Complicações na gestação e
parto
Profª Mônica I. Wingert
Turma 201
Sinais de Gravidez
São as alterações fisiológicas que nos
possibilitam a identificação da gravidez,
sendo assim, diagnosticando-a.
As alterações fisiológicas são necessárias e
de extrema importância para a mulher e
para a própria gravidez, pois fazem com que
a mulher se adapte à nova fase de sua vida.
Sinais presunção
•
Amenorréia: é a ausência do período
menstrual, o primeiro sintoma que
pode
ocorrer
numa
suspeita
de
gestação.
• CAUSA: Ocorre quando acontece a fertilização
do óvulo.
•
Mal-estar Matinal: Comum no início da
gravidez, caracterizado pela sensação de
incômodo gástrico, preferencialmente no
início do dia.
• Causa:
Devido
ao
aumento
hormônios séricos no organismo.
dos
•
Alterações das mamas: Crescimento,
aumento da sensibilidade e alteração
da pigmentação, principalmente da
aurêola.
• Causa: ocorre devido ao aumento dos níveis de
estrógeno.
•
Aumento
na
frequência
urinária: aumento no número de
vezes da micção, muitas vezes, sem
quantidade significativa.
• Causa: O processo ocorre devido a pressão do
útero sobre a bexiga, dando a sensação de
bexiga cheia o tempo todo.
•
Vibração ou Tremor abdominal: são
termos
usados
reconhecimento
para
descrever
dos
o
primeiros
movimentos do feto, pela mãe.
•
Por
serem
delicados
e
quase
imperceptíveis, podem ser confundidos
com gases intestinais.
Sinais de Probabilidade
•
Sinal
de
Chadwick:
Alteração
na
pigmentação que aparece na região genital
da gestante.
• Causa: ocorre devido a uma congestão vascular na
mucosa da vulva, vagina e colo do útero, dando uma
coloração violeta/azulada a essa região.
•
Alterações
abdominais:
– Aumento da altura
do fundo uterino,
mais nítido a partir
da 12ª semana.
•
Sinal de Goddell: Colo amolecido –
devido ao aumento do aporte sanguíneo
na região pélvica, o colo uterino tornase mais amolecido e embebido, assim
como as paredes vaginais tornam-se
mais espessas, enrugadas, amolecidas e
embebidas.
•
Sinal de Rebote: é o movimento do
feto contra os dedos do examinador,
após
ser
quando
da
empurrado
realização
para
cima,
de
exame
ginecológico (toque) ou abdominal;
•
Contrações de Braxton
Hicks: são
contrações uterinas indolores, que começam
no início da gestação, tornando-se mais
notáveis à medida que esta avança, sentidas
pela mulher como um aperto no abdome. Ao
final da gestação, tornam-se mais fortes,
podendo ser confundidas com as contrações
do parto.
Sinais de Certeza ou Positivos
•
Presença de batimentos cardíacos fetais:
São evidenciados nessa fase, mas podem ser
auscultados somente com auxilio de um Doppler
ou um estetoscópio de Pinnard.

Teste β-HCG Positivo:
•
Movimentos Fetais percebidos
em exames: durante o exame, a
atividade fetal pode ser percebida a
partir
da
18ª/20ª
semana
de
gestação. A utilização da ultrasonografia facilita a detectar mais
precoce desses movimentos;
•
Visualização do Embrião por
ecografia:
Pode
mostrar
o
produto da concepção (embrião)
com 4 semanas de gestação, além
de mostrar a pulsação cardíaca
fetal nessa mesma época. Após a
12ª semana de gestação, a ultra-
sonografia
apresenta
precisão diagnóstica.
grande
Alterações Fisiológicas
•
Alterações do tegumento:
– As mamas e o mamilo sofrem
pigmentação escurecida;
– Hiperpigmentação da linha
nigra do abdome;
– Manchas escuras na face –
cloasma grávidico.
– Pode ocorrer prurido na pele,
causado por hormônios
estimulantes de melanócitos.
•
Alterações
nos
pulmões
e
cardiovasculares:
– Pode ocorrer dispnéia,
devido a pressão do feto
contra o diafragma.
– Aumento da pressão;
– Hipotensão ortostática;
– Aumento do volume e
frequência cardíaca.

Alterações
na
Mama:
Aumento
considerável das mamas, bem como o
aumento do colostro.
•
Alterações abdominais:
– Aumento da altura uterina, completa na 36ª
semana;
– Cabeça do feto voltada para baixo;
– Sensação da gestante de que o feto “desceu”
e a barriga esta baixa.
•
Alterações no sistema musculoesquelético:
– A gestante apresenta o famoso “andar de pato”,ou seja,
passo mais largos e pesados.
–Presença de edema
nos
pés, devido
a
retenção de líquidos
e
diminuição
retorno venoso.
do
•
Alterações Psicológicas:
– 1º Trimestre: Sentir muito ansiosas e com medo
de perderem a criança. Estas preocupações,
embora infundadas, são completamente normais
– 2º Trimestre: Apesar das sensações durante
este período serem menos intensas, elas podem
causar maior incômodo. Várias mães começam a
preocupar-se com o aumento de peso durante a
gravidez e isso causa um sentimento de baixa-
estima.
• 3º
Trimestre:
Estará
esperando
o
nascimento e lidando com mudanças físicas
significativas. Apesar do medo de perder o
bebê já não existir mais, surge uma nova
preocupação - o medo da chegada do bebê.
Preocupações com o nascimento do bebê e o
trabalho de parto também são comuns
durante os três últimos meses de gravidez.
É
importante
alertar
que
uma
gestação que está transcorrendo bem
pode se tornar de risco a qualquer
momento, durante a evolução da
gestação ou trabalho de parto.
Os fatores de risco gestacional podem
ser
prontamente
identificados
decorrer da assistência pré-natal.
no
Abortamento

Conceitua-se
abortamento
como
a
interrupção da gravidez ocorrida antes da
22ª semana de gestação.

O abortamento pode ser precoce, quando
ocorre até a 13ª semana e tardio, quando
ocorre entre a 13ª e 22ª semanas.

Aborto espontâneo é a perda involuntária de um feto de
até 20 semanas de gestação. (Perdas gestacionais após as
20 semanas são denominadas de partos prematuros.)

Um aborto espontâneo também pode ser chamado de
"aborto involuntário". Ele se refere a eventos de causa
natural, e não a abortos decorrentes de procedimentos
cirúrgicos ou de uso de medicamentos.
Outros termos para perda gestacional prematura:

Aborto completo: Todos os materiais da concepção
são expulsos do corpo;

Aborto incompleto: Apenas alguns materiais da
concepção são expelidos do corpo;

Aborto inevitável: Os sintomas não podem ser
interrompidos e o aborto tem que acontecer;

Aborto infectado (séptico): A camada uterina e os
demais materiais da concepção são infectados;

Aborto retido: A gestação é interrompida, mas os
materiais da concepção não são expelidos do corpo.
Causas

A maioria dos abortos espontâneos é
causada
por
problemas
cromossômicos que impossibilitam o
desenvolvimento fetal. Geralmente,
esses
problemas
relacionados
progenitores.
aos
não
genes
estão
dos
Outras causas

Abuso de drogas e álcool

Exposição a toxinas ambientais

Problemas hormonais

Infecção

Obesidade

Problemas físicos com os órgãos reprodutivos da mulher

Problemas com a resposta imunológica do organismo

Doenças graves que afetam todo o corpo (sistêmicas) na
mãe (diabetes não controlada, por exemplo)

Fumo
É estimado que metade dos óvulos
fertilizados
morre
e
é
abortada
espontaneamente, geralmente antes que
a mulher se dê conta da gravidez. Entre
as mulheres que estão conscientes da
gravidez, o índice de aborto é de 15 a
20%. A maioria dos abortos espontâneos
ocorre até a sétima semana gestacional.
O risco de aborto espontâneo é
mais elevado em mulheres:
Mais velhas, com risco a partir dos 30
anos, ficando maiores entre 35 e 40 e
atingindo o pico aos 40 anos de idade;
Que já sofreram abortos.
Exames

Ao exame pélvico o cólon uterino está dilatado
ou estreito.

A ecografia abdominal ou vaginal é realizada
para verificação do desenvolvimento e batimento
cardíaco
do
sangramento.
feto
e
da
quantidade
de
Exames sanguíneos realizados após o aborto:

Tipagem sanguínea (se você possui sangue Rh
negativo, vai precisar de um tratamento com
imunoglobulina humana antiRh;

Hemograma completo para determinar a perda
de sangue;

βHCG (qualitativo) para confirmar a gravidez;

Contagem diferencial de glóbulos brancos para
descartar infecções.
Sintomas de Aborto
Os possíveis sintomas de aborto incluem:

Dor leve, entorpecente ou que provoca
cólicas no abdome ou na parte inferior
das costas;

Tecido ou material similar a coágulos que
saem da vagina;

Sangramento vaginal, com ou sem cólicas
abdominais.
Tratamento de Aborto

Quando o aborto espontâneo acontece, o
tecido expelido através da vagina deve ser
examinado para determinar se é de uma
placenta normal ou uma mola hidatiforme.
Também é importante verificar se há
qualquer resquício de tecido gestacional no
útero.

Se o tecido gestacional não é expulso
naturalmente
pelo
corpo,
a
paciente
precisa permanecer em observação por
duas semanas. Podem ser necessárias
cirurgias
(curetagem
uterina)
ou
medicação (misoprostol) para a remoção
dos resquícios gestacionais no útero.

Após o tratamento, o ciclo menstrual da
paciente costuma recomeçar depois de
quatro
a
sangramento
seis
semanas.
vaginal
Qualquer
deve
ser
cuidadosamente monitorado. É possível
engravidar imediatamente na maioria das
vezes. Entretanto, é recomendado que as
mulheres aguardem um ciclo menstrual
antes de tentar engravidar novamente.
Complicações possíveis
Abortamento infectado poderá ocorrer se qualquer
tecido da placenta ou do feto permanecer no útero
após o aborto. Os sintomas de uma infecção
incluem:

Febre,

Sangramento vaginal

Cólicas

Secreção vaginal com odor forte.
As
infecções
podem
ser
atendimento médico imediato.
graves
e
exigem
Prevenção
O pré-natal completo o mais cedo possível é
a melhor prevenção disponível para todas as
complicações da gravidez.
Muitos abortos decorrentes de doenças em
todo o corpo (sistêmicas) podem ser evitados
detectando e tratando a doença antes da
gravidez.
O risco de aborto espontâneo diminui se ocorrer um
pré-natal completo o mais cedo possível,evitando
ameaças ambientais (raios X, drogas e álcool, níveis
elevados de cafeína e doenças infecciosas, por
exemplo).
Quando o corpo da mãe está tendo dificuldade para
manter uma gravidez, sinais (como sangramento
vaginal leve) são possíveis de acontecer. Isso
significa que há possibilidade de abortamento, mas
não quer dizer que ele vai ocorrer.
Placenta prévia
Placenta prévia é definida como a placenta
que se implanta total ou parcialmente no
segmento inferior do útero podendo ocorrer
o descolamento prematuro da placenta
(DPP), definido como separação da placenta
da parede uterina antes do parto. Essa
separação pode ser parcial ou total.
Fatores de risco

Hipertensão;

Rotura da membranas ovulares;

Cesárea prévia;

Tabagismo;

Idade materna avançada;

Drogas (álcool, cocaína e crack);

Polidrâmio ou gestação gemelar;

Trauma;

DPP em gestações anteriores;

Amniocentese ou cordocentese.
Rotura uterina
Condição obstétrica grave e de grande índice
de mortalidade materna.
O maior fator de risco é a presença de
cicatriz uterina em gestantes com duas ou
mais cesáreas prévias.
Gravidez ectópica

A gravidez ectópica é uma gravidez
anormal que ocorre fora do útero. O bebê
(feto)
não
consegue
sobreviver
e
geralmente nem se desenvolve nesse tipo
de gravidez.
Causas
A gravidez ectópica é quando a gestação começa
fora do útero, sendo as trompas o lugar mais
comum através dos quais os óvulos passam do
ovário para o útero. Essa gestação é geralmente
causada por fatores que impedem ou retardam o
movimento do óvulo fertilizado da trompa de
Falópio para o útero.
Ocorrer pelo seguintes fatores:
-bloqueio físico (cicatriz) na trompa decorrente de fatores
hormonais;
-defeitos de nascença nas trompas de Falópio;
-complicações de uma apendicite;
-endometriose;
cicatriz causada por uma cirurgia pélvica;
-idade superior a 35 anos;
-cirurgia de reversão da esterilização tubária;
-dispositivo intrauterino (DIU)
-fertilização in vitro.
Exames
-Exame pélvico, que pode indicar sensibilidade na
região pélvica;
 Culdocentese (procedimento médico no qual é
extraído, com auxílio de uma agulha, fluido da
escavação retouterina posterior à vagina)
 Hematócrito;
 βHCG ;
 Utrassom transvaginal;
 Contagem de leucócitos;
Sintomas de Gravidez ectópica

Sangramento vaginal anormal

Amenorreia

Sensibilidade nos seios

Dor lombar

Cólica

Náusea, vômito

Dor na região pélvica
Se ocorrer rompimento os sintomas podem
piorar. Eles podem incluir:
 Sensação
 Pressão
 Dor
 Dor
de desmaio ou desmaio real
intensa no reto
na região dos ombros
forte, aguda e repentina no baixo
abdome
 Hemorragia
interna causada por ruptura
pode provocar pressão arterial baixa.
Tratamento de Gravidez ectópica
A gravidez ectópica não pode ser mantida
até o parto.
A
ruptura
pode
causar
choque,
caracterizando uma situação de emergência
Possíveis tratamentos para o caso de choque:

Transfusão de sangue

Líquidos administrados por via intravenosa

Manter a paciente aquecida

Oxigênio

Manter as pernas elevadas

Se ocorrer ruptura, uma cirurgia (laparotomia). Essa
cirurgia também é feita para:

Confirmar uma gravidez ectópica

Corrigir danos ao tecido

Retirar a trompa de Falópio.
Prevenção
A maioria das formas de gravidez ectópica
que ocorre fora das trompas de Falópio é
provavelmente
inevitável.
Entretanto,
é
possível evitar uma gravidez tubária em
alguns casos evitando condições que possam
deixar cicatrizes nas trompas.
Medidas que podem reduzir riscos:

Evitar
fatores
de
risco
para
a
doença
inflamatória pélvica (DIP), como ter muitos
parceiros sexuais, praticar sexo sem camisinha e
contrair doenças sexualmente transmissíveis
(DST)

Diagnóstico e tratamento precoces de DST

Diagnóstico e tratamento precoces de salpingite e
DIP

Parar de fumar
Hipertensão
Definições: Pressão arterial igual ou maior que
140/90mmHg,
considera-se
pressão
sistólica
o
primeiro ruído (aparecimento do som) e a pressão
diastólica
o
quinto
ruído
de
Korotkoff
(desaparecimento do som).
A pressão arterial deve ser mensurada com a
gestante sentada, com o braço no mesmo nível do
coração e com um manguito de tamanho apropriado.
Pré-eclampsia/Eclâmpsia
Também conhecida como por toxemia, a préeclampsia é um problema que ocorre em
algumas mulheres durante a gravidez.
A eclâmpsia é a hipertensão específica da
gravidez. Produz uma série de complicações da
gravidez e é precedida da pré-eclâmpsia. É um
acidente
gravídica.
agudo
paroxístico
da
toxemia
Consiste em acessos repetidos de convulsões
seguidas
de
um
estado
comatoso.
As
convulsões podem aparecer antes (3 últimos
meses), durante ou depois do parto, embora
já
tenham
sido
registrados
casos
de
eclampsia com somente 20 semanas de
gravidez.
Os sintomas que constituem o eclampismo:
-aumento da albuminúria;
-convulsões tônico-clônicas;
-coma;
-cefaléia persistente;
-hipertensão;
-edemas;
-oligúria;
-vertigens;
-zumbidos;
-fadiga, sonolência e vômitos.
Existem 4 tipos de hipertensão que
podem ocorrer durante a gravidez
(quando há pressões arteriais maiores
que 140/90 mmHg).
1- Hipertensão crônica - Existe antes da
gravidez e continuará durante e depois da
mesma.
2- Hipertensão gestacional - É o tipo de
hipertensão que aparece depois da 20ª semana
de gestação, em mulheres que nunca tiveram
pressão arterial alta.
3- Pré-eclampsia - Surgimento de pressão arterial
alta após a 20ª semana de gravidez associado a perda de
proteínas na urina, chamada de proteinúria. A préeclampsia cura-se após o parto.
4-Hipertensão
crônica
com
pré-eclampsia
superposta - Trata-se à mesma de pré-eclampsia, mas
que ocorre em mulheres previamente hipertensas.
A pré-eclampsia começa a manifestar-se com
o aumento de pressão arterial e inchaço
por retenção de líquidos (edemas).
Estes sintomas não são sinal de alarme
todas a grávidas geralmente ficam inchadas
e desconfortáveis nas últimas semanas de
gravidez.
Se não diagnosticada a pré-eclampsia pode
evoluir para um quadro de eclampsia,
levando a convulsões, coma e, por vezes, a
situações mais graves.
O risco de sofrer uma pré-eclampsia é
maior
em
mulheres
com
gravidezes
múltiplas, em mães adolescentes e em
mulheres com mais de 40 anos de idade.
Fatores de risco:
- História familiar de pré-eclampsia;
- Primeira gestação;
- Pré-eclampsia em uma gestação anterior;
- Mulheres previamente hipertensas;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Doença renal crónica ;
- Gestantes com doenças auto-imunes;
- Intervalo de tempo prolongado entre gravidezes.
Sintomas de pré-eclampia
- inchaço das mãos, rosto, tornozelos e pés;
- ganho exagerado de peso;
- dor de cabeça forte e persistente;
- transtornos visuais;
- dor epigástrica ou hipocôndrio direito;
- pressão arterial sistólica acima de 110mmHg;
- hematúria;
- taquicardia;
-proteinúria maior que 2,0g em 24 horas;
-oligúria (menor que 500ml/dia ou 25ml/hora;
-evidencia de coagulopatia;
-plaquetopenia ;
-aumento das enzimas hepáticas e de bilirrubinas;
-AVC;
-ICC;
-cianose;
-presença de RCIU (restrição de crescimento uterino
e/ou oligodrâmio (pouco líquido intrauterino).
- náuseas e vertigem, entre outros
A pré-eclampsia está associada a algumas complicações,
além do risco de eclampsia, como síndrome HELLP
(comprometimento do fígado, das plaquetas e anemia),
descolamento prematuro da placenta, alterações da
vitalidade fetal e aumento da morbidez e mortalidade
neo-natal.
Síndrome HELLP É o quadro clínico caracterizado por hemólise (H =
“hemolysis”), elevação de enzimas hepáticas (EL = “elevated liver
functions tests”) e plaquetopenia (LP = low platelets count “)”
Tratamento
A indicação de interromper a gravidez vai
depender da idade gestacional, da gravidade da
pré-eclampsia e da presença ou não de
complicações.
Antes das 34 semanas, é possível uma conduta
conservadora nos casos da pré- eclampsia
grave, de forma a aguardar a maturidade fetal.
Nesses casos, recomenda-se a administração de
medicamentos, que acelerem a maturação
pulmonar do bebê, para que este sobreviva a
um parto prematuro. Ao mesmo tempo, a mãe
receberá também medicamentos para tentar
controlar a pressão arterial.
A partir da 34ª semana indica-se a interrupção da
gravidez.
Embora em muitos casos se opte pela cesariana, por
ser mais imediato, mas o parto normal é preferível,
por causa dos distúrbios da coagulação, que podem
complicar a pré-eclampsia. Além do fato de o risco
de sangramento ser, evidentemente, muito maior na
cesariana, do que no parto normal.
Conduta
A conduta ao tratamento das convulsões, da
hipertensão e dos distúrbios metabólicos, além
de cuidados e controles gerais.
Cuidados Gerais:
-ambiente tranquilo, decúbito elevado a 30º e
face lateralizada, cateter nasal com oxigênio
(5l/min), punção de veia central ou periférica
calibrosa, cateter vesical contínuo.
Após a estabilização do quadro, iniciar os
preparativos para interrupção da gestação.
Terapia anticonvulsivante:
Sulfato de magnésio.
Deve ser utilizado nas seguintes situações:
Gestantes com eclâmpsia;
Gestantes com pré-eclâmpsia grave.
O sulfato de magnésio pode ser utilizado
durante o trabalho de parto, parto e
puerpério, devendo ser mantido por 24 horas
após o parto se iniciado antes do mesmo.
 Dose
de ataque – 4,0g em infusão
endovenosa lenta
 Dose
de
de manutenção – 1,0g/hora (10ml
sulfato
de
magnésio
intramuscular de 4 em 4 horas.
a
50%
Cuidados com o uso do sulfato de magnésio
A administração da dose de manutenção deverá
ser suspensa caso a frequência respiratória
tenha menos de 16 incursões por minuto, os
reflexos patelares estejam completamente
abolidos ou a diurese seja inferior a 100ml
durante as 4 horas precedentes.
O gluconato de cálcio a 10% atua como antídoto
no caso de eventual parada respiratória.
Prevenção
Muitas teorias dizem que as causas podem estar
relacionadas com fatores genéticos, alimentares,
vasculares, e neurológicos, mas não há uma causa
exata e comprovada.
No entanto, recomenda-se que, antes de engravidar,
atinja limites normais de peso, e que durante a
gravidez, não aumente excessivamente de peso.
Tenha um vida equilibrada e sem excessos, faça uma
dieta equilibrada, repouse moderadamente, e tente
dormir para o lado esquerdo.
NÁUSEAS E VÔMITOS DA GRAVIDEZ
As náuseas e vômitos representam as condições
médicas mais comuns da gravidez, contribuindo
para um alto grau de ansiedade e preocupação
nas mulheres. Nas suas formas mais graves, são
chamadas de hiperêmese gravídica, definida
como vômitos persistentes que levam a uma
perda
de
peso
hidroeletrolítico.
associada
a
desequilíbrio
Conduta:
-apoio psicológico e educativo
-tratamento
medicamentoso
com
antieméticos;
-reorientação alimentar;
-mudança de hábitos de vida.
Os casos mais graves requerem internação
hospitalar.
INFECÇÃO URINÁRIA
Este é o problema urinário mais comum
durante a gestação. Ocorre em 17 a 20% das
gestações e se associa a complicações como
rotura
prematura,
prematuro,
febre
trabalho
no
de
parto
pós-parto,
sepse
materna e infecção neonatal.
ANEMIAS
As principais causas de anemia na gestação
são:

Deficiência de ferro;

Deficiência de acido fólico;

Deficiência de vitamina B12;

Perda sanguínea crônica
Conduta:
-tratamento
medicamentoso
antibióticos;
-internação hospitalar.
com
Mola Hidatiforme
Mola hidatiforme (
anormal),
também
trofoblastica
é uma forma de gravidez geneticamente
conhecida
gestacional,
como
é
um
doença
tumor
normalmente benigno que surge durante a gestação,
apresentando potencialidade para evoluir para
malignidade. Este tumor desenvolve-se a partir de
células que restam após um aborto espontâneo ou
uma gestação completa.
Este é o tumor trofoblástico mais comumente
encontrado, costuma apresentar incidência muito
mais alta em certos países em desenvolvimento. Em
torno de 3% das gestações acometidas, o tumor
converte-se
em
coriocarcinoma,
uma
neoplasia
maligna que pode alastrar-se pela parede uterina,
podendo até haver metástase para outros órgãos,
caso não seja devidamente tratado.
“Na gravidez com mola hidatiforme existe um excesso de desenvolvimento da
placenta e pouco ou nenhum tecido embrionário”.
As manifestações clínicas costumam ocorrer pouco tempo
depois da concepção, ou então, do aborto. Náuseas e
vômitos fortes são frequentemente observados, podendo
estar
presente
também
hemorragia
vaginal.
As
complicações advindas dessa afecção são as infecções,
hemorragias e toxemia da gravidez.
As molas hidatiformes são detectadas através da
ecografia. Análises laboratoriais de urina e sangue
evidenciam níveis elevados de gonadotrofina coriônica
humana sintetizada pelo tumor em questão. O exame
histopatológico da massa pode confirmar o diagnóstico..
O tumor deve ser removido por completo, e o tratamento
de eleição é a curetagem por aspiração após dilatação do
colo uterino, em alguns casos, onde se faz necessário a
realização de um histerectomia.
Após o procedimento cirúrgico, mede-se a concentração
de gonadotrofina coriônica humana para avaliar se a
ressecção da mola hidatiforme foi total.
“A MH é considerada benigna quando, os níveis de hCG no sangue descem até
valores normais em 8-12 semanas. Nas formas malignas, os níveis sobem ou
estabilizam em valores anormais. É assim fundamental manter uma vigilância
regular dos níveis de hCG no sangue, após o esvaziamento uterino.”
Por este motivo, recomenda-se para pacientes com este
problema, que não engravidem dentro do primeiro ano
após a remoção da mola.
Quando este tumor evolui para o maligno, se faz
necessária a realização de quimioterapia.
O índice de cura é de 100% nos casos em que a afecção
não se encontra em estágio avançado, enquanto que nas
que o tumor expandiu-se amplamente, gira em torno de
85%. A maior parte das pacientes curadas preserva a
função reprodutora.
Fim!
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Aula 8 – Gestação e suas complicações