maio 2008. ANDRADE, F.M. HUTZ M.H. O componente genético da determinação dos lipídeos séricos. Ciência de Saúde Coletiva 7 (1): 175-182. 2002 ARAUJO, A. O Processo de Envelhecimento e suas Alterações Fisiológicas no Organismo. Disponível em: http://www.eb.ufrn.br/araujo/. Acesso em 15 jun./2008. CAMBRI, L.T. et al. Perfil Lipídico, Dislipidemias e Exercícios Físicos. Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum.8(3):100-106,2006. CHEIK, N.C. et al. Efeito de diferentes freqüências do exercício físico na prevenção da dislipidemias e da obesidade em ratos normo e hipercolesterolêmicos. Rev. Brás. Educ. Fis. Esp.; São Paulo, vol. 20, nº2. p. 121129. abr/jun 2006. CIOLAC, E.G., GUIMARÃES G.V. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev. Brás. Méd. Esporte, vol. 10, Nº 4 – Jul/Ago, 2004 CONSENSO Brasileiro sobre dislipidemias. Detecção - Avaliação – Tratamento. Arq Brás. Cardiol. volume 67, 1996. COUTINHO M.S.S.A, CUNHA G.P. Exercício físico e lipídios séricos. Arq. Bras. Cardiol. 52/6: 319-322.Jun./1989. DIRETRIZES de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. III Diretrizes Brasileiras Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq. Brás. Cardiol. volume 77, (suplemento III), 2001. FLECK, S. J; JÚNIOR, A. F. Treinamento de Força Para Fitness e Saúde. São Paulo: Phorte, 2003. FLECK, S. J; SIMÃO, R. Benefícios do Treinamento de Força no Sistema Cardiovascular. In: _____. Força: Princípios Metodológicos para o Treinamento. São Paulo: Phorte, 2008. p.47-68. FRANCISCH, R. P. P, et al. Obesidade: Atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Rev. Nutr., Campinas, 13(1): 17-28, jan./abr., 2000. GUEDES, D.P., GUEDES, J.E.R.P. Distribuição de gordura corporal, pressão arterial e níveis de lipídios-lipoproteínas plasmáticas. Arq. Bras. Cardiol. v.70 n.2 São Paulo fev/1998. 38 GUTTIERRES, AP. M.; MARINS, J.C.B. Os efeitos do treinamento de força sobre os fatores de risco da síndrome metabólica. Rev. Brás. Epidemio.l 11(1): 14758.2008. HEYWARD, V. H. Avaliação Física e Prescrição de Exercício. Técnicas Avançadas. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. JANET, W.R; Metabolismo Lipídico Durante o Exercício. 1997 jan/fev São Paulo: Gatorade sports Science Institute, Departamento de Nutrição Humana, Alimentos e Exercícios, Virginia, Polythecnic Institue and State University Blacksburg disponível em http://gssiweb.com acesso em: 14 mar. 2008. LIMA-SILVA, A. E; et al. Metabolismo de gordura durante o exercício físico: mecanismo de regulação. Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum;8(4):106114. 2006. MARCELO, C. B; ARTUR, B.R. Dislipidemias: Diagnosis and management of lipoprotein abnormalities. RBM - Rev. Bras. Med. - VOL. 60 - Nº 7 - Julho 2003. MAUGHAN, R; GLEESON, M.. GREENDAHF, P. Bioquímica do Exercício e Treinamento. Tradução de Prof. Elisabeth de Olivereira (cap. 1) e Dr. Marcos Ikeda (cap. 2-8 e apêndices). São Paulo: 2000. MONTEIRO, H.L., et al. Efetividade de um programa de exercício, no condicionamento físico, metabólico e pressão arterial de pacientes hipertensos. Rev. Brás. Méd. Esporte v.13 n.2 Niterói mar./abr. 2007. NIEMAN, D. C. Exercício e Saúde: Como prevenir de doenças usando o exercício como seu medicamento. Tradução de Dr. Marcos Ikeda. São Paulo: Manole, 1999. PATRÍCIA A. B, et al. Ácidos graxos e colesterol na alimentação humana. Agropecuária Técnica, v.26, n.1, p.5–14, 2005. PITANGA, F. J. G. Atividade física e lipoproteínas plasmáticas em adultos de ambos os sexos, Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília 9 (4): 25-31, 2001. PRADO, E. S., DANTAS, E. E. M. Efeitos dos Exercícios Físicos Aeróbio e de Força nas Lipoproteínas HDL, LDL e Lipoproteína(a). São Paulo, 2002. PREMOLI, AC. G; et al. Perfil Lipídico em Pacientes Portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos. RBGO - v. 22, nº. 2, 2000. MORENO, J.R., et al. Treinamento resistido de oito semanas melhora a aptidão física, mas não altera o perfil lipídico de indivíduos hipercolesterolêmicos. Disponível em http://www.efdeportes.com/ Revista Digital. Buenos Aires. Ano 10,n° 81. Fev/2005. ROGATTO, G.P. Perfil metabólico durante o exercício físico: influencia da intensidade e da duração do esforço sobre a utilização de substratos energéticos. Disponível em: http//www.judobrasil.com.br. Acesso em: 18 maio 2008. 39 SANTAREM, J. M. Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento. Atualizado ago/2007. Disponível em: http://educacaofisica.org/joomla. Acesso em: 12 abril 2008. SANTOS, J.A.R. Obesidade e Exercício. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, Suplemento n.5.v.20, p.161-62, set. 2006. SILVA, O. J. (Org.). Exercício Em Situações Especiais II: Gravidez, Distúrbios do Colesterol e Triglicerídeos, Doença Coronariana, Doença Renal Crônica, AIDS. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2000. SIMÃO, R. Saúde, Estilo de Vida e Exercícício. In: ____. Fisiologia e Prescrição de Exercícios para Grupos Especiais. 3.ed. Rio de Janeiro: Phorte, 2007. p. 57-64. TAVARES, R., et al. Efeito do exercício físico e sua influencia sobre o HDL-C. Artigo de Revisão. Pós graduação Latu Sensu Fisiologia e Avaliação Morfofuncional, UGF.