Ana Cláudia Nascimento “Produzir e Fazer Circular Ciência: O Espaço Enunciativo e o Litígio na Relação entre Língua Portuguesa e Língua Inglesa” Quando pensamos em política de línguas, podemos considerar: a Língua Portuguesa falada no Brasil e a Língua Portuguesa falada em Portugal; a língua que se pretende ensinar nos espaços institucionalizados e aquela que circula em outros espaços; a língua nacional e as línguas estrangeiras. Estudar a política de línguas à luz da Semântica do Acontecimento, é analisar as relações políticas que se produzem entre o português e o inglês que funcionam nos textos científicos que são produzidos aqui no Brasil, textos esses que têm seu modo de circulação regulado por dizeres que se inscrevem segundo uma prática definida. A questão é como essas enunciações sobre o português e o inglês em textos formulados pela comunidade científica no Brasil são produzidas e, então, como o sentido para o conceito de espaço de enunciação recorta dois funcionamentos importantes: aquele que significa o inglês como única língua legitimada à constituição do saber científico e outro, que significa o litígio, marcado pelas enunciações em que se dá voz ao português como língua que também faz e, sobretudo, divulga ciência. Consideramos para essa discussão o dispositivo teóricometodológico apresentado por Guimarães (2002, 2007, 2011), que abarca, além da noção de espaço enunciativo, os conceitos de locutor, agenciado pela língua, de real, de político e de acontecimento, e de temporalidade.