RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DIFICULDADES ENFRENTADAS POR ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Adlane Florentino Félix de Azêvedo, Centro Integrado de Tecnologia e Pesquisa ([email protected]) Rogéria Gaudêncio do Rêgo, Universidade Federal da Paraíba ([email protected]) Resumo: No presente trabalho de pesquisa, analisamos as dificuldades enfrentadas pelos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal da cidade de João Pessoa ao trabalharem com a resolução de problemas matemáticos. Adotamos como principais referenciais teóricos Smole, Diniz e Pozo, que realizaram pesquisas sobre as formas de desenvolvimento do ensino da matemática e das demais matérias através da resolução de problemas, mostrando as contribuições dessa temática para o desenvolvimento escolar e social dos alunos. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa a observação das aulas, a análise dos cadernos e livros dos alunos e a aplicação de situações problemas pela professora. Constatamos durante as observações e análise das atividades aplicadas que os alunos não conseguem interpretar sozinhos as questões propostas e não identificam a operação que deve ser realizada para obtenção dos resultados. Além disso, apresentam dificuldades na resolução dos cálculos, não dominando os procedimentos algorítmicos relativos às quatro operações com números naturais. Palavras-chave: Resolução de Problemas; dificuldades de aprendizagem; domínio de procedimentos. INTRODUÇÃO Nosso interesse pelo tema desta pesquisa, a qual foi desenvolvida como Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), surgiu a partir de nossa experiência com aulas de reforço escolar para alunos do Ensino Fundamental II, na área de Matemática, a partir das quais pudemos constatar a enorme dificuldade que tinham de interpretação dos problemas e na 1 identificação da(s) operação(ões) a ser(em) utilizada(s) para resolvê-los. A prática comum era sempre de nos questionarem sobre qual operação deveria ser realizada para chegarem à solução do problema, antes de tentarem compreender o que estava sendo pedido ou de pensar em alguma estratégia de resolução, além de julgarem a disciplina desnecessária para sua vida social. Diversos mitos são incorporados por muitos professores e alunos ao se referirem à Matemática, como cita Pozo (1998), a partir do que foi proposto por Schoenfeld, em 1992. Os problemas matemáticos têm uma e somente uma resposta correta; Existe somente uma forma correta de resolver um problema matemático e, normalmente, o correto é seguir a última regra demonstrada em aula pelo professor; Os estudantes “normais” não são capazes de entender Matemática somente podem esperar memorizá-lo e aplicar mecanicamente aquilo que aprenderam sem entender; Os estudantes que entenderam Matemática devem ser capazes de resolver qualquer problema em cinco minutos ou menos; A Matemática ensinada na escola não tem nada a ver com o mundo real; As regras formais da Matemática são irrelevantes para os processos de descobrimento e de invenção (POZO, 1998, p.46). A possibilidade de realizar os Estágios Supervisionados da grade curricular da Licenciatura em Pedagogia e participar do Projeto de Apoio Pedagógico, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Educação do Município de João Pessoa, nos proporcionou a possibilidade de verificar de modo amplo, e não mais na perspectiva da experiência pessoal, as dificuldades que os alunos da rede enfrentam para resolver problemas matemáticos. Observamos que tal fato não se restringe apenas aos alunos do Ensino Fundamental, mas envolvem os professores desse mesmo nível de escolaridade, que direcionam o trabalho com a Matemática para a realização de cálculos diretos por meio de algoritmos e do estudo de tabuadas. Deixam para segundo plano o trabalho com a resolução de problemas matemáticos e a reflexão sobre a relação entre essa capacidade e a compreensão do sistema de numeração decimal e outros importantes elementos do currículo, como proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (PCN). 2 Apesar das inúmeras pesquisas já realizadas sobre o ensino-aprendizagem, ainda é muito difundida em nossa sociedade uma educação mecânica, acerca da qual foram formuladas várias críticas, demonstrando os prejuízos que esse tipo de educação proporciona aos alunos, como o fez Paulo Freire (1980) ao classificar a educação sem reflexão crítica de “educação bancária”. Assim, considerando os aspectos apontados nos parágrafos anteriores, focamos nosso projeto de pesquisa na análise do trabalho realizado em sala de aula, relativo à leitura, interpretação e resolução de problemas matemáticos por alunos do 3º ano do Ensino Fundamental, em uma escola municipal de João Pessoa. Observamos ainda como as aulas de Matemática são desenvolvidas; com que frequência os educandos têm contato com problemas e qual a forma de proposição e correção realizadas pela professora envolvida na pesquisa, considerando as maneiras encontradas pelos alunos para resolver as situações problema. Pretendemos, com nossa pesquisa, contribuir para uma melhor compreensão do fenômeno que abordamos, uma vez que são muitas as dificuldades enfrentadas pela maioria dos alunos ao se depararem com problemas matemáticos. Destacamos para os educadores, no texto, a necessidade de buscar sempre entender as diversas maneiras que seus alunos encontram para resolver as situações problema, quebrando o “hábito” de pensar que na Matemática só há uma única forma de encontrar uma solução para cada questão proposta. Deste modo, traçamos objetivos gerais e específicos para nortearem nossa investigação. Nosso objetivo central foi analisar o desenvolvimento do trabalho com a leitura, interpretação e resolução de problemas matemáticos, envolvendo alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. Para concretizar nosso objetivo geral, realizamos os seguintes objetivos específicos: • Realizar estudos teóricos, de modo a nos situarmos em relação ao universo do tema escolhido; Considerando o levantamento de dados: • Verificar como e com que freqüência os problemas matemáticos são trabalhados em sala de aula pela professora; • Analisar os tipos de problema que a professora explora em sala de aula; 3 • Analisar as fontes de consulta utilizadas pela professora para a seleção de problemas matemáticos a serem propostos para os alunos; • Identificar as principais dificuldades encontradas pelos educandos em relação aos problemas matemáticos propostos (envolvendo três operações aritméticas, a soma, subtração e multiplicação com números naturais). A pesquisa realizada foi de natureza qualitativa e se tratou de um estudo etnográfico, pois buscamos entender e descrever com maior profundidade como se dá o trabalho com problemas matemáticos com os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental e como eles lidam com a resolução de problemas no cotidiano, realizando constantes observações e interações com as pessoas que foram investigadas. O presente trabalho foi realizado sob uma perspectiva qualitativa e etnográfica porque busca entender a interação dos sujeitos com o meio em que vivem, observando a influência desse meio no desenvolvimento de sua aprendizagem e comportamento, analisando, além disso, seus valores culturais. Em nossa pesquisa empregamos as seguintes técnicas qualitativas: a observação das relações interpessoais contidas na sala de aula; o desenvolvimento do ensino presente nesse contexto, registrando todos os processos utilizados pela professora em cada aula ministrada e, conseqüentemente, as reações dos alunos diante dos novos conhecimentos expostos. Realizamos o levantamento de dados de nossa pesquisa em uma escola Municipal de João Pessoa, a partir da convivência realizada no período de julho a setembro de 2009, com visitas em três dias por semana, observando e aplicando as intervenções nos quarenta minutos de algumas das aulas nas terças, quintas e sextas, que eram os dias destinados à aula de Matemática. A escola está localizada na periferia da cidade de João Pessoa, e quase todos os seus alunos são provenientes de uma comunidade carente e marcada por um alto índice de violência. Seus professores e funcionários administrativos não são da comunidade, apesar de morarem em bairros próximos a ela. A maioria dos alunos da turma na qual realizamos a pesquisa apresenta grandes problemas com a leitura, escrita e interpretação, bem como dificuldades em resolver cálculos e problemas matemáticos. 4 A professora é formada em Pedagogia por uma instituição privada de ensino superior da cidade de João Pessoa, lecionando há mais de oito anos, dentre os quais o corrente ano é o primeiro no qual ela atua em uma instituição pública, embora ainda atue em uma escola da rede privada de ensino da cidade. A mesma mantém uma relação de respeito e interação com seus 26 educandos. Utilizamos como instrumento de pesquisa, entre outros, nosso Caderno de Campo, produzido na observação de aulas de Matemática, com o intuito de registrar, para posterior análise, como a aula era desenvolvida, se havia a participação dos alunos e como se dava a interação entre professor-aluno e aluno-aluno. No Caderno de Campo registramos como ocorriam as aulas; as dúvidas que os alunos demonstravam em relação a alguns assuntos que já haviam sido estudados durante o ano letivo; a relação deles com a professora; e as perguntas feitas por eles durante as aulas de Matemática. Ainda, como fonte auxiliar de dados que nos permitissem identificar as principais dificuldades vivenciadas pelos alunos relativas à resolução de problemas, realizamos a aplicação de problemas matemáticos que elaboramos com base nos princípios sugeridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática. RESULTADOS E DISCUSSÕES Realizamos o levantamento de dados de nossa pesquisa no período de julho a setembro de 2009, com três visitas semanais à Escola, inicialmente observando elementos relativos às aulas de Matemática na sala de aula do 3º ano do Ensino Fundamental. A professora sugeriu a seguinte questão: - Lidiane comprou 7 pirulitos e Alane comprou o triplo. Quantos pirulitos Alane comprou? Na correção do problema a professora percebeu que alguns alunos haviam colocado apenas o resultado encontrado, e a mesma afirmou que a resposta precisa estar completa, que apenas o número não representa nenhuma relação com o problema resolvido, tendo que conter os dados do problema e o cálculo realizado. Os alunos apresentaram muitas dificuldades na leitura dos problemas expostos na lousa, o que demonstrava o pouco entendimento da língua materna, uma vez que os enunciados eram simples e não continham palavras pouco usuais. 5 A professora em nenhum momento trabalhou a autonomia dos seus alunos para resolução desses problemas, pois a mesma sempre indicava qual seria a forma “correta” de resolver os problemas sugeridos durante as aulas, impossibilitando que eles desenvolvessem um entendimento sobre o que está sendo realizado, fazendo com que os mesmos apliquem mecanicamente o que foi trabalhado durante a aula, sem fazer nenhuma reflexão sobre o que foi resolvido. Para Smole e Diniz (2001), a resolução de problemas deve representar uma situação de conflito para os alunos, onde os mesmos busquem os mecanismos necessários através de suas criatividades e entendimentos para se chegar ao resultado esperado, desenvolvendo assim sua reflexão crítica. No decorrer das observações, a professora reservou uma aula para explicar a necessidade de se “usar a multiplicação para facilitar a vida das pessoas, explicando que a multiplicação representa muitas somas, e utilizá-la facilita a resolução de muitas contas”, afirmando que: “a matemática é uma conta exata com um único resultado.” Durante todas as observações realizadas, pudemos constatar que a professora não utilizou em nenhum momento o livro didático adotado pela escola. Ao ser questionado o motivo que a levava a não usar o material, ela alegou que o mesmo não prestava. Como fonte de consulta para as atividades e os assuntos ministrados em sala de aula, a professora faz uso de outras bibliografias e algumas adaptações de materiais que ela usa na rede de ensino privado onde trabalha. A análise dos cadernos dos alunos foi realizada com o intuito de observar com que frequência antes de ser desenvolvida a pesquisa os mesmos tiveram contato com problemas matemáticos. Em razão da dificuldade de tirar cópia dos seus cadernos, por serem utilizados diariamente, só foi possível realizar registros da frequência em que aparecem o assunto abordado nessa pesquisa e alguns conteúdos trabalhados em sala de aula. O que pudemos observar durante a análise dos cadernos dos estudantes, é que a professora propõe problemas apenas após a explicação de determinado conteúdo e os problemas são convencionais, não desenvolvendo o raciocínio de seus educandos. O trabalho centrado exclusivamente na proposição e na resolução de problemas convencionais gera nos alunos atitudes inadequadas frente ao que significa aprender e pensar em matemática (SMOLE e DINIZ, 2001, p.99). 6 Durante a pesquisa aplicamos três conjuntos de problemas matemáticos, propostos na mesma estrutura dos apresentados no livro texto adotado na Escola, com o objetivo de entender como os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental desenvolviam o entendimento e a resolução das questões propostas e quais as dúvidas mais presentes. A organização dos problemas com espaços para os cálculos e as respostas foi proposta pela professora, pois, segundo ela, os alunos são acostumados a resolverem problemas dessa maneira. Os primeiros problemas propostos foram: - Numa Festa de aniversario havia 20 adultos e 35 crianças. Quantas pessoas tinham na festa? - Em uma barraca de cachorro quente, o dono fez 39 cachorros quentes. Foram vendidos 25. Quantos cachorros ficaram sem vender? - Em um campeonato de bolas de gude, Lucas começou com 30 bolas. Ele ganhou 16 bolas. Quantas bolas ele tem agora? - Julia ganhou uma caixa com 49 xuxas. Ela deu 15 para suas amigas. Quantas xuxas ele tem agora? Durante a aplicação das primeiras questões, a professora realizou a leitura dos enunciados, pois, segunda ela, os alunos não iriam conseguir resolver os problemas propostos sem que ela os lessem. A leitura da professora visava facilitar a compreensão, mostrando a prática desenvolvida por ela em sala de aula. Mesmo realizando a leitura dos enunciados, muitos alunos realizaram perguntas do tipo: - Que cálculo deve ser realizado? Mostraram ter dificuldade para realizar adições e subtrações “não simples”, ou seja, que exigem que eles tenham compreensão sobre unidades e dezenas e cálculos com reserva. Alguns alunos apresentaram dificuldades em realizar o cálculo correspondente ao sinal utilizado na construção da resolução, mostrando não terem o entendimento sobre o uso da reserva, o que indica a falta de compreensão do procedimento algorítmico e a falta de contato com problemas que exigem que eles analisem sobre que operação deve ser realizada. Neste caso, a operação não foi explicitada no enunciado, nem indicada pela professora. 7 A maioria dos alunos resolveu os problemas armando as contas, ou seja, usando o algoritmo correspondente. Apenas um aluno usou o recurso das bolinhas para realizar uma subtração, mas apagou deixando apenas o resultado do problema. Não foram observadas outras formas de resolução dos problemas além da armação das contas e do uso de bolinhas, o que pode ser resultado da falta de incentivo por parte da professora para que os alunos desenvolvam a criatividade e a reflexão sobre o que estão resolvendo, rompendo com a concepção de que os resultados corretos dos problemas matemáticos se resumem a montagem e resolução dos cálculos corretamente. O segundo conjunto de questões, numeradas de 5 a 7, tinha os seguintes enunciados: - Se Eduardo tem 52 balas e ele quer chegar nas 66 de José. Quantas balas Eduardo têm que conseguir? - Em um campeonato de futebol o Fluminense tinha alguns pontos. No decorrer do campeonato ele ganhou 12 e, depois ganhou 17. O que aconteceu com a quantidade de pontos do Fluminense? - No inicio do torneio de vôlei de praia a dupla, Ricardo e Emanuel, tinham algumas vitórias. No decorrer do torneio perderam 16 partidas e ganharam 9. O que aconteceu com a pontuação da dupla no fim do torneio? Dos quinze estudantes que realizaram o segundo conjunto de questões, apenas dois resolveram a primeira corretamente. Nove alunos resolveram realizando adições no lugar da subtração, mostrando não terem entendido o problema proposto e dos outros seis alunos, cinco não resolveram corretamente a subtração. Quanto à segunda questão da lista, sete alunos acertaram e oito alunos erraram as respostas. Os erros mais constantes estavam relacionados ao não entendimento dos alunos sobre que operação deveria ser realizada, tendo a maioria da turma realizado a subtração em vez de realizar a adição e vive-versa. Na última lista utilizamos problemas que envolviam a multiplicação, último assunto que eles tinham estudado antes da realização dessa atividade de pesquisa. As questões apresentadas tinham os seguintes enunciados: -Maria tem 16 bonecas e Ana tem o dobro das bonecas de Maria. Quantas bonecas têm Ana? 8 - Manuela foi em uma loja com R$ 60,00 fez umas comparas e recebeu R$ 23,00 de troco . Quanto Manuela gastou? - Paula precisa comprar 6 cadernos para seus filhos. Cada caderno custa R$ 3,20. Quanto Paula vai gastar? Dos quatorze alunos que participaram da aplicação, apenas seis acertaram a primeira questão, que era sobre a noção de dobro, e todos erraram a segunda, uma subtração, e a terceira, uma multiplicação. O interessante é que alguns alunos que acertaram a primeira questão tinham a clara compreensão de que o dobro também podia ser encontrado através da soma do número exposto, mesmo a professora tendo enfatizado o uso da multiplicação. Apenas dois alunos acertaram a terceira questão, que poderia ser resolvida com uma multiplicação. Os demais a deixaram em branco. Depois dessa última aplicação só foram realizadas mais duas visitas ao campo de pesquisa para finalizar a coleta de dados e agradecer a colaboração da professora do 3º ano e de seus alunos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante todo o processo de levantamento de dados teóricos foi possível constatar diversos “mitos” que foram instalados sobre o ensino de problemas matemáticos na sala de aula que observamos, mostrando a insegurança da educadora no trabalho com essa temática. Concepções atrasadas sobre a fórmula “correta” de se resolver determinadas situações problema, as quais aceitam apenas uma resolução e resposta, foram identificadas durante a pesquisa, mostrando que o processo de ensino e aprendizagem dos problemas matemáticos é longo e requer muita dedicação e paciência. Dessa forma, os professores formariam alunos capazes de resolver qualquer problema, seja ele matemático ou do cotidiano. Incentivar a comunicação, a leitura e a escrita durante as aulas de Matemática são importantes passos para construção da autonomia dos educandos, formando pessoas capazes de serem sujeitos de suas próprias histórias. 9 Referências BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. SEF. Brasília: MEC/SEF, 1997. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3. ed. São Paulo: Moraes,1980. 102 p. POZO, Juan Ignacio(org). A solução de Problemas: aprender a resolver, resolver para aprender. Porto Alegre: Artmed, 1998. 177 p. SMOLE, Kátia Stocomo; DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas: habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. 204 p. . 10