MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA COORDENAÇÃO GERAL DE EDUCAÇÃO TÉCNICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO - CAMPUS CUIABÁ - OCTAYDE JORGE DA SILVA Curso de Especialização Lato Sensu à Distância: Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva ANA CLÁUDIA ALVES DE SOUZA SANTOS A IMPORTÂNCIA DO GOALBALL PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL NATAL 2009 ANA CLÁUDIA ALVES DE SOUZA SANTOS A IMPORTÂNCIA DO GOALBALL PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização Lato Sensu à Distância: Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - Campus Cuiabá - Octayde Jorge da Silva, como exigência para a obtenção do título de Especialista. Professora Orientadora: Ms. Amélia Cristina Reis e Silva NATAL 2009 DEDICATÓRIA A meu esposo Jairo e os meus filhos Pryscilla, Pedro Henrique, Antonio Paulo e Jairo Filho, por me amarem e me fazerem feliz. AGRADECIMENTOS A Mestra Amélia Cristina Reis e Silva, orientadora e amiga, pelo apoio e o trabalho conjunto. Ao meu esposo José Jairo dos Santos pelo apoio constante. Aos meus filhos Pryscilla, Pedro, Antonio e Jairo, que são o sentido do meu viver, a minha fonte de inspiração. Ao meu pai Antonio e a minha Mãe Telma, pelo exemplo de força e perseverança, e por estarem sempre ao meu lado nas horas em que mais necessito. As minhas irmãs Yolanda e Sônia (in memória), companheiras de todos os momentos. A minha sogra, Dona Judith, que sempre me apoiou. A todos os professores do curso de especialização. Todos os colegas de curso, companheiros de batalha. Aos meus alunos do Instituto de Cegos que me ajudaram a ampliar a minha visão sobre inclusão. Aos meus colegas do IERC que me deram apoio durante a realização deste trabalho. A Deus que sempre esteve presente em minha jornada, dando o equilíbrio espiritual para seguir em frente. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar a pesquisa bibliográfica sobre a prática do goalball para a pessoa com deficiência visual, buscando a real participação desta porção da população na sociedade através do desporto, possibilitando assim uma maior integração e servindo de intermediário no processo inclusivo. A importância desta pesquisa se revela no fato de que a sociedade necessita avançar e se adequar ao processo de inclusão social atual, tanto em relação ao contingente humano como em infra-estrutura, além de estar diretamente ligada aos propósitos da prática desportiva da pessoa com deficiência visual. A utilização do goalball como ponte para a participação da pessoa com deficiência visual na sociedade é de grande importância, pois ela estaria praticando uma atividade criada primeiramente para pessoas com suas limitações e que pode ser adaptada para as pessoas videntes, o que geralmente ocorre ao contrário, nas demais atividades. É essencial o aumento do número de pessoas engajadas neste processo de conscientização da real necessidade da inclusão das pessoas com deficiência visual nos diversos segmentos da sociedade. É chegada à hora de abrir espaço para uma participação efetiva das pessoas com deficiência visual nas práticas desportivas e lúdicas, além de descobrirmos o potencial de cada um deles. A prática esportiva, em âmbito geral, vem melhorando a qualidade de vida das pessoas além de propiciar uma maior integração entre os povos. Palavras-chaves: Deficiência visual, Goalball, Inclusão. ABSTRACT This paper aims to present the literature on the practice of goalball for the visually impaired person, seeking the real participation of this portion of the population in society through sport, allowing greater integration and serving as an intermediary in the process inclusive. The importance of this research is shown by the fact that society needs to move forward and adapt to the social inclusion process on both the quota as in human infrastructure as well as being directly related to the purposes of sport of the disabled person visual. The use of goalball as a bridge to the participation of people with visual disabilities in society is of great importance, as it was practicing an activity created primarily for people with their limitations and can be adapted for people seers, which usually occurs in contrast in other activities. It is essential to increase the number of people engaged in this process of awareness of the real need for inclusion of visually impaired people in various segments of society. Now is the time to make room for an effective participation of persons with visual disabilities in sport and leisure, and discover the potential of each. The sports, in general area, is improving the quality of life in addition to providing greater integration among peoples. Keywords: Visual impairment, Goalball, Inclusion. SUMÁRIO 1 Introdução................................................................................ 10 2 Deficiência visual..................................................................... 12 2.1Conhecendo a Deficiência Visual.......................................... 12 3 O Goalball e a Deficiência Visual............................................. 20 3.1Apresentando o Goalball....................................................... 20 3.2O Goalball e a Deficiência Visual.......................................... 22 4 Considerações Finais.............................................................. 27 Referências Bibliográficas.......................................................... 28 ANEXO Divisão de Serviços Técnicos. Catalogação da publicação na fonte. IFRN / Biblioteca Sebastião Fernandes S237i Santos, Ana Cláudia Alves de Souza. A importância do goalball para o desenvolvimento da pessoa com deficiência visual / Ana Cláudia Alves de Souza Santos. – 2009. xx f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação Lato Sensu a Distância em Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva). Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Natal, 2009. Orientador: Prof. Ms. Amélia Cristina Reis e Silva. 1. Inclusão social. 2. Deficiência visual. 3. Goalball.I. Silva, Amélia Cristina Reis e. II. Título. CDU 316.344-056.262 10 1 INTRODUÇÃO A capacidade de ver não depende apenas da presença do olho, como também, é necessário que se possa, captar, a imagem, codificar, selecionar, armazenar e associar essas imagens a outras experiências anteriores Brasil, (2001, p. 29 vol.1). Para tanto é necessário que todas as estruturas envolvidas no processo estejam trabalhando perfeitamente. Quando ocorre qualquer alteração neste processo pode desencadear uma perda da função visual de forma parcial, caracterizando a baixa visão ou de forma total, levando a uma cegueira. Neste trabalho vamos conceituar a deficiência visual do ponto de vista funcional, clínico, educacional e esportivo. Também, vamos falar um pouco das varias causas da Deficiência Visual. Ao falarmos da deficiência visual devemos observar que esta não é condição determinante para que uma pessoa seja sedentária, pois a pessoa com deficiência visual, se não tiver nenhum outro tipo de limitação, desde que reabilitada, pode desenvolver todas as outras atividades quotidianas, e é perfeitamente capaz de praticar atividade física ou esportiva. Vários são os esportes que podem ser adaptados para a prática das pessoas com deficiência, como natação, atletismo, futebol, judô e muitos outros, porém, o único esporte criado para a prática específica das pessoas com deficiência visual é o Goalball. Porém, nada impede que pessoas videntes o pratiquem de forma lúdica, pois é uma atividade que pode ser inserida nos clubes, parques, praças e nas aulas de educação física nas escolas regulares, uma vez que trabalha muitos atributos específicos que podem ser essenciais para o desenvolvimento motor, cognitivo e psico-social de seus praticantes. O goalball consiste em um jogo entre duas equipes de três jogadores cada, com o objetivo de fazer com que a bola ultrapasse a área da quadra adversária, entrando assim nas balizas. O jogo é disputado num espaço com as mesmas dimensões da quadra de vôlei. (http://www.urece.org.br/novosite/content/goalball) acessado em 28/08/09 às 19h 34min. As discrepâncias no desenvolvimento físico das pessoas com deficiência visual estão mais acentuadas na área motora, principalmente nas congenitamente cegas e que tiveram uma limitada experiência motora o que pode acarretar falha no 11 equilíbrio, dificuldades em relação à mobilidade, esquema corporal, locomoção, postura, coordenação motora, lateralidade e outros. Além destes temos os aspectos sócio-afetivos, em que o medo e a insegurança em relação à ambientes desconhecidos os levam a um isolamento, apatia, baixa auto-estima. Com a prática desportiva, no caso o goalball, estas pessoas podem trabalhar todos estes aspectos, propiciando assim uma melhor qualidade de vida. Sendo assim, escolhemos este tema para a realização deste trabalho de conclusão de curso com a finalidade de mostrar o que é o goalball e os benefícios produzidos com a sua prática para as pessoas com Deficiência Visual. Ao longo deste trabalho vamos poder conhecer o goalball, a sua história, as regras e os benefícios que este e a prática desportiva podem proporcionar tanto para as pessoas com deficiência visual como para as pessoas videntes1. 1 Vidente [Do lat. vidente.] S. 2 g. 5. Pessoa que tem o uso da vista (em oposição aos cegos) ( Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI. Versão 3.0 , 1999) 12 2 DEFICIÊNCIA VISUAL 2.1 CONHECENDO A DEFICIÊNCIA VISUAL O olho é um órgão sensorial e tem como função primordial captar imagem. Este órgão desenvolve-se a partir de três fontes: neuroectoderma do cérebro anterior, ectoderma superficial da cabeça e mesoderma, que se encontra entre as duas camadas mencionadas acima. O seu desenvolvimento é perceptível por volta do 22° dia de gestação quando pode-se observar “um par de sulcos chamados goteiras ópticas ao nível das pregas neurais na porção cranial do embrião” Moore(1984, p. 389). Após o nascimento os olhos do recém nascido têm aproximadamente dois terços do tamanho do olho de um adulto. Ele é formado por um globo ocular que é constituído, segundo o Brasil (2001, p. 29) pela: • Esclerótica, membrana fibrosa e resistente. É a porção mais externa do olho conhecido como o branco dos olhos e tem a função de proteção; • Córnea, porção transparente que possibilita a passagem da luz; • Coróide, membrana pigmentada e rica em vasos sanguíneos com a função de irrigar e nutrir a Retina. Constitui a túnica media, que ao se espessar forma o corpo ciliar que liga a Coróide a Íris. • Corpo ciliar é responsável pela produção do humor aquoso, fluido transparente que ocupa o espaço entre a córnea e o cristalino, parte anterior. Ocupa o espaço posterior do cristalino e retina juntamente com o humor vítreo, substância gelatinosa e transparente, formando os meios líquidos; • Retina, camada interna que reveste a câmara ocular, é formada por células fotorreceptoras denominadas de cones e bastonetes. Os cones são responsáveis pela visão central e de cores, os bastonetes são responsáveis pela visão periférica e adaptação a pouca luz; • Íris, disco colorido dos olhos no qual se encontra a pupila também conhecida como menina dos olhos que tem a função de controlar a entrada e a quantidade do estimulo luminoso, se dilatando no escuro e contraindo com a luminosidade, através da ação dos músculos da Íris que são controlados pelo sistema autônomo; • Cristalino, lente biconvexa e transparente que se localiza atrás da Íris e é responsável pelo foco e nitidez da imagem, pois este estimulo que atravessa todos os meios transparentes chegam ao fundo do olho como 13 sensações visuais que são recebidas e invertidas pela Retina e levadas ao cérebro pelo nervo óptico e corrigidas pelo córtex visual occipital. Estas são interpretadas e tornam-se conscientes. A visão é caracterizada pela formação de uma imagem visual dependente de uma rede integrada de estruturas complexas da qual os olhos fazem parte, contudo é o cérebro que possui a função de interpretar as imagens formadas para que o indivíduo possa efetivamente enxergá-la, para tanto, o lobo occipital do encéfalo, mais especificamente as áreas visual primária e de associação visual, se encarregam de receber, codificar, selecionar,armazenar e associar com memórias anteriores, a informação visual recebida. Por tanto, defini-se deficiência visual a incapacidade de realizar quaisquer das etapas necessárias à formação, bem como, de interpretação da imagem, configurando-se uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, ainda que realizado tratamento clínico ou cirúrgico e uso de óculos convencionais. Podemos perceber diferentes graus de diminuição da resposta visual que variam desde leve, passando por moderada, severa, profunda (que compõem o grupo de baixa visão), podendo atingir ausência total da resposta visual (cegueira). 2.1.1 CLASSIFICAÇÃO DA DEFICIÊNCIA VISUAL: A Deficiência Visual apresenta algumas classificações tais como: CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL: Segundo a OMS e o ICEVI Bangkok (1992 apud. BRASIL, 2001, p. 35 vol.1), o indivíduo com baixa visão é aquele que apresenta diminuição das suas respostas visuais em ambos os olhos, mesmo após tratamento e/ou correção óptica convencional, apresenta uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de luz, um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é potencialmente capaz de usar a visão para o planejamento e/ou execução de uma tarefa. 14 CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA: A classificação aqui apresentada foi proposta pela Dra. Fonda G. (1961 apud BRASIL, 2001, p. 34 vol.1), e tem como parâmetros a acuidade visual 2e as relativas dificuldades de adaptação de recursos ópticos. Os números fracionários significam a distância que a pessoa vê em relação ao indivíduo normal, em metros ou pés. Para uma melhor compreensão podemos dizer que quando o índice de acuidade for 1/200 a pessoa com deficiência vê a 1 metro (3,28 pés) o que uma pessoa com visão normal veria a 200 metros (656,17 pés). • GRUPO I: Percepção luminosa a 1/200 – Difícil utilização da visão residual. • GRUPO II: Visão de 2/200 a 4/200 – Difícil adaptação de recursos ópticos específicos. • GRUPO III: Visão de 5/200 a 20/300 – O indivíduo pode adaptar-se, dependendo da necessidade, a auxílios para perto ou longe. • GRUPO IV: Visão de 20/250 a 20/600 os auxílios ópticos podem produzir melhor efeito e bom resultado para perto e longe. CLASSIFICAÇÃO EDUCACIONAL: Segundo as Dras. Faye e Barraga (BRASIL, 2001, p.34 vol.1) pessoas com baixa visão são aquelas “que apresentam desde condições de indicar projeção de luz até o grau em que a redução da acuidade visual interfere ou limita seu desempenho”. Já as pessoas cegas são aquelas “que apresentam desde a ausência total de visão até a perda total da projeção de luz”. CLASSIFICAÇÃO ESPORTIVA: A classificação esportiva é de suma importância para que durante as competições o mínimo aproveitamento visual não interfira nos resultados da mesma, sendo assim ela deve ser feita medindo o melhor olho e a correção mais elevada possível. Os atletas que utilizam lentes de contato ou vidros devem utilizálas para a correção normalmente, mesmo que não venham a usá-las durante a 2 Acuidade Visual (AV) é o grau de aptidão do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatória é atributos dos cones (células fotossensíveis da retina), que são responsáveis pela Acuidade Visual, central, que compreende a visão de forma e a visão de cores. (http://www.vejam.com.br/baixavisao-acuidade-visual/) acessado em 13/08/09 às 20h 35min 15 competição. Esta classificação é a utilizada nas competições e está especificada da seguinte forma de acordo International Blind Sport Association (2005) (<http://www.efdeportes.com/efd93/defic.htm> acessado em 26/08/09 às 21h 50min) : • B1: Ausência total da percepção da luz em ambos os olhos, ou alguma percepção da luz, mas com incapacidade para reconhecer a forma de uma mão em qualquer distância ou sentido. • B2: Da habilidade de reconhecer a forma de uma mão até uma acuidade visual de 2/60 metros e/ou um campo visual inferior a 5º de amplitude. • B3: Desde uma acuidade visual superior a 2/60 metros até 6/60 metros e/ou um campo visual de mais de 5º e menos de 20º de amplitude. A letra "B" refere-se ao termo blind, que significa cego, segundo a International Blind Sport Association (2005, ibdem). São as classificações que permitem a elaboração de programas de atividades baseando-se nas características individuais dos alunos, isso vai resultar em um melhor aproveitamento por parte dos mesmos, permitindo a construção do seu desenvolvimento global. 2.1.2 CAUSAS DA DEFICIÊNCIA VISUAL: Várias podem ser as causas da deficiência visual, tais como: as congênitas, as hereditárias ou ainda as adquiridas através de acidentes, como ferimentos, traumatismos, perfurações e vazamentos nos olhos. As doenças como rubéola, toxoplasmose, sífilis e outras, durante a gestação, também são grandes causadoras de deficiência visual. Outras doenças que podem causar a deficiência visual são o glaucoma, diabetes, descolamento de retina, catarata congênita, retinopatia da prematuridade, baixa oxigenação do cérebro (hipóxia) (http://www.drvisao.com.br/conheca_doenca_detalhe.php?id=16 22/07/09 às 21h 42min) entre acessado outras. em 16 CONGÊNITAS: As causas congênitas são aquelas desenvolvidas durante a gestação ou no decorrer do parto. Neste tópico vamos falar sobre algumas destas causas. Catarata congênita: o cristalino se apresenta opacificado e com uma coloração branca acinzentada. Segundo Moore (1984, p. 397), muitos tipos de opacificação do cristalino são herdados, mas alguns são causados por agentes nocivos como o vírus da rubéola. Pascaretta Junior (2008, p. 124) complementa citando as agressões químicas, radioativas intra-uterinas e 3 infecções virais TORCH . A catarata também pode ser causada por uma deficiência enzimática congênita de galactosemia, que leva ao acumulo de galactose do leite no sangue e tecidos da criança, por volta da segunda semana após o nascimento, lesionando o cristalino resultando na formação da catarata. Neste caso a catarata não é congênita, entretanto a deficiência enzimática é. Moore (1984, p.397) Glaucoma congênito: é caracterizada pela alta pressão intra-ocular e aumento do olho, provenientes de um desenvolvimento anormal do mecanismo de drenagem do humor aquoso que pode ser causado pela ausência ou desenvolvimento anormal do seio venoso escleral. Em geral é causado por genes recessivos mutantes, porem pode ser decorrente de uma infecção materna (rubéola) durante o inicio da gestação. Moore (1984, p.396). Conjuntivite Gonocócica: ocorre quando a mãe apresenta uma doença venérea ( a gonorréia) e a transmite ao filho durante o parto normal. Se o recém-nascido não for devidamente tratado logo ao nascer, o microorganismo pode levar a uma úlcera de córnea ou mesmo à perfuração ocular, resultando em baixa da visão ou cegueira. Brasil (2000, p. 14) Retinopatia do recém-nascido (Fibroplasia Retrolental): ocorre nos bebês prematuros expostos à aplicação de oxigênio. Provoca o aparecimento de uma massa fibrosa na região da retina que pode levar ao seu deslocamento. Geralmente acarreta visão muito baixa. Brasil (2000, p. 15) Toxoplasmose: quando a mãe se infecta durante a gravidez, essa infecção pode passar para o feto. Os agentes transmissores estão nas fezes do 3 TORCH – Toxoplasmose; Outras; Rubéola; Citomegaloviros e Herpes. (WWW.damedpel.com) acessado em 16/08/09 às 23:08. 17 cachorro, gato, aves e na carne de porco. A acuidade visual estará muito comprometida quando a lesão for na mácula. Brasil (2000, p. 14) Neurite óptica: inflamação do nervo óptico do recém-nascido, associada geralmente à presença na mãe de anemia, subnutrição, diabetes ou uso de drogas. Pode levar à cegueira ou à visão deficiente. Brasil (2000, p. 14) GENÉTICAS: As causas genéticas expressam-se fenotipicamente quando da presença de genes que carregam características adversas que criam obstáculos à fisiologia do indivíduo sob algum aspecto. “As desordens cromossômicas podem ser ocasionadas por migrações anômalas de cromossomos durante a formação do óvulo ou espermatozóide, ou ainda por alterações estruturais dos próprios cromossomos” <http://www.enscer.com.br/material/artigos/eina/deficiencias/geneticas.php> acessado em 15/08/09 às 22h 45min). Algumas alterações ou anomalias podem ser os responsáveis pelo desenvolvimento de doenças que influenciam na visão, tais como: Albinismo Ocular: O Albinismo ocular é problema de herança autossômica 4 dominante, é caracterizado pela ausência de pigmentação em áreas bem delimitadas do cabelo ou da pele, sem comprometimento do bulbo ocular. Este é o albinismo parcial. Já o condicionado, por gene recessivo é encontrado no cromossomo X, no qual a pigmentação do cabelo e da pele é normal, porém a melanina do epitélio pigmentar da retina encontra-se ausente. (PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 121) Neuropatia Óptica de Leber: A Neuropatia óptica de Leber procede de uma singular característica do DNA mitocondrial (DNAmt) é a herança materna. A mãe transmite o DNAmt e toda a sua prole. (PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 121) Retinite Pigmentosa: A Retinite pigmentosa é hereditária, progressiva e bilateral. A patologia é herdada de maneira autossômica dominante ou recessiva, ou recessiva ligada ao sexo, ou como um caráter da herança materna (mitocondrial). 4 Autossômico significa a presença do par de genes num par de cromossomas que não aquele que determina o sexo, portanto quer os indivíduos do sexo feminino quer do sexo masculino poderão ser afectados. (http://www.ncc.up.pt/~nam/VHL/Arvore_VHL/Heran_c_ca_autossomica_domi.html ) acessado em 16/08/09 às 23h 16min 18 Em conseqüência da perda de bastonetes, a cegueira noturna parece ser o sintoma mais precoce. Posteriormente ocorre a degeneração dos cones. Alguns pacientes apresentam sintomas visuais antes do 20 anos, enquanto que outros, antes dos 70 anos de idade. O epitélio da retina degenera-se, mostrando baixo número ou ausência de cones e bastonetes e oftalmoscopicamente observa-se pigmentações na retina (pigmentação em espículas ósseas). Ainda não existe tratamento. (PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 123) Retinoblastoma: Retinoblastoma é o tumor ocular maligno mais comum na infância. [ ] Afeta todos os grupo raciais. [ ] Não tem distinção por sexo. É fatal quando se propaga além da orbita. Com prenúncios de visão útil, tenta-se a radioterapia, fotocoagulação a laser e crioterapia. Porém em 5 tumores grandes, a enucleação é o tratamento mais indicado. (PASCARRETA JUNIOR, 2008, P. 122) Síndrome de Marfan: A síndrome de Marfan é uma desordem dos tecidos conjuntivos do corpo, cujas manifestações principais são relatadas por alterações do esqueleto, olhos e sistema cardiovascular. [ ] Nos olhos, suas alterações são expressas por subluxação do cristalino ou luxação do mesmo em geral para fora e para cima, chamada de ectopia do cristalino. O achado de ectopia bilateral deve levantar suspeita da Síndrome de Marfan. ( PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 121) Síndrome de Down (Trissomia do 21): No caso da Trissomia do 21, os olhos bem afastados (hipertelorismo) são observados, com fissuras palpebrais oblíquas ou arqueadas, ectrópio6, epicanto e eversão das pálpebras superiores. São tendentes ao ceratocone. A displasia retiniana desenvolve-se em muitos casos. Devido à presença de focos anelares de hipoplasia de íris circundando o estroma7 iridiano normal (manchas de Brushfield), a íris apresenta um aspecto salpicado. A íris pode mostrar-se com hiperplasia focal do estroma. Podem surgir cataratas em pacientes 5 Enucleação “s. f. (fr. énucléation; ing. enucleation). 1) Extirpação total de um corpo, de um órgão ou de um tumor encapsulado, através de uma incisão. 2) Extirpação cirúrgica do globo ocular. (adj.: enucleado.)” (htpp://medicosdeportugal.saúde.sapo.pt) acessado em 19/08/09 às 23h 23min 6 Ectrópio “é uma doença em que a pálpebra se vira para fora e não entra em contacto com o globo ocular.” (WWW.manualmerck.net) acessado em 16/08/09 às 23h 28min 7 Estroma “s. m. (fr. strome; ing. stroma). Em histologia, tecido conjuntivo vascularizado que contém ramificações nervosas, que constitui a trama de um órgão ou de um tumor.” (htpp://medicosdeportugal.saúde.sapo.pt) acessado em 19/08/09 às 23h 33min 19 maiores que 15 anos (opacidade do cristalino semelhante a flocos). Podem apresentar também elevada, atrofia do epitélio pigmentar da retina, papila 8 9 óptica hiperêmica e blefaroconjuntivite crônica. (PASCARRETA JUNIOR, 2008,, p. 123) Síndrome de Lowe: Também chamada de síndrome óculo-cérebro-renal. O que mais chama a atenção são as escleras azuis, caracterizadas pelo afinamento das mesmas. A catarata nuclear bilateral e micro facia (grifo do autor) são comuns. O glaucoma pode aparecer. (PASCARRETA JUNIOR, 2008, p. 187) CAUSAS SOCIAIS E POLÍTICAS A violência nos dias atuais é uma grande causadora da deficiência, não só visual como de várias outras deficiências. Temos como exemplos desta violência as guerras; os conflitos, tanto rurais como urbanos; a criminalidade e os acidentes de trânsito. A falta de investimento dos órgãos políticos, os descasos dos nossos governantes, também, contribuem para o aumento dos casos de deficiência, segundo Oliveira (2001, p. 11), “a inadequação ou a inexistência de ações de saúde de caráter público e geral que combatam epidemias e tratem com a devida atenção a maternidade” é uma das causas deste aumento. E, também, acrescenta a deficiência nas áreas de assistência, previdência, educação, moradia, saneamento e segurança, além do empobrecimento e a fome. Aliado a estes, ainda temos a não proteção ao trabalhador contra acidentes na indústria e na agricultura, além das catástrofes ambientais provocadas por atividades econômicas. 8 Hiperêmica “Superabundância de sangue em qualquer parte do corpo.” Dicionário Aurélio – Século XXI 9 Blefaroconjuntivite “s. f. (fr. blépharo-conjonctivite; ing. blepharoconjunctivitis). Inflamação simultânea das pálpebras e da conjuntiva.) (htpp://medicosdeportugal.saúde.sapo.pt) acessado em 19/08/09 às 23h 44min 20 3 O GOALBALL E A DEFICIÊNCIA VISUAL 3.1 APRESENTANDO O GOALBALL 3.1.1 Histórico O goalball é um esporte desenvolvido especificamente para pessoas com deficiência visual. Como em todo o esporte coletivo este basea-se na cooperação, oposição e na finalização Garganta (1995 apud ALMEIDA, 2008). Foi criado em 1946 na Alemanha pelo austríaco Hanz Lorenzer e pelo alemão Sett Reindle com o objetivo de reabilitar os veteranos da II Guerra Mundial que haviam perdido a visão em combate. (IBSA, 2009). É baseado nas percepções auditivas e táteis, como também na orientação espacial, é um ótimo exercício percepto-motor e tem como característica ser dinâmico, interessante e especial (PARAOLÍMPICOS DO FUTURO, 2006; ALMEIDA, 2008) Em 1972, nos jogos Paraolímpicos de Heidelberg, Alemanha, o goalball foi apresentado internacionalmente como exibição e em 1976 foi incorporado aos jogos paraolímpicos de Toronto no Canadá, porém apenas no masculino. Após o mundial de 1978, disputado na Áustria, o feminino foi incorporado nas paraolimpiadas em 1984 nos Estados Unidos da América durante os jogos de Nova York. (MATARUNA, 2005 apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006) A introdução deste esporte no Brasil ainda é bastante discutidas, há os que apontam Steven Dubner como o responsável por trazer a primeira bola de goalball, em 1985, para o Clube de Apoio ao Deficiente Visual (CADEVI) em São Paulo, ajudando a disseminar a sua prática. Porém, há os que defendem a ida de Mário Sérgio Fontes ao mundial da Holanda em 1986, enviado para conhecer a esta modalidade, o mesmo retornou trazendo as regras e as bolas oficiais. (CBDC, 2006); (MATARUNA, 2005, apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006) Apesar das diferentes informações, o marco da sistematização da modalidade no Brasil é a realização do I Campeonato Brasileiro de Goalball, em Uberlândia, no ano de 1987. (CBDC, 2006 apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006). 21 O Brasil teve a sua primeira participação internacional em 1995 nos Jogos Pan-americanos da IBSA de Mar Del Plata na Argentina, aonde a equipe masculina conquistou a medalha de prata. Em 2001 a equipe feminina conquistou o bronze no Pan dos EUA. A cidade do Rio de Janeiro cediou, em 2002, o VII Campeonato Mundial de Goalball. Este evento foi responsável pelo aumento no número de adeptos à prática deste esporte. O contato com o que havia de melhor em nível mundial possibilitou a evolução e a capacitação de nossos atletas, técnicos e dirigentes. Como resultado desta evolução e capacitação tivemos a participação da equipe brasileira em 2003 no Mundial de Quebec, Canadá, onde a equipe feminina conquistou a medalha de bronze, fato este que possibilitou a sua participação nos Jogos Paraolímpicos de 2004, em Atenas. A conquista da medalha de prata nos IV Jogos Pan-americanos da IBSA disputado em 2005 na cidade de São Paulo, também, foi um grande feito da equipe feminina. (CBDC, 2006 apud PARAOLIMPICOS DO FUTURO, 2006). Em agosto de 2007 o Brasil cediou a 3ª edição dos Jogos Mundiais para Cegos, nas cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, com a participação de 61 países. Este evento foi classificatório para os Jogos Paraolímpicos de Pequim-2008. O Brasil teve uma participação extraordinária, tendo ficado em 3° lugar no quadro geral de medalhas e qualificando as equipes masculina e feminina de goalball para os Jogos Paraolímpicos. (Ferreira, 2009). 3.1.2 As Normas e Regras do Goalball Como em todos os esportes as regras são de fundamental importãncia, segundo Huizinga (1980, p. 33) “[ ] o jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias [ ]”, sendo assim o goalball tem as suas normas e regras, as quais devem ser seguidas para o bom andamento das partidas e segurança dos participantes. Segundo as normas adotadas pela IBSA10 o goalball é jogado por duas 10 International Blind Sports Federation 22 equipes de três jogadores cada uma, e no máximo três jogadores reservas. A prática se dá preferencialmente em ginásios com um piso liso, em quadra retangular dividida em duas partes por uma linha central. A bola utilizada possui guizos no seu interior, o que facilita a identificação e localização por parte dos jogadores. Basicamente, o jogo consiste em que cada equipe role a bola com a intenção de que a mesma cruze toda a extensão da quadra até a linha do gol adversário, enquanto a outra equipe tenta impedir. O silêncio, por parte da platéia, é fundamental para a que se possa escutar o som dos guizos. Como situamos anteriormente, atualmente as regras para a competição internacional de goalball são as adotadas pela IBSA. Por serem muito extensas, as regras podem ser encontradas no Anexo A. Caso ocorram divergências em relação às regras de goalball da IBSA, prevalecerá a versão das regras em inglês. Segundo Almeida et all (2008, p. 18)”A regra mais diferenciada do goalball em relação às outras modalidades esportivas coletivas (ditas tradicionais) é a não utilização do sentido visual” já que para se manter a igualdade entre as diferenças na perda visual, é utilizada bandagem e venda, em todos os jogadores. Os esportes ou jogos, quando disputados de forma lúdica ou em fase de aprendizagem, podem ter as regras adaptadas, de acordo com as necessidades dos participantes. 3.2 O GOALBALL E A DEFICIÊNCIA VISUAL A atividade física é fundamental para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor do ser humano, pois segundo Tani et. All. (1988, p. 64) “não apenas a maturação atua no processo de desenvolvimento, mas também que há atuação das experiências”. Do domínio motor fazem parte os movimentos. Para Singer (1980 apud TANI, 1988, p. 5) “incluem-se no domínio motor três tipos básicos de comportamento: contactar, manipular e ou mover um objeto; controlar o corpo ou objetos quando em equilíbrio; mover ou controlar o corpo ou parte dele no espaço, com timing, num ato ou seqüência breve ou longa, sob situações previsíveis e ou imprevisíveis.” 23 Os movimentos são inerentes há todas as atividades dos seres humanos, e estão no cotidiano, no trabalho, no lazer e no desporto. Segundo Newell (1978 apud TANI, 1988, p. 8) o movimento “[ ] refere-se geralmente ao deslocamento do corpo e membros produzido como uma conseqüência do padrão espacial e temporal da contração muscular” e complementa ao afirmar que “Movimentos são de grande importância biológica, psicológica, social, cultural e evolutiva, desde que é através de movimentos que o ser humano interage com o meio ambiente.” (1988 p.11) Para que realizemos movimentos de forma satisfatória é necessário que o nosso desenvolvimento motor seja estimulado desde a tenra idade, pois, sendo este um processo contínuo e demorado, toda estimulação física e motora serão fundamentais para a aquisição dos padrões fundamentais do movimento, que podem ser divididos em padrões de locomoção, de manipulação e de equilíbrio. (TANI, 1988 p.74) A deficiência visual não é por si só a responsável pelas defasagens no desenvolvimento motor da pessoa congenitamente cega, pois estes não se dão por um déficit anátomo-fisiológico e sim pela limitação de experiências motoras em diversos níveis, apresentando, com freqüência defasagens tais como: equilíbrio falho, mobilidade prejudicada, esquema corporal e cinestésico não internalizados, locomoção dependente, postura defeituosa, expressão corporal e facial muito raras, coordenação motora bastante prejudicada, lateralidade e direcionalidade não estabelecidas, inibição voluntária não controlada, falta de resistência física, tônus musculares inadequado e falta de auto-iniciativa para ação motora. (CONDE, 1981 apud PARAOLÍMPICOS DO FUTURO, 2006) Segundo Brasil (2001 p. 137) “As pessoas que possuem visão normal muitas vezes não imaginam o que significa ser uma pessoa cega, muito menos fazem qualquer distinção ou comparação lógica entre a cegueira congênita e a cegueira adquirida” e complementa dizendo que “O surgimento da cegueira no individuo adulto traz consigo não apenas a perda de visão, mas também outras perdas” (BRASIL. 2001 p. 138). Carrol (1961 apud BRASIL, 2001, p. 139) coloca que estas perdas “podem ser sistematizadas da seguinte forma: perdas emocionais, perdas das habilidades básicas, perdas na apreciação, perdas relacionadas à ocupação profissional, perdas na comunicação e perdas que implicam na personalidade como um todo”. Em relação às perdas das habilidades básicas, as quais são responsáveis 24 pela execução de tarefas e ações de forma independente ligadas a aspectos como a locomoção pode dizer que a orientação espacial é uma das prejudicadas, pois “A visão não apenas identifica direções, ela posiciona o indivíduo em seu meio espacial”. (BRASIL, 2001 p. 140). A prática de atividade física traz muitos benefícios em todas as fazes da vida do ser humano. É através dela que podemos trabalhar muitos destes aspectos prejudicados pela ausência da visão e pela falta da estimulação precoce. É um dos meios que se pode adotar para trabalhar as habilidades motoras das crianças que são cegas congênitas, como também, reabilitar a pessoa que se depara com deficiência visual no decorrer da sua existência. Sendo assim, pode-se dizer que ao praticar uma atividade física a pessoa com deficiência visual pode trabalhar muitos dos aspectos prejudicados pela falta da visão Quando se fala em atividade física pode-se englobar a prática esportiva. Ao falarmos em esportes para pessoas com deficiência visual, faz-se necessário, diferenciar entre alunos ou atletas que possuem deficiência visual congênita ou adquirida precocemente, daqueles que contraíram a deficiência tardiamente, os quais tiveram oportunidade de praticar algum esporte ou mesmo de ter assistido a alguns deles. É importante também saber diferenciar as pessoas com deficiência visual que tiveram experiências motoras, sociais, familiares na infância e juventude e mesmo laboral na fase adulta daqueles que foram mantidos enclausurados em suas casas. Aqueles que têm a baixa visão, também devem ser diferenciados das pessoas com cegueira. Pois, todas as experiências e até mesmo o pouco que se possa aproveitar da visão faz diferença no desempenho durante a prática desportiva, porém quando estas pessoas são estimuladas e recebem apoios de qualidade elas podem praticar as mais diversas modalidades esportivas (Paraolímpicos do futuro, 2006). O Goalball, como esporte, atividade lúdica ou meio para reabilitação, propicia muitos benefícios, como ocorre com a maioria dos esportes, pois além de reduzir a possibilidade de ocorrerem doenças relacionadas aos males do sedentarismo, estimula a atenção, concentração, memorização e criatividade; 25 melhora a coordenação motora, lateralidade, equilíbrio e a percepção tátil, auditiva e espaço-temporal, tem um papel importante na vida dos seus praticantes por ser uma forma de provar o seu potencial à sociedade e às suas famílias. Juntamente a estes fatores ainda temos os efeitos psicológicos tais como: conhecer-se como alguém capaz e não apenas como uma pessoa com deficiência; melhor auto-aceitação e autoconfiança, ampliando a capacidade de tomar decisões adequadas; sentir-se aceito, combatendo a depressão, a apatia e o medo; combater o narcisismo e o egocentrismo; reduzir a dependência e promover a independência física e na tomada de decisões; combater a introversão promovendo o comportamento mais extrovertido; aprender a reconhecer seus potenciais e o das outras pessoas, bem como, a ser responsável, favorecendo assim, a inclusão e uma melhor qualidade de vida. Quando se fala no tema inclusão logo vêm à tona os termos educação e escola regular. Um dos grandes estigmas está relacionado a presença de pessoas com deficiência visual nas escolas, e pela impossibilidade deste participar das aulas de educação física. No entanto, nada impede a prática de educação física por parte deste aluno, principalmente se a sua deficiência estiver somente no campo da visão e não vier associada a nenhuma outra limitação, como problemas cardíacos. Muito pelo contrário, além de ser benéfico para o desenvolvimento motor e afetivo o goalball auxilia na socialização e no aprendizado, pois muitos dos benefícios citados anteriormente, e outros, dentre eles aqueles que estão relacionados a aprendizagem da leitura e da escrita Braille, tais como: organização espaço-temporal; interiorização do esquema corporal; independência funcional dos membros superiores; coordenação bimanual e desenvolvimento da sensibilidade tátil. (BRASIL, 2001, p. 57) O goalball pode ser utilizado como ponte para esta inclusão. A partir do momento em que os demais alunos se encontrarem em iguais condições, saberão entender um pouco as dificuldades dos seus colegas deficientes visuais e respeitar os seus conhecimentos e a sua capacidade. Nada impede que pessoas videntes possam praticar este esporte. Segundo Almeida (2008 p. 18) “Qualquer um pode jogar goalball, desde que não “veja” o jogo. Assim, basta vendar a todos para que o jogo não perca sua principal especificidade”. 26 Almeida (2008, p. 15), também, coloca que: promover a prática do goalball como conteúdo regular da educação física auxilia na difusão do conhecimento sobre a potencialidade das pessoas com deficiência visual, contribuindo para a redução da discriminação. E complementa dizendo que Tal prática poderá reverter a falta de conhecimento da população, principal motivador do preconceito e das limitações sociais sofridas pela pessoa com deficiência, e permitir o desenvolvimento de outros sentidos, como o tato, audição e propiocepção, que possibilitem uma percepção diferenciada do mundo. Por esses motivos é imprescindível oferecer oportunidades aos alunos de interagirem com as diversidades e diferenças, aprendendo com elas principalmente a importância do respeito pelo outro. É importante que a população, em geral, tenha consciência da capacidade da pessoa com deficiência. A imagem, de aleijado que se tinha, em relação a pessoa com deficiência, na antiguidade, ou mesmo da idéia de alvo de proteção, na idade média, não são mais concebíveis. As pessoas com deficiência vêm mostrando a sua potencialidade e um dos caminhos utilizados é a prática esportiva. 27 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A utilização do goalball como ponte para a participação da pessoa com deficiência visual na sociedade, principalmente na escola regular, é de grande importância, pois ela estaria praticando uma atividade criada primeiramente para pessoas com suas limitações e que pode ser adaptada para as demais pessoas videntes, o que geralmente ocorre ao contrário, nas demais atividades. A reflexão sobre a prática esportiva, prática esta realizada pela pessoa com deficiência, é de fundamental importância, pois a necessidade de aumentar o número de pessoas engajadas no processo de conscientização da necessidade da inclusão das pessoas com Deficiência Visual é premente. É chegada à hora de abrir espaço, além de descobrirmos o potencial de cada uma delas. A prática esportiva, em âmbito geral, melhora a qualidade de vida das pessoas, além de propiciar uma maior integração entre os povos. Será que as pessoas com Deficiência Visual não têm o mesmo direito de participar deste processo? Faz-se necessária, uma maior conscientização da sociedade em relação ao potencial das pessoas com deficiência. É através de trabalhos como este, onde se pode conhecer mais sobre a capacidade das pessoas com deficiência, que nós podemos abrir os horizontes para esta parcela da sociedade. 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acuidade Visual. Disponível em:<http://www.vejam.com.br/baixavisao-acuidadevisual/ > acessado em 13/08/09 às 20h 35min BIBLIOTECA MÉDICA ONLINE. Disponível em: (www.manualmerck.net) acessado em 16/08/09 às 23h 28min BRASIL. Entendendo a baixa visão: orientação aos professores / Regina Carvalho de Salles Oliveira, Newton Kara-José e Marcos Wilson Sampaio___ Brasília, DF: Ministério da Educação: Secretaria de Educação Especial (MEC), 2000. BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Morais Garcia Bruno, Maria Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. ____ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. (Série Atualidades Pedagógicas; 6. vol. 1) BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Morais Garcia Bruno, Maria Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. ____ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. (Série Atualidades Pedagógicas; 6. vol. 2) BRASIL. Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Morais Garcia Bruno, Maria Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. ____ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. (Série Atualidades Pedagógicas; 6. vol. 3) Classificações da deficiência visual: compreendendo conceitos esportivos, educacionais, médicos e legais. Disponível em:<http://www.efdeportes.com/efd93/defic.htm> acessado em 26/08/09 às 21h 50min DE ALMEIDA, J. J. Gavião; DE OLIVEIRA FILHO, Ciro Winckler; MORATO; Márcio Pereira; PATROCINIO, Regina Matsui; VAN MUNSTER, Mey de Abreu. Goalball: invertendo o jogo da inclusão. Campinas, SP: Autores Associados, 2008. (Coleção educação física e esportes; Série manuais) Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI. Versão 3.0 , 1999 ENSCER – Ensinando Cérebro. Artigos EINA – Deficiências. Disponível em:<http://www.enscer.com.br/material/artigos/eina/deficiencias/geneticas.php> acessado em 15/08/09 às 22h 45min 29 ESPORTE E CULTURA PARA CEGOS. Disponível em:<http://www.urece.org.br/novosite/content/goalball> acessado em 28/08/09 às 19h 34min FERREIRA, Paulo Vitor. CBDC em apuros. Disponível em: <http://einclusao.blogspot.com/2008/08/cbdc-em-apuros.html> , acessado em 09/08/09 às 23h 41min) Herança autossômica dominante. Disponível em:<http://www.ncc.up.pt/~nam/VHL/Arvore_VHL/Heran_c_ca_autossomica_do mi.html> Acessado em 16/08/09 às 23h 16min HUIZINGA, Johan. 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QUADRA E INSTALAÇÕES 1.1. Quadra 1.1.1. Dimensões A quadra de goalball consiste em um retângulo de 18 m de comprimento (+/5 cm) e 9 m de largura (+/- 5 cm), sendo que tais medidas correspondem às bordas exteriores. Neste espaço só se permitem as marcas próprias da modalidade e mais nenhuma outra. 1.1.2. Áreas de equipe A área da equipe consiste em uma área de 9 m de largura (+/- 5 cm) por 3 m de comprimento (+/- 5 cm), sendo que a linha do fundo dos 9 m será a linha demarcatória do gol. 1.1.3. Linhas de Orientação do jogador Duas linhas externas estão localizadas na área da equipe a uma distância de 1,5 m (+/- 5 cm) da linha que limita, à frente, a mesma área. Essas linhas devem ter 1,5 m (+/- 5 cm) de comprimento, indo, da linha limite externa em direção ao meio da área de equipe. As linhas devem ser demarcadas nas duas laterais das respectivas áreas de equipe. Além disso, deverão ser acrescentadas duas linhas centrais na área da equipe. Essas devem estar no meio desta área, indo, perpendicularmente, das linhas-limite dianteira e do gol para dentro da área da equipe. Elas devem ter 0,5 m de extensão (+/- 5 cm). Ainda haverá mais duas linhas de 15 cm (+/- 5 cm), 32 perpendicularmente colocadas em direção à linha do gol, saindo da linha que limita, à frente, a área de equipe e a 1,5 m de cada linha lateral. 1.1.4. Área de Lançamento Imediatamente à frente da área de equipe localizar-se-á a área de lançamento. Consistirá em 9 m de largura (+/- 5 cm) por 3 m de comprimento (+/- 5 cm). 1.1.5. Área Neutra A área neutra, com 6 m (+/- 5 cm) de comprimento, situa-se entre as duas áreas de lançamento. Ela deve ser dividida em duas metades de 3 m (+/- 5 cm) por uma linha central que demarca o meio da quadra. 1.1.6. Área do Banco A localização dos respectivos bancos das equipes deverá ser de ambos os lados da mesa de arbitragem, com uma distância mínima de 3 m da linha lateral da área de jogo. O banco da equipe deve estar o mais próximo possível da mesa de arbitragem e nunca deverá estar alinhado com a área de equipe. A área do banco deve ser de 4 m (+/- 5 cm) de comprimento e estar claramente identificada por uma linha frontal de 4 m (+/- 5 cm) de extensão e por 2 linhas laterais de não menos que 1 m de comprimento. Todos os componentes da equipe devem permanecer, durante o jogo, restritos à área do banco. Por ocasião da troca de lados das equipes no meio tempo, trocam-se também as respectivas áreas. Além disso, a área do banco de uma equipe deve estar no mesmo extremo da quadra em que esta equipe está localizada. Se um jogador, que sofreu uma lesão ou que deixou a competição por qualquer motivo, quiser sentar-se no banco de sua equipe como acompanhante, deve vestir uma camisa que o identifique enquanto tal. Esta camisa deve ser providenciada pelo comitê organizador da competição. 1.1.7. Marcações Todas as marcações da quadra (linhas) terão aproximadamente 5 cm (+/- 1 cm) de largura e deverão ser marcadas de forma visível e facilmente identificável (pelo tato) a fim de proporcionar a orientação do jogador em campo. Todas as linhas 33 devem ter um barbante de 3 mm a 5 mm de espessura colocado no meio e abaixo da fita adesiva. 1.1.8. Line Out 1,50 m (+/- 5 cm) a partir das linhas laterais da quadra e das linhas do gol deve existir uma marcação feita com fita adesiva facilmente identificável, porém sem barbante. Quando a bola passar dessa linha, o árbitro deve apitar uma vez e, em seguida, dizer “line out”. O cronômetro dos 10 segundos será paralisado até que o jogo seja reiniciado. 1.2. Materiais 1.2.1. Gols A largura do gol deverá ser de 9 m (+/- 5 cm). As traves, que deverão ser redondas, medirão 1,30 m (+/- 2 cm) de altura e o travessão superior deve medir 9 m e ser construído de material rígido. As traves devem permanecer fora da quadra, porém alinhadas com a linha base do gol. O diâmetro máximo das traves e do travessão do gol não pode exceder 15 cm. Os gols devem ser construídos de maneira que ofereçam segurança. 1.2.2. Bola A bola utilizada no jogo pesa 1.250 gramas, com circunferência de aproximadamente 76 cm e tem 8 orifícios de, aproximadamente, 1 cm de diâmetro, além de possuir guizos internos. O material é de borracha com dureza apropriada, que foi determinado pelo Subcomitê Técnico Desportivo da IBSA. Para competições de alto nível, a bola a ser utilizada deve ser aprovada pelo mesmo Subcomitê. 1.2.3. Uniformes Todos os atletas deverão vestir camisetas oficiais de suas equipes na competição. Tais camisetas devem apresentar os números dos atletas permanentemente afixados, tanto na parte frontal como nas costas. Os números devem estar entre 1 (um) e 9 (nove) e o tamanho deles deverá ser de, no mínimo, 20 cm. A espessura máxima permitida da proteção, em qualquer parte do corpo, é de 10 cm. Nos Jogos Paraolímpicos e nos Campeonatos Mundiais, a camiseta oficial 34 da equipe, as calças e as meias usadas pelos atletas devem ser idênticas e portar os modelos de propaganda conforme requisitado previamente pelos Comitês Organizadores. 1.2.4. Óculos e lentes de contato É proibido o uso de óculos e lentes de contato. 1.2.5. Vendas As vendas devem ser utilizadas por todos os jogadores em quadra desde o apito inicial de qualquer meio tempo até o final do mesmo. Isso inclui tempos regulares de jogo, prorrogação e lançamentos livres. Durante uma situação de “time out”, os jogadores do banco que forem entrar em quadra devem obrigatoriamente estar vendados. 1.2.6. Adesivos Oculares (Tampões) Nos principais Campeonatos, como foi definido pelo Subcomitê de Goalball da IBSA, todos os jogadores participantes devem ter seus olhos recobertos por adesivos oculares (tampões), sob a supervisão do Delegado Técnico Oficial de Goalball da IBSA. 2. PARTICIPANTES 2.1. Classificação A competição deverá ser orientada pela divisão em 2 categorias, quais sejam, masculina e feminina. 2.2. Composição da equipe Ao começo de um campeonato, a equipe estará composta por três (3) jogadores, com um máximo de três (3) substitutos. Cada equipe poderá ter somente três (3) acompanhantes no banco. O número máximo de indivíduos nas áreas dos bancos será de nove (9). O(s) árbitro(s) deve(m) ser avisado(s) por escrito, antes do início de qualquer partida, da presença de um jogador que está no banco da equipe, mas não está envolvido efetivamente na disputa. Tal atleta deverá vestir uma camiseta fornecida pelo comitê organizador do torneio, diferenciada da dos outros 35 componentes da equipe. Quaisquer jogadores eliminados da partida serão também listados na folha de relação nominal (line up) como não participantes. 3. OFICIAIS 3.1. Número exigido Em cada partida haverá dois (2) árbitros principais, quatro (4) juízes de linha, um (1) anotador geral, um (1) cronometrista geral, um (1) cronometrista de 10 segundos e um (1) anotador de lançamentos. Em todas as competições de alto nível, exigem-se dois (2) cronometristas de 10 segundos devidamente qualificados, e um back up timer (cronometrista geral de suporte). 4. DINÂMICA DO JOGO 4.1. Duração da partida Cada partida será de 20 minutos, divididos em dois tempos iguais de 10 minutos. Deverá haver, no mínimo, cinco (5) minutos de intervalo entre o final de um jogo e o início do próximo. Nos Jogos Paraolímpicos e nos Campeonatos Mundiais haverá, no mínimo, um intervalo de quinze (15) minutos entre o final de uma partida e o início da outra. Um aviso sonoro deve ser emitido pelo cronometrista geral, cinco (5) minutos antes de se iniciar uma partida. Da mesma forma, um aviso sonoro deverá ser emitido quando faltar 30 segundos para o início de qualquer meio tempo. Só será considerado finalizado qualquer meio tempo quando esgotados os 10 minutos jogados. O intervalo será de 3 minutos de duração e o jogo só se reiniciará exatamente quando os 3 minutos estiverem esgotados. Os jogadores que entrarão em quadra, em qualquer meio tempo, devem estar prontos para a checagem das bandagens/vendas 1 minuto e 30 segundos antes do início do jogo. Se uma equipe não estiver preparada para começar a jogar, uma vez já concluído os 3 minutos, serlhe-á imposta uma penalidade por atraso de jogo. O cronômetro será parado sempre por ocasião das situações de penalidades. O tempo da partida é iniciado e paralisado pelo apito do árbitro oficial. 36 4.2. Prorrogação Caso haja um empate de placar no final do tempo regulamentar e um vencedor seja necessário, as duas equipes jogarão duas (2) metades adicionais de 3 minutos de prorrogação. Aquela que marcar o primeiro gol será a vencedora e o jogo estará finalizado. Haverá um intervalo de 3 minutos entre o final do tempo regulamentar e a primeira metade da prorrogação. Um segundo sorteio determinará a situação de arremesso ou recepção de cada equipe, ao início da prorrogação. Durante a segunda metade da prorrogação serão invertidas as posições definidas inicialmente e as equipes trocarão as áreas de banco durante um intervalo de três (3) minutos entre os meios tempos. Caso o empate se mantenha, e seja necessário nomear um ganhador, o impasse se resolverá mediante lançamentos avulsos (extra throws). 4.3. Sorteio Antes de começar a partida, o árbitro principal ou outro oficial designado conduzirá um sorteio entre os representantes das equipes. O ganhador poderá escolher o lado da quadra ou se prefere lançar ou receber. Conseqüentemente a opção não escolhida fica com o perdedor. Ao iniciar a segunda metade do jogo, serão invertidas as áreas e a situação de lançamento ou recepção. Qualquer representante que não estiver presente no momento do sorteio será punido com uma penalidade por atraso o jogo. 4.4. Reiniciando a partida Quando a bola for reposta em jogo por um juiz de linha (ou um árbitro), ela deve ser colocada na marca de 1,5 metros (linha dos alas), exatamente no encontro desta com a linha lateral da quadra. No momento em que a bola estiver colocada, o árbitro principal dirá “play” e o(s) relógio(s) iniciar-se-ão, mesmo que nenhum dos membros da equipe em quadra tiver de posse da bola. 4.5. Orientação/Reorientação Só será permitida a orientação aos jogadores durante a partida, em situações de penalidade, sendo que tal orientação deve, necessariamente, ser fornecida pelos árbitros que conduzem o jogo. Entretanto, se for necessário voltar a orientar um 37 jogador em qualquer outro momento, ser-lhe-á imposto um pênalti individual por atraso de jogo. 4.6. Pontuação Será considerado gol sempre que a bola cruzar a linha do gol e adentrar ao mesmo. Contudo, não será considerado “gol” se a bola atravessar a linha demarcatória tendo sido levada por uma ação acidental do árbitro principal ou juiz de linha. Além disso, se um gol é marcado quando o tempo regulamentar da partida houver terminado, tal gol somente será computado se a bola tiver passado totalmente a linha demarcatória, antes de finalizado o tempo. Caso a venda do jogador de defesa seja deslocada por uma bola, o jogo continuará e, se a bola subseqüentemente adentrar o gol, a pontuação será considerada. 4.7. TIME OUTS (Tempos Oficiais) 4.7.1. Team time out (Tempo oficial da equipe) Serão permitidos, para cada equipe, três (3) tempos (“time outs”) de 45 segundos durante o período regulamentar, a critério do técnico. Uma vez solicitado um “time out” ambas as equipes poderão utilizá-lo. Após uma equipe ter requisitado um “time out” e se servido do mesmo, no mínimo um lançamento deve acontecer antes da mesma equipe pedir um próximo “time out” ou uma substituição (“substitution”). Entretanto, uma “substitution” pode ser feita antes do término do “time out”. Além disso, na prorrogação será permitido a cada equipe apenas um (1) “time out” de 45 segundos. Caso ocorra um “time out” durante uma “substitution”, ambos os procedimentos serão anotados em súmula (tanto a substituição quanto o tempo oficial da equipe). Um time out de equipe pode ser requisitado tanto por um técnico quanto por um jogador ao árbitro principal a qualquer momento que a equipe tenha controle da 38 bola ou haja uma paralisação oficial na partida, usando gestos manuais (nãoverbais) e/ou pronunciando-se verbalmente. Um árbitro poderá anunciar um “time out” durante uma pausa oficial na partida ou quando a bola estiver de posse da equipe que requisita o tempo. A autorização de um pedido de tempo pela equipe só ocorrerá quando um árbitro oficial referir-se verbalmente ao nome da equipe que o requisitou. O cronometrista dará um aviso sonoro de 15 segundos, antes de se esgotar o “time out” solicitado. 4.7.2. Officials’ time out (Tempo oficial dos árbitros) Um árbitro oficial pode pedir um “officials time out” a qualquer momento que considerar necessário. É de direito dos técnicos dar instruções, mesmo a partir dá área do banco, aos jogadores em quadra durante um “officials time out” e tal ação se continua até que o árbitro diga “Quiet Please!”. Nesse momento a comunicação deve ser interrompida, pois caso contrário, um pênalti por conduta antidesportiva (team unsportmanlike conduct) será imputado. Se um árbitro apitou um “officials time out” como resultado de ações da equipe que possuía a bola, então essa será controlada pelo juiz de linha e, no final do “officials time out”, deverá ser reposta para a equipe pelo juiz de linha. 4.7.3. Medical time out (Tempo médico oficial) No caso de lesão ou doença, um “medical time out” deve ser pedido pelo árbitro e o cronometrista de 10 segundos mais distante do jogador lesionado iniciará o relógio para marcar os 45 segundos. Um aviso sonoro deve ser dado para o árbitro no fim dos 45 segundos. Se o jogador lesionado não estiver mais em condições de continuar jogando ao final de 45 segundos, ou se qualquer componente da equipe 39 entrar em quadra, aquele jogador deverá ser substituído até o final daquela metade do jogo. Tratamento Médico Se um jogador precisar deixar o jogo a qualquer momento para cuidados médicos ou para ajustes em materiais de segurança, somente poderá fazê-lo após uma paralisação oficial e apenas voltará no próximo tempo de jogo. 4.7.4. Blood Rule (Regra do Sangue) A qualquer momento que um jogador se machuque durante uma partida e que sangue seja observado e identificado pelo árbitro, o jogador será imediatamente removido da quadra e pode ser impedido de voltar ao jogo até que as seguintes condições sejam cumpridas: • o sangramento tenha sido estancado; • a ferida ou o machucado seja coberto; • se houver uma quantidade excessiva de sangue no uniforme (camisa, calça, etc.), este deve ser trocado. Antes do término do jogo em questão, todos os equipamentos e superfícies devem ser apropriadamente descontaminados. A remoção do jogador de quadra será considerada como uma “medical substitution” (substituição médica) e o regresso dele ao jogo não será permitido até a finalização daquele tempo e somente após o árbitro estar satisfeito e convencido de que o jogador cumpriu as exigências anteriormente mencionadas. Caso o jogador em questão não tiver uma camisa de jogo adicional portando o mesmo número, será permitido a ele trocar de número tão logo essa mudança seja indicada para o árbitro e por ele devidamente anunciada. 4.8. SUBSTITUIÇÕES 4.8.1. Team substitution (Substituição da equipe) Em cada jogo, cada equipe poderá efetuar no máximo três (3) substituições durante o tempo oficial e uma (1) substituição durante a prorrogação. O mesmo 40 jogador poderá ser substituído mais de uma vez. Entretanto, cada mudança de jogador será registrada como uma substituição. Tanto um técnico quando um jogador poderá solicitar uma “substitution” ao árbitro a qualquer momento em que a equipe tenha posse de bola ou em que haja uma parada oficial (official timeout). Isso pode ser feito mediante gestos com as mãos, não-verbais e/ou dizendo “substitution”. Qualquer atraso ocasionado pelo técnico ou pelo jogador a ser substituído (por não estar vendado, por exemplo), resultará em uma penalidade coletiva por atraso de jogo (team delay of game). Uma substituição apenas será reconhecida pelo árbitro somente em uma paralisação oficial da partida ou quando a bola estiver de posse da equipe requisitante. Uma vez reconhecida pelo árbitro, o técnico deverá mostrar uma placa de substituição com o número do jogador que vai abandonar o campo e do número do jogador que irá substituí-lo. O jogador que entra em quadra pegará no travessão do gol mais próximo de sua área de banco. Será permitido aos técnicos dar instruções aos jogadores em quadra durante o processo de substituição. Isso vai até que o árbitro diga “quiet please” e, a partir de então, a comunicação deverá ser suprimida ou uma penalidade coletiva por conduta antidesportiva será imputada (team unsportsmanlike). Durante uma situação de penalidade será permitida a substituição de qualquer jogador, exceto a do que foi penalizado. Caso ocorra uma substituição durante um “time out”, ambos os procedimentos serão anotados em súmula. Qualquer mudança de jogador ao final de qualquer metade de jogo, não será considerada uma substituição, mas deverá ser comunicada ao árbitro principal, que a anunciará no início do próximo tempo. Caso contrário, se a substituição não for reportada para o árbitro, uma penalidade coletiva por atraso de jogo (team delay of game) será conferida para o time que fez a substituição e não avisou. 4.8.2. Medical substitution (Substituição médica) Numa situação de lesão, quando um técnico ou qualquer outro membro da equipe tenha que entrar na área de jogo para proporcionar uma assistência, ou quando um jogador não possa continuar jogando 45 segundos depois de um “medical time out” ter sido autorizado, substituições de jogadores devem ser feitas o mais rápido possível, e o jogador lesionado não poderá voltar ao campo até a 41 conclusão da metade do jogo em que saiu. Essas substituições não serão marcadas como uma das três (3) permitidas. Duas paradas oficiais no jogo para atender a um jogador que está supostamente lesionado, ocasionará a retirada imediata deste indivíduo. Ele apenas voltará na situação colocada acima. 5. INFRAÇOES OU FALTAS Em caso de uma falta ou infração, a bola deverá ser encaminhada para a equipe que se encontra na posição de defesa. 5.1. Premature throw (lançamento prematuro) Se um jogador lança a bola antes do árbitro ter dito “play”, o lançamento será válido, mas não será anotada pontuação alguma. 5.2. Dead ball (bola morta) Quando a bola lançada pára em qualquer parte do campo da equipe que defende, sem ser tocada por um jogador de defesa, o árbitro considerará “dead ball” (bola morta), apitará uma vez, a mesa automaticamente paralisará o cronômetro e a bola será reposta para a equipe que não a localizou. 5.3. Pass out (Passe fora) Ocorrerá um “pass out” quando: • no processo de passe de um membro a outro da equipe, a bola cruza a linha lateral. • em qualquer momento que a bola atinja um objeto situado acima da quadra (no alto). • a partir de qualquer ação intencional de um jogador de defesa que não controle a bola propositadamente e a empurre para além da linha do “line out”. 42 5.4. Ball over (Retrocesso de bola) Se a bola é bloqueada por um jogador do time de defesa e rebota para além da linha central da quadra (linha que divide as áreas neutras), a bola deverá ser retornada para a posse de bola da equipe que fez o arremesso. Essa regra também se aplica caso a bola golpeie a trave ou o travessão superior do gol e retorne rolando para além da linha central. Tal regra não se aplica em lançamentos extras e em cobranças de pênaltis. 6. PENALIDADES Há dois tipos de penalidades: penalidades individuais e de equipe (ou coletivas). Em ambos os casos, somente um jogador deverá permanecer na quadra para defender o pênalti. No caso de penalidade individual: defenderá o jogador que a cometeu. No caso de penalidade de equipe: defenderá o jogador que fez o último lançamento [daquela equipe] antes de ter sido feita a penalidade. Nas situações em que ocorrer uma penalidade de equipe antes de ter sido realizado qualquer lançamento, o jogador que permanecerá em quadra para a defesa será escolhido pelo técnico da equipe adversária, que fará o arremesso. Todos os tiros de pênaltis deverão ser conduzidos de acordo com as regras do jogo. Num momento de cobrança de penalidade, um pênalti pode ser recusado (“declined”) tanto por um técnico quanto por um jogador da equipe atacante, utilizando-se de sinais manuais (não-verbais) e/ou pronunciando-se “declined”. A equipe que declina do pênalti manterá a posse de bola consigo. 43 6.1. Penalidades individuais 6.1.1. Short ball (Bola curta) Toda vez que uma bola lançada parar antes da área de defesa da equipe adversária, e estiver fora do alcance desta equipe, o jogo será paralisado com um apito do árbitro e um pênalti será conferido à equipe que fez o lançamento. 6.1.2. High ball (Bola alta) A bola deve tocar o solo ao menos uma vez na área de equipe ou na de lançamento depois de ter deixado a mão do jogador que a arremessou. Caso contrário, o arremesso será válido, mas não será anotada pontuação alguma. 6.1.3. Long Ball (Bola longa) No ato do arremesso, depois de ter tocado a área de equipe ou a área de lançamento, a bola deve ainda ter contato com a quadra ao menos uma vez na zona neutra. Caso contrário, o arremesso será válido, mas não será anotada pontuação alguma. 6.1.4. Eyeshades (Vendas) Qualquer jogador em quadra que tocar sua venda será penalizado. Um jogador retirado da quadra numa situação de pênalti não pode tocar em sua venda ou outro pênalti ser-lhe-á imposto. Se durante um meio tempo, num “time out” ou qualquer paralisação na partida, um jogador quiser tocar sua venda deverá, necessariamente, pedir permissão a um dos árbitros principais e, após ter obtido tal permissão, deverá voltar-se para o gol a fim de checá-la. 6.1.5. Third time throw (3° arremesso consecutivo) Um jogador pode arremessar a bola somente duas vezes consecutivas. Se o terceiro arremesso desse jogador é feito antes de um companheiro de equipe ter efetuado o seu, ser-lhe-á imposto um pênalti. O número de arremessos consecutivos será mantido de um meio tempo a outro ou por ocasião de infrações; só não será mantido tal saldo do tempo regulamentar da partida para a prorrogação. Quando um 44 jogador marca um gol acidental contra sua própria equipe, esse não será contado como arremesso. 6.1.6. Illegal defense (Defesa ilegal) O primeiro contato defensivo com a bola deve ser feito por um jogador que tenha qualquer parte de seu corpo tocando a área de equipe. 6.1.7. Personal delay of game (Atraso individual de jogo) Um pênalti por “personal delay of game” será aplicado a um jogador se: a) o jogador é reorientado (fisicamente) por uma pessoa outra que não um companheiro de equipe em quadra; b) o jogador não está preparado para começar a jogar quando por autorização de um dos árbitros principais. 6.1.8. Personal unsportsmanlike conduct (Conduta antidesportiva individual) Caso um árbitro determine que um jogador em campo se comporta de maneira antidesportiva, deverá impor-lhe uma penalidade individual. Além disso, qualquer conduta antidesportiva [de qualquer jogador] poderá resultar em sua eliminação do jogo, das instalações esportivas e/ou de participações futuras em torneios, se o árbitro considerar que a situação assim o exige. Um jogador, eliminado por estes motivos, não poderá ser restituído à partida. Qualquer contato físico intencional com um árbitro ou outro oficial, não relacionado ao andamento da partida, resultará na imediata eliminação do jogador do jogo em questão e mesmo da arena de competição. 6.1.9. Noise (Barulho) Um barulho excessivo de um jogador de ataque, feito no momento de um lançamento, e que atrapalha a concentração da equipe de defesa, será penalizado. 6.2. Penalidades de equipe ou coletivas 6.2.1. Ten seconds (Dez segundos) Um jogador/uma equipe deve arremessar a bola dentro de 10 segundos após o primeiro contato defensivo com a mesma. Se um “timeout”, uma “substitution” ou 45 outra interrupção no jogo ocorrer antes de qualquer equipe ter lançado a bola, a equipe somente terá o tempo restante a partir do primeiro contato para efetuar o lançamento. Caso contrário, um pênalti será aplicado. O cronômetro de 10 segundos deverá ser reiniciado toda vez que um árbitro pedir “officials timeout”. 6.2.2. Team delay of game (Atraso coletivo de jogo) Um pênalti por “team delay of game” será aplicado a uma equipe se: a) não estiver preparada para começar a jogar quando por autorização de um dos árbitros; b) qualquer ação dela impedir a continuidade do jogo; c) fizer uma substituição ao final de qualquer tempo, sem avisar o árbitro principal; d) requisitar um quarto “time out”; e) requisitar uma quarta “substitution”; f) se o técnico desta equipe não aparecer no sorteio (coin toss); g) se um técnico insistir em discutir com os árbitros. 6.2.3. Team unsportsmanlike conduct (Conduta antidesportiva coletiva) Caso um árbitro principal determine que qualquer componente do banco está se comportando de maneira antidesportiva, imporá uma penalidade coletiva a esta equipe. Além disso, qualquer conduta antidesportiva [de qualquer equipe] poderá resultar em sua eliminação do jogo, das instalações esportivas e/ou de participações futuras em torneios, se o árbitro principal considerar que a situação assim o exige. 6.2.4. Illegal coaching (Instrução ilegal) Não será permitido a nenhuma pessoa na área do banco de qualquer equipe dar instruções aos jogadores, exceto nos tempos oficiais designados para isso e somente até o árbitro pronunciar “quiet please”. Caso o árbitro principal considere que alguém da área do banco esteja dando instruções, imporá uma penalidade coletiva a essa equipe. No caso em que se produza um segundo incidente desses durante a mesma partida, a pessoa deverá ser expulsa do ginásio e novamente um pênalti de equipe deve ser imposto. 46 6.2.5. Noise (Barulho) Um barulho excessivo da equipe que ataca, feito no momento de um lançamento ou após a bola ter sido arremessada, será penalizado com um pênalti. 7. LANÇAMENTOS EXTRAS Caso o placar esteja empatado no fim do tempo regulamentar de um jogo no qual um vencedor é necessário, serão determinados lançamentos extras para que haja um resultado à partida. 7.1. Número de lançamentos extras O número de lançamentos extras será determinado por um mínimo de jogadores relacionados na listagem prévia encaminhada à mesa. 7.2. Sorteio para determinar os lançamentos extras Antes de se iniciar os lançamentos extras, a escolha entre arremesso e recepção será determinada por um sorteio. A equipe que ganhar o sorteio e iniciar os lançamentos, seguirá o procedimento em par de arremessos. 7.3. Ordem dos lançamentos extras A ordem dos arremessos será determinada pela listagem prévia encaminhada pelo técnico antes do início do jogo. Tal listagem deverá incluir todos os jogadores que constam da súmula. A primeira pessoa nessa lista de cada equipe deverá adentrar a quadra escoltada por um árbitro e cada jogador terá direito a um lançamento. Esta seqüência é repetida até que um número mínimo de jogadores tiver tido a chance de arremessar e defender. A equipe com o maior número de gols computados será declarada vencedora. 7.4. Morte súbita nos lançamentos extras Se um empate persistir, a ordem será repetida até que cada equipe tenha realizado um número igual de arremessos e uma estabeleceu-se na liderança. No entanto, antes da morte súbita, durante os lançamentos extras, um novo sorteio 47 determinará quem lança primeiro. Depois de realizado um par de arremessos, a situação se inverte e a equipe que defendeu lançará a bola (AxB/BxA). 7.5. Pênaltis nos lançamentos extras Os lançamentos extras serão realizados de acordo com as regras vigentes. Entretanto, caso ocorra um pênalti ofensivo, o lançamento será apenas anulado. Mas se ocorrer um pênalti defensivo, o lançamento será repetido a menos que o tenha sido gol. 7.6 Movimentação dos jogadores Em todas as situações de lançamentos extras, técnicos e acompanhantes serão removidos para o lado oposto da quadra por um árbitro. Todos os atletas devem estar vendados. Os jogadores permanecerão na área do banco até que o jogo seja finalizado. Atletas eliminados da competição, ou os que estão lesionados e considerados inábeis para jogar, devem ser retirados da listagem prévia encaminhada à mesa e os nomes secundários nesta listagem devem ser alinhados nas primeiras posições. 8. Autoridade do Árbitro Em todos os assuntos que dizem respeito à segurança (nas regras, nos procedimentos e nos jogos) a decisão final deve ser tomada pelo árbitro. 9. Abuso de Oficiais Qualquer ação realizada por um participante em jogos de goalball, relatada (por escrito) por um oficial reconhecido pela IBSA ao Subcomitê de Goalball, será analisada em encontros posteriores do subcomitê. Serão deliberadas, deste modo, tantas sanções contra aquele participante, quantas forem necessárias. 10. Disputas Em caso de qualquer embate entre uma equipe e um oficial, somente o técnico principal pode se aproximar dos árbitros da partida. A discussão ocorrerá apenas em um momento de paralisação do jogo e tão somente após o árbitro ter consentido na requisição do técnico. 48 O árbitro esclarecerá o embate ao técnico principal. No caso de esse técnico não concordar com o esclarecimento, a partida é finalizada no tempo restante e o técnico pode contestar a situação em questão por meio de um pedido a Federação Internacional de Esportes para Cegos (Internacional Blind Sports Federation-IBSA). Se o técnico insistir na disputa da questão com os árbitros após o primeiro esclarecimento ter sido dado, uma penalidade coletiva por atraso de jogo (team delay of game) será conferida à equipe. E, além disso, o árbitro poderá tomar uma outra decisão, se necessário.