CURSO GESTÃO DE PESSOAS COM FOCO EM COMPETÊNCIAS Profa.: Ana Flávia de Moraes Moraes GESTÃO DE PESSOAS COM FOCO EM COMPETÊNCIAS ASSUNTOS A SEREM ABORDADOS: Contextualização da gestão de pessoas O conceito de competências Gestão por competências Seleção de pessoas por competências Treinamento e Desenvolvimento de pessoas com foco em competências Avaliação de desempenho com foco em competências CONTEXTUALIZAÇÃO DA GESTÃO DE PESSOAS PARÁBOLA 1 Numa aldeia, moravam dois homens que se chamavam Joaquim Gonçalves. Um era sacerdote e o outro, taxista. Quis o destino que os dois morressem no mesmo dia. Chegaram ao céu e São Pedro já os esperava. - O teu nome? – perguntou São Pedro ao primeiro. - Joaquim Gonçalves. - O sacerdote? - Não, não. O taxista. - São Pedro consultou a sua lista e disse: - Bom, ganhaste o Paraíso. Levas estas túnicas com fios de ouro e esta vara de platina com incrustações de rubis. Podes entrar. - Obrigado! – disse o taxista. Passaram mais duas ou três pessoas, até que chegou a vez do sacerdote. - O teu nome? - Joaquim Gonçalves. - O sacerdote? - Sim. - Muito bem, meu filho. Ganhaste o Paraíso. Levas esta bata de linho e esta vara de ferro com incrustações de granito. O sacerdote disse: - Desculpe, não é por nada não, mas deve haver algum engano. Eu sou Joaquim Gonçalves, o sacerdote! - Sim, meu filho. Ganhaste o Paraíso. Levas esta bata de linho e… - Não, não pode ser! Eu conheço o outro senhor. Era taxista, vivia na minha aldeia e era um desastre! Subia nas calçadas, batia o carro quase todos os dias, dirigia muito mal, comprometia tudo que estava à sua frente. Uma vez arremessou-se contra uma casa… E eu passei setenta e cinco anos da minha vida pregando todos os domingos na paróquia, como é que lhe dão a túnica com fios de ouro e a vara de platina e a mim apenas isto, vara de ferro com incrustações de granito? Deve haver algum engano! - Não, não há nenhum engano – disse São Pedro. – Aqui no céu, estamos efetuando uma gestão como a que vocês fazem lá na terra. - Como? Não entendo… - Claro… - explicou São Pedro. – Agora orientamo-nos por resultados. É assim: durante os últimos vinte e cinco anos, cada vez que tu pregavas as pessoas adormeciam; mas cada vez que ele guiava o táxi, as pessoas começavam a rezar. É isto: Gestão de Resultados! Onde está o segredo do sucesso? CAPITAL HUMANO. Sem pessoas de talento e altamente qualificadas não se consegue resultados. PARÁBOLA 2 Um gato vivia correndo atrás de um rato, mas nunca conseguia agarrá-lo. Cansado dessas técnicas tradicionais, o gato decidiu inovar e, para isso, iniciou sua perseguição como de costume. E o rato, como sempre fazia, corria e entrava em sua toca. O gato, disposto a apanhar o rato com sua nova técnica, ficou escondido do lado de fora da toca do rato e se colocou a imitar o latido de um cachorro. O rato, lá de dentro, ouviu os latidos e logo pensou: “Bom se o cachorro está latindo é porque viu o gato, e o gato, naturalmente, já foi embora”. Confiante em tal pensamento, o rato saiu de sua toca. O gato, por sua vez, não perdeu tempo e, de surpresa, agarrou o rato. Quando já estava quase devorando o pequeno rato, este perguntou-lhe: - Só um momento, senhor Gato, gostaria de saber onde está o cachorro, pois eu o ouvi latindo. - O gato, com olhar cínico, respondeu-lhe: - Neste mundo globalizado, quem não falar duas línguas não sobrevive. Necessitamos de novas formas de gerir pessoas. Hoje, a idéia de gestão de pessoas é de desenvolvimento mútuo. A organização, ao se desenvolver, desenvolve pessoas, e estas, ao se desenvolverem, desenvolvem a organização. DESCOBRINDO TALENTOS E HABILIDADES Talentos são todos os profissionais, independentemente de sua posição na escala hierárquica, que trazem uma grande contribuição para a organização. Talentos não são somente um grupo de elite que está no topo da pirâmide. CONTRATE COMPETÊNCIAS E NÃO PESSOAS Algumas organizações já evoluíram no quesito seleção de pessoal e tornaram-se mais rígidas na busca por profissionais. Hoje em dia, estão interessadas em candidatos que apresentem excelentes competências técnicas e comportamentais, além de possuírem potencial para desenvolverem novas competências. Uma boa seleção reduz custos, economiza tempo e encontra muitos talentos que acabam tornando-se, com o passar do tempo, diferenciais dentro de uma organização. O CONCEITO DE COMPETÊNCIAS O CONCEITO DE COMPETÊNCIA No final da Idade Média, o termo competência pertencia essencialmente à linguagem jurídica. Dizia respeito à faculdade atribuída a alguém ou a uma instituição para apreciar e julgar certas questões. Por extensão, o termo vaio a designar o reconhecimento social sobre a capacidade de alguém pronunciar-se a respeito de determinado assunto e, mais tarde, passou a ser utilizado também para qualificar o indivíduo capaz de realizar certo trabalho. Com a revolução industrial, o termo competência foi incorporado à linguagem organizacional, sendo utilizado para qualificar a pessoa capaz de desempenhar eficientemente determinado papel. O CONCEITO DE COMPETÊNCIA A competência humana é expressa em função do desempenho da pessoa no trabalho, o que envolve não apenas o comportamento que o indivíduo adota, mas também suas consequências, no tocante a realizações. A competência, então, é entendida não apenas como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para exercer determinada atividade, mas também como o desempenho expresso pela pessoa em determinado contexto, em termos de comportamentos e realizações decorrentes da mobilização e aplicação de conhecimentos, habilidades e atitudes no trabalho. “Saber e não fazer ainda não é saber.” Provérbio Zen COMPETÊNCIA É a transformação de conhecimentos, aptidões, habilidades, interesse, vontade, etc. em resultados práticos. Resulta da combinação de conhecimentos com comportamentos. Três aspectos do Talento: C onhecimentos H abilidades A titudes CONHECIMENTO – É o saber; conjunto de informações, idéias, acúmulos de saber, aprendizado, experiência. Capacidade de estabelecer pontes e associar idéias. HABILIDADES – É o saber fazer, capacidade de aplicar o conhecimento, maneira de executar. ATITUDES – Saber fazer acontecer, disposição, iniciativa, vontade de fazer, alcançar metas, empreender. INPUTS CONHECIMENTOS HABILIDADES ATITUDES OUTPUTS AGREGAÇÃO DE VALOR Pessoas inteligentes somente serão competentes se oferecerem contribuições práticas, com aplicação desses atributos e gerarem resultados. Diplomas de graduação, pós graduação, mestrado e doutorado somente garantem que as pessoas sejam bemsucedidas se possuírem competência, ou seja, transformar teorias e conhecimento em práticas úteis, significativas e contributivas. O domínio de determinadas competências faz com que determinados profissionais e organizações façam diferença no mercado. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Modelo de gestão que visa orientar esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização, as competências necessárias à consecução de seus objetivos. Etapas da gestão por competências: 1. Formulação da objetivos). estratégia da organização (missão, 2. Definição de indicadores de desempenho. 3. Diagnóstico das competências profissionais. 4. Desenvolvimento de competências internas. 5. Mensuração de desempenho de equipes e indivíduos. visão e A implantação de uma gestão por competências trará para as lideranças e para a gerência inúmeras vantagens, como, por exemplo: 1. A possibilidade de definir perfis profissionais que favorecerão a produtividade. 2. O desenvolvimento das equipes orientado pelas competências necessárias aos diversos postos de trabalho. 3. A identificação dos pontos de insuficiência, permitindo intervenções de retorno garantido para a organização. 4. O gerenciamento do desempenho com base em critérios mensuráveis e passíveis de observação direta. 5. O aumento da produtividade e a maximização de resultados. 6. A conscientização das equipes para assumirem a coresponsabilidade pelo seu autodesenvolvimento, tornando o processo “ganha-ganha”. MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS Tem como propósito identificar a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia organizacional e as competências internas existentes na organização. Significa orientar e estimular os profissionais a eliminar as discrepâncias entre o que eles são capazes de fazer e o que a organização espera que eles façam. Técnicas para o mapeamento de competências: 1. Entrevistas. 2. Observação. 3. Questionário. ALINHAMENTO DA GESTÃO DE PESSOAS EM TORNO DA AQUISIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS A CONSECUÇÃO DOS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS Educação corporativa Identificação e alocação de talentos Valorização das pessoas Comunicação interna SELEÇÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS O PROCESSO DE SELEÇÃO DE PESSOAL Seleção de recursos humanos é a escolha da pessoa certa para o cargo certo. A seleção é um processo de comparação e decisão. Se admitirmos profissionais fora do perfil necessário para o cargo, estaremos admitindo problemas e despesas e não solução para a organização. Selecionar talentos é diferente de simplesmente admitir. Portanto, precisamos de profissionais qualificados com domínio das melhores práticas para gerar retornos positivos para suas organizações. PRINCIPAIS PECADOS NA SELEÇÃO DE PESSOAS Seleção baseada apenas em intuição. Seleção sem planejamento. Seleção por indicação de funcionários sem passar pelo processo seletivo. Seleção sem a participação do requisitante. Seleção sem conhecimento das necessidades do cargo. Seleção sem domínio das técnicas. Seleção em massa, sob pressão. Negligência no atendimento aos candidatos. AS BASES DO PROCESSO SELETIVO O ponto de partida do processo seletivo fundamenta-se em dados e informações da análise e especificações do cargo a ser preenchido. Os critérios da seleção baseiam-se nas próprias exigências das especificações do cargo, uma vez que a finalidade destas é proporcionar maior objetividade e precisão à seleção das pessoas para aquele cargo. Se, de um lado, temos a análise e as especificações do cargo a ser preenchido, informando os requisitos indispensáveis ao futuro ocupante do cargo, de outro lado, há candidatos profundamente diferentes disputando o mesmo emprego. ANÁLISE DE CURRÍCULO O currículo representa a ponta-de-lança na conquista de um emprego. Constitui a arma mais importante para o candidato conseguir uma entrevista inicial. O currículo tem quatro funções básicas: 1. Dar uma idéia geral a respeito do candidato, pois funciona como um portfólio pessoal, um verdadeiro catálogo de propaganda do candidato. 2. Servir de guia para ajudar as pessoas a fazerem a entrevista com o candidato e permitir uma avaliação adequada. 3. Fixar o candidato na mente dos entrevistadores. ENTREVISTA DE SELEÇÃO É a técnica de seleção mais utilizada. Embora careça de base científica e se situe como a técnica mais subjetiva de seleção, a entrevista pessoal é aquela que mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos. Como todo processo de comunicação, a entrevista sofre de todos os males – como ruído, omissão, distorção, sobrecarga e, sobretudo, barreiras – da comunicação humana. Para reduzir estas limitações, duas providências podem melhorar o grau de confiança e de validade da entrevista: o treinamento adequado dos entrevistadores e melhor construção do processo de entrevista. PERFIL DO ENTREVISTADOR IDEAL Conhece bem o cargo ou a posição que pretende preencher. Conhece profundamente a organização: pontos fortes e fracos. Não tenta vender demais a organização ao candidato. Lê o currículo do candidato antes da entrevista. Interessa-se pelo candidato como pessoa humana. Mostra-se sincero, polido, pontual e tem personalidade marcante. Procura fazer uma avaliação e retroação logo após a entrevista. HABILIDADES ESPERADAS DE UM BOM ENTREVISTADOR Deixar o candidato à vontade. Manter um bom contato com o entrevistado. Obter as informações desejadas. PLANEJAMENTO DA ENTREVISTA Obtenha o maior número de informações possíveis sobre o candidato. Correlacione as qualificações do candidato às exigências do cargo. Faça um roteiro básico. PREPARAÇÃO PARA A ENTREVISTA Preparação do local de recepção. Preparação da sala de entrevista. ABERTURA DA ENTREVISTA Inicie a entrevista cumprimentando o candidato e apresentando-se. Promova uma situação de ‘quebra-gelo’. SAIBA COMO PERGUNTAR DESENVOLVIMENTO DA ENTREVISTA Dirija a entrevista para o assunto que deseja abordar. Evite atitudes ‘doutorais’. Restrinja o bate-papo fora do assunto. Escute o candidato e demonstre interesse pelo que ele fala. Evite fazer muitas anotações durante a entrevista. Observe o candidato. Examine seus próprios preconceitos. EFICÁCIA DA ENTREVISTA O cuidado com a produtividade da entrevista é vital, mas não deve ser imperativo. A entrevista deve ser tão objetiva quanto possível para que com certo tempo despendido se possa obter razoável panorama a respeito de cada candidato. Isso não significa, porém, que cada entrevista tenha obrigatoriamente de durar uma certa quantidade limitada de tempo para cada candidato. A entrevista deve durar o tempo suficiente, o qual varia de candidato para candidato. ENCERRAMENTO DA ENTREVISTA Diga ao candidato quando ele saberá o resultado da seleção. Despeça-se com a mesma cordialidade inicial. AVALIAÇÃO DA ENTREVISTA Logo após a entrevista, registre todas as suas impressões sobre o candidato, para evitar esquecimentos. Uma entrevista resulta dois aspectos significativos: 1. O conteúdo da entrevista: informações que o entrevistado fornece. 2. O comportamento do entrevistado. AVALIAÇÃO DO CANDIDATO Mapa comparativo. Referências profisssionais. SELEÇÃO POR COMPETÊNCIAS Esse tipo de seleção (por competências) avalia, por meio de testes psicológicos, questionários, entrevistas pessoais e dinâmicas de grupo, características invisíveis do profissional - aquelas que não aparecem no currículo e que, muitas vezes, nem a própria pessoa sabe que possui. O primeiro passo da metodologia é a construção de um Mapeamento de Competências, isto é, o Perfil de Competências (PC) do cargo ou função. Caso o perfil já exista, deverá ser atualizado, consultando área requisitante, clientes internos, etc. ENTREVISTA COMPORTAMENTAL COM FOCO EM COMPETÊNCIAS Tal entrevista procura investigar comportamentos passados e parte do princípio que, ao ser submetido a uma mesma situação, a tendência é demonstrar o comportamento idêntico. O segredo está na formulação das perguntas. A pergunta comportamental é uma pergunta aberta, específica, situacional e com verbos de ação no passado. São perguntas construídas com o objetivo de se ter uma resposta completa que deixe claro: 1. A situação onde tudo aconteceu 2. As ações que tomou dentro da situação 3. As consequências atingidas através de ações As formas mais práticas para iniciar uma pergunta comportamental são: 1. Descreva uma situação onde… 2. Relate algum fato que… 3. Fale-me sobre alguma experiência onde… 4. Conte sobre alguma vez em que tenha… Exemplos: Criatividade "Fale sobre uma situação imprevista que você já teve de administrar" e "cite uma situação em que você teve de solucionar um problema sem ter muitos recursos à mão". Iniciativa "Relate alguma mudança que você planejou implementar no seu trabalho, mas não obteve permissão da chefia" ou "descreva uma situação em que você assumiu a responsabilidade por uma tarefa que não fazia parte de suas atribuições normais". Qual a maior dificuldade que enfrentou para atingir suas metas de vendas? Conte em detalhes. COMPETÊNCIAS INVESTIGADAS: organização, planejamento, proatividade, empreendedorismo, agilidade, criatividade, foco em resultado. Qual a situação em que teve problemas para conseguir atender à exigência e à necessidade de um cliente difícil e o que você fez? COMPETÊNCIAS INVESTIGADAS: relacionamento interpessoal, flexibilidade, disponibilidade, empatia, criatividade, iniciativa, persuasão, foco em resultado. PERGUNTAS SOBRE COMPETÊNCIAS TÉCNICAS Como você realizava experiência? os lançamentos contábeis na última Quais os problemas mais difíceis que você teve que administrar na linha de produção? Quais os métodos utilizados para reduzir os custos em sua área? Como você realizava a rotina de parada, partida, quebras e falhas de equipamento? TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COM FOCO EM COMPETÊNCIAS O treinamento é um dos procedimentos ou subsistemas do sistema integrado de recursos humanos da organização. O treinamento é um processo que visa ajudar o funcionário a adquirir eficiência no seu trabalho, com uso de métodos e técnicas apropriados. A formação profissional faz parte do processo educativo do indivíduo. O treinamento é uma forma de educação voltada para o trabalho, uma vez que seu objetivo central é preparar o treinando para o pleno desempenho funcional. MODELO SISTÊMICO DE TREINAMENTO 1. Definir os objetivos do treinamento 2. Desenvolver medidas de critério 7. Realimentação 3. Derivar o conteúdo do treinamento 6. Graduados 5. Programa de treinamento 4. Planejar métodos e material de treinamento O primeiro passo de um sistema de treinamento é definir suas finalidades (1). A partir dessa definição, são desenvolvidas medidas que indicarão se os treinandos, ao final do processo de formação, alcançaram os objetivos propostos inicialmente pelo programa (2). A terceira etapa do sistema consiste em especificar os conteúdos programáticos com vistas à consecução das metas iniciais (3). O estágio seguinte (4) visa a criação e produção de material didático que será desenvolvido durante o processo de treinamento, traduzindo o programa de formação a ser desenvolvido junto aos treinandos (5). Finalmente, a fase (6) do esquema apresenta, sob o nome de ‘graduados’, os que concluíram o processo. A última etapa, realimentação, busca rever o que, eventualmente, não ocorreu segundo as expectativas de treinandos e instrutores. O planejamento da formação profissional é constituído de duas importantes e decisivas variáveis: a) Levantamento das necessidades de treinamento; b) Programação de capacitação à luz dessas necessidades. A pesquisa de necessidades de formação constitui a etapa inicial que viabilizará o processo de treinamento. Esta não é uma tarefa fácil e não pode ser reduzida a algo puramente estatístico. Pesquisando cuidadosamente as necessidades de treinamento da empresa, a unidade de capacitação busca respostas corretas para, por exemplo, perguntas como: a) Quem está necessitando de treinamento? b) Onde há urgência de formação? c) Que espécie de treinamento deve ser dada? O levantamento de necessidades de treinamento é um diagnóstico, o mais completo possível, de três áreas decisivas da organização: a) Análise da organização: indicação de segmentos organizacionais em que o treinamento se faz necessário. b) Análise do trabalho: identificação de como deve ser executado o trabalho pelo funcionário da empresa. c) Análise do comportamento: caracterização dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para o empregado exercer plenamente suas funções. Para que serve o diagnóstico organizacional? A finalidade da análise da empresa para fins de treinamento é apresentar um quadro realista da situação da organização com base nos recursos humanos disponíveis para atingir suas metas. Para que isto se torne viável, a pesquisa organizacional para fins de capacitação visa a obter respostas adequadas para questões como: a) Os recursos humanos da organização são suficientes, bem preparados e adaptáveis para a plena execução dos objetivos organizacionais? b) Há, em todos os níveis da organização, uma utilização plena e eficiente dos recursos físicos, da produtividade do pessoal, da qualidade do produto ou do serviço e das relações com o mercado? c) O clima organizacional possibilita aos funcionários executar suas atribuições de modo eficiente? A análise da organização em termos de treinamento deve envolver todas as áreas, bem como incluir todas as unidades de cada uma dessas áreas. O sucesso do diagnóstico organizacional à luz da formação profissional depende, entre outros, dos seguintes fatores: a) Todo funcionário, ao responder determinado tipo de instrumento de análise organizacional para fins de treinamento, deve ser muito bem orientado pelo seu gerene quanto à melhor maneira de fazê-lo. b) Toda a organização deve estar conscientizada e motivada para responder ao diagnóstico organizacional proposto. c) O levantamento de dados deve ser feito de maneira racional, objetiva e imparcial, diagnosticando situações nas quais o desempenho profissional preocupa, prejudicando a consecução das metas da organização. d) Os dados da pesquisa de levantamento de necessidades de treinamento devem servir de base para a elaboração de uma política de formação permanente, com seus planos, programas e diretrizes. Análise do trabalho: a necessidade de treinamento, quanto ao exercício de funções, pode ser identificada como a defasagem existente entre as exigências do cargo e as habilidades de quem o ocupa. Descrição do cargo Distorção ? Não Desempenho do cargo Análise das distorções Necessidades de treinamento Programa de treinamento Sim MÉTODOS E TÉCNICAS DE TREINAMENTO O método de treinamento em grupo: consiste em uma série de atividades que envolvem um determinado número de alunos. Técnicas de treinamento em grupo: a) Reunião de debates (discussão em grupo) b) Brainstorming c) Demonstração d) Dramatização e) Estudo de caso f) Painel g) Jogos de empresas O método de treinamento individual: é um processo de ensino dirigido ao aluno. Técnicas de treinamento individual: a) Treinamento no próprio local de trabalho b) Rodízio de funções c) Treinamento programado à distância AVALIAÇÃO DO TREINAMENTO Em um programa de treinamento, o que importa são os resultados. A questão da avaliação do treinamento envolve, entre outros fatores: a) A verificação se, de fato, a aprendizagem de novos conhecimentos profissionais, hábitos e atitudes implica modificações do comportamento do treinando no ambiente de trabalho. b) A análise desse novo comportamento adquirido pelo aluno e de até que ponto ele pode, realmente, colaborar na consecução das metas da organização. A avaliação do treinamento é qualquer tentativa no sentido de obter informações sobre os efeitos de um programa de treinamento. A avaliação do treinamento se dá na seguintes etapas: a) Avaliação do nível de reação do treinando b) Avaliação do nível de aprendizagem do treinando c) Avaliação comportamental do treinando DESENVOLVENDO PESSOAS Desenvolver - Educar É uma formação que propicie novas atitudes, soluções, idéias e conceitos comportamentos. que modifique hábitos e AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COM FOCO EM COMPETÊNCIAS Propósitos da avaliação de desempenho A avaliação de desempenho serve a diversos propósitos dentro das organizações. As avaliações oferecem informações importantes para decisões importantes, como promoções, transferências e demissões. As avaliações identificam necessidades de treinamento e desenvolvimento: identificam as habilidades e competências dos funcionários que se encontram inadequadas e para as quais podem ser desenvolvidos programas de melhoria. Benefícios e beneficiários da avaliação O desempenho do funcionário no trabalho deve ser acompanhado e avaliado, periodicamente. A organização acompanha e registra como ele tem se saído em suas tarefas. Ao receber informações sobre a sua atuação, o funcionário pode efetuar as correções em seu desempenho e, consequentemente, crescer no ambiente da organização. A avaliação, quando feita positivamente, tem muitos benefícios e muitos beneficiários. Dentre numerosos outros benefícios, a vantagem preponderante da avaliação é permitir que o desempenho melhore – o que beneficiará a todos. Essa é a principal razão da avaliação: o feedback sobre a qualidade melhora o desempenho. Quem deve fazer a avaliação? Quem deve avaliar o desempenho dos funcionários? A resposta mais óbvia seria o chefe imediato. Tradicionalmente, a autoridade de um gestor inclui a avaliação do desempenho de seus subordinados. A lógica que sustenta essa tradição parece ser a de que, já que o gestor é o responsável pelo desempenho de seus funcionários, é ele quem deve fazer tal avaliação. Mas essa lógica pode não estar correta. Outras pessoas podem estar mais habilitadas para realizar melhor essa tarefa. Superior imediato: o chefe imediato do funcionário costumava ser a fonte mais comum de avaliação de desempenho, mas isso não acontece mais, principalmente por causa das sérias limitações deste método. Muitos chefes não se sentem qualificados para avaliar as contribuições específicas de cada um de seus funcionários. Outros não querem a sensação de responsabilidade sobre a carreira dos subordinados. Quem deve fazer a avaliação? Colegas: as avaliações feitas pelos colegas podem constituir uma das fontes mais confiáveis de julgamento. Por quê? Primeiro porque os colegas estão perto da ação. As interações diárias oferecem uma visão abrangente do desempenho de um funcionário. Segundo, utilizar os colegas como juízes resulta em diversos julgamentos independentes. Um chefe pode oferecer uma única avaliação, mas os colegas oferecem múltiplas avaliações. Por outro lado, os aspectos negativos disso podem ser a indisposição para julgar o trabalho de um colega e os vieses resultantes das relações de amizade ou de animosidade. Auto-avaliação: fazer com que os funcionários avaliem o próprio desempenho é consistente com valores como o autogerenciamento e a autonomia deles. Contudo, esse processo sofre com o risco de vieses autocondescendentes e superestimados. Além disso, a auto-avaliação raramente concorda com a avaliação dos superiores. Por causa dessas sérias desvantagens, a auto-avaliação é mais indicada para propósitos de desenvolvimento do que de avaliação, ou combinada com outros métodos para reduzir a margem de erros. Quem deve fazer a avaliação? Subordinados imediatos: uma quarta fonte de julgamento são os subordinados imediatos de um chefe. As avaliações feitas pelos subordinados imediatos podem oferecer informações precisas e detalhadas sobre o comportamento do gestor, pois os avaliadores estão em contato frequente com o avaliado. O problema óbvio desse sistema é o medo de represálias em virtude de avaliação negativa dada ao chefe. Por esse motivo, a garantia de anonimato é crucial para que este tipo de avaliação seja preciso. Avaliação 360 graus: ela fornece um feedback acerca do desempenho dado por todos aqueles que formam o círculo de contatos diários do funcionário. Sugestões para a melhoria das avaliações de desempenho O processo de avaliação de desempenho é um campo potencial de problemas. Por exemplo, os avaliadores podem, inconscientemente, superestimar a avaliação (leniência positiva), subestimar o desempenho (leniência negativa) ou permitir que o julgamento de uma característica afete indevidamente o julgamento de outra (o efeito de halo). Alguns avaliadores tornam seus julgamentos tendenciosos por favorecer, inconscientemente, pessoas que tem qualidades ou traços semelhantes aos seus (erro de similaridade). E, evidentemente, existem aqueles que vêem o processo de avaliação como uma oportunidade política para abertamente recompensar ou punir funcionários. Embora seja difícil garantir a precisão das avaliações, as sugestões a seguir podem ajudar significativamente a tornar o processo mais objetivo e justo. Enfatizar mais os comportamentos. Documentar os comportamentos de desempenho. Utilizar múltiplos avaliadores. Treinar os avaliadores. Oferecer aos funcionários um processo legal. Oferecendo feedback ao desempenho Para muitos gestores, poucas atividades são tão desagradáveis quanto proporcionar feedback de desempenho aos funcionários. Na realidade, a menos que sejam pressionados pela política e por controles organizacionais, a maioria prefere ignorar essa responsabilidade. Por que existe essa relutância? Parece haver pelo menos três razões: Os gestores se sentem desconfortáveis ao discutir um desempenho fraco diretamente com o funcionário. Como quase todo funcionário pode apresentar resistência à melhoria em algumas áreas, os gestores temem um confronto quando apresentam um feedback negativo. Muitos funcionários se colocam na defensiva quando seus pontos fracos são apontados. Em vez de aceitar o feedback como construtivo e fundamental para a melhoria do desempenho, eles desafiam a avaliação criticando o gestor ou colocando a culpa em outra pessoa. Os funcionários costumam superestimar o próprio desempenho. Assim, mesmo diante de uma avaliação positiva, os funcionários tendem a não considerá-la suficientemente boa. Conversa de avaliação Dê ao avaliado atenção adequada. Programe sua própria preparação. Identifique e reserve um local conveniente. Tenha as informações relevantes à mão. Envolva o avaliado no diálogo. Seja aberto e honesto. Use uma linguagem precisa. Fique calmo. Enfoque nas soluções. REFERÊNCIAS CARVALHO, Antonio Vieira de. Funções básicas do sistema de RH: atrair: escolher e preparar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. CAPPELLI, Peter (Org.). Contratando e mantendo as melhores pessoas. Tradução de Nivaldo Montingelli. Rio de Janeiro: Record, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas – O passo decisivo para a administração participativa. 3ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994. _________________________. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. LACOMBE, Francisco. HEILBORN, Gilberto. Administração – Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos. 13ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. RABAGLIO, Maria Odete. Gestão por Competências: ferramentas para atração e captação de talentos humanos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008. RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de pessoas. São Paulo: Saraiva, 2005. ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. Tradução técnica de Reynaldo Marcondes. 11 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. Professora: Adm. Ana Flávia de Moraes Moraes. - Doutoranda em Administração pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); - Mestre em Engenharia de Produção pela UFAM; - Especialista em Gestão pela Qualidade Total pela UFAM; - Especialista em Gestão de Instituições de Ensino Superior pelo UNINORTE; - Bacharel em Administração pela UFAM; - Profissional das áreas de Gestão de Pessoas, Processos e Qualidade; - Professora de Ensino Superior em Cursos de Graduação (UFAM) e Pós-Graduação, e - Facilitadora em cursos de desenvolvimento profissional. [email protected] / [email protected] 9995-5892 (OI) 9212-4065 (VIVO)