Laboratório de Pesquisa FLUXUS – Unicamp, 2004 Pesquisadores Elson Aline Luiz Veronica Ivan Graziella Relação Homem X Ambiente Natural HISTORICO Discussão: formas compatíveis de relacionamento do homem com o ambiente natural 1862 - Thomas Huxley – “Evidências sobre o lugar do homem na natureza” : interdependências entre os seres humanos e os demais seres vivos 1863 – George Perkin Marsh – “O homem e a natureza”. Documentou como os recursos do planeta estavam sendo esgotados, prevendo que tais ações não continuariam sem exaurir os recursos naturais. 1779 – Patrick Gueddes – preocupação com os efeitos da Revolução Industrial na Inglaterra. Planejamento Regional – Levantamento de dados: • dos recursos de uma determinada região natural; •das respostas que o homem dá a ela e; •das complexidades resultantes da paisagem cultural 1962– Rachel Carson – “Primavera silenciosa”. Irresponsabilidade dos setores produtivos” espoliação da natureza sem preocupação com as consequências de suas atividades. 1968- Clube de Roma – crise atual e futura da humanidade. Relatório: “Os limites do crescimento” – Técnicas de análise de sistemas – modelos para predizer como seria o futuro se não ocorresssem os ajustamentos nos modelos de desenvolvimento econômicos adotados. 1971– Programa “Homem e Biosfera – MaB – Unesco/Unep. Esforço para compreender as complexidades das cidades 1972– Conferência de Estocolmo – 113 países: “estabelecer uma visão global e princípios comuns que servissem de inspiração e orientação a humanidade para a preservação e melhoria do ambiente humano” (pg23) 1983- Criação da Comissão Mundial sobre o Ambiente e Desenvolvimento Humano – objetivo: reexaminar os principais problemas do meio ambiente e do desenvolvimento em âmbito planetário, formular propostas e assegurar um progresso humano sustentável. 1987 – Relatório Bruntland – “ Preocupações, desafios e esforços comuns para a busca do desenvolvimento sustentável (…)”(pg23) 1992 – Rio 92 – 170 países – examinar a situação ambiental do mundo e mudanças ocorridas desde Estocolmo. Identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas sobre as principais questões ambientais. Agenda 21 – Plano de ação para as nações 1994- Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, Cairo - Egito 1996– Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos – HABITT II, Istambul - Turquia– “Identificar elementos que pudessem tornar as cidades mais humanas, e se constituíssem em centros de democracia, cultura, inovação e respeito ao ambiente” (pg25) Genebaldo Freire Dias, 2002 CONCEITOS CORRELATOS Que objetivam analisar os sistemas biológicos – sistemas de objetos - e as interações entre eles e as atividades antrópicas – sistemas de ações a) Pesquisas sobre as dimensões humanas nas mudanças globais - campo emergente : esforço para compreender as interações entre os sistemas humanos (economia, população, cultura, governos e instituições) e os sistemas ambientais, particularmente os globais. Genebaldo Freire Dias, 2002 b) Ecologia Humana Anos 70 e 80: crise ambiental - estudos aprofundados sobre fauna e flora - ausência de estudo sobre a complexidade do comportamento humano e sua relacao com o meio ambiente. OBJETIVOS DA ECOLOGIA HUMANA: -como as condições sociais (organização e estrutura da sociedade humana e seu ambiente artificial) afetam tanto o ambiente natural quanto a qualidade da experiência humana (condições de vida e estado biopsíquico); - como o ambiente natural também afeta as condições sociais e a qualidade da experiência humana c) Ecologia de Paisagens • fusão entre o estudo da funcionalidade ecológica e a análise espacial geográfica •enfatiza as relações horizontais entre as espécies e o meio •Paisagem: sumarizada como uma área heterogênea, composta por ecossistemas interativos, antropizados ou não, e suas subunidades são um conjunto de hábitats mais ou menos favoráveis para os organismos de interesse •compreensão da influência da estrutura espacial sobre as espécies e os processos ecológicos • nova perspectiva no campo da ecologia por “incorporar a influência de padrões espaciais sobre processos ecológicos” e pelo “reconhecimento da influência da escala nos estudos ecológicos” Meztger (2001) http://www.wwf.org.br/projetos/visaoserradomar_ecologia. htm d) Planejamento Ambiental Estratégico Emilia Rutkowski, 1999 “Qualquer planejamento, que se pretenda ambiental, deve apreender a adequada dimensão das múltiplas relações em foco e do seu entorno, mais e/ou menos imediato...” “O planejamento ambiental para gestão das águas doces necessita compreender o espaço não só como o meio ecológico mas também como o locus onde ocorrem as relações sociais de ordem cultural, política e econômica. Este espaço é aqui definido como bacia ambiental.” e) P-E-R (PRESSAO-ESTADO-RESPOSTA) : “(...) baseia-se no conceito da causalidade. Pressupõe que as atividades humanas exercem pressão no meio ambiente, induzindo mudanças no estado do ambiente e a sociedade responde às alterações nas pressões ou estado por meio de políticas econômicas e ambientais e programas para prevenir, reduzir ou mitigar as pressões e as mudanças e/ou danos no estado do ambiente”. SILVA, 2004 f) Ordenamento Territorial Convergência de políticas públicas “Para que o ordenamento territorial, em particular, contribua para a melhoria da qualidade de vida urbana, é essencial a convergência de programas em diferentes campos – obras viárias, saneamento básico, serviços de transporte, educação e tributação, entre outros” Bonna de Villa (2004:62-63) “As soluções ecológicas e sociais se reforçam mutuamente e garantem cidades mais saudáveis, cheias de vida e multifuncionais” Richard Rogers (2001:32) Compreensão de que a cidade é parte da natureza, sem fragmentá-la, para projetar as cidades de acordo com os processos naturais, aproveitando as potencialidades da natureza “(...) para a conformação de um habitat urbano benéfico” O valor da natureza só será apreciado e incorporado no momento em que todo o ambiente urbano for considerado como um único sistema interativo Anne Whiston Spirn (1995) g) Consciência Ecológica - Fritjof Capra - Ponto de mutação 1989 “Ao nível subatômico e ao nível ecológico não faz sentido mais se falar em peças isoladas que interagem entre si, mas em padrões de relações entre partes que estão inclusas em uma estrutura maior, um todo dinâmico, sendo a relação em si mais importante que as partes que "sentem" esta relação...” - A Teia da Vida 1996 “A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza” http://geocities.yahoo.com.br/carlos.guimaraes/Capra. html h) Enfoque holístico: “perspectiva abrangente no entendimento de mundo, torna-se essencial para recuperarmos a associação entre temáticas que via de regra, são avaliadas sob o signo da dissociação” questões ambientais dos problemas sociais / política populacional do abastecimento de água/ questão dos recursos hídricos da gestão ambiental / questão da energia do gerenciamento das águas superficiais Mauricio Waldman http://www.mw.pro.br/mw/mw.php?p=p04_04_26&c =e Holismo.[De hol(o)- + -ismo] S.m. 1.Filos. Tendência, que se supõem seja própria do Universo, a sintetizar unidades em totalidades organizadas. 2. Teoria segundo a qual o homem é um todo indivisível, e que não pode ser explicado pelos seus distintos componentes (físico, psicológico ou psíquico), considerados separadamente; holística. Dicionário Aurélio DEFINICAO DO CONCEITO BIOCOMPLEXIDADE propriedade inerente a todos os sistemas biológicos considera os sistemas e seus componentes, que interagem de forma complexa em todas as escalas, de células aos ecossistemas, de mícrons a quilômetros, de centésimos de segundos a éons. essa relação com os demais componentes que os sistemas estabelecem em todas as escalas é de fundamental importância porque dessa relação surgem as propriedades emergentes, ou seja, aquelas que não podem ser previstas a partir da simples soma de suas partes. O ESTUDO DA BIOCOMPLEXIDADE sistemas biológicos são sistemas adaptativos complexos, sendo capazes de se modificar, se adaptar, fazer predições e modificar o ambiente físico com o tempo sistemas: organizados em estruturas hierárquicas, com mecanismos de retroalimentação ligando todas elas. Tais mecanismos produzem estabilidade tornando-os capazes de suportar a perturbações, mas de forma não linear. Se por um lado grandes perturbações podem ser absorvidas pelo sistema, por outro lado pequenas perturbações podem produzir efeitos catastróficos contribuições de todas as disciplinas - abordagem multidisciplinar José Galízia Tundisi – IIE - www.iie.com.br http://www.iie.com.br/eutrofizacao.htm O ESTUDO DA BIOCOMPLEXIDADE De células individuais aos ecossistemas, ambos exibem, possuem propriedades que dependem não somente das atividades individuais próprias de seus componentes, mas também das interações entre esses componentes e entre esses e o meio ambiente. National Science Foundation Biocomplexity Initiative Virginia, USA http://biology.usc.edu/bc/index.html http://wrigley.usc.edu/ APLICACAO DA BIOCOMPLEXIDADE Biologia, química, física, informática, entre outras ambientes aquáticos, genética, sensoriamento remoto, transgênicos, agroecologia, ecologia da paisagem, comunidades microbianas, processos biológicos, etc BIOCOMPLEXIDADE A biocomplexidade tem-se apresentado com uma diversidade de olhares, quanto ao seu conceito: Escola Americana: - Como resultado: originado dos inúmeros comportamentos biológicos, sociais, químicos e interações físicas que afetam, sustentam ou modificam os organismos vivos, incluindo os homens; --Como fenômeno: originado como um resultado das interações dinâmicas que ocorrem nos sistemas biológicos, incluindo humanos e entre esses sistemas e o meio ambiente; Escola brasileira: -Como propriedade: inerente a todos os sistemas biológicos (...) O entendimento dos componentes do sistema é de fundamental importância, assim como sua relação com os demais componentes que se relacionam em todas as escalas. Dessa relação surgem as propriedades emergentes, ou seja, aquelas que não podem ser previstas a partir da simples soma se suas partes. Pesquisador: Prof. Dr José Galízia Tundizi – Instituto Internacional de Ecologia - IIE BIODIVERSIDADE X BIOCOMPLEXIDADE "Diversidade biológica" variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica, 1992 Biodiversidade inclui a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e dos recursos genéticos, e seus componentes. OBJETIVOS DAS PESQUISAS • Construir, em conjunto com o Fórum Jaboticabal Sustentável, indicadores ambientais para o monitoramento e acompanhamento do atual cenário ambiental da cidade de Jaboticabal/SP, estabelecendo, posteriormente, um plano de ação ambiental para a reversão do quadro de problemas diagnosticado. Aline B. Miranda • Estudar a coerção como força que interage de forma complexa na construção do urbano. Elson Roney Servilha •Elaborar uma estratégia metodológica de reabilitação ambiental para as Áreas de Preservação Permanente Urbanas, tendo como estudo de caso a APP do Ribeirão Anhumas, em Campinas-SP. Graziella C. Demantova • O processo de implantação dos assentamentos rurais da reforma agrária (Assentamento Reunidas), planejamento e sustentabilidade ambiental. Luiz Carlos Spiller Pena • Propor diretrizes para o Planejamento da Estrada-Parque do Núcleo Rio Pardo do Parque Estadual da Serra do Mar (Caraguatatuba-SP), a partir da circunscrição desta tipologia (estrada-parque) como fator de ordenamento ambiental e da inter-relacao da estrada com o desenvolvimento socioambiental da regional (Vale do Paraiba e Litoral). Ivan Suarez da Mota •Descrever o processo de ocupação do distrito de Barão Geraldo, Campinas/SP identificando as cidades que vem sendo simultaneamente construídas a partir do processo de transformação do vilarejo, no início do século XX, em cidade universitária, no final do século. Veronica Sabatino Espaço do Mundo Lugar Cidade Território Movimento do Mundo O que são as cidades? O que são os lugares onde o homem vive? Ecossistemas Naturais + Ecossistemas Humanos Socioecossistemas urbanos (Cidades) Ecossistemas Global: depende de areas for a de suas fronteiras para manter seu metabolismo, dispersa influências por todo o planeta, importa insumos e exporta calor e resíduos, produz trabalho, abrigo, serviços, informações, tecnologia e entretenimento Miller Jr, 1975 (apud Dias, 2002:32) O ESPACO NA BIOCOMPLEXIDADE URBANA espaço: conjunto de fixos – sistemas de objetos e fluxos – sistemas de ações Sistemas de objetos – naturais e antropizados Sistemas de ações: redes sociotecnicas movidas pela dinâmicas sociais, econômicas, políticas e culturais “os elementos fixos, fixados em cada lugar, permitem ações que modificam o próprio lugar, fluxos novos ou renovados que recriam as condições ambientais e as condições sociais, e redefinem cada lugar. Os fluxos são um resultado direto ou indireto das ações que atravessam ou se instalam nos fixos, modificando a sua significação e o seu valor, ao mesmo tempo em que, também, se modificam.” Santos, 2004 PROPOSICAO DE UM CONCEITO A Biocomplexidade Urbana deve considerar: - a cidade como parte da natureza -a cidade como um sistema interativo, de ações e de objetos (naturais e antropizados), em diferentes escalas - a importância da interação dos seres vivos e ecossistemas na manutenção do equlíbrio ecológico - a importância da manutenção da biodiversidade para o equlíbrio das interações -as consequências das dinâmicas ambientais, econômicas, políticas, sociais e culturais no equlíbrio do meio e na qualidade de vida PROPOSICAO DE UM CONCEITO biocomplexidade urbana Componentes Objetos naturais – biodiversidade / Objetos antropizados – elementos da paisagem construída Interações entre os seres vivos e ecossistemas Conseqüências das interações – Impactos negativos (IN) Conseqüências das interações - Recuperação de processos biológicos degradados (RPB) Conceitos Modelo de levantamento de dados OECD (P-E-R) Modelo de levantamento de dados de Patrick Guedes Planejamento Ambiental Estratégico - Emilia Rutkowski Ecologia de Paisagens Enfoque Holístico Consciência Ecológica - Fritjof Capra Sistemas de Ações - Redes Sociotecnicas Dinâmicas ambientais, econômicas, políticas, sociais e culturais Ivan Elson Ação Antrópica Sistemas de Objetos Naturais e Antropizados Veronica INTERAÇÕES “ NÓS “ Ambiente Luiz CONSEQUENCIAS Reestruração do Meio Perfeito entrosamento entre os indivíduos Retorno às funções e processos naturais em equilíbrio (ou próximo do equilíbrio) Boa Capacidade de Resiliência Aline Baixa Capacidade de Resiliência Comprometimento dos processos e funções naturais Graziella Ações de reabilitação ambiental integradas as redes sociotecnicas Degradação Ambiental e das condições de vida humana (biopsíquico) Ausência de consciência ecológica para a compreensão da interdependência dos fenômenos “A parte é diferente do todo, mas também é o mesmo que o todo. A essência é o todo e a parte” (Éfeso apud Fabricio Moraes Cunha) BIBLIOGRAFIA DIAS, Genebaldo Freire. Pegada Ecologica e sustentabilidade Humana.Sao Paulo:Gaia, 2002. Hall, Peter. “A cidade na região” in: Cidades do amanhã. Editora Perspectiva, 1988. P161-203 LESSA, Simone Narciso. REDES. Seminario apresentado para o Laboratório FLUXUS.2o semestre de 2004. ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta. Editorial Gustavo Gili, AS, Barcelona, 2001. RUTKOWSKI, Emília Wanda. Desenhando a Bacia Ambiental – Subsídios para o Planejamento das Águas Doces Metropolitan(izad)as. São Paulo, SP, 1999, 160p. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, USP. BIBLIOGRAFIA Silva, João dos Santos Vila da. “Conceitos sobre Planejamento” e “Zoneamento ambiental”– textos extraídos de sua tese de doutorado (FEAGRI) para aula de Planejamento Ambiental – IC 755 -Faculdade de Engenharia Civil – Unicamp. 2004 SPIRN, Anne Whiston. O Jardim de Granito: A Natureza no Desenho da Cidade.Tradução de Paulo Renato Mesquita Pellegrino. São Paulo:Editora da Universidade de São Paulo, 1995. VILLA, Bonna de. Legislação urbanística, Programas de Habitação de Interesse Social e POLÍTICA Ambiental: a hora da articulação in: Fundação prefeito Faria Lima – CEPAM – O município no Século XXI: Cenários e perspectivas – Desenvolvimento físico-territorial – Disponível em: http://www.cepam.sp.gov.br/v10/cepam30anos/pdf/Cap%20 2/Cap%202.pdf .Acesso em 15/09/2004.