A filosofia de Platão
(pág. 50 a 68)
Por: Carla G Meassi
Colégio Kuarup - 2010
A proposta
• A filosofia platônica pretende ser o reflexo dos ensinamentos
do mestre Sócrates, já que Platão é conhecido por ser o
discípulo mais “apaixonado” pela teoria socrática
• A prática da filosofia, para ele, pode se dar nas atitudes éticas
e políticas
Questões fundamentais:
1- O conhecimento: É possível
conhecer a realidade?
2- O método: Como esse
conhecimento é possível?
3- Os instrumentos: sentidos e
razão
4- O objeto do conhecimento: a
realidade ou a essência?
Objetivo:
• Compreender por que a sociedade ateniense condena à
morte “o mais sábio de todos os homens”
• Através da compreensão da cultura e da política, reflete
sobre o modo de vida e governo da Grécia antiga, seus
valores e ideais.
• Preocupação com:
• ciência, moral e
• política
(enquanto formas de
Poder e realização da
condição humana
– cidadã)
A morte de Sócrates, por Jacques-Louis David (1787).
As oposições: (conhecimento
humano X verdade)
• OPINIÃO X VERDADE
• DESEJO X RAZÃO
• INTERESSE PARTICULAR
X INTERESSE UNIVERSAL
• SENSO COMUM X
FILOSOFIA
• Prática filosófica: visa o
abandono do mundo sensível
(real) para alcançar o mundo
perfeito (das ideias ou
conceitos)
• A Filosofia deve buscar sempre a verdade
• Diálogo: busca pelo consenso
 forma textual  oposto de imposição/ violência
(manipulação)
• Filosofia como projeto político: transformação da
realidade
• Regras: decisivas para diferenciar verdade de opinião
• Método: dialética
A teoria das ideias
• Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato
permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A
primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são
todas as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades
dependentes, mutáveis e são imagens das realidades inteligíveis.
• Esta é a Teoria das Ideias ou Teoria das Formas. Foi desenvolvida
como hipótese no diálogo Fédon e constitui uma maneira de garantir
a possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade
relativa aos fenômenos.
• Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma
pálida reprodução do mundo das Ideias. Cada objeto concreto que
existe participa, junto com todos os outros objetos de sua categoria
de uma Ideia perfeita. Uma determinada caneta, por exemplo, terá
determinados atributos (cor, formato, tamanho etc). Outra caneta
terá outros atributos, sendo ela também uma caneta, tanto quanto a
outra. Aquilo que faz com que as duas sejam canetas é, para Platão,
a Ideia de Caneta, perfeita, que esgota todas as possibilidades de
ser caneta. A ontologia de Platão diz, então, que algo é na medida
em que participa da Ideia desse objeto. No caso da caneta é
irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o ser humano, o
bem ou a justiça, por exemplo.
A alegoria da caverna
http://www.youtube.com/watch?v=eABFLQXXEIU
“A República”
• A República é um diálogo socrático escrito por Platão no
século IV a.C.Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa,
por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.
• No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a
cidade de Callipolis, que significa cidade bela) onde são
questionados os assuntos da organização social (teoria
política, filosofia política).
• O diálogo está dividido em dez livros, subdividido em capítulos.
A República usa uma argumentação dialética. O pensamento
dialético caracteriza-se por apreender a realidade à luz de
posições contraditórias, uma das quais acaba por ser
compreendida como verdadeira e a outra falsa. A imagem
correspondente é a do confronto entre luz, sol, claridade e
trevas, escuridão e caverna.
• A dialética ascendente apresenta a ideia por confronto com os
pontos de partida empíricos; a dialética descendente verifica a
corrupção da ideia devido à sua incorporação numa situação
empírica.
Aristóteles e o sistema aristotélico
(pág. 69 a 82)
• O Filósofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C. e morreu em 322
a.C. Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade
têm influências significativas na educação e no pensamento
ocidental contemporâneo.
• Aristóteles é considerado o criador do pensamento lógico. Suas
obras influenciaram também na teologia medieval da cristandade.
• Biografia e linha de pensamento
• Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 anos, onde conheceu Platão,
tornando-se seu discípulo. Passou o ano de 343 a.C. como
preceptor do imperador Alexandre, o Grande, da Macedônia.
Fundou em Atenas, no ano de 335 a.C, a escola Liceu, voltada para
o estudo das ciências naturais.
• Seus estudos filosóficos baseavam-se em
experimentações para comprovar
fenômenos da natureza.
• O filósofo valorizava a inteligência humana,
única forma de alcançar a verdade. Fez
escola e seus pensamentos foram seguidos
e propagados pelos discípulos.
• Pensou e escreveu sobre diversas áreas do
conhecimento: política, lógica, moral, ética,
teologia, pedagogia, metafísica, didática,
poética, retórica, física, antropologia,
psicologia e biologia.
• Publicou muitas obras de cunho didático,
principalmente para o público geral.
Valorizava a educação e a considerava uma
das formas crescimento intelectual e
humano. Sua grande obra é o livro
Organon, que reúne grande parte de seus
pensamentos.
A Metafísica
O termo "Metafísica" não é aristotélico; o que hoje chamamos de
metafísica era chamado por Aristóteles de filosofia primeira. Esta é
a ciência que se ocupa com realidades que estão além das
realidades físicas que possuem fácil e imediata apreensão
sensorial.
• O conceito de metafísica em Aristóteles é extremamente complexo
e não há uma definição única. O filósofo deu quatro definições para
metafísica:
• a ciência que indaga causas e princípios;
• a ciência que indaga o ser enquanto ser;
• a ciência que investiga a substância;
• a ciência que investiga a substância supra-sensível.
• Os conceitos de ato e potência, matéria e forma, substância e
acidente possuem especial importância na metafísica aristotélica.
O Sistema
• A concepção aristotélica de Física
parte do movimento, elucidando-o nas
análises dos conceitos de
crescimento, alteração e mudança. A
teoria do ato e potência, com
implicações metafísicas, é o
fundamento do sistema. Ato e
potência relacionam-se com o
movimento enquanto que a matéria e
forma com a ausência de movimento.
• Para Aristóteles, os objetos caíam
para se localizarem corretamente de
acordo com a natureza: o éter, acima
de tudo; logo abaixo, o fogo; depois a
água e, por último, a terra.
• No sistema aristotélico, a ética é a ciência das condutas, menos
exata na medida em que se ocupa com assuntos passíveis de
modificação. Ela não se ocupa com aquilo que no homem é
essencial e imutável, mas daquilo que pode ser obtido por ações
repetidas, disposições adquiridas ou de hábitos que constituem as
virtudes e os vícios. Seu objetivo último é garantir ou possibilitar a
conquista da felicidade.
• Partindo das disposições naturais do homem (disposições
particulares a cada um e que constituem o caráter), a moral mostra
como essas disposições devem ser modificadas para que se
ajustem à razão. Estas disposições costumam estar afastadas do
meio-termo, estado que Aristóteles considera o ideal. Assim,
algumas pessoas são muito tímidas, outras muito audaciosas. A
virtude é o meio-termo e o vício se dá ou na falta ou no excesso.
Por exemplo: coragem é uma virtude e seus contrários são a
temeridade (excesso de coragem) e a covardia (ausência de
coragem).
• As virtudes se realizam sempre no âmbito humano e não têm mais
sentido quando as relações humanas desaparecem, como, por
exemplo, em relação a Deus. Totalmente diferente é a virtude
especulativa ou intelectual, que pertence apenas a alguns
(geralmente os filósofos) que, fora da vida moral, buscam o
conhecimento pelo conhecimento. É assim que a contemplação
aproxima o homem de Deus.
As quatro causas
• Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de
algo:
• A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por
exemplo);
• A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);
• A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa
surge, como as mãos de quem trabalha a argila);
• A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar
arranjos para enfeitar um ambiente).
• A teoria aristotélica sobre as causas estende-se sobre toda a
Natureza, que é como um artista que age no interior das coisas.
• Essência e acidente
• Aristóteles distingue, também, a essência e os acidentes em
alguma coisa.
• A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é; é o que
dá identidade a um ser, e sem a qual aquele ser não pode ser
reconhecido como sendo ele mesmo (por exemplo: um livro sem
nenhum tipo de estória ou informações estruturadas, no caso de um
livro técnico, não pode ser considerado um livro, pois o fato de ter
uma estória ou informações é o que permite-o ser identificado como
"livro" e não como "caderno" ou meramente "maço de papel").
• O acidente é algo que pode ser inerente ou não ao ser, mas que,
mesmo assim, não descaracteriza-se o ser por sua falta (o tamanho
de uma flor, por exemplo, é um acidente, pois uma flor grande não
deixará de ser flor por ser grande; a sua cor, também, pois, por
mais que uma flor tenha que ter, necessariamente, alguma cor,
ainda assim tal característica não faz de uma flor o que ela é).
• Potência, ato e movimento
• Todas as coisas são em potência e ato. Uma coisa em potência é
uma coisa que tende a ser outra, como uma semente (uma árvore
em potência). Uma coisa em ato é algo que já está realizado, como
uma árvore (uma semente em ato). É interessante notar que todas
as coisas, mesmo em ato, também são em potência (pois uma
árvore - uma semente em ato - também é uma folha de papel ou
uma mesa em potência). A única coisa totalmente em ato é o Ato
Puro, que Aristóteles identifica com o Bem
• Um ser em potência só pode tornar-se um ser em ato mediante
algum movimento. O movimento vai sempre da potência ao ato, da
privação à posse. É por isso que o movimento pode ser definido
como ato de um ser em potência enquanto está em potência.
• O ato é portanto, a realização da potência, e essa realização pode
ocorrer através da ação (gerada pela potência ativa) e perfeição
(gerada pela potência passiva).
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