AU TO RA L 1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EG ID O PE LA LE I DE DI R EI TO AVM FACULDADE INTEGRADA DO CU M EN TO PR OT STRESS E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Por: Renata Seara Luz Orientador Profª. Fatima Mendes Carvalho Msc. Rio de Janeiro 2013 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA STRESS E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Renata Seara Luz 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, aos meus pais e a minha Profª. Orientadora Mendes Carvalho. Fatima 4 DEDICATÓRIA Dedico aos meus pais que sempre estiveram do meu lado me apoiando e me incentivando. 5 EPÍGRAFE “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos descanso”. (Matheus, capítulo 11, versículo 2) darei 6 RESUMO O presente trabalho dissertativo pretende discutir a questão do stress existente nas empresas, abordar os conceitos mais relevantes, destacando seu histórico; suas etapas; seus sintomas (falta de concentração, desânimo, tristeza, apatia, irritação, tensão muscular e queda no desempenho); suas causas e consequências (muitas vezes, a causa está exatamente no ambiente organizacional: prazos apertados, falta de treinamento para a função, locais impróprios para o trabalho); os impactos na vida pessoal e profissional dos funcionários e como esses funcionários estressados podem gerar consequencias negativas para a organização; oferecer melhores condições para que os fatores estressantes diminuam e transformem o trabalho num lugar mais agradável. O stress merece atenção especial quando começa a interferir na qualidade de vida do indivíduo e no desempenho das atividades que este exerce. Os níveis de stress quando muito altos no trabalho, podem ocasionar perdas no desempenho profissional e consequentemente queda na produção. O stress quando dosado é importante para que o indivíduo tente conquistar seus objetivos com mais garra e persistência. É abordada a Qualidade de Vida como uma forma de proporcionar maior bem-estar e satisfação aos funcionários tanto no âmbito pessoal quanto profissional. 7 METODOLOGIA O método utilizado para a produção desta monografia foi a pesquisa bibliográfica, realizada em livros, jornais, artigos de internet, como fonte para a coleta de informações, a fim de aprofundar o conhecimento sobre o tema relacionado com os demais conceitos englobados no projeto, com o objetivo de extrair ao máximo o assunto exposto e enriquecer este documento. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I STRESS? 12 CAPÍTULO II ETAPAS, CAUSAS, SINTOMAS DO STRESS 16 CAPITULO III COMBATE, DIMINUIÇÃO, CONTROLE DO STRESS 31 CONCLUSÃO 37 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 41 9 INTRODUÇÃO Hoje o termo stress é amplamente usado na linguagem atual e nos meios de comunicação. Designa uma agressão, que leva ao desconforto, ou as consequências desta agressão. É uma resposta a uma demanda, de modo certo ou errado. Nas últimas décadas, cada vez mais pessoas sofrem de stress. As mudanças bruscas no estilo de vida e a exposição a um ambiente cada vez mais complicado levam as pessoas a sentir um determinado tipo de angústia, sentindo-se desprotegidas e envolvidas em situações traumatizantes. Os mecanismos de defesa passam a não responder de uma forma eficaz, aumentando assim a possibilidade de vir a sofrer de doenças, especialmente do foro cardiovascular. No mundo atual, a maior parte das pessoas tem de lidar com o ruído, a poluição, o trânsito e outros marcos do progresso. Felizmente, minimizar os efeitos desses fatores de stress sobre o corpo não é tão difícil como se possa pensar. Uma alimentação mais cuidada, um aumento de aptidão física e um melhor meio ambiente podem fazer maravilhas para reduzir os efeitos prejudiciais de excesso de stress: é preciso aprender formas novas de relaxar para limitar o stress a um nível mínimo. O objetivo desse comentário sobre o stress é mostrar a relação dele com a depressão, porque o stress quando não tratado adequadamente pode levar a uma depressão profunda. Ambos caminham juntos, um leva ao outro. O stress não é provocado apenas por situações negativas. A reação biológica do organismo é a mesma, perante uma emoção desagradável e uma emoção agradável. Ele surge quando se ultrapassa os próprios limites e se vai além do que o organismo consegue suportar, desrespeitando as necessidades físicas e psicológicas do corpo. Diante desse desequilíbrio, não tardam a aparecer manifestações de alerta, cujo sinal mais evidente é a elevação do nível de ansiedade, resultando em dificuldades de concentração, irritabilidade, mau humor, problemas de memória, impaciência, medos irracionais, insegurança e baixa autoestima. Além disso, o corpo reclama por meio de 10 sintomas físicos como taquicardia, tremores, suores, palpitações e falta de ar. O perigo aumenta quando nada é feito. Se mantida nesse nível por um longo período, essa ansiedade pode levar à síndrome do pânico e à depressão. Em relação ao trabalho, há um duplo reconhecimento por parte de estudiosos: por um lado, diversos aspectos do ambiente e da organização do trabalho podem ser geradores de stress, e, sabe-se que um determinado tipo de stress está associado ao rebaixamento da qualidade de vida dos trabalhadores. O stress possui várias fases podendo ser classificadas em: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão, de acordo com o quadro sintomalógico identificado. Procura entender de que forma o profissional submetido a uma pressão e solicitação constante pode apresentar o sofrimento psíquico, principalmente quando se percebe “impotente” por não conseguir manter o ritmo e desempenho esperado, na sua atividade profissional. Este sofrimento poderá levá-lo ao stress. O sofrimento psíquico dos trabalhadores parece estar relacionado a uma carga excessiva de trabalho mental e de tarefas solicitadas ao profissional nas diversas áreas. Todos devem estar conscientes de que o clima de tensão que provoca o stress não vai refletir apenas na pessoa afetada, mas em todas aquelas que a rodeiam e partilham a sua vida. Cada pessoa possui uma quantidade de energia física e psíquica para gastar ao longo do dia. Por isso, não se deve ir além desse limite, nem acumular energias sem as gastar. Contemplam sintomas do stress a falta de alimentação adequada, uso exagerado de força ou pressão, queda de produtividade, doenças frequentes, cansaço, desânimo, impaciência, depressão, perda de rendimento. Não importa em que área, empresa ou região, o fato é que estruturas mais enxutas, pressões por prazos, metas, mercado instável, desemprego e ainda dificuldade no relacionamento interpessoal estão levando as pessoas a adoecer, e, segundo especialistas, pode levar até à morte. 11 Procurando situar as mudanças constantes que vivencia-se na sociedade contemporânea as transformações que o processo de trabalho vem apresentando e desta forma interferindo na saúde do trabalhador. Ressalta como forma de prevenção manter um estilo de vida saudável, atividades físicas regular, ter tempo reservado para o lazer, rir, viajar, namorar. Destaca como resultado dessas práticas, trabalhadores mais dedicados, comprometidos com as metas da empresa, trabalhadores com vontade de progredir e produzir. Viver uma vida livre de preocupações, sem stress e com inteligência emocional é uma meta que praticamente todos desejam alcançar, conseguir resolver os problemas geradores de stress ou os sintomas do stress são um passo fundamental para alcançar um tão almejado equilíbrio físico e emocional e é sem dúvida um bom ponto de partida para assumir o controle da sua vida. 12 CAPÍTULO I STRESS? O conceito de stress surgiu nos anos 30, graças a Hans Selye, endocrinólogo canadense de origem austríaca. Segundo Selye (1995): A palavra estresse vem do inglês stress. Este termo foi usado inicialmente na física pra traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão e transpôs este termo para a medicina e biologia, significando esforço de adaptação do organismo para enfrentar situações que considere ameaçadoras a sua vida e o seu equilíbrio interno (p.2). Selye diz que o stress é um processo vital e fundamental onde pode ser dividido em dois tipos, ou seja, quando passamos por mudanças boas, temos o stress positivo e quando atravessamos alguma fase negativa, estamos vivenciando o stress negativo. Corresponde a uma relação entre o indivíduo e o meio. Trata-se, portanto, de uma agressão e reação, de uma interação entre a agressão e a resposta. O stress fisiológico é uma adaptação normal; quando a resposta é patológica, em indivíduo mal-adaptado, registra-se uma disfunção, que leva a distúrbios transitórios ou a doenças graves, mas, no mínimo agrava as já existentes e pode desencadear aquelas para as quais a pessoa é geneticamente predisposta. Aí, torna-se um caso médico por excelência. Nestas circunstâncias, desenvolve-se a famosa síndrome de adaptação, ou a luta ou fuga (fight or flight). É um mecanismo normal, necessário e benéfico ao organismo, pois faz com que o ser humano fique mais atento e sensível diante de situações de perigo ou de dificuldade. Mesmo situações consideradas positivas e benéficas, por exemplo, promoções profissionais, casamentos desejados, nascimento de filhos, entre outras, podem produzir stress. 13 O termo stress, agaste ou consumição, foi usado por Selye com um sentido neutro, definindo-o como “reação não específica do corpo a qualquer tipo de exigência” ou falta de esportes físicos. A partir dessa definição, Selye diferencia dois tipos de stress: o eustress ou agaste, que indica a situação em que o indivíduo possui meios físicos, psíquicos, entre outros, de lidar com a situação; e o distress ou esgotamento, que indica a situação em que a exigência é maior do que os meios para enfrentá-la, passando a ter o sentido atual negativo de desgaste físico e emocional. Chiavenato (2005), assim descreve o stress: O estresse (do inglês stress = pressão, tensão, exercer peso) é um conceito intimamente relacionado com a carga de transtornos e aflições que certos eventos da organização e do entorno provocam nas pessoas. É um termo geralmente usado para descrever os sintomas produzidos pelo organismo em resposta à tensão provocada pelas pressões, situações e ações externas que as pessoas enfrentam (p.390). Stress é o resultado de uma reação que o nosso organismo tem quando estimulado por fatores externos desfavoráveis. A primeira coisa que acontece com o nosso organismo nestas circunstâncias é uma descarga de adrenalina no nosso organismo, e os órgãos que mais sentem são o aparelho circulatório e o respiratório. É a resposta fisiológica, psicológica e comportamental de um indivíduo que procura se adaptar e se ajustar às pressões internas e/ou externas. Essas pressões, capazes de levar ao stress, são chamadas de Fatores Estressantes ou Agentes Estressores. Stress não é um diagnóstico, doença, ou síndrome; é um conjunto de sintomas emocionais ou físicos, não específicos, que podem estar associados ou não a uma doença ou síndrome. 14 Seja ele de natureza física, psicológica ou social, é composto de um conjunto de reações fisiológicas que se exageradas em intensidade ou duração podem levar a um desequilíbrio no organismo. A reação ao stress é uma atitude biológica necessária para a adaptação à situações novas. Segundo Pereira (2006), o estresse embora possa estar na origem da doença física ou mental, não deverá ser considerado como sinônimo de doença. Contudo vários estudos apontam para a relação entre o estresse e a doença e reforçam a tese de que o estresse e as emoções inadaptadas ou patológicas podem influenciar a progressão da doença, seja ela inofensiva, aguda, crônica ou mesmo terminal. Sua associação com uma determinada doença irá depender da vulnerabilidade individual; da intensidade, natureza e duração do stress, além da capacidade do indivíduo em se adaptar ou modificar os recursos disponíveis em seu ambiente. O stress pode ser dividido em dois tipos básicos: crônico e agudo. O crônico é aquele que afeta a maioria das pessoas, sendo constante no dia a dia, mas de uma forma mais suave. O agudo é mais intenso e curto, sendo causado normalmente por situações traumáticas, mas passageiras, como a depressão na morte de um parente. Reconhece-se que o stress tem 3 (três) fases, que se sucedem quando os agentes estressores continuam de forma não interrompida em sua ação: Ø A fase aguda ou de alerta – nesta fase os estímulos estressores começam a agir; o cérebro e os hormônios reagem rapidamente, podendo perceber os seus efeitos, mas geralmente não nota-se o trabalho silencioso do stress crônico nesta fase. Ø A fase de resistência – nesta fase é que começam a aparecer as primeiras consequências mentais, emocionais e físicas do stress crônico; perda de concentração mental, instabilidade emocional, depressão, palpitações cardíacas, suores frios, dores musculares ou dores de cabeça frequentes são os sinais evidentes, mas muitas pessoas ainda não conseguem relacioná-los ao stress, e a síndrome pode prosseguir até a sua fase final e mais perigosa. 15 Ø A fase de exaustão – nesta fase o organismo capitula aos efeitos do stress, levando à instalação de doenças físicas ou psíquicas. O dicionário Aurélio nos diz que o stress, em bom português, é “o conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras capazes de perturbar a homeostase (equilíbrio)”. O stress pode ser observado em pelo menos duas dimensões: como processo e como estado. O stress como processo é a tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista; o stress como estado é o resultado positivo (eustress) ou negativo (distress) do esforço gerado pela tensão mobilizada pela pessoa. Segundo (LIPP, 1996): Stress é definido como uma reação do organismo, com componentes físicos e ou psicológicos, causada pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz (p.20). Segundo Bohlander (2003, p. 14): “Estresse é qualquer exigência feita ao indivíduo que o obrigue a lidar com um comportamento no limite”. Segundo França e Rodrigues (1997), o termo stress vem da física e neste campo de conhecimento tem o sentido do grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço. É definido como uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente e as circunstâncias as quais está submetido, que é avaliada pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige dela mais que suas próprias habilidades ou recursos e que põe em perigo o seu bem-estar. Para Serafim (1995), o estresse pode ser entendido como “o ponto em que o indivíduo consegue controlar seus conflitos internos, gerando um excesso de energia, originando, consequentemente, fadiga, cansaço, tristeza ou euforia” (p. 125). 16 CAPÍTULO II ETAPAS, CAUSAS, SINTOMAS DO STRESS O stress pode ser causador e/ou agravador de uma série de doenças, que vão da asma, às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas. No campo clínico, os distúrbios comuns são: sensação de fraqueza e fadiga, tensão muscular elevada com cãibras e formação de fibralgias musculares (nódulos dolorosos nos músculos dos ombros e das costas), tremores, sudorese (suor intenso), dores de cabeça provocadas pela tensão psíquica, enxaqueca, lombalgias e braquialgias (dores nas costas, nos ombros e braços), hipertensão arterial, palpitações, distúrbios da absorção e da contração do intestino grosso e até dores urinárias sem sinais de infecção. Fator estressor é qualquer evento, acontecimento ou circunstâncias que exerça influência física, emocional ou mental em um indivíduo. Geralmente, os fatores estressores estão relacionados ao convívio social e familiar, ambiente de trabalho, meio ambiente, condição de saúde e situação socioeconômica do indivíduo, entre outros. Os sintomas do stress podem variar de pessoa para pessoa, apresentando-se na forma de sintomas psíquicos como: irritabilidade; redução da concentração e memória; insônia; isolamento; desânimo; apatia. Muitas vezes podem ser confundidas com depressão, ansiedade ou outras doenças, por isto a avaliação médica é recomendada na presença de sintomas persistentes. Para algumas pessoas, o stress pode causar doenças ou contribuir para uma deterioração da saúde física ou mental. Embora os estudos científicos não tenham chegado a um consenso definitivo, o stress pode contribuir para o desenvolvimento de graves doenças como o derrame cerebral, infarto do coração, úlceras gástricas e até mesmo a síndrome do intestino irritável. Tudo irá depender da vulnerabilidade de cada indivíduo frente às situações de stress. 17 O stress envolve aspectos psicológicos (pensamentos, emoções e alteração do próprio comportamento), é um estado de tensão que causa um desequilíbrio do organismo, os sintomas físicos são: hipertensão, gastrite, úlcera, ansiedade, irritabilidade, tensão muscular e dores no corpo, afetando o sistema imunológico. Pode estar relacionado ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade, síndrome do pânico e depressão. O stress pode afetar o organismo de diversas formas e os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, pois existe uma sensibilidade pessoal que reage quando se enfrenta um problema. Saiba que todas as grandes mudanças são situações difíceis e existe a necessidade de ajuste que deixa o organismo preparado para lutar ou fugir e isso aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca, contraindo os músculos e vasos sanguíneos, sendo prejudicial para a saúde. Os sintomas físicos do stress são: cansaço, taquicardia, azia, dores de cabeça e musculares, palpitações, queda de cabelo, alergias, esgotamento físico, indigestão, insônia e mudança de apetite, pois o stress pode dar início a um processo de destruição do sistema imunológico, várias situações no dia a dia deixam os músculos tensos e causam alterações emocionais, o corpo fica cansado com pouco esforço e o coração dispara a toa, pode causar ainda queda de cabelo, dores pelo corpo, problemas no coração e hipertensão. Os fatores estressantes podem variar amplamente quanto à natureza, abrangendo desde componentes emocionais, por exemplo, frustração, ansiedade, até componentes de origem ambiental, biológica e física, como é o caso do ruído excessivo, da poluição, variações extremas de temperatura, problemas de nutrição, sobrecarga de trabalho, entre outros. Quando o cérebro, independentemente de vontade, interpreta alguma situação como ameaçadora (Fator Estressante), o organismo passa a desenvolver uma série de alterações denominadas, em seu conjunto, de Síndrome Geral da Adaptação ao Stress, que ocorre em três etapas: a) Reação de Alarme - todas as respostas corporais entram em estado de prontidão geral, ou seja, todo o organismo é mobilizado sem envolvimento específico ou exclusivo de algum órgão em particular. É um estado de alerta 18 geral, tal como se fosse um susto. Têm-se os seguintes sintomas: mãos e/ou pés frios; boca seca; dor no estômago; aumento de sudorese; tensão e dor muscular, por exemplo, na região dos ombros; aperto na mandíbula; ranger dos dentes; roer unhas ou pontas de caneta; diarreia passageira; insônia; taquicardia; respiração ofegante; hipertensão súbita e passageira; mudança de apetite; agitação; entusiasmo súbito. b) Fase de Resistência – acontece quando a tensão se acumula. Nesta fase o corpo começa a acostumar-se aos estímulos causadores do stress e entra num estado de Resistência ou de Adaptação. Durante este estágio, o organismo adapta suas reações e seu metabolismo para suportar o stress por um período de tempo. Neste estado, a reação de stress pode ser canalizada para um órgão específico ou para um determinado sistema, seja o sistema cardiológico, a pele, sistema muscular, aparelho digestivo. Têm-se os seguintes sintomas: problemas com a memória; mal-estar generalizado; formigamento nas extremidades; sensação de desgaste físico constante; mudança de apetite; aparecimento de problemas dermatológicos; hipertensão arterial; cansaço constante; gastrite prolongada; tontura; sensibilidade emotiva excessiva; obsessão com o agente estressor; irritabilidade excessiva; desejo sexual diminuído. c) Estado de Esgotamento – haverá queda acentuada da capacidade adaptativa; é quando começam a falhar os mecanismos de adaptação e déficit das reservas de energia. Essa fase é grave, levando à morte de alguns organismos. A maioria dos sintomas somáticos e psicossomáticos fica mais exuberante nessa fase. Neste estado a reação de stress pode ser canalizada para um órgão específico ou para um determinado sistema, seja o sistema cardiológico, a pele, sistema muscular, aparelho digestivo. Têm-se os seguintes sintomas: diarreias frequentes; dificuldades sexuais; formigamentos nas extremidades; insônia; tiques nervosos; hipertensão arterial confirmada; problemas dermatológicos prolongados; mudança extrema de apetite; taquicardia; tontura frequente; úlcera; impossibilidade de trabalhar; pesadelos; apatia; cansaço excessivo; irritabilidade; angústia; hipersensibilidade emotiva; perda do senso de humor. 19 Do ponto de vista pessoal, mudanças ocorrem na vida continuamente, tendo sempre de estar se adaptando à elas. Nesses casos, o stress funciona como um mecanismo de sobrevivência e adaptação, necessário para estimular o organismo e melhorar sua atuação diante de circunstâncias novas. Do ponto de vista social e cultural, as mudanças cotidianas, em si, não são novidade na civilização humana, elas são, na realidade, a base da evolução da espécie. O que, talvez, seja novo ao ser humano e perigoso à sua saúde, é a velocidade sem precedentes com a qual essas mudanças e as exigências que elas propiciam acontecem na vida moderna. Essas mudanças estão em toda a parte; mudanças importantes na tecnologia, ciência, medicina, ambiente de trabalho, nas estruturas organizacionais, nos valores e costumes sociais, na filosofia e até mesmo na religião. Há, continuamente, uma enorme solicitação de adaptação às pessoas em geral, tanto para os jovens como para os mais velhos. O aparecimento do stress pode estar relacionado a situações reais ou imaginárias, e suas principais causas podem ser: excesso de atividade; má distribuição do tempo; acúmulo de raiva e sentimentos negativos; problemas de relacionamento; descontrole diante de situações críticas; preocupação excessiva; falta de descanso e lazer; dificuldade de lidar com as perdas. Entre as principais causas do stress devemos citar: a) Mudanças: certa dose de mudança é necessária, entretanto, se as mudanças forem violentas, podem ultrapassar a capacidade de adaptação. b) Sobrecarga: a falta de tempo, o excesso de responsabilidade, a falta de apoio e expectativas exageradas. c) Alimentação incorreta: não é apenas importante o que se come, mas também como se come. d) Fumar: o cigarro libera nicotina que, na fase de menor concentração, já provoca reações de stress leve, depois bloqueia as reações do organismo e causa dependência psicológica. e) Ruídos: coloca o ser humano sempre em alerta, provoca a irritação e a perda de concentração, desencadeando reações de stress, que podem levar até a exaustão. 20 f) Baixa autoestima: tende a se agravar o stress nestas pessoas. g) Medo: o medo acentua nas pessoas a preocupação sem necessidade, uma atitude pessimista em relação à vida ou lembranças de experiências desagradáveis. h) Trânsito: os congestionamentos, os semáforos, os assaltos aos motoristas e a contaminação do ar podem desencadear o stress. i) Alteração do ritmo habitual do organismo: provoca irritabilidade, problemas digestivos, dores de cabeça e alterações no sono. j) Progresso: a agitação do progresso técnico é acompanhada de aumento das pressões e de sobrecarga de trabalho, aumentando os níveis de exigências, qualitativas e quantitativas. São desses estressores que surgem os principais tipos de stress que abrangem: stress de trabalho; stress decorrentes de doenças cardíacas e do câncer; stress na infância; stress de envelhecimento. O tipo de stress mais marcante no cotidiano é o stress do trabalho. O mundo do trabalho mudou com o avanço das tecnologias. Hoje, o profissional vive sob contínua tensão, pois, além de suas habituais responsabilidades, a alta competitividade das empresas exige dele aprendizado constante e enfrentamento de novos desafios, o que faz com que, muitas vezes, supere seus próprios limites, podendo levá-lo ao stress. O tipo de desgaste à que as pessoas estão submetidas permanentemente nos ambientes e as relações com o trabalho são fatores determinantes de doenças. Os agentes estressores psicossociais são tão potentes quanto os micro-organismos e a insalubridade no desencadeamento de doenças. Tanto o operário, como o executivo, podem apresentar alterações diante dos agentes estressores psicossociais. A ansiedade, decorrente das preocupações, pode gerar insônia, comer demasiadamente, ou o contrário, comer pouco demais. Duas formas de preocupações se destacam: uma cognitiva, com ideias preocupantes, e outra somática, como sintoma de suor, coração disparado, tensão muscular, entre outros. 21 O stress surge quando a pessoa julga não estar sendo capaz de cumprir as exigências sociais, sentindo que seu papel social está ameaçado. Então, o organismo reage de modo a dominar as exigências que lhe são impostas. Entretanto, no mundo moderno, não é socialmente aceitável que o stress cumpra sua função natural de preparar o indivíduo para a fuga ou para a luta. Tal reação seria considerada inadequada do ponto de vista da adaptação dos seres humanos ante um mundo cheio de conflitos e de pseudo-harmonia. Assim, o homem, ao confrontar-se com um estímulo estressor no trabalho é impedido de manifestar reação, ficando prisioneiro da agressão ou do medo, e é obrigado a aparentar um comportamento emocional ou motor incongruente com sua real situação neuroendócrina. Se durar tempo suficiente essa situação de discrepância entre a reação apresentada e o estado fisiológico real, ocorrerá um elevado desgaste do organismo, o que pode conduzir às doenças. Alguns estímulos foram classificados, segundo o tempo necessário para produzirem stress, em estressores de curto prazo e de longo prazo. Entre os estressores de curto prazo temos o fracasso; a carga de trabalho; a pressão de tempo; ameaça; indução do medo, entre outros. Entre os estressores de longo prazo temos as situações de competição; serviços em zonas de perigo; trabalho monótono, entre outros. O desgaste a que as pessoas são submetidas nos ambientes e nas relações com o trabalho é fator dos mais significativos na determinação de doenças. Este trabalho não escapa ao conhecimento médico, mas também é fato que o espaço dedicado na anamnese à investigação destes aspectos é pequeno em relação à sua importância. O stress pode afetar o organismo de diversas formas e seus sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Existe uma sensibilidade pessoal que reage quando se enfrenta um problema, e essa particularidade explica como lidar com situações desafiadoras, decidindo enfrentá-las ou não. Não são só situações ruins que nos deixam estressados. Todas as grandes mudanças que se passa na vida são situações estressantes, mesmo se elas forem boas. 22 A necessidade de ajuste deixa o organismo preparado para “lutar ou fugir”, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca, e contraindo músculos e vasos sanguíneos. Na natureza esta adaptação é necessária visto que o animal precisa tomar uma decisão rápida de defesa ou ataque, mas em se tratando dos seres humanos que convivem com diversas situações estressantes, esta reação pode ser prejudicial. O excesso de stress pode causar desde dores pelo corpo e queda de cabelo até sintomas sérios como hipertensão e problemas no coração. O fato de um evento emocional como o stress afetar o organismo se deve ao íntimo relacionamento entre o sistema imunológico (defesa), sistema nervoso (controle) e sistema endócrino (hormonal). Por isso um stress intenso pode afetar qualquer um desses sistemas levando à diversidade dos sintomas do stress. Sintomas gerais do stress: a) Físico: dores de cabeça; indigestão; dores musculares; insônia; indigestão; taquicardia; alergias; queda de cabelo; mudança de apetite; gastrite; dermatoses; esgotamento físico. b) Psicológicos: apatia; memória fraca; tiques nervosos; isolamento e introspecção; sentimentos de perseguição; desmotivação; autoritarismo; irritabilidade; emotividade acentuada; ansiedade. Os sintomas físicos do stress muitas vezes podem ser idênticos aos sintomas de outras doenças, como úlceras, problemas de coluna, asma e distúrbios cardiovasculares. No entanto, não se devem fazer suposições. Se não tiver a certeza da causa dos sintomas, deve-se procurar o aconselhamento de um Terapeuta (terapias alternativas como Medicina Quântica, Medicina Tradicional Chinesa ou outra terapia credível). Os seguintes sintomas físicos podem ser o resultado de, ou pelo menos, agravado pelo stress: distúrbio do sono; coração com batimentos cardíacos acelerados; dores nas costas, nos ombros ou no pescoço; tensão; dores de cabeça ou enxaquecas; erupções cutâneas; indigestão; cólicas; azia; síndrome do intestino irritável; constipação; diarreia; náusea; ganho ou perda de peso; distúrbios alimentares; perda de cabelo; tensão muscular; sensação de aperto ou um “nó” no estômago; fadiga; pressão arterial elevada; batimento 23 cardíaco irregular; palpitações; asma ou falta de ar; apneia; insônia; inquietação; dormir demais; dor torácica; palmas das mãos suadas ou mãos e /ou pés frios; doenças de pele; doença periodontal; dor na mandíbula; problemas reprodutivos; supressão do sistema imune (resfriados frequentes, gripes ou infecções); inibição do crescimento; dor crônica. Os sintomas emocionais do stress e depressão ligados ao foro emocional podem afetar o desempenho no trabalho, nas relações sociais, e na apreciação das atividades diárias. Os sintomas do stress resumem-se a: alterações de humor; nervosismo; ansiedade; depressão; comportamento abrasivo; dificuldade de concentração; problemas para pensar claramente; medo ou fobias excessivas; falta de controle sobre as emoções; perda de senso de humor; irritabilidade; frustração; dificuldade para lembrar coisas; hostilidade. O stress e a pressão dos desafios do quotidiano podem levar as pessoas a comportarem-se de forma irregular. Podem andar envolvidos em nuvens de julgamentos e críticas o que pode tornar muito difícil para pessoas que sofrem de gerir o ambiente de trabalho, as tarefas e responsabilidades diárias. Alguns dos sintomas comportamentais do stress são: esquecimento; desorganização; confusão; apatia; perspectiva negativa; baixa autoestima. Mecanismos de manifestação do stress fazem as pessoas reagirem de maneiras diferentes relativamente à sua cura. Os métodos de “libertação” ou fuga que algumas pessoas escolhem, podem ser desde o abuso das substâncias tóxicas, dependências que pode deteriorar a saúde da pessoa, a estabilidade financeira, os relacionamentos com a família, amigos, colegas de trabalho. Uma pessoa sob stress pode manifestar os seguintes comportamentos destrutivos: agressividade excessiva ou argumentando; violência; mudança de emprego com frequência; conflitos com os empregadores ou colegas de trabalho; reações excessivas; abuso de drogas ou álcool. Os sintomas do stress podem ser muitos variados, cada pessoa pode desenvolver um sintoma diferente e com tipos e intensidades de estressores 24 diferentes. Com o tempo, o stress pode levar ao aumento de doenças infecciosas, devido à secreção crônica de corticoides. Também diminui a resposta dos mecanismos de defesa no corpo, facilitando o surgimento de doenças, principalmente cardiovasculares. Problemas de distração, diminuição do rendimento, falhas de memória, cansaço, ganho ou perda de peso, dor de cabeça, dores musculares, são geralmente os primeiros sintomas. Outros sintomas estão relacionados abaixo: a) Problemas digestivos: úlceras, náuseas e vômitos. b) Irritabilidade (a pessoa se irrita facilmente). c) Bruxismo (ranger dos dentes durante o sono). d) Problemas cardíacos (aceleração do ritmo cardíaco), aumento da pressão arterial (hipertensão), colesterol alto, diabetes. e) Diversos problemas do sono (insônia). f) Distúrbios psíquicos: nervosismo, ira excessiva e não habitual, crise de angústia, medos excessivos (fobias), depressão, ansiedade. g) Distúrbios da menstruação, na mulher. h) Aparecimento de caspa (sobretudo nos homens). i) Queda de cabelos (pode ocorrer até 3 meses após um episódio estressante). j) Problemas de concentração (por exemplo: na escola). k) Desenvolvimento ou reaparecimento de doenças infecciosas como a herpes labial, herpes genital, dores de garganta, resfriados. l) Mau hálito (devido a uma desidratação da boca, causada pelo stress). m)Problemas na gravidez: no início da gravidez o stress aumenta o risco de aborto espontâneo, já no fim da gravidez aumenta o índice de prematuros. Os fetos do sexo masculino sofrem maior influência, uma das explicações se baseia no tamanho dos fetos, os masculinos são maiores requerem mais esforço da mãe. n) Problemas sexuais: distúrbios eréteis, perda de desejo (problema de libido), problemas no tratamento de esterilidade. o) Problemas de pele devido ao aumento da oleosidade causada pelo “Hormônio do stress”, o cortisol. O stress pode piorar a recuperação de 25 lesões na pele, além de ser um desengatilhador de muitas doenças que afetam a pele, como psoríase e dermatite seborréica. p) Problemas de comportamento, como: arranhar a pele, puxar cabelos ou esfregar partes do corpo. q) As unhas podem apresentar sinais diferentes de stress. Algumas pessoas mordem as unhas, outras esfregam os dedos sobre sua unha do polegar (o que pode criar um sulco em toda a unha) e outras apresentam unhas quebradiças ou descascadas. As respostas possíveis do organismo podem classificar-se em níveis diferentes, mesmo que algumas delas sejam estereotipadas: a) Doenças psicossomáticas, como as dores de cabeça ou cefaleias, as sensações de vertigem, a prisão de ventre ou diarreia, as taquicardias, as contrações musculares. Há que salientar que estes sintomas também refletem outras doenças, e não unicamente o stress. b) Disfunções do sistema endócrino e hormonal. c) Estados de irritabilidade, nervosismo, repentinas alterações de humor, impaciência e insatisfação pessoal, atitudes irascíveis, agressividade, abatimento e falta de incentivo. d) Cansaço físico, do qual não se recupera mesmo depois de uma noite de sono, fadiga permanente, dificuldade na conciliação do sono, esgotamento, podem ser sintomas de stress, no entanto, consulte o seu médico para verificar se esses sintomas não correspondem a nenhuma doença orgânica. São os grandes problemas da vida que, de modo agudo, ou crônico, nos lançam no stress. A mudança é um dos mais efetivos agentes estressores. Assim, qualquer mudança na vida tem o potencial de causar stress, tanto as boas quanto as más. O stress ocorre, então, de forma variável, dependendo da intensidade do evento de mudança, que pode ir desde a morte do conjugue, o índice máximo na escala de stress, até pequenas infrações de trânsito ou mesmo a saída para as tão merecidas férias. O stress provoca um desequilíbrio entre o corpo e a mente, afetando os mecanismos de defesa. Os sintomas manifestam-se com a combinação de vários fatores. Para os médicos, o stress é o causador de muitas doenças; 26 contribui também para complicar ou atrasar a recuperação de uma doença prolongada ou aumentar o seu período incapacitante. O stress pode originar perturbações mentais, erupções da pele, alterações do aparelho digestivo, alteração de certas glândulas internas (tireoide), perturbações menstruais, impotência, desinteresse pela atividade sexual, entre outras. Os estressores, dependendo do grau de sua nocividade e do tempo necessário para o processo de adaptação, dividem-se em: a) Acontecimentos biográficos críticos (ing. life events): são acontecimentos localizáveis no tempo e no espaço; que exigem uma reestruturação profunda da situação de vida; provocam reações afetivo-emocionais de longa duração. Esses acontecimentos podem ser positivos e negativos e ter diferentes graus de normatividade, ou seja, de exigência social. Exemplos: casamento; nascimento de um filho; morte súbita de uma pessoa; acidente. b) Estressores traumáticos: são um tipo especial de acontecimentos biográficos críticos que possuem uma intensidade muito grande e que ultrapassam a capacidade adaptativa do indivíduo. c) Estressores quotidianos (ing. daily hassels): são acontecimentos desgastantes do dia a dia, que interferem no bem-estar do indivíduo e que veem essas experiências como ameaçadoras, magoantes, frustrantes ou como perdas. Exemplos: problemas com o peso ou com a aparência; problemas de saúde de parentes próximos que exigem cuidados; aborrecimentos com acontecimentos diários (cuidados com a casa; aumento de preços; preocupações financeiras). d) Estressores crônicos (ing. chronic strain): são situações ou condições que se estendem por um período relativamente longo e trazem consigo experiências repetidas e crônicas de stress (excesso de trabalho; desemprego); situações pontuais (ou seja, com começo e fim definidos) que trazem consigo consequências duradouras (stress causado por problemas decorrentes do divórcio). Exemplos de estressores: desprezo amoroso; dor e mágoa; luz forte; níveis altos de som; eventos: nascimentos, mortes, guerras, reuniões, casamentos, divórcios, mudanças, doenças crônicas, desemprego, amnésia; 27 responsabilidades: dívidas não pagas e falta de dinheiro; trabalho/estudo: intimidação (bullying), provas, tráfego lento, prazos pequenos para projetos; relacionamento pessoal: conflito e decepção; estilo de vida: comidas não saudáveis, fumo, alcoolismo, insônia; exposição de stress permanente na infância (abuso sexual infantil). A causa do stress geralmente envolve algum tipo de mudança ou alteração na sua vida. Enfrentar um divórcio ou período de luta, transferência de cidade ou de departamento no trabalho, até mesmo uma promoção; problemas de relação familiar, insatisfação na carreira, preparar-se para o vestibular ou para um teste importante, são todas situações estressantes que, caso não sejam lidadas de forma adequada, podem afetar sua saúde temporariamente (e ter efeitos a longo prazo). O stress pode ser originado de fontes externas e internas. As fontes internas estão relacionadas com a maneira de ser do indivíduo, tipo de personalidade e seu modo típico de reagir à vida. Muitas vezes, não é o acontecimento em si que possa ser estressante, mas a maneira como é interpretado pela pessoa. Os estressores externos podem estar relacionados com as exigências do dia a dia do indivíduo como os problemas de trabalho, familiares, sociais, morte ou doenças de um filho, perda de uma posição na empresa, não concessão de um objetivo de trabalho, perda de dinheiro ou dificuldades econômicas, notícias ameaçadoras, assaltos e violências das grandes cidades. Muito frequentemente, o stress ocorre em função da ocupação que a pessoa exerce. A Qualidade de Vida pode ser medida em função da capacidade que cada indivíduo tem de gerar bem-estar, com base nas diferentes formas de manifestação de seus estresses. Ao conceituar Qualidade de Vida desta forma, atribui-se valor à capacidade do indivíduo de se auto-regular, no que se refere ao monitoramento e gerência de suas situações estressantes. Esse conceito também evidencia a multiplicidade de efeitos que os fatores estressantes trazem para os indivíduos, Outro fator importante desta conceituação de qualidade de vida é a capacidade que o indivíduo tem de gerar bem-estar, se seus estresses, obviamente, forem monitorados a contento. 28 Os sintomas do stress são indefinidos e ao mesmo tempo abrangentes, podem ir desde uma dor de cabeça, distúrbios do sono, irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular à dificuldades respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas cardíacos e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico. Entre inúmeras causas emocionais do stress no ambiente de trabalho e na vida pessoal, podemos citar basicamente três principais: alto padrão de exigência pessoal, medo e frustração. Divididos entre obrigações e vida pessoal, muitos profissionais se ressentem de não ter tempo para a família, lazer e saúde, e se “apavoram” quando começam a perceber e sentir os sinais de stress em seu corpo, decorrente da agitação, pressões, cobranças. Os profissionais vivem hoje sob contínua pressão, sendo o tempo todo cobrado não só no trabalho como também na vida de uma maneira geral. Os sintomas físicos do stress mais comuns são: fadiga, dores de cabeça, insônia, dores no corpo, palpitações, alterações intestinais, náusea, tremores e resfriados constantes. Outros sintomas são apresentados através do pensamento que podem ser representados de forma compulsiva e obsessiva, levando em consideração a angústia e a sensibilidade emocional, tornando o sujeito agressivo e violento. No entanto, os fatores que geram os sintomas depressivos podem estar relacionados ao stress. Os fatores são: ruído, alterações do sono, sobrecarga, falta de estímulos, mudanças determinadas pela empresa e mudanças devido a novas tecnologias. a) Ruído: o ruído excessivo pode levar ao stress, provocando irritações, reduzindo o poder de concentração, principalmente nas atividades que apresentam certo grau de complexidade, o que afetará o desempenho do indivíduo, levando a fadiga física, podendo também alterar suas funções fisiológicas, como o sistema cardiovascular. b) Alterações do sono: ocorre através dos trabalhos que são realizados em turnos alterados. Fazendo com que aumente o desgaste do trabalhador, 29 afetando seu desempenho, pois a sensação de cansaço e sono é maior quando estão acordados, provocando reações no corpo, fazendo alterações tanto na vida familiar e social do indivíduo. Vale ressaltar que o bruxismo e o sonambulismo também estão ligados ao distúrbio do sono, devido ao stress que sofrem no trabalho. c) Sobrecarga: a sobrecarga de tarefas no trabalho é considerada como um dos motivos que leva ao stress no ambiente de trabalho. Isso ocorre devido às exigências que são impostas no ambiente e que sempre ultrapassam o limite de capacidade de adaptação. Os quatro fatores que resultam na sobrecarga no trabalho são urgência no tempo; responsabilidade excessiva; falta de apoio; expectativas contínuas de nós mesmos e daqueles que estão a nossa volta. d) Falta de estímulos: a falta de estímulos no trabalho poderá ocorrer quando as tarefas se tornam repetitivas, não tendo certo grau de importância, resultando em um profissional altamente estressado e desmotivado com o seu trabalho. Com relação às doenças, o profissional poderá sofrer ataques cardíacos. São muitas as causas do estresse no local de trabalho. Pesadas cargas de trabalho, pressões excessivas, demissões e reestruturação organizacional, além das condições econômicas, entretanto, são identificadas como fatores básicos do estresse do funcionário. Desentendimentos com gerentes ou colegas de trabalho são causa comum de distresse, juntamente com pouca ou nenhuma informação sobre como um cargo esta sendo desempenhado, falta de comunicação no trabalho e falta de reconhecimento por um trabalho bem feito. Mesmo pequenas irritações, como a falta de privacidade, música desagradável, barulho excessivo, entre outras condições, podem ser estressantes a uma ou outra pessoa. O esgotamento é o estágio mais grave do estresse. Na carreira, ocorre em geral quando uma pessoa começa a questionar os próprios valores. Em termos simples, o indivíduo não sente mais que está fazendo algo importante. A depressão, a frustração e a perda de produtividade são sintomas de esgotamento. O esgotamento deve-se à falta de realização pessoal no trabalho 30 ou á falta de feedback positivo sobre o desempenho. Aqueles que trabalham excessivamente sentem-se esgotados quando se propõem metas de trabalhos não realistas e, portanto, inatingíveis. 31 CAPÍTULO III COMBATE, DIMINUIÇÃO, CONTROLE DO STRESS A primeira medida a ter em conta, perante uma situação de stress, é fazer todo o possível para não se entregar ao problema. Não se trata de levar uma vida de renúncia; está comprovado que a repressão sistemática provoca stress e leva a situações de depressão. Se alguém deseja ser o primeiro no emprego e sofre de stress, a solução não está em trabalhar menos ou deixar de lutar pelos seus objetivos, isso ainda iria provocar mais stress. Deve racionalizar a sua atitude em função dos seus desejos. Nunca vai conseguir ser o primeiro, se as suas ansiedades o fazem pagar um preço excessivamente alto, ficando com uma saúde deficiente, que o impede de conseguir realizar os seus propósitos. É imprescindível descarregar a tensão diária que se vai acumulando. Não se trata de gritar ou dar murros nas paredes. O ideal é descarregar as tensões de forma racional, através de desporto, do esforço físico progressivo e regular. De fato, um exercício muito simples, mas muito eficaz, é passear, distrai e exercita os músculos, libertando tensões acumuladas. É fundamental que o indivíduo tenha sonhos na vida, que marque objetivos, tanto a nível pessoas como profissional. Mas há que ter em conta que, para alcançá-los, não tem de levar à sua frente tudo o que lhe impede o caminho, deve considerar que existe a possibilidade de alcançar os objetivos com ordem e tirar deles satisfação pessoal, que não envolve necessariamente a satisfação material. Uma pessoa tem de ser capaz de criar novas ilusões e aproveitar de forma diferente os elementos com que pode contar. Praticando um desporto que exija esforço físico, regular (pelo menos trinta minutos, três vezes por semana). Isso vai ajudar a descarregar as tensões acumuladas e o corpo poderá voltar a equilibrar-se. Existem diversas maneiras de tratar, aliviar ou administrar o stress, dentre as principais, podemos citar: a) Terapias cognitivas e comportamentais: trata-se de um trabalho feito por psicólogos que visa orientar o indivíduo sobre a melhor maneira de 32 administrar o stress e os fatores estressores, administrar conflitos e resolver problemas. b) Técnicas de relaxamento, como a meditação, por exemplo. c) Práticas de atividades físicas regulares. d) Ter uma alimentação saudável. e) Oficinas de stress para o ambiente de trabalho. f) Em alguns casos, por determinado período, o uso de medicamentos pode ser necessário. Nesses casos, o médico deve ser sempre procurado. Tratamentos convencionais a) Remédios: somente um profissional poderá indicar o melhor remédio para cada caso, porém os mais utilizados são: calmantes, antidepressivos entre outros. b) Alimentação: durante o processo de stress, o organismo perde muitas vitaminas e nutrientes, portanto para repor essa perda é recomendado comer muitas verduras e frutas, pois são ricas em vitaminas do complexo B, vitamina C, magnésio e manganês. Brócolis, chicória, acelga e alface são ricos nesses nutrientes. O cálcio pode ser reposto com leite e seus derivados. c) Atividade física: qualquer atividade física proporciona benefícios ao organismo melhorando as funções cardiovasculares e respiratórias, queimando calorias, ajudando no condicionamento físico e induzindo a produção de substâncias com caráter relaxante e analgésico, como a endorfina. A atividade física mais eficaz é a natação, pois além de obter todos os benefícios do esporte, tem menores riscos de lesão. Tratamentos não convencionais Medicina alternativa consiste em tratamentos não convencionais, ou seja, não há uso de remédios ou cirurgia. Entre estes tratamentos alternativos podem ser citados: fitoterapia, acupuntura, cromoterapia, reike, entre outros. Alguns deles não são aceitos na comunidade científica ou por médicos. Apesar disto, em algumas pessoas estes tratamentos podem ter um efeito placebo. Esse efeito consiste em uma modulação psíquica do sistema imunológico. 33 a) Fitoterapia: é um tratamento feito com plantas. Apesar de natural, dependendo da dose, pode causar intoxicação. Algumas plantas recomendadas para o combate ao stress são: melissa, rosa branca, valeriana, maracujá. b) Acupuntura: técnica chinesa que consiste em aplicações de agulhas em locais específicos do corpo estimulando neurônios que ativam vários sistemas, como endócrino e o imunológico. Isto tem como resultado uma melhora geral do corpo. c) Reike: técnica japonesa que consiste em reequilibrar a energia do corpo. As trocas de energias são feitas entre as mãos e pontos energéticos específicos (xácaras). d) Massagem: há várias técnicas de massagem, dentre elas podem ser citadas shiatsu, quick massage, dentre outras. Todas as técnicas de massagem tentam promover um equilíbrio físico, mental e energético. e) Dança Bioenergética: através de movimentos de expressão corporal, cria-se um processo de harmonia com o corpo, mente e espírito. f) Aromaterapia: tratamento feito a base de odores. Alguns doces causam prazer ajudando a restabelecer a saúde. g) Cromoterapia: tratamento feito com cores. As ondas eletromagnéticas que as cores emitem, ativam a imaginação, trazendo uma reação positiva ao organismo. As cores indicadas para o stress são: verde, violeta e azul. Ficou provado que a vida profissional é um grande estímulo para muitas pessoas, mas não deve ser o único objetivo ou razão de viver. Todas as pessoas devem ter muitas metas, sem se limitarem às que giram em redor da sua vida profissional (no caso do trabalhador, o trabalho; no caso do estudante, os estudos; no caso da dona de casa, os seus filhos e a casa). Resumindo em poucas palavras: tem de se fazer tudo para ser feliz, diversificando as nossas atividades, complementando-as. É imprescindível a comunicação com aqueles que estão ao redor, despojar os problemas e tensões do dia a dia e, ao mesmo tempo, partilhar os bons e os maus momentos. 34 As pessoas necessitam de libertar tensões e recarregar as pilhas. Aproveite o tempo livre. Utilize-o da melhor maneira e não pense que a solução está em dormir, para recuperar energias e enfrentar uma nova semana de trabalho. O ideal é que a pessoa ache algum tipo de relaxamento para tentar amenizar a situação. Isso inclui passeios de final de semana, conversar com amigos, viajar por um período, dormir à mais no domingo, comer algo que esteja com vontade. Esse é o tratamento superficial para o stress, por tentar distrair a pessoa daquilo que a está deixando nervosa, podendo passar logo após a resolução do problema. Só se torna algo patológico realmente quando afeta para além do superficial a vida do indivíduo. Isso inclui, por exemplo, não conseguir ir ao trabalho devido a uma dor muscular ou afastar-se das pessoas, evitando contato social. Nesse caso, é preciso acompanhamento médico para descobrir as razões do stress e resolvê-la aos poucos, ao mesmo tempo em que tratando as manifestações corporais. Alguns hábitos que devem ser evitados na hora do stress: fumar, beber ou comer em excesso; usar remédios supostamente relaxantes; adiar as tarefas que precisam ser feitas; dormir em excesso; transferir seu stress para pessoas ao seu redor (com explosões comportamentais e ataques de raiva, por exemplo). Tudo isso pode parecer que ajuda no momento, mas apenas prejudica a longo prazo, e não evita confrontar o problema eventualmente. Algumas atividades que podem diminuir o seu stress, bem como melhorar sua qualidade de vida: praticar regularmente esportes, fazer yoga ou pilates; arranjar um hobby (fotografia, artesanato, leitura matinal, jogar cartas); fazer novas amizades (participar de um grupo, como clube do livro, participação em entidades de caridade, entre outros). Existem quatro formas de se tentar acabar com o stress antes que ele surja (diga não, evite ao máximo ficar perto de pessoas estressantes, tenha controle sobre o seu trabalho), alterar a situação estressante (através de uma conversa aberta e sincera com o restante dos envolvidos, organize o seu tempo), adapta-se ao que está te estressando (ajuste seus padrões de 35 exigência ou perfeccionismo, foque-se no positivo das situações) e aceite que não pode mudar algumas coisas (pare de tentar obter o controle sobre tudo e todos, pois isso é impossível, siga em frente mesmo que a situação te incomode). É importante tentar evitar o stress. Se isto não for possível, é necessário interromper sua sequência mudando alguns de seus hábitos, como: alimentar-se de maneira saudável e em períodos regulares; reavaliar suas atividades e modo de pensar; não fazer uso de tranquilizantes sem orientação médica; evitar o fumo, café e bebidas alcoólicas; manter, pelo menos, uma atividade física periódica, com orientação médica; administrar seu tempo realizando uma atividade por vez; programar e tirar férias anuais; criar e manter atividades de lazer; dormir o suficiente para o seu descanso; resolver os problemas de forma racional, encarando-os positivamente; delegar atividades e aprender a trabalhar em grupo; procurar ser mais compreensível e menos exigente; manter a mente alerta e o corpo relaxado; desenvolver um bom relacionamento interpessoal; procurar conhecer seu organismo e respeitá-lo, não ultrapassando seus limites; buscar sua paz interior; melhorar a qualidade de sua vida. Uma das principais atitudes de combate é “saber lidar com as diferenças de personalidade” no ambiente de trabalho. Muitas pessoas têm medo de ensinar o serviço para o colega de trabalho, temendo perder espaço na empresa. Porém, a melhor atitude neste caso é procurar “somar competências”, buscando manter-se constantemente atualizado dentro de sua área, podendo assim superar esta insegurança. O combate ao stress pode também estar na prática de diversas formas de relaxamento e terapias, como ioga e acupuntura, como também, adotar o hábito de praticar alguns hobbies. Outro fator que o executivo deve também se ater na busca de uma melhor qualidade de vida não só no trabalho, como fora dele, é sempre procurar ter atitudes preventivas. Perceber o mundo de forma positiva. Criar uma atmosfera de entusiasmo e harmonia. Mudar para melhor. Ter paixão pelo que se faz. Repensar as prioridades da vida. Aproveitar a empresa para 36 crescer. Equilibrar razão e emoção. Fazer mais concessões para si. Ter maior flexibilidade para lidar com as diferenças. Ter um bom relacionamento familiar e com os amigos. Planejar desde já o seu projeto de vida. Segundo Lipp (2005), para controlar o estresse o indivíduo deve seguir algumas recomendações: a) Ter uma boa alimentação repondo energias, vitaminas e nutrientes nos momentos de maior estresse. b) Atividade física regular: deve ser feita de forma a se tornar um hábito. Quando a pessoa se exercita por 30 minutos ou mais o organismo produz uma substância chamada “beta endorfina” que produz uma sensação de tranqüilidade e bem estar. c) Relaxamento: quando as pessoas estão tensas precisam de momentos de descanso para a recuperação do organismo. O relaxamento ajuda a eliminar o excesso de adrenalina produzida e restabelece a homeostase interna do organismo. d) Estabilidade emocional: é importante manter uma atitude positiva perante a vida, procurando ver sempre o lado bom das coisas. e) Qualidade de vida: por qualidade de vida entende-se o viver que é bom e compensador em pelo menos quatro áreas: social, afetiva, profissional e a que se refere à saúde. Para que a pessoa possa ser considerada como tendo uma boa qualidade de vida, torna-se necessário que ela tenha sucesso em todos esses quadrantes. 37 CONCLUSÃO O estudo buscou investigar o quanto o gerenciamento do stress pode influenciar positivamente na promoção da saúde dos empregados, melhorando a qualidade de vida no trabalho, e assim gerando maior produtividade ou o quanto o gerenciamento do stress não influencia a promoção da saúde dos empregados, não melhora a qualidade de vida no trabalho e não contribui para o aumento da produtividade. Baseado em alguns autores, conclui-se que, o Stress é desencadeado por diversos fatores tais como: irritabilidade, cansaço, baixa auto-estima, menor produtividade, entre outros. As organizações precisam prestar atenção nestes sintomas em seus funcionários para que possa tratá-los de forma adequada, prevenindo assim maiores consequências, tanto para o colaborador quanto para o desempenho da organização. É importante ressaltar que pode ser feito um trabalho de prevenção, através de consultas médicas, psicológicas, periódicas, pois o problema pode ser tanto físico, quanto psicológico, recomendar exames e ter um acompanhamento familiar faz-se necessário. Desta forma têm-se trabalhadores mais dedicados, felizes com o trabalho, com maior desenvolvimento, interação com os colegas, diminuição dos conflitos, e obtêm-se mais resultados eficazes e satisfatórios para todos. Não existe qualidade de vida no trabalho se as condições em que se trabalha não permitem viver em nível tolerável de stress. Se, atualmente, é impossível evitar fatores estressantes, pois eles fazem parte da modernidade, do progresso, é possível aprender e/ou desenvolver formas adequadas para lidar com esses fatores, evitando as doenças do stress. A principal atitude ainda é um alerta ao modo de viver e de trabalhar com as vivências e com as emoções que a vida proporciona. Deve-se reformular a vida, procurando reduzir as áreas geradoras de stress e providenciando as necessárias mudanças no modo de viver. O controle dos agentes estressores é condição primordial para o bom desempenho profissional, bem como para a melhoria da qualidade de vida. 38 Não existe uma receita pronta para lidar com o stress, ele pode se manifestar de várias formas nas pessoas, portanto, depende de cada um de nós desenvolvermos formas e alternativas que possam gerar o autocontrole, autoconfiança e conscientização, isso requer esforço e dedicação depois de desenvolvidos esses requisitos, os mesmos servirão como mecanismo de defesa do próprio organismo. As cobranças constantes que ocorrem no ambiente de trabalho, faz com que o trabalhador apresente o stress quando seu desempenho profissional passa a ser insuficiente, levando-o a insatisfação com a sua atividade. Atualmente o stress não é visto apenas como prejudicial ao trabalhador, mas principalmente à organização que despendem altos custos em absenteísmo, acidentes, doenças, conflitos, abandono e desinteresse, verificado em todos os níveis de trabalho. A ocorrência do stress está associada à presença de dois componentes básicos: exigência e capacidade. Exigências condicionadas ao meio externo e exigências internas relacionando-se com metas, valores individuais e expectativas de estilo de vida. O stress é vivido no trabalho a partir da capacidade de resolver ou não as situações conflitantes. Há necessidade do estabelecimento de um equilíbrio a ser obtido entre as exigências profissionais e a capacidade do indivíduo em cumpri-las. O stress talvez represente a melhor medida do estado de bem-estar obtido ou não pelo indivíduo. A qualidade de vida no trabalho aparece expressa em cada indivíduo, mediante suas diferentes manifestações de stress. Quando o equilíbrio existir, estará presente também o bem-estar e a satisfação. Combater o stress não é uma tarefa fácil. Muitas vezes iremos precisar da ajuda de familiares, amigos e colegas de trabalho, principalmente quando a resolução de um fator estressor depende do envolvimento de várias pessoas. Diante disto, a melhor forma de lidarmos com tais situações de stress é adotarmos hábitos de vida saudáveis com uma boa dieta e a prática de atividades físicas regulares, de forma a preparar melhor nosso organismo para os desafios do dia-a-dia. 39 Diante de tantas obrigações do dia-a-dia, fica difícil encontrar tempo para prestar atenção na saúde. O resultado desse amontoado de compromissos é um só: o stress, que em decorrência desse tipo de trabalho pode impactar na maneira como o indivíduo se comporta socialmente, podendo torná-lo agressivo. O stress no trabalho provoca sérias consequências para a empresa e para o trabalhador. Entre essas consequências, estão a ansiedade, depressão, angústia e consequências físicas como doenças gástricas e cardiovasculares, dores de cabeça, nervosismo e acidentes de trabalho. E para a empresa o stress afeta atingindo negativamente na quantidade e qualidade do trabalho, na rotatividade e predisposição a queixas, reclamações e até greves. O stress não é uma doença individual e não afeta apenas a vida privada das pessoas, porém sua prevenção e seu tratamento devem estar em uma escala de suficiente importância, a fim de solucionar um problema que caracteriza nossa era. Reconhecer que as frustrações e as tensões cotidianas são inevitáveis em nossa vida é um dos primeiros princípios para dominar o stress. Algumas pessoas acreditam que eliminando o stress de sua vida, se sentirão mais felizes e relaxadas, entretanto, esta ideia não é realista. Desenvolver habilidades para interpretar de forma positiva as situações que levam o stress é uma das condições básicas para gerenciar o nível de stress. O objetivo do controle do stress é possibilitar ao indivíduo um desempenho máximo, sem efeitos colaterais, como problemas cardiovasculares, musculares e emocionais. O bem-estar do indivíduo é de fundamental importância para a sua vida particular e para a sua capacidade em realizar o seu trabalho. O ambiente de trabalho, bem como o trabalho em si, deve ser realizado em condições que ajudem a promover a saúde, o equilíbrio físico e psíquico, evitando acidentes, doenças ocupacionais, monotonia e stress. A qualidade de vida pode ser medida em função da capacidade que cada indivíduo tem de gerar bem-estar, com base nas diferentes formas de manifestações de seus estresses. Ao conceituar qualidade de vida desta forma, 40 atribui-se valor à capacidade do indivíduo de se auto-regular, no que se refere ao monitoramento e gerência de suas situações estressantes. Esse conceito também evidencia a multiplicidade de efeitos que os fatores estressantes trazem para os indivíduos. Outro fator importante desta conceituação de qualidade de vida é a capacidade que o indivíduo tem de gerar bem-estar, se seus estresses, obviamente, forem monitorados a contento. A qualidade de vida no trabalho é uma compreensão abrangente e comprometida das condições de vida no trabalho, que inclui aspectos de bemestar, garantia da saúde e segurança física, mental e social, e capacitação para realizar tarefas com segurança e bom uso de energia pessoal. Não depende só de uma parte, ou seja, depende simultaneamente do indivíduo e da organização, e é este o desafio que abrange o indivíduo e a organização. Ter ambiente saudável, empregados felizes e um bom clima entre as pessoas, programas para redução do stress e melhoria da qualidade de vida do empregado, faz com que os impactos que o stress produz nos indivíduos seja reduzido, aumentado sua satisfação pessoal e profissional, trazendo ganhos tanto para o trabalhador quanto para organização. 41 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BOHLANDER, George et al. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento Organizacional: A dinâmica do sucesso das organizações. Rio de Janeiro. 2 ed. Elsevier Editora Ltda. 2005. FRANÇA, Ana Cristina L.; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho: guia básico com abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas, 1997 LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Pesquisa sobre Stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco. Ed. Papirus: São Paulo, 1996. 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