MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO TÉCNICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO
GROSSO - CAMPUS CUIABÁ - OCTAYDE JORGE DA SILVA
Curso de Especialização Lato Sensu à Distância:
Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva
ANA CLÁUDIA ALVES DE SOUZA SANTOS
A IMPORTÂNCIA DO GOALBALL PARA O DESENVOLVIMENTO DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
NATAL
2009
ANA CLÁUDIA ALVES DE SOUZA SANTOS
A IMPORTÂNCIA DO GOALBALL PARA O DESENVOLVIMENTO DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Diretoria de Pesquisa e
Pós-Graduação
do
Curso
de
Especialização Lato Sensu à Distância:
Educação Profissional e Tecnológica
Inclusiva, do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso - Campus Cuiabá - Octayde Jorge
da Silva, como exigência para a obtenção
do título de Especialista.
Professora Orientadora: Ms. Amélia
Cristina Reis e Silva
NATAL
2009
DEDICATÓRIA
A meu esposo Jairo e os meus filhos
Pryscilla,
Pedro
Henrique,
Antonio
Paulo e Jairo Filho, por me amarem e
me fazerem feliz.
AGRADECIMENTOS
A Mestra Amélia Cristina Reis e Silva, orientadora e amiga, pelo apoio e o trabalho
conjunto.
Ao meu esposo José Jairo dos Santos pelo apoio constante.
Aos meus filhos Pryscilla, Pedro, Antonio e Jairo, que são o sentido do meu viver, a
minha fonte de inspiração.
Ao meu pai Antonio e a minha Mãe Telma, pelo exemplo de força e perseverança, e
por estarem sempre ao meu lado nas horas em que mais necessito.
As minhas irmãs Yolanda e Sônia (in memória), companheiras de todos os
momentos.
A minha sogra, Dona Judith, que sempre me apoiou.
A todos os professores do curso de especialização.
Todos os colegas de curso, companheiros de batalha.
Aos meus alunos do Instituto de Cegos que me ajudaram a ampliar a minha visão
sobre inclusão.
Aos meus colegas do IERC que me deram apoio durante a realização deste
trabalho.
A Deus que sempre esteve presente em minha jornada, dando o equilíbrio espiritual
para seguir em frente.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a pesquisa bibliográfica sobre a
prática do goalball para a pessoa com deficiência visual, buscando a real
participação desta porção da população na sociedade através do desporto,
possibilitando assim uma maior integração e servindo de intermediário no processo
inclusivo. A importância desta pesquisa se revela no fato de que a sociedade
necessita avançar e se adequar ao processo de inclusão social atual, tanto em
relação ao contingente humano como em infra-estrutura, além de estar diretamente
ligada aos propósitos da prática desportiva da pessoa com deficiência visual. A
utilização do goalball como ponte para a participação da pessoa com deficiência
visual na sociedade é de grande importância, pois ela estaria praticando uma
atividade criada primeiramente para pessoas com suas limitações e que pode ser
adaptada para as pessoas videntes, o que geralmente ocorre ao contrário, nas
demais atividades. É essencial o aumento do número de pessoas engajadas neste
processo de conscientização da real necessidade da inclusão das pessoas com
deficiência visual nos diversos segmentos da sociedade. É chegada à hora de abrir
espaço para uma participação efetiva das pessoas com deficiência visual nas
práticas desportivas e lúdicas, além de descobrirmos o potencial de cada um deles.
A prática esportiva, em âmbito geral, vem melhorando a qualidade de vida das
pessoas além de propiciar uma maior integração entre os povos.
Palavras-chaves: Deficiência visual, Goalball, Inclusão.
ABSTRACT
This paper aims to present the literature on the practice of goalball for the visually
impaired person, seeking the real participation of this portion of the population in
society through sport, allowing greater integration and serving as an intermediary in
the process inclusive. The importance of this research is shown by the fact that
society needs to move forward and adapt to the social inclusion process on both the
quota as in human infrastructure as well as being directly related to the purposes of
sport of the disabled person visual. The use of goalball as a bridge to the
participation of people with visual disabilities in society is of great importance, as it
was practicing an activity created primarily for people with their limitations and can be
adapted for people seers, which usually occurs in contrast in other activities. It is
essential to increase the number of people engaged in this process of awareness of
the real need for inclusion of visually impaired people in various segments of society.
Now is the time to make room for an effective participation of persons with visual
disabilities in sport and leisure, and discover the potential of each. The sports, in
general area, is improving the quality of life in addition to providing greater integration
among peoples.
Keywords: Visual impairment, Goalball, Inclusion.
SUMÁRIO
1 Introdução................................................................................
10
2 Deficiência visual.....................................................................
12
2.1Conhecendo a Deficiência Visual..........................................
12
3 O Goalball e a Deficiência Visual.............................................
20
3.1Apresentando o Goalball.......................................................
20
3.2O Goalball e a Deficiência Visual..........................................
22
4 Considerações Finais..............................................................
27
Referências Bibliográficas..........................................................
28
ANEXO
Divisão de Serviços Técnicos.
Catalogação da publicação na fonte.
IFRN / Biblioteca Sebastião Fernandes
S237i Santos, Ana Cláudia Alves de Souza.
A importância do goalball para o desenvolvimento da pessoa
com deficiência visual / Ana Cláudia Alves de Souza Santos. –
2009.
xx f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação Lato Sensu a
Distância em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva).
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Norte, Natal, 2009.
Orientador: Prof. Ms. Amélia Cristina Reis e Silva.
1. Inclusão social. 2. Deficiência visual. 3. Goalball.I. Silva,
Amélia Cristina Reis e. II. Título.
CDU 316.344-056.262
10
1 INTRODUÇÃO
A capacidade de ver não depende apenas da presença do olho, como
também, é necessário que se possa, captar, a imagem, codificar, selecionar,
armazenar e associar essas imagens a outras experiências anteriores Brasil, (2001,
p. 29 vol.1).
Para tanto é necessário que todas as estruturas envolvidas no
processo estejam trabalhando perfeitamente. Quando ocorre qualquer alteração
neste processo pode desencadear uma perda da função visual de forma parcial,
caracterizando a baixa visão ou de forma total, levando a uma cegueira.
Neste trabalho vamos conceituar a deficiência visual do ponto de vista
funcional, clínico, educacional e esportivo. Também, vamos falar um pouco das
varias causas da Deficiência Visual.
Ao falarmos da deficiência visual devemos observar que esta não é
condição determinante para que uma pessoa seja sedentária, pois a pessoa com
deficiência visual, se não tiver nenhum outro tipo de limitação, desde que reabilitada,
pode desenvolver todas as outras atividades quotidianas, e é perfeitamente capaz
de praticar atividade física ou esportiva.
Vários são os esportes que podem ser adaptados para a prática das
pessoas com deficiência, como natação, atletismo, futebol, judô e muitos outros,
porém, o único esporte criado para a prática específica das pessoas com deficiência
visual é o Goalball. Porém, nada impede que pessoas videntes o pratiquem de forma
lúdica, pois é uma atividade que pode ser inserida nos clubes, parques, praças e nas
aulas de educação física nas escolas regulares, uma vez que trabalha muitos
atributos específicos que podem ser essenciais para o desenvolvimento motor,
cognitivo e psico-social de seus praticantes.
O goalball consiste em um jogo entre duas equipes de três jogadores
cada, com o objetivo de fazer com que a bola ultrapasse a área da quadra
adversária, entrando assim nas balizas. O jogo é disputado num espaço com as
mesmas
dimensões
da
quadra
de
vôlei.
(http://www.urece.org.br/novosite/content/goalball) acessado em 28/08/09 às 19h
34min.
As discrepâncias no desenvolvimento físico das pessoas com deficiência
visual estão mais acentuadas na área motora, principalmente nas congenitamente
cegas e que tiveram uma limitada experiência motora o que pode acarretar falha no
11
equilíbrio, dificuldades em relação à mobilidade, esquema corporal, locomoção,
postura, coordenação motora, lateralidade e outros. Além destes temos os aspectos
sócio-afetivos, em que o medo e a insegurança em relação à ambientes
desconhecidos os levam a um isolamento, apatia, baixa auto-estima. Com a prática
desportiva, no caso o goalball, estas pessoas podem trabalhar todos estes aspectos,
propiciando assim uma melhor qualidade de vida.
Sendo assim, escolhemos este tema para a realização deste trabalho de
conclusão de curso com a finalidade de mostrar o que é o goalball e os benefícios
produzidos com a sua prática para as pessoas com Deficiência Visual.
Ao longo deste trabalho vamos poder conhecer o goalball, a sua história,
as regras e os benefícios que este e a prática desportiva podem proporcionar tanto
para as pessoas com deficiência visual como para as pessoas videntes1.
1
Vidente [Do lat. vidente.] S. 2 g. 5. Pessoa que tem o uso da vista (em oposição aos cegos) ( Dicionário Aurélio
Eletrônico – Século XXI. Versão 3.0 , 1999)
12
2 DEFICIÊNCIA VISUAL
2.1 CONHECENDO A DEFICIÊNCIA VISUAL
O olho é um órgão sensorial e tem como função primordial captar imagem.
Este órgão desenvolve-se a partir de três fontes: neuroectoderma do cérebro
anterior, ectoderma superficial da cabeça e mesoderma, que se encontra entre as
duas camadas mencionadas acima. O seu desenvolvimento é perceptível por volta
do 22° dia de gestação quando pode-se observar “um par de sulcos chamados
goteiras ópticas ao nível das pregas neurais na porção cranial do embrião”
Moore(1984, p. 389). Após o nascimento os olhos do recém nascido têm
aproximadamente dois terços do tamanho do olho de um adulto. Ele é formado por
um globo ocular que é constituído, segundo o Brasil (2001, p. 29) pela:
•
Esclerótica, membrana fibrosa e resistente. É a porção mais externa
do olho conhecido como o branco dos olhos e tem a função de proteção;
•
Córnea, porção transparente que possibilita a passagem da luz;
•
Coróide, membrana pigmentada e rica em vasos sanguíneos com a
função de irrigar e nutrir a Retina. Constitui a túnica media, que ao se
espessar forma o corpo ciliar que liga a Coróide a Íris.
•
Corpo ciliar é responsável pela produção do humor aquoso, fluido
transparente que ocupa o espaço entre a córnea e o cristalino, parte
anterior. Ocupa o espaço posterior do cristalino e retina juntamente com o
humor vítreo, substância gelatinosa e transparente, formando os meios
líquidos;
•
Retina, camada interna que reveste a câmara ocular, é formada por
células fotorreceptoras denominadas de cones e bastonetes. Os cones são
responsáveis pela visão central e de cores, os bastonetes são responsáveis
pela visão periférica e adaptação a pouca luz;
•
Íris, disco colorido dos olhos no qual se encontra a pupila também
conhecida como menina dos olhos que tem a função de controlar a entrada
e a quantidade do estimulo luminoso, se dilatando no escuro e contraindo
com a luminosidade, através da ação dos músculos da Íris que são
controlados pelo sistema autônomo;
•
Cristalino, lente biconvexa e transparente que se localiza atrás da Íris
e é responsável pelo foco e nitidez da imagem, pois este estimulo que
atravessa todos os meios transparentes chegam ao fundo do olho como
13
sensações visuais que são recebidas e invertidas pela Retina e levadas ao
cérebro pelo nervo óptico e corrigidas pelo córtex visual occipital. Estas são
interpretadas e tornam-se conscientes.
A visão é caracterizada pela formação de uma imagem visual dependente de
uma rede integrada de estruturas complexas da qual os olhos fazem parte, contudo
é o cérebro que possui a função de interpretar as imagens formadas para que o
indivíduo possa efetivamente enxergá-la, para tanto, o lobo occipital do encéfalo,
mais especificamente as áreas visual primária e de associação visual, se
encarregam de receber, codificar, selecionar,armazenar e associar com memórias
anteriores, a informação visual recebida.
Por tanto, defini-se deficiência visual a incapacidade de realizar quaisquer das
etapas necessárias à formação, bem como, de interpretação da imagem,
configurando-se uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, ainda
que realizado tratamento clínico ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.
Podemos perceber diferentes graus de diminuição da resposta visual que
variam desde leve, passando por moderada, severa, profunda (que compõem o
grupo de baixa visão), podendo atingir ausência total da resposta visual (cegueira).
2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DA DEFICIÊNCIA VISUAL:
A Deficiência Visual apresenta algumas classificações tais como:
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL:
Segundo a OMS e o ICEVI Bangkok (1992 apud. BRASIL, 2001, p. 35 vol.1),
o indivíduo com baixa visão é aquele que apresenta diminuição das suas respostas
visuais em ambos os olhos, mesmo após tratamento e/ou correção óptica
convencional, apresenta uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de luz,
um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é
potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ou execução de uma
tarefa.
14
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA:
A classificação aqui apresentada foi proposta pela Dra. Fonda G. (1961
apud BRASIL, 2001, p. 34 vol.1), e tem como parâmetros a acuidade visual 2e as
relativas dificuldades de adaptação de recursos ópticos. Os números fracionários
significam a distância que a pessoa vê em relação ao indivíduo normal, em metros
ou pés. Para uma melhor compreensão podemos dizer que quando o índice de
acuidade for 1/200 a pessoa com deficiência vê a 1 metro (3,28 pés) o que uma
pessoa com visão normal veria a 200 metros (656,17 pés).
•
GRUPO I: Percepção luminosa a 1/200 – Difícil utilização da visão
residual.
•
GRUPO II: Visão de 2/200 a 4/200 – Difícil adaptação de recursos
ópticos específicos.
•
GRUPO III: Visão de 5/200 a 20/300 – O indivíduo pode adaptar-se,
dependendo da necessidade, a auxílios para perto ou longe.
•
GRUPO IV: Visão de 20/250 a 20/600 os auxílios ópticos podem
produzir melhor efeito e bom resultado para perto e longe.
CLASSIFICAÇÃO EDUCACIONAL:
Segundo as Dras. Faye e Barraga (BRASIL, 2001, p.34 vol.1) pessoas
com baixa visão são aquelas “que apresentam desde condições de indicar projeção
de luz até o grau em que a redução da acuidade visual interfere ou limita seu
desempenho”.
Já as pessoas cegas são aquelas “que apresentam desde a
ausência total de visão até a perda total da projeção de luz”.
CLASSIFICAÇÃO ESPORTIVA:
A classificação esportiva é de suma importância para que
durante as competições o mínimo aproveitamento visual não interfira nos resultados
da mesma, sendo assim ela deve ser feita medindo o melhor olho e a correção mais
elevada possível. Os atletas que utilizam lentes de contato ou vidros devem utilizálas para a correção normalmente, mesmo que não venham a usá-las durante a
2
Acuidade Visual (AV) é o grau de aptidão do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade
de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatória é atributos dos cones (células
fotossensíveis da retina), que são responsáveis pela Acuidade Visual, central, que compreende a visão de forma
e a visão de cores. (http://www.vejam.com.br/baixavisao-acuidade-visual/) acessado em 13/08/09 às 20h 35min
15
competição. Esta classificação é a utilizada nas competições e está especificada da
seguinte
forma
de
acordo
International
Blind
Sport
Association
(2005)
(<http://www.efdeportes.com/efd93/defic.htm> acessado em 26/08/09 às 21h 50min)
:
•
B1: Ausência total da percepção da luz em ambos os olhos, ou
alguma percepção da luz, mas com incapacidade para reconhecer a forma
de uma mão em qualquer distância ou sentido.
•
B2: Da habilidade de reconhecer a forma de uma mão até uma
acuidade visual de 2/60 metros e/ou um campo visual inferior a 5º de
amplitude.
•
B3: Desde uma acuidade visual superior a 2/60 metros até 6/60
metros e/ou um campo visual de mais de 5º e menos de 20º de amplitude.
A letra "B" refere-se ao termo blind, que significa cego, segundo a
International Blind Sport Association (2005, ibdem).
São as classificações que permitem a elaboração de programas de
atividades baseando-se nas características individuais dos alunos, isso vai
resultar em um melhor aproveitamento por parte dos mesmos, permitindo a
construção do seu desenvolvimento global.
2.1.2 CAUSAS DA DEFICIÊNCIA VISUAL:
Várias podem ser as causas da deficiência visual, tais como: as congênitas,
as hereditárias ou ainda as adquiridas através de acidentes, como ferimentos,
traumatismos, perfurações e vazamentos nos olhos. As doenças como rubéola,
toxoplasmose, sífilis e outras, durante a gestação, também são grandes causadoras
de deficiência visual. Outras doenças que podem causar a deficiência visual são o
glaucoma, diabetes, descolamento de retina, catarata congênita, retinopatia da
prematuridade,
baixa
oxigenação
do
cérebro
(hipóxia)
(http://www.drvisao.com.br/conheca_doenca_detalhe.php?id=16
22/07/09 às 21h 42min)
entre
acessado
outras.
em
16
CONGÊNITAS:
As causas congênitas são aquelas desenvolvidas durante a gestação ou
no decorrer do parto. Neste tópico vamos falar sobre algumas destas causas.
Catarata congênita: o cristalino se apresenta opacificado e com uma
coloração branca acinzentada. Segundo Moore (1984, p. 397), muitos tipos
de opacificação do cristalino são herdados, mas alguns são causados por
agentes nocivos como o vírus da rubéola. Pascaretta Junior (2008, p. 124)
complementa citando as agressões químicas, radioativas intra-uterinas e
3
infecções virais TORCH . A catarata também pode ser causada por uma
deficiência enzimática congênita de galactosemia, que leva ao acumulo de
galactose do leite no sangue e tecidos da criança, por volta da segunda
semana após o nascimento, lesionando o cristalino resultando na formação
da catarata. Neste caso a catarata não é congênita, entretanto a deficiência
enzimática é. Moore (1984, p.397)
Glaucoma congênito: é caracterizada pela alta pressão intra-ocular e
aumento do olho, provenientes de um desenvolvimento anormal do
mecanismo de drenagem do humor aquoso que pode ser causado pela
ausência ou desenvolvimento anormal do seio venoso escleral. Em geral é
causado por genes recessivos mutantes, porem pode ser decorrente de
uma infecção materna (rubéola) durante o inicio da gestação. Moore (1984,
p.396).
Conjuntivite Gonocócica: ocorre quando a mãe apresenta uma doença
venérea ( a gonorréia) e a transmite ao filho durante o parto normal. Se o
recém-nascido
não
for
devidamente
tratado
logo
ao
nascer,
o
microorganismo pode levar a uma úlcera de córnea ou mesmo à perfuração
ocular, resultando em baixa da visão ou cegueira. Brasil (2000, p. 14)
Retinopatia do recém-nascido (Fibroplasia Retrolental): ocorre nos
bebês prematuros expostos à aplicação de oxigênio.
Provoca o
aparecimento de uma massa fibrosa na região da retina que pode levar ao
seu deslocamento. Geralmente acarreta visão muito baixa. Brasil (2000, p.
15)
Toxoplasmose: quando a mãe se infecta durante a gravidez, essa infecção
pode passar para o feto. Os agentes transmissores estão nas fezes do
3
TORCH – Toxoplasmose; Outras; Rubéola; Citomegaloviros e Herpes. (WWW.damedpel.com) acessado em
16/08/09 às 23:08.
17
cachorro, gato, aves e na carne de porco. A acuidade visual estará muito
comprometida quando a lesão for na mácula. Brasil (2000, p. 14)
Neurite óptica: inflamação do nervo óptico do recém-nascido, associada
geralmente à presença na mãe de anemia, subnutrição, diabetes ou uso de
drogas. Pode levar à cegueira ou à visão deficiente. Brasil (2000, p. 14)
GENÉTICAS:
As causas genéticas expressam-se fenotipicamente quando da presença
de genes que carregam características adversas que criam obstáculos à fisiologia do
indivíduo sob algum aspecto.
“As desordens cromossômicas podem ser
ocasionadas por migrações anômalas de cromossomos durante a formação do óvulo
ou espermatozóide, ou ainda por alterações estruturais dos próprios cromossomos”
<http://www.enscer.com.br/material/artigos/eina/deficiencias/geneticas.php>
acessado em 15/08/09 às 22h 45min).
Algumas alterações ou anomalias podem ser os responsáveis pelo
desenvolvimento de doenças que influenciam na visão, tais como:
Albinismo Ocular: O Albinismo ocular é problema de herança autossômica
4
dominante, é caracterizado pela ausência de pigmentação em áreas bem
delimitadas do cabelo ou da pele, sem comprometimento do bulbo ocular.
Este é o albinismo parcial. Já o condicionado, por gene recessivo é
encontrado no cromossomo X, no qual a pigmentação do cabelo e da pele é
normal, porém a melanina do epitélio pigmentar da retina encontra-se
ausente. (PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 121)
Neuropatia Óptica de Leber: A Neuropatia óptica de Leber procede de
uma singular característica do DNA mitocondrial (DNAmt) é a herança
materna. A mãe transmite o DNAmt e toda a sua prole. (PASCARRETA
JUNIOR, 2008, p. 121)
Retinite Pigmentosa: A Retinite pigmentosa é hereditária, progressiva e
bilateral. A patologia é herdada de maneira autossômica dominante ou
recessiva, ou recessiva ligada ao sexo, ou como um caráter da herança
materna (mitocondrial).
4
Autossômico significa a presença do par de genes num par de cromossomas que não aquele que determina o
sexo, portanto quer os indivíduos do sexo feminino quer do sexo masculino poderão ser afectados.
(http://www.ncc.up.pt/~nam/VHL/Arvore_VHL/Heran_c_ca_autossomica_domi.html ) acessado em 16/08/09 às
23h 16min
18
Em conseqüência da perda de bastonetes, a cegueira noturna parece ser o
sintoma mais precoce. Posteriormente ocorre a degeneração dos cones.
Alguns pacientes apresentam sintomas visuais antes do 20 anos, enquanto
que outros, antes dos 70 anos de idade.
O epitélio da retina degenera-se, mostrando baixo número ou ausência de
cones e bastonetes e oftalmoscopicamente observa-se pigmentações na
retina (pigmentação em espículas ósseas). Ainda não existe tratamento.
(PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 123)
Retinoblastoma: Retinoblastoma é o tumor ocular maligno mais comum na
infância. [ ] Afeta todos os grupo raciais. [ ] Não tem distinção por sexo. É
fatal quando se propaga além da orbita. Com prenúncios de visão útil,
tenta-se a radioterapia, fotocoagulação a laser e crioterapia. Porém em
5
tumores grandes, a enucleação é o tratamento mais indicado.
(PASCARRETA JUNIOR, 2008, P. 122)
Síndrome de Marfan: A síndrome de Marfan é uma desordem dos tecidos
conjuntivos do corpo, cujas manifestações principais são relatadas por
alterações do esqueleto, olhos e sistema cardiovascular. [ ] Nos olhos, suas
alterações são expressas por subluxação do cristalino ou luxação do
mesmo em geral para fora e para cima, chamada de ectopia do cristalino.
O achado de ectopia bilateral deve levantar suspeita da Síndrome de
Marfan. ( PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 121)
Síndrome de Down (Trissomia do 21): No caso da Trissomia do 21, os
olhos bem afastados (hipertelorismo) são observados, com fissuras
palpebrais oblíquas ou arqueadas, ectrópio6, epicanto e eversão das
pálpebras superiores. São tendentes ao ceratocone. A displasia retiniana
desenvolve-se em muitos casos. Devido à presença de focos anelares de
hipoplasia de íris circundando o estroma7 iridiano normal (manchas de
Brushfield), a íris apresenta um aspecto salpicado. A íris pode mostrar-se
com hiperplasia focal do estroma. Podem surgir cataratas em pacientes
5
Enucleação “s. f. (fr. énucléation; ing. enucleation). 1) Extirpação total de um corpo, de um órgão ou de um
tumor encapsulado, através de uma incisão. 2) Extirpação cirúrgica do globo ocular. (adj.: enucleado.)”
(htpp://medicosdeportugal.saúde.sapo.pt) acessado em 19/08/09 às 23h 23min
6
Ectrópio “é uma doença em que a pálpebra se vira para fora e não entra em contacto com o globo ocular.”
(WWW.manualmerck.net) acessado em 16/08/09 às 23h 28min
7
Estroma “s. m. (fr. strome; ing. stroma). Em histologia, tecido conjuntivo vascularizado que contém
ramificações nervosas, que constitui
a trama
de um órgão ou
de um tumor.”
(htpp://medicosdeportugal.saúde.sapo.pt) acessado em 19/08/09 às 23h 33min
19
maiores que 15 anos (opacidade do cristalino semelhante a flocos). Podem
apresentar também elevada, atrofia do epitélio pigmentar da retina, papila
8
9
óptica hiperêmica e blefaroconjuntivite crônica. (PASCARRETA JUNIOR,
2008,, p. 123)
Síndrome de Lowe: Também chamada de síndrome óculo-cérebro-renal.
O que mais chama a atenção são as escleras azuis, caracterizadas pelo
afinamento das mesmas. A catarata nuclear bilateral e micro facia (grifo do
autor) são comuns. O glaucoma pode aparecer. (PASCARRETA JUNIOR,
2008, p. 187)
CAUSAS SOCIAIS E POLÍTICAS
A violência nos dias atuais é uma grande causadora da deficiência, não só
visual como de várias outras deficiências. Temos como exemplos desta violência as
guerras; os conflitos, tanto rurais como urbanos; a criminalidade e os acidentes de
trânsito.
A falta de investimento dos órgãos políticos, os descasos dos nossos
governantes, também, contribuem para o aumento dos casos de deficiência,
segundo Oliveira (2001, p. 11), “a inadequação ou a inexistência de ações de saúde
de caráter público e geral que combatam epidemias e tratem com a devida atenção
a maternidade” é uma das causas deste aumento.
E, também, acrescenta a
deficiência nas áreas de assistência, previdência, educação, moradia, saneamento e
segurança, além do empobrecimento e a fome. Aliado a estes, ainda temos a não
proteção ao trabalhador contra acidentes na indústria e na agricultura, além das
catástrofes ambientais provocadas por atividades econômicas.
8
Hiperêmica “Superabundância de sangue em qualquer parte do corpo.” Dicionário Aurélio – Século XXI
9
Blefaroconjuntivite “s. f. (fr. blépharo-conjonctivite; ing. blepharoconjunctivitis). Inflamação simultânea das
pálpebras e da conjuntiva.) (htpp://medicosdeportugal.saúde.sapo.pt) acessado em 19/08/09 às 23h 44min
20
3 O GOALBALL E A DEFICIÊNCIA VISUAL
3.1 APRESENTANDO O GOALBALL
3.1.1 Histórico
O goalball é um esporte desenvolvido especificamente para pessoas com
deficiência visual. Como em todo o esporte coletivo este basea-se na cooperação,
oposição e na finalização Garganta (1995 apud ALMEIDA, 2008). Foi criado em
1946 na Alemanha pelo austríaco Hanz Lorenzer e pelo alemão Sett Reindle com o
objetivo de reabilitar os veteranos da II Guerra Mundial que haviam perdido a visão
em combate. (IBSA, 2009). É baseado nas percepções auditivas e táteis, como
também na orientação espacial, é um ótimo exercício percepto-motor e tem como
característica ser dinâmico, interessante e especial (PARAOLÍMPICOS DO
FUTURO, 2006; ALMEIDA, 2008)
Em 1972, nos jogos Paraolímpicos de Heidelberg, Alemanha, o goalball
foi apresentado internacionalmente como exibição e em 1976 foi incorporado aos
jogos paraolímpicos de Toronto no Canadá, porém apenas no masculino. Após o
mundial de 1978, disputado na Áustria, o feminino foi incorporado nas
paraolimpiadas em 1984 nos Estados Unidos da América durante os jogos de Nova
York. (MATARUNA, 2005 apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006)
A introdução deste esporte no Brasil ainda é bastante discutidas, há os
que apontam Steven Dubner como o responsável por trazer a primeira bola de
goalball, em 1985, para o Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI) em São
Paulo, ajudando a disseminar a sua prática. Porém, há os que defendem a ida de
Mário Sérgio Fontes ao mundial da Holanda em 1986, enviado para conhecer a esta
modalidade, o mesmo retornou trazendo as regras e as bolas oficiais. (CBDC, 2006);
(MATARUNA, 2005, apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006)
Apesar das diferentes informações, o marco da sistematização da
modalidade no Brasil é a realização do I Campeonato Brasileiro de Goalball, em
Uberlândia, no ano de 1987. (CBDC, 2006 apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO,
2006).
21
O Brasil teve a sua primeira participação internacional em 1995 nos Jogos
Pan-americanos da IBSA de Mar Del Plata na Argentina, aonde a equipe masculina
conquistou a medalha de prata. Em 2001 a equipe feminina conquistou o bronze no
Pan dos EUA. A cidade do Rio de Janeiro cediou, em 2002, o VII Campeonato
Mundial de Goalball.
Este evento foi responsável pelo aumento no número de
adeptos à prática deste esporte. O contato com o que havia de melhor em nível
mundial possibilitou a evolução e a capacitação de nossos atletas, técnicos e
dirigentes. Como resultado desta evolução e capacitação tivemos a participação da
equipe brasileira em 2003 no Mundial de Quebec, Canadá, onde a equipe feminina
conquistou a medalha de bronze, fato este que possibilitou a sua participação nos
Jogos Paraolímpicos de 2004, em Atenas. A conquista da medalha de prata nos IV
Jogos Pan-americanos da IBSA disputado em 2005 na cidade de São Paulo,
também, foi um grande feito da
equipe feminina. (CBDC, 2006 apud
PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006).
Em agosto de 2007 o Brasil cediou a 3ª edição dos Jogos Mundiais para
Cegos, nas cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, com a participação de 61
países. Este evento foi classificatório para os Jogos Paraolímpicos de Pequim-2008.
O Brasil teve uma participação extraordinária, tendo ficado em 3° lugar no quadro
geral de medalhas e qualificando as equipes masculina e feminina de goalball para
os Jogos Paraolímpicos. (Ferreira, 2009).
3.1.2 As Normas e Regras do Goalball
Como em todos os esportes as regras são de fundamental importãncia,
segundo Huizinga (1980, p. 33) “[ ] o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária,
exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo
regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias [ ]”, sendo assim o
goalball tem as suas normas e regras, as quais devem ser seguidas para o bom
andamento das partidas e segurança dos participantes.
Segundo as normas adotadas pela IBSA10 o goalball é jogado por duas
10
International Blind Sports Federation
22
equipes de três jogadores cada uma, e no máximo três jogadores reservas.
A
prática se dá preferencialmente em ginásios com um piso liso, em quadra retangular
dividida em duas partes por uma linha central. A bola utilizada possui guizos no seu
interior, o que facilita a identificação e localização por parte dos jogadores.
Basicamente, o jogo consiste em que cada equipe role a bola com a intenção de que
a mesma cruze toda a extensão da quadra até a linha do gol adversário, enquanto a
outra equipe tenta impedir. O silêncio, por parte da platéia, é fundamental para a que
se possa escutar o som dos guizos.
Como situamos anteriormente, atualmente as regras para a competição
internacional de goalball são as adotadas pela IBSA. Por serem muito extensas, as
regras podem ser encontradas no Anexo A. Caso ocorram divergências em relação
às regras de goalball da IBSA, prevalecerá a versão das regras em inglês.
Segundo Almeida et all (2008, p. 18)”A regra mais diferenciada do goalball
em relação às outras modalidades esportivas coletivas (ditas tradicionais) é a não
utilização do sentido visual” já que para se manter a igualdade entre as diferenças
na perda visual, é utilizada bandagem e venda, em todos os jogadores.
Os esportes ou jogos, quando disputados de forma lúdica ou em fase de
aprendizagem, podem ter as regras adaptadas, de acordo com as necessidades dos
participantes.
3.2 O GOALBALL E A DEFICIÊNCIA VISUAL
A atividade física é fundamental para o desenvolvimento afetivo, cognitivo
e motor do ser humano, pois segundo Tani et. All. (1988, p. 64) “não apenas a
maturação atua no processo de desenvolvimento, mas também que há atuação das
experiências”.
Do domínio motor fazem parte os movimentos. Para Singer (1980 apud
TANI, 1988, p. 5)
“incluem-se no domínio motor três tipos básicos de comportamento:
contactar, manipular e ou mover um objeto; controlar o corpo ou objetos
quando em equilíbrio; mover ou controlar o corpo ou parte dele no espaço,
com timing, num ato ou seqüência breve ou longa, sob situações previsíveis
e ou imprevisíveis.”
23
Os movimentos são inerentes há todas as atividades dos seres humanos,
e estão no cotidiano, no trabalho, no lazer e no desporto. Segundo Newell (1978
apud TANI, 1988, p. 8) o movimento “[ ] refere-se geralmente ao deslocamento do
corpo e membros produzido como uma conseqüência do padrão espacial e temporal
da contração muscular” e complementa ao afirmar que “Movimentos são de grande
importância biológica, psicológica, social, cultural e evolutiva, desde que é através
de movimentos que o ser humano interage com o meio ambiente.” (1988 p.11)
Para que realizemos movimentos de forma satisfatória é necessário que o
nosso desenvolvimento motor seja estimulado desde a tenra idade, pois, sendo este
um processo contínuo e demorado, toda estimulação física e motora serão
fundamentais para a aquisição dos padrões fundamentais do movimento, que
podem ser divididos em padrões de locomoção, de manipulação e de equilíbrio.
(TANI, 1988 p.74)
A deficiência visual não é por si só a responsável pelas defasagens no
desenvolvimento motor da pessoa congenitamente cega, pois estes não se dão por
um déficit anátomo-fisiológico e sim pela limitação de experiências motoras em
diversos níveis, apresentando, com freqüência defasagens tais como: equilíbrio
falho, mobilidade prejudicada, esquema corporal e cinestésico não internalizados,
locomoção dependente, postura defeituosa, expressão corporal e facial muito raras,
coordenação motora bastante prejudicada, lateralidade e direcionalidade não
estabelecidas, inibição voluntária não controlada, falta de resistência física, tônus
musculares inadequado e falta de auto-iniciativa para ação motora. (CONDE, 1981
apud PARAOLÍMPICOS DO FUTURO, 2006)
Segundo Brasil (2001 p. 137) “As pessoas que possuem visão normal
muitas vezes não imaginam o que significa ser uma pessoa cega, muito menos
fazem qualquer distinção ou comparação lógica entre a cegueira congênita e a
cegueira adquirida” e complementa dizendo que “O surgimento da cegueira no
individuo adulto traz consigo não apenas a perda de visão, mas também outras
perdas” (BRASIL. 2001 p. 138). Carrol (1961 apud BRASIL, 2001, p. 139) coloca
que estas perdas “podem ser sistematizadas da seguinte forma: perdas emocionais,
perdas das habilidades básicas, perdas na apreciação, perdas relacionadas à
ocupação profissional, perdas na comunicação e perdas que implicam na
personalidade como um todo”.
Em relação às perdas das habilidades básicas, as quais são responsáveis
24
pela execução de tarefas e ações de forma independente ligadas a aspectos como a
locomoção pode dizer que a orientação espacial é uma das prejudicadas, pois “A
visão não apenas identifica direções, ela posiciona o indivíduo em seu meio
espacial”. (BRASIL, 2001 p. 140).
A prática de atividade física traz muitos benefícios em todas as fazes da
vida do ser humano. É através dela que podemos trabalhar muitos destes aspectos
prejudicados pela ausência da visão e pela falta da estimulação precoce. É um dos
meios que se pode adotar para trabalhar as habilidades motoras das crianças que
são cegas congênitas, como também, reabilitar a pessoa que se depara com
deficiência visual no decorrer da sua existência. Sendo assim, pode-se dizer que ao
praticar uma atividade física a pessoa com deficiência visual pode trabalhar muitos
dos aspectos prejudicados pela falta da visão
Quando se fala em atividade física pode-se englobar a prática esportiva.
Ao falarmos em esportes para pessoas com deficiência visual, faz-se necessário,
diferenciar entre alunos ou atletas que possuem deficiência visual congênita ou
adquirida precocemente, daqueles que contraíram a deficiência tardiamente, os
quais tiveram oportunidade de praticar algum esporte ou mesmo de ter assistido a
alguns deles.
É importante também saber diferenciar as pessoas com deficiência visual
que tiveram experiências motoras, sociais, familiares na infância e juventude e
mesmo laboral na fase adulta daqueles que foram mantidos enclausurados em suas
casas.
Aqueles que têm a baixa visão, também devem ser diferenciados das
pessoas com cegueira. Pois, todas as experiências e até mesmo o pouco que se
possa aproveitar da visão faz diferença no desempenho durante a prática
desportiva, porém quando estas pessoas são estimuladas e recebem apoios de
qualidade
elas
podem praticar
as
mais
diversas
modalidades
esportivas
(Paraolímpicos do futuro, 2006).
O Goalball, como esporte, atividade lúdica ou meio para reabilitação,
propicia muitos benefícios, como ocorre com a maioria dos esportes, pois além de
reduzir a possibilidade de ocorrerem doenças relacionadas aos males do
sedentarismo, estimula a atenção, concentração, memorização e criatividade;
25
melhora a coordenação motora, lateralidade, equilíbrio e a percepção tátil, auditiva e
espaço-temporal, tem um papel importante na vida dos seus praticantes por ser uma
forma de provar o seu potencial à sociedade e às suas famílias. Juntamente a estes
fatores ainda temos os efeitos psicológicos tais como: conhecer-se como alguém
capaz e não apenas como uma pessoa com deficiência; melhor auto-aceitação e
autoconfiança, ampliando a capacidade de tomar decisões adequadas; sentir-se
aceito, combatendo a depressão, a apatia e o medo; combater o narcisismo e o
egocentrismo; reduzir a dependência e promover a independência física e na
tomada de decisões; combater a introversão promovendo o comportamento mais
extrovertido; aprender a reconhecer seus potenciais e o das outras pessoas, bem
como, a ser responsável, favorecendo assim, a inclusão e uma melhor qualidade de
vida.
Quando se fala no tema inclusão logo vêm à tona os termos educação e
escola regular. Um dos grandes estigmas está relacionado a presença de pessoas
com deficiência visual nas escolas, e pela impossibilidade deste participar das aulas
de educação física. No entanto, nada impede a prática de educação física por parte
deste aluno, principalmente se a sua deficiência estiver somente no campo da visão
e não vier associada a nenhuma outra limitação, como problemas cardíacos. Muito
pelo contrário, além de ser benéfico para o desenvolvimento motor e afetivo o
goalball auxilia na socialização e no aprendizado, pois muitos dos benefícios citados
anteriormente, e outros, dentre eles aqueles que estão relacionados a aprendizagem
da leitura e da escrita Braille, tais como: organização espaço-temporal; interiorização
do
esquema
corporal;
independência
funcional
dos
membros
superiores;
coordenação bimanual e desenvolvimento da sensibilidade tátil. (BRASIL, 2001, p.
57)
O goalball pode ser utilizado como ponte para esta inclusão. A partir do
momento em que os demais alunos se encontrarem em iguais condições, saberão
entender um pouco as dificuldades dos seus colegas deficientes visuais e respeitar
os seus conhecimentos e a sua capacidade. Nada impede que pessoas videntes
possam praticar este esporte. Segundo Almeida (2008 p. 18) “Qualquer um pode
jogar goalball, desde que não “veja” o jogo. Assim, basta vendar a todos para que o
jogo não perca sua principal especificidade”.
26
Almeida (2008, p. 15), também, coloca que:
promover a prática do goalball como conteúdo regular da educação física
auxilia na difusão do conhecimento sobre a potencialidade das pessoas
com deficiência visual, contribuindo para a redução da discriminação.
E complementa dizendo que
Tal prática poderá reverter a falta de conhecimento da população, principal
motivador do preconceito e das limitações sociais sofridas pela pessoa com
deficiência, e permitir o desenvolvimento de outros sentidos, como o tato,
audição e propiocepção, que possibilitem uma percepção diferenciada do
mundo. Por esses motivos é imprescindível oferecer oportunidades aos
alunos de interagirem com as diversidades e diferenças, aprendendo com
elas principalmente a importância do respeito pelo outro.
É importante que a população, em geral, tenha consciência da capacidade
da pessoa com deficiência. A imagem, de aleijado que se tinha, em relação a
pessoa com deficiência, na antiguidade, ou mesmo da idéia de alvo de proteção, na
idade média, não são mais concebíveis.
As pessoas com deficiência vêm
mostrando a sua potencialidade e um dos caminhos utilizados é a prática esportiva.
27
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização do goalball como ponte para a participação da pessoa com
deficiência visual na sociedade, principalmente na escola regular, é de grande
importância, pois ela estaria praticando uma atividade criada primeiramente para
pessoas com suas limitações e que pode ser adaptada para as demais pessoas
videntes, o que geralmente ocorre ao contrário, nas demais atividades.
A reflexão sobre a prática esportiva, prática esta realizada pela pessoa
com deficiência, é de fundamental importância, pois a necessidade de aumentar o
número de pessoas engajadas no processo de conscientização da necessidade da
inclusão das pessoas com Deficiência Visual é premente. É chegada à hora de abrir
espaço, além de descobrirmos o potencial de cada uma delas.
A prática esportiva, em âmbito geral, melhora a qualidade de vida das
pessoas, além de propiciar uma maior integração entre os povos.
Será que as
pessoas com Deficiência Visual não têm o mesmo direito de participar deste
processo? Faz-se necessária, uma maior conscientização da sociedade em relação
ao potencial das pessoas com deficiência. É através de trabalhos como este, onde
se pode conhecer mais sobre a capacidade das pessoas com deficiência, que nós
podemos abrir os horizontes para esta parcela da sociedade.
28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Acuidade Visual. Disponível em:<http://www.vejam.com.br/baixavisao-acuidadevisual/ > acessado em 13/08/09 às 20h 35min
BIBLIOTECA MÉDICA ONLINE. Disponível em: (www.manualmerck.net) acessado
em 16/08/09 às 23h 28min
BRASIL. Entendendo a baixa visão: orientação aos professores / Regina
Carvalho de Salles Oliveira, Newton Kara-José e Marcos Wilson Sampaio___
Brasília, DF: Ministério da Educação: Secretaria de Educação Especial (MEC),
2000.
BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental:
deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Morais Garcia Bruno, Maria
Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. ____ Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. (Série
Atualidades Pedagógicas; 6. vol. 1)
BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental:
deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Morais Garcia Bruno, Maria
Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. ____ Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. (Série
Atualidades Pedagógicas; 6. vol. 2)
BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental:
deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Morais Garcia Bruno, Maria
Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. ____ Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. (Série
Atualidades Pedagógicas; 6. vol. 3)
Classificações da deficiência visual: compreendendo conceitos esportivos,
educacionais, médicos e legais. Disponível
em:<http://www.efdeportes.com/efd93/defic.htm> acessado em 26/08/09 às 21h
50min
DE ALMEIDA, J. J. Gavião; DE OLIVEIRA FILHO, Ciro Winckler; MORATO; Márcio
Pereira; PATROCINIO, Regina Matsui; VAN MUNSTER, Mey de Abreu.
Goalball: invertendo o jogo da inclusão. Campinas, SP: Autores Associados,
2008. (Coleção educação física e esportes; Série manuais)
Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI. Versão 3.0 , 1999
ENSCER – Ensinando Cérebro. Artigos EINA – Deficiências. Disponível
em:<http://www.enscer.com.br/material/artigos/eina/deficiencias/geneticas.php>
acessado em 15/08/09 às 22h 45min
29
ESPORTE E CULTURA PARA CEGOS.
Disponível em:<http://www.urece.org.br/novosite/content/goalball> acessado em
28/08/09 às 19h 34min
FERREIRA, Paulo Vitor. CBDC em apuros. Disponível em:
<http://einclusao.blogspot.com/2008/08/cbdc-em-apuros.html> , acessado em
09/08/09 às 23h 41min)
Herança autossômica dominante.
Disponível
em:<http://www.ncc.up.pt/~nam/VHL/Arvore_VHL/Heran_c_ca_autossomica_do
mi.html> Acessado em 16/08/09 às 23h 16min
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura; tradução de
João Paulo Monteiro, São Paulo, editora Perspectiva S. A.2°edição – 1980.
IBSA. Disponível em:< www.ibsa.es>. Acessado em 02 de Junho de 2009 às 21h
29min
MÉDICOS DE PORTUGAL. Disponível em:
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/action/10/glo_id/1605/menu/2/ acessado
em 19/08/09 às 23h 23min; 23h 33min; 23h 44min.
MOORE,Keith L. Embriologia Clinica; tradução de Ariovaldo Vulcano et al. _____
3ª ed. _____ Rio de Janeiro: Ed. Interamericana, 1984.
OLIVEIRA, Carlos Afonso da Silva. Os direitos das pessoas portadoras de
deficiência ___ Brasília: CORDE, 2001. ____ (Cidadania & Inclusão ; 1)
PARAOLÍMPICOS DO FUTURO. Introdução ao Movimento Paraolímpico. CD
produzido pelo COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO com recursos da Lei
10.264/2001 e destinado ao Fomento do Desporto Escolar Paraolímpico.
Distribuição gratuita. PROMO CD. 2006.
PASCARRETA JÚNIOR, Vicente. A cegueira da humanidade: do mecanismo da
visão à catarata. _____ Recife: Gráfica e Editora Liceu Ltda, 2008.
Portal Dr. Visão. Conheça Doenças. Baixa visão. Disponível em:
<http://www.drvisao.com.br/conheca_doenca_detalhe.php?id=16> acessado em
22/07/09 às 21h 42min
Regras CBDC. Disponível
em:<http://www.cbdc.org.br/novo_site/midiabiblioteca/documentos/59/179.doc >
acessado em 09/08/09 às 21h 52min
SCLOWITZ, Iândora K. T. Infecções Perinatais. Disponível
em:<http://www.damedpel.com/CDD/4oAno/GO/GO%20-%202008%20%20ATM%2010/24.Infeccoes%20Perinatais%2020TORCH.ppt#257,1,INFECÇÕES PERINATAIS> acessado em 16/08/09 às 23h
08min.
30
TANI, GO et al. Educação física escolar: Fundamentos de uma abordagem
desenvolvimentista.__ São Paulo: E.P.U.: Editora da Universidade de São
Paulo, 1988.
31
ANEXO
A - REGRAS DO GOALBALL SEGUNDO A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE
DESPORTOS PARA CEGOS – CBDC
http://www.cbdc.org.br/novo_site/midiabiblioteca/documentos/59/179.doc
acessado
em 09/08/09 às 21:52.
1. QUADRA E INSTALAÇÕES
1.1. Quadra
1.1.1. Dimensões
A quadra de goalball consiste em um retângulo de 18 m de comprimento (+/5 cm) e 9 m de largura (+/- 5 cm), sendo que tais medidas correspondem às bordas
exteriores. Neste espaço só se permitem as marcas próprias da modalidade e mais
nenhuma outra.
1.1.2. Áreas de equipe
A área da equipe consiste em uma área de 9 m de largura (+/- 5 cm) por 3 m
de comprimento (+/- 5 cm), sendo que a linha do fundo dos 9 m será a linha
demarcatória do gol.
1.1.3. Linhas de Orientação do jogador
Duas linhas externas estão localizadas na área da equipe a uma distância de
1,5 m (+/- 5 cm) da linha que limita, à frente, a mesma área. Essas linhas devem ter
1,5 m (+/- 5 cm) de comprimento, indo, da linha limite externa em direção ao meio da
área de equipe. As linhas devem ser demarcadas nas duas laterais das respectivas
áreas de equipe.
Além disso, deverão ser acrescentadas duas linhas centrais na área da
equipe. Essas devem estar no meio desta área, indo, perpendicularmente, das
linhas-limite dianteira e do gol para dentro da área da equipe. Elas devem ter 0,5 m
de extensão (+/- 5 cm). Ainda haverá mais duas linhas de 15 cm (+/- 5 cm),
32
perpendicularmente colocadas em direção à linha do gol, saindo da linha que limita,
à frente, a área de equipe e a 1,5 m de cada linha lateral.
1.1.4. Área de Lançamento
Imediatamente à frente da área de equipe localizar-se-á a área de
lançamento. Consistirá em 9 m de largura (+/- 5 cm) por 3 m de comprimento (+/- 5
cm).
1.1.5. Área Neutra
A área neutra, com 6 m (+/- 5 cm) de comprimento, situa-se entre as duas
áreas de lançamento. Ela deve ser dividida em duas metades de 3 m (+/- 5 cm) por
uma linha central que demarca o meio da quadra.
1.1.6. Área do Banco
A localização dos respectivos bancos das equipes deverá ser de ambos os
lados da mesa de arbitragem, com uma distância mínima de 3 m da linha lateral da
área de jogo. O banco da equipe deve estar o mais próximo possível da mesa de
arbitragem e nunca deverá estar alinhado com a área de equipe. A área do banco
deve ser de 4 m (+/- 5 cm) de comprimento e estar claramente identificada por uma
linha frontal de 4 m (+/- 5 cm) de extensão e por 2 linhas laterais de não menos que
1 m de comprimento. Todos os componentes da equipe devem permanecer, durante
o jogo, restritos à área do banco. Por ocasião da troca de lados das equipes no meio
tempo, trocam-se também as respectivas áreas. Além disso, a área do banco de
uma equipe deve estar no mesmo extremo da quadra em que esta equipe está
localizada.
Se um jogador, que sofreu uma lesão ou que deixou a competição por
qualquer motivo, quiser sentar-se no banco de sua equipe como acompanhante,
deve vestir uma camisa que o identifique enquanto tal. Esta camisa deve ser
providenciada pelo comitê organizador da competição.
1.1.7. Marcações
Todas as marcações da quadra (linhas) terão aproximadamente 5 cm (+/- 1
cm) de largura e deverão ser marcadas de forma visível e facilmente identificável
(pelo tato) a fim de proporcionar a orientação do jogador em campo. Todas as linhas
33
devem ter um barbante de 3 mm a 5 mm de espessura colocado no meio e abaixo
da fita adesiva.
1.1.8. Line Out
1,50 m (+/- 5 cm) a partir das linhas laterais da quadra e das linhas do gol
deve existir uma marcação feita com fita adesiva facilmente identificável, porém sem
barbante. Quando a bola passar dessa linha, o árbitro deve apitar uma vez e, em
seguida, dizer “line out”. O cronômetro dos 10 segundos será paralisado até que o
jogo seja reiniciado.
1.2. Materiais
1.2.1. Gols
A largura do gol deverá ser de 9 m (+/- 5 cm). As traves, que deverão ser
redondas, medirão 1,30 m (+/- 2 cm) de altura e o travessão superior deve medir 9 m
e ser construído de material rígido. As traves devem permanecer fora da quadra,
porém alinhadas com a linha base do gol. O diâmetro máximo das traves e do
travessão do gol não pode exceder 15 cm. Os gols devem ser construídos de
maneira que ofereçam segurança.
1.2.2. Bola
A bola utilizada no jogo pesa 1.250 gramas, com circunferência de
aproximadamente 76 cm e tem 8 orifícios de, aproximadamente, 1 cm de diâmetro,
além de possuir guizos internos. O material é de borracha com dureza apropriada,
que foi determinado pelo Subcomitê Técnico Desportivo da IBSA. Para competições
de alto nível, a bola a ser utilizada deve ser aprovada pelo mesmo Subcomitê.
1.2.3. Uniformes
Todos os atletas deverão vestir camisetas oficiais de suas equipes na
competição.
Tais
camisetas
devem
apresentar
os
números
dos
atletas
permanentemente afixados, tanto na parte frontal como nas costas. Os números
devem estar entre 1 (um) e 9 (nove) e o tamanho deles deverá ser de, no mínimo,
20 cm. A espessura máxima permitida da proteção, em qualquer parte do corpo, é
de 10 cm. Nos Jogos Paraolímpicos e nos Campeonatos Mundiais, a camiseta oficial
34
da equipe, as calças e as meias usadas pelos atletas devem ser idênticas e portar
os modelos de propaganda conforme requisitado previamente pelos Comitês
Organizadores.
1.2.4. Óculos e lentes de contato
É proibido o uso de óculos e lentes de contato.
1.2.5. Vendas
As vendas devem ser utilizadas por todos os jogadores em quadra desde o
apito inicial de qualquer meio tempo até o final do mesmo. Isso inclui tempos
regulares de jogo, prorrogação e lançamentos livres. Durante uma situação de “time
out”, os jogadores do banco que forem entrar em quadra devem obrigatoriamente
estar vendados.
1.2.6. Adesivos Oculares (Tampões)
Nos principais Campeonatos, como foi definido pelo Subcomitê de Goalball da
IBSA, todos os jogadores participantes devem ter seus olhos recobertos por
adesivos oculares (tampões), sob a supervisão do Delegado Técnico Oficial de
Goalball da IBSA.
2. PARTICIPANTES
2.1. Classificação
A competição deverá ser orientada pela divisão em 2 categorias, quais sejam,
masculina e feminina.
2.2. Composição da equipe
Ao começo de um campeonato, a equipe estará composta por três (3)
jogadores, com um máximo de três (3) substitutos. Cada equipe poderá ter somente
três (3) acompanhantes no banco. O número máximo de indivíduos nas áreas dos
bancos será de nove (9). O(s) árbitro(s) deve(m) ser avisado(s) por escrito, antes do
início de qualquer partida, da presença de um jogador que está no banco da equipe,
mas não está envolvido efetivamente na disputa. Tal atleta deverá vestir uma
camiseta fornecida pelo comitê organizador do torneio, diferenciada da dos outros
35
componentes da equipe. Quaisquer jogadores eliminados da partida serão também
listados na folha de relação nominal (line up) como não participantes.
3. OFICIAIS
3.1. Número exigido
Em cada partida haverá dois (2) árbitros principais, quatro (4) juízes de linha,
um (1) anotador geral, um (1) cronometrista geral, um (1) cronometrista de 10
segundos e um (1) anotador de lançamentos. Em todas as competições de alto
nível, exigem-se dois (2) cronometristas de 10 segundos devidamente qualificados,
e um back up timer (cronometrista geral de suporte).
4. DINÂMICA DO JOGO
4.1. Duração da partida
Cada partida será de 20 minutos, divididos em dois tempos iguais de 10
minutos. Deverá haver, no mínimo, cinco (5) minutos de intervalo entre o final de um
jogo e o início do próximo. Nos Jogos Paraolímpicos e nos Campeonatos Mundiais
haverá, no mínimo, um intervalo de quinze (15) minutos entre o final de uma partida
e o início da outra. Um aviso sonoro deve ser emitido pelo cronometrista geral, cinco
(5) minutos antes de se iniciar uma partida. Da mesma forma, um aviso sonoro
deverá ser emitido quando faltar 30 segundos para o início de qualquer meio tempo.
Só será considerado finalizado qualquer meio tempo quando esgotados os 10
minutos jogados. O intervalo será de 3 minutos de duração e o jogo só se reiniciará
exatamente quando os 3 minutos estiverem esgotados. Os jogadores que entrarão
em quadra, em qualquer meio tempo, devem estar prontos para a checagem das
bandagens/vendas 1 minuto e 30 segundos antes do início do jogo. Se uma equipe
não estiver preparada para começar a jogar, uma vez já concluído os 3 minutos, serlhe-á imposta uma penalidade por atraso de jogo.
O cronômetro será parado
sempre por ocasião das situações de penalidades. O tempo da partida é iniciado e
paralisado pelo apito do árbitro oficial.
36
4.2. Prorrogação
Caso haja um empate de placar no final do tempo regulamentar e um
vencedor seja necessário, as duas equipes jogarão duas (2) metades adicionais de
3 minutos de prorrogação. Aquela que marcar o primeiro gol será a vencedora e o
jogo estará finalizado.
Haverá um intervalo de 3 minutos entre o final do tempo regulamentar e a
primeira metade da prorrogação. Um segundo sorteio determinará a situação de
arremesso ou recepção de cada equipe, ao início da prorrogação. Durante a
segunda metade da prorrogação serão invertidas as posições definidas inicialmente
e as equipes trocarão as áreas de banco durante um intervalo de três (3) minutos
entre os meios tempos. Caso o empate se mantenha, e seja necessário nomear um
ganhador, o impasse se resolverá mediante lançamentos avulsos (extra throws).
4.3. Sorteio
Antes de começar a partida, o árbitro principal  ou outro oficial designado
 conduzirá um sorteio entre os representantes das equipes. O ganhador poderá
escolher o lado da quadra ou se prefere lançar ou receber. Conseqüentemente a
opção não escolhida fica com o perdedor. Ao iniciar a segunda metade do jogo,
serão invertidas as áreas e a situação de lançamento ou recepção. Qualquer
representante que não estiver presente no momento do sorteio será punido com
uma penalidade por atraso o jogo.
4.4. Reiniciando a partida
Quando a bola for reposta em jogo por um juiz de linha (ou um árbitro), ela
deve ser colocada na marca de 1,5 metros (linha dos alas), exatamente no encontro
desta com a linha lateral da quadra. No momento em que a bola estiver colocada, o
árbitro principal dirá “play” e o(s) relógio(s) iniciar-se-ão, mesmo que nenhum dos
membros da equipe em quadra tiver de posse da bola.
4.5. Orientação/Reorientação
Só será permitida a orientação aos jogadores durante a partida, em situações
de penalidade, sendo que tal orientação deve, necessariamente, ser fornecida pelos
árbitros que conduzem o jogo. Entretanto, se for necessário voltar a orientar um
37
jogador em qualquer outro momento, ser-lhe-á imposto um pênalti individual por
atraso de jogo.
4.6. Pontuação
Será considerado gol sempre que a bola cruzar a linha do gol e adentrar ao
mesmo. Contudo, não será considerado “gol” se a bola atravessar a linha
demarcatória tendo sido levada por uma ação acidental do árbitro principal ou juiz de
linha. Além disso, se um gol é marcado quando o tempo regulamentar da partida
houver terminado, tal gol somente será computado se a bola tiver passado
totalmente a linha demarcatória, antes de finalizado o tempo. Caso a venda do
jogador de defesa seja deslocada por uma bola, o jogo continuará e, se a bola
subseqüentemente adentrar o gol, a pontuação será considerada.
4.7. TIME OUTS (Tempos Oficiais)
4.7.1. Team time out (Tempo oficial da equipe)
Serão permitidos, para cada equipe, três (3) tempos (“time outs”) de 45
segundos durante o período regulamentar, a critério do técnico. Uma vez solicitado
um “time out” ambas as equipes poderão utilizá-lo. Após uma equipe ter requisitado
um “time out” e se servido do mesmo, no mínimo um lançamento deve acontecer
antes da mesma equipe pedir um próximo “time out” ou uma substituição
(“substitution”). Entretanto, uma “substitution” pode ser feita antes do término do
“time out”. Além disso, na prorrogação será permitido a cada equipe apenas um (1)
“time out” de 45 segundos. Caso ocorra um “time out” durante uma “substitution”,
ambos os procedimentos serão anotados em súmula (tanto a substituição quanto o
tempo oficial da equipe).
Um time out de equipe pode ser requisitado tanto por um técnico quanto por
um jogador ao árbitro principal a qualquer momento que a equipe tenha controle da
38
bola ou haja uma paralisação oficial na partida, usando gestos manuais (nãoverbais) e/ou pronunciando-se verbalmente. Um árbitro poderá anunciar um “time
out” durante uma pausa oficial na partida ou quando a bola estiver de posse da
equipe que requisita o tempo. A autorização de um pedido de tempo pela equipe só
ocorrerá quando um árbitro oficial referir-se verbalmente ao nome da equipe que o
requisitou. O cronometrista dará um aviso sonoro de 15 segundos, antes de se
esgotar o “time out” solicitado.
4.7.2. Officials’ time out (Tempo oficial dos árbitros)
Um árbitro oficial pode pedir um “officials time out” a qualquer momento que
considerar necessário. É de direito dos técnicos dar instruções, mesmo a partir dá
área do banco, aos jogadores em quadra durante um “officials time out” e tal ação se
continua até que o árbitro diga “Quiet Please!”. Nesse momento a comunicação deve
ser interrompida, pois caso contrário, um pênalti por conduta antidesportiva (team
unsportmanlike conduct) será imputado. Se um árbitro apitou um “officials time out”
como resultado de ações da equipe que possuía a bola, então essa será controlada
pelo juiz de linha e, no final do “officials time out”, deverá ser reposta para a equipe
pelo juiz de linha.
4.7.3. Medical time out (Tempo médico oficial)
No caso de lesão ou doença, um “medical time out” deve ser pedido pelo
árbitro e o cronometrista de 10 segundos mais distante do jogador lesionado iniciará
o relógio para marcar os 45 segundos. Um aviso sonoro deve ser dado para o árbitro
no fim dos 45 segundos. Se o jogador lesionado não estiver mais em condições de
continuar jogando ao final de 45 segundos, ou se qualquer componente da equipe
39
entrar em quadra, aquele jogador deverá ser substituído até o final daquela metade
do jogo.
Tratamento Médico
Se um jogador precisar deixar o jogo a qualquer momento para cuidados médicos ou
para ajustes em materiais de segurança, somente poderá fazê-lo após uma
paralisação oficial e apenas voltará no próximo tempo de jogo.
4.7.4. Blood Rule (Regra do Sangue)
A qualquer momento que um jogador se machuque durante uma partida e que
sangue seja observado e identificado pelo árbitro, o jogador será imediatamente
removido da quadra e pode ser impedido de voltar ao jogo até que as seguintes
condições sejam cumpridas:
•
o sangramento tenha sido estancado;
•
a ferida ou o machucado seja coberto;
•
se houver uma quantidade excessiva de sangue no uniforme (camisa, calça,
etc.), este deve ser trocado.
Antes do término do jogo em questão, todos os equipamentos e superfícies
devem ser apropriadamente descontaminados. A remoção do jogador de quadra
será considerada como uma “medical substitution” (substituição médica) e o
regresso dele ao jogo não será permitido até a finalização daquele tempo e somente
após o árbitro estar satisfeito e convencido de que o jogador cumpriu as exigências
anteriormente mencionadas. Caso o jogador em questão não tiver uma camisa de
jogo adicional portando o mesmo número, será permitido a ele trocar de número tão
logo essa mudança seja indicada para o árbitro e por ele devidamente anunciada.
4.8. SUBSTITUIÇÕES
4.8.1. Team substitution (Substituição da equipe)
Em cada jogo, cada equipe poderá efetuar no máximo três (3) substituições
durante o tempo oficial e uma (1) substituição durante a prorrogação. O mesmo
40
jogador poderá ser substituído mais de uma vez. Entretanto, cada mudança de
jogador será registrada como uma substituição.
Tanto um técnico quando um jogador poderá solicitar uma “substitution” ao
árbitro a qualquer momento em que a equipe tenha posse de bola ou em que haja
uma parada oficial (official timeout). Isso pode ser feito mediante gestos com as
mãos, não-verbais e/ou dizendo “substitution”. Qualquer atraso ocasionado pelo
técnico ou pelo jogador a ser substituído (por não estar vendado, por exemplo),
resultará em uma penalidade coletiva por atraso de jogo (team delay of game). Uma
substituição apenas será reconhecida pelo árbitro somente em uma paralisação
oficial da partida ou quando a bola estiver de posse da equipe requisitante. Uma vez
reconhecida pelo árbitro, o técnico deverá mostrar uma placa de substituição com o
número do jogador que vai abandonar o campo e do número do jogador que irá
substituí-lo. O jogador que entra em quadra pegará no travessão do gol mais
próximo de sua área de banco. Será permitido aos técnicos dar instruções aos
jogadores em quadra durante o processo de substituição. Isso vai até que o árbitro
diga “quiet please” e, a partir de então, a comunicação deverá ser suprimida ou uma
penalidade
coletiva
por
conduta
antidesportiva
será
imputada
(team
unsportsmanlike). Durante uma situação de penalidade será permitida a substituição
de qualquer jogador, exceto a do que foi penalizado.
Caso ocorra uma substituição durante um “time out”, ambos os procedimentos
serão anotados em súmula. Qualquer mudança de jogador ao final de qualquer
metade de jogo, não será considerada uma substituição, mas deverá ser
comunicada ao árbitro principal, que a anunciará no início do próximo tempo. Caso
contrário, se a substituição não for reportada para o árbitro, uma penalidade coletiva
por atraso de jogo (team delay of game) será conferida para o time que fez a
substituição e não avisou.
4.8.2. Medical substitution (Substituição médica)
Numa situação de lesão, quando um técnico ou qualquer outro membro da
equipe tenha que entrar na área de jogo para proporcionar uma assistência, ou
quando um jogador não possa continuar jogando 45 segundos depois de um
“medical time out” ter sido autorizado, substituições de jogadores devem ser feitas o
mais rápido possível, e o jogador lesionado não poderá voltar ao campo até a
41
conclusão da metade do jogo em que saiu. Essas substituições não serão marcadas
como uma das três (3) permitidas. Duas paradas oficiais no jogo para atender a um
jogador que está supostamente lesionado, ocasionará a retirada imediata deste
indivíduo. Ele apenas voltará na situação colocada acima.
5. INFRAÇOES OU FALTAS
Em caso de uma falta ou infração, a bola deverá ser encaminhada para a equipe
que se encontra na posição de defesa.
5.1. Premature throw (lançamento prematuro)
Se um jogador lança a bola antes do árbitro ter dito “play”, o lançamento será
válido, mas não será anotada pontuação alguma.
5.2. Dead ball (bola morta)
Quando a bola lançada pára em qualquer parte do campo da equipe que
defende, sem ser tocada por um jogador de defesa, o árbitro considerará “dead ball”
(bola morta), apitará uma vez, a mesa automaticamente paralisará o cronômetro e a
bola será reposta para a equipe que não a localizou.
5.3. Pass out (Passe fora)
Ocorrerá um “pass out” quando:
•
no processo de passe de um membro a outro da equipe, a bola cruza a linha
lateral.
•
em qualquer momento que a bola atinja um objeto situado acima da quadra
(no alto).
•
a partir de qualquer ação intencional de um jogador de defesa que não
controle a bola propositadamente e a empurre para além da linha do “line
out”.
42
5.4. Ball over (Retrocesso de bola)
Se a bola é bloqueada por um jogador do time de defesa e rebota para além
da linha central da quadra (linha que divide as áreas neutras), a bola deverá ser
retornada para a posse de bola da equipe que fez o arremesso. Essa regra também
se aplica caso a bola golpeie a trave ou o travessão superior do gol e retorne
rolando para além da linha central. Tal regra não se aplica em lançamentos extras e
em cobranças de pênaltis.
6. PENALIDADES
Há dois tipos de penalidades: penalidades individuais e de equipe (ou coletivas). Em
ambos os casos, somente um jogador deverá permanecer na quadra para defender
o pênalti. No caso de penalidade individual: defenderá o jogador que a cometeu. No
caso de penalidade de equipe: defenderá o jogador que fez o último lançamento
[daquela equipe] antes de ter sido feita a penalidade. Nas situações em que ocorrer
uma penalidade de equipe antes de ter sido realizado qualquer lançamento, o
jogador que permanecerá em quadra para a defesa será escolhido pelo técnico da
equipe adversária, que fará o arremesso.
Todos os tiros de pênaltis deverão ser conduzidos de acordo com as regras do jogo.
Num momento de cobrança de penalidade, um pênalti pode ser recusado
(“declined”) tanto por um técnico quanto por um jogador da equipe atacante,
utilizando-se de sinais manuais (não-verbais) e/ou pronunciando-se “declined”. A
equipe que declina do pênalti manterá a posse de bola consigo.
43
6.1. Penalidades individuais
6.1.1. Short ball (Bola curta)
Toda vez que uma bola lançada parar antes da área de defesa da equipe
adversária, e estiver fora do alcance desta equipe, o jogo será paralisado com um
apito do árbitro e um pênalti será conferido à equipe que fez o lançamento.
6.1.2. High ball (Bola alta)
A bola deve tocar o solo ao menos uma vez na área de equipe ou na de
lançamento depois de ter deixado a mão do jogador que a arremessou. Caso
contrário, o arremesso será válido, mas não será anotada pontuação alguma.
6.1.3. Long Ball (Bola longa)
No ato do arremesso, depois de ter tocado a área de equipe ou a área de
lançamento, a bola deve ainda ter contato com a quadra ao menos uma vez na zona
neutra. Caso contrário, o arremesso será válido, mas não será anotada pontuação
alguma.
6.1.4. Eyeshades (Vendas)
Qualquer jogador em quadra que tocar sua venda será penalizado. Um
jogador retirado da quadra numa situação de pênalti não pode tocar em sua venda
ou outro pênalti ser-lhe-á imposto. Se durante um meio tempo, num “time out” ou
qualquer paralisação na partida, um jogador quiser tocar sua venda deverá,
necessariamente, pedir permissão a um dos árbitros principais e, após ter obtido tal
permissão, deverá voltar-se para o gol a fim de checá-la.
6.1.5. Third time throw (3° arremesso consecutivo)
Um jogador pode arremessar a bola somente duas vezes consecutivas. Se o
terceiro arremesso desse jogador é feito antes de um companheiro de equipe ter
efetuado o seu, ser-lhe-á imposto um pênalti. O número de arremessos consecutivos
será mantido de um meio tempo a outro ou por ocasião de infrações; só não será
mantido tal saldo do tempo regulamentar da partida para a prorrogação. Quando um
44
jogador marca um gol acidental contra sua própria equipe, esse não será contado
como arremesso.
6.1.6. Illegal defense (Defesa ilegal)
O primeiro contato defensivo com a bola deve ser feito por um jogador que
tenha qualquer parte de seu corpo tocando a área de equipe.
6.1.7. Personal delay of game (Atraso individual de jogo)
Um pênalti por “personal delay of game” será aplicado a um jogador se:
a) o jogador é reorientado (fisicamente) por uma pessoa outra que não um
companheiro de equipe em quadra;
b) o jogador não está preparado para começar a jogar quando por autorização de
um dos árbitros principais.
6.1.8. Personal unsportsmanlike conduct (Conduta antidesportiva individual)
Caso um árbitro determine que um jogador em campo se comporta de
maneira antidesportiva, deverá impor-lhe uma penalidade individual. Além disso,
qualquer conduta antidesportiva [de qualquer jogador] poderá resultar em sua
eliminação do jogo, das instalações esportivas e/ou de participações futuras em
torneios, se o árbitro considerar que a situação assim o exige. Um jogador,
eliminado por estes motivos, não poderá ser restituído à partida. Qualquer contato
físico intencional com um árbitro ou outro oficial, não relacionado ao andamento da
partida, resultará na imediata eliminação do jogador do jogo em questão e mesmo
da arena de competição.
6.1.9. Noise (Barulho)
Um barulho excessivo de um jogador de ataque, feito no momento de um
lançamento, e que atrapalha a concentração da equipe de defesa, será penalizado.
6.2. Penalidades de equipe ou coletivas
6.2.1. Ten seconds (Dez segundos)
Um jogador/uma equipe deve arremessar a bola dentro de 10 segundos após
o primeiro contato defensivo com a mesma. Se um “timeout”, uma “substitution” ou
45
outra interrupção no jogo ocorrer antes de qualquer equipe ter lançado a bola, a
equipe somente terá o tempo restante a partir do primeiro contato para efetuar o
lançamento. Caso contrário, um pênalti será aplicado. O cronômetro de 10 segundos
deverá ser reiniciado toda vez que um árbitro pedir “officials timeout”.
6.2.2. Team delay of game (Atraso coletivo de jogo)
Um pênalti por “team delay of game” será aplicado a uma equipe se:
a) não estiver preparada para começar a jogar quando por autorização de um dos
árbitros;
b) qualquer ação dela impedir a continuidade do jogo;
c) fizer uma substituição ao final de qualquer tempo, sem avisar o árbitro principal;
d) requisitar um quarto “time out”;
e) requisitar uma quarta “substitution”;
f) se o técnico desta equipe não aparecer no sorteio (coin toss);
g) se um técnico insistir em discutir com os árbitros.
6.2.3. Team unsportsmanlike conduct (Conduta antidesportiva coletiva)
Caso um árbitro principal determine que qualquer componente do banco está
se comportando de maneira antidesportiva, imporá uma penalidade coletiva a esta
equipe. Além disso, qualquer conduta antidesportiva [de qualquer equipe] poderá
resultar em sua eliminação do jogo, das instalações esportivas e/ou de participações
futuras em torneios, se o árbitro principal considerar que a situação assim o exige.
6.2.4. Illegal coaching (Instrução ilegal)
Não será permitido a nenhuma pessoa na área do banco de qualquer equipe
dar instruções aos jogadores, exceto nos tempos oficiais designados para isso e
somente até o árbitro pronunciar “quiet please”. Caso o árbitro principal considere
que alguém da área do banco esteja dando instruções, imporá uma penalidade
coletiva a essa equipe. No caso em que se produza um segundo incidente desses
durante a mesma partida, a pessoa deverá ser expulsa do ginásio e novamente um
pênalti de equipe deve ser imposto.
46
6.2.5. Noise (Barulho)
Um barulho excessivo da equipe que ataca, feito no momento de um
lançamento ou após a bola ter sido arremessada, será penalizado com um pênalti.
7. LANÇAMENTOS EXTRAS
Caso o placar esteja empatado no fim do tempo regulamentar de um jogo no
qual um vencedor é necessário, serão determinados lançamentos extras para que
haja um resultado à partida.
7.1. Número de lançamentos extras
O número de lançamentos extras será determinado por um mínimo de
jogadores relacionados na listagem prévia encaminhada à mesa.
7.2. Sorteio para determinar os lançamentos extras
Antes de se iniciar os lançamentos extras, a escolha entre arremesso e
recepção será determinada por um sorteio. A equipe que ganhar o sorteio e iniciar
os lançamentos, seguirá o procedimento em par de arremessos.
7.3. Ordem dos lançamentos extras
A ordem dos arremessos será determinada pela listagem prévia encaminhada
pelo técnico antes do início do jogo. Tal listagem deverá incluir todos os jogadores
que constam da súmula. A primeira pessoa nessa lista de cada equipe deverá
adentrar a quadra escoltada por um árbitro e cada jogador terá direito a um
lançamento. Esta seqüência é repetida até que um número mínimo de jogadores
tiver tido a chance de arremessar e defender. A equipe com o maior número de gols
computados será declarada vencedora.
7.4. Morte súbita nos lançamentos extras
Se um empate persistir, a ordem será repetida até que cada equipe tenha
realizado um número igual de arremessos e uma estabeleceu-se na liderança. No
entanto, antes da morte súbita, durante os lançamentos extras, um novo sorteio
47
determinará quem lança primeiro. Depois de realizado um par de arremessos, a
situação se inverte e a equipe que defendeu lançará a bola (AxB/BxA).
7.5. Pênaltis nos lançamentos extras
Os lançamentos extras serão realizados de acordo com as regras vigentes.
Entretanto, caso ocorra um pênalti ofensivo, o lançamento será apenas anulado.
Mas se ocorrer um pênalti defensivo, o lançamento será repetido a menos que o
tenha sido gol.
7.6 Movimentação dos jogadores
Em todas as situações de lançamentos extras, técnicos e acompanhantes
serão removidos para o lado oposto da quadra por um árbitro. Todos os atletas
devem estar vendados. Os jogadores permanecerão na área do banco até que o
jogo seja finalizado. Atletas eliminados da competição, ou os que estão lesionados e
considerados inábeis para jogar, devem ser retirados da listagem prévia
encaminhada à mesa e os nomes secundários nesta listagem devem ser alinhados
nas primeiras posições.
8. Autoridade do Árbitro
Em todos os assuntos que dizem respeito à segurança (nas regras, nos
procedimentos e nos jogos) a decisão final deve ser tomada pelo árbitro.
9. Abuso de Oficiais
Qualquer ação realizada por um participante em jogos de goalball, relatada
(por escrito) por um oficial reconhecido pela IBSA ao Subcomitê de Goalball, será
analisada em encontros posteriores do subcomitê. Serão deliberadas, deste modo,
tantas sanções contra aquele participante, quantas forem necessárias.
10. Disputas
Em caso de qualquer embate entre uma equipe e um oficial, somente o
técnico principal pode se aproximar dos árbitros da partida. A discussão ocorrerá
apenas em um momento de paralisação do jogo e tão somente após o árbitro ter
consentido na requisição do técnico.
48
O árbitro esclarecerá o embate ao técnico principal. No caso de esse técnico
não concordar com o esclarecimento, a partida é finalizada no tempo restante e o
técnico pode contestar a situação em questão por meio de um pedido a Federação
Internacional de Esportes para Cegos (Internacional Blind Sports Federation-IBSA).
Se o técnico insistir na disputa da questão com os árbitros após o primeiro
esclarecimento ter sido dado, uma penalidade coletiva por atraso de jogo (team
delay of game) será conferida à equipe. E, além disso, o árbitro poderá tomar uma
outra decisão, se necessário.
Download

ana cláudia alves de souza santos a importância do goalball