Existem seis elementos no ato de comunicação: o locutor ou emissor, o interlocutor ou receptor (a pessoa com quem se fala), o canal ou contato (o som e o ar, o meio físico), o referente ou contexto (o assunto), o código (a língua) e a mensagem ou texto (a conversa). Na função emotiva ou expressiva a ênfase é dada no locutor (destinador ou emissor) da mensagem. A linguagem é subjetiva, centrada na primeira pessoa verbal. É comum, nesse tipo de função, o uso de reticências, exclamações e interjeições – pontuações que expressam emotividade. Se Eu Morresse Amanhã! (Álvares de Azevedo) Se eu morresse amanhã, viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã; Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! Quanta glória pressinto em meu futuro! Que aurora de porvir e que manhã! Eu perdera chorando essas coroas Se eu morresse amanhã! (...) Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! A função referencial ocorre quando se põe ênfase no referente (ou contexto), ou seja, quando há informação objetiva a ser transmitida. Normalmente emprega-se a terceira pessoa verbal, pois se fala de algo ou de alguém. É comum sua utilização em textos jornalísticos e científicos. MORREU UM GRANDE ESCRITOR Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Sclyar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos. O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 17 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino. Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva. O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos. UOL 27/02/2011 - 03h39 A função conativa ou apelativa ocorre quando o foco está no interlocutor (ou receptor), a quem se deseja influenciar pela mensagem. É a interpelação enfática a alguém. Geralmente, quando temos a função conativa há do pronome “você”. Ocorre também o emprego de verbos no modo imperativo, como aparece no texto a seguir: Na função fática, o objetivo do emissor é estabelecer a comunicação e manter o canal aberto, isto é, manter a comunicação ativa. Essa função pode ser verificada sempre que iniciamos um contato verbal ou quando precisamos verificar se este contato se mantém ativo, vivo e estabelecido. Vejamos um diálogo extraído do livro A hora da estrela, de Clarice Lispector, em que se percebe a ausência de diálogos entre Macabéa, a protagonista, e seu namorado: ele: - pois é! ela: - pois é o quê? ele: - eu só disse pois é! ela: - mas pois é o quê? ele: - melhor mudarmos de assunto por que você não me entende. ela: - entende o quê? ele: - santa virgem Macabéa, vamos mudar de assunto e já! Na função poética o objetivo do emissor é o trabalho com a construção da mensagem. Nela o que se ressalta é o trabalho criativo realizado com a linguagem. A função poética pode ser explorada em verso e em prosa, mas também em anúncios publicitários e na linguagem cotidiana. O que se destaca na função metalinguística é o código, que é utilizado para explicar a si mesmo. Ocorre metalinguagem quando a palavra é utilizada para falar sobre a própria palavra, um poema fala sobre o poema ou sobre o escritor ou ainda os elementos que integram o processo de escrita. Quando uma pintura fala sobre a pintura, um filme fala sobre o próprio filme, uma tirinha sobre a própria tirinha, etc. Nesses casos, então há metalinguagem. Acima de Qualquer Suspeita (José Paulo Paes) a poesia está morta mas juro que não fui eu eu até que tentei fazer o melhor que podia para salvá-la imitei diligentemente augusto dos anjos paulo torres carlos drummond de andrade manuel bandeira murilo mendes vladmir maiakóvski joão cabral de melo neto paul éluard oswald de andrade guillaume appolinaire sosígenes costa bertolt brecht augusto de campos não adiantou nada em desespero de causa cheguei a imitar um certo (ou incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada de ferro araraquarense porém ribeirãozinho mudou de nome a estrada de ferro araraquarense foi extinta e josé paulo paes parece nunca ter existido nem eu René Magritte