Ana Cristina Limongi França FEA USP Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho NEP-GQVT São Paulo Fundação Getúlio Vargas 06 out 2005 O executivo que faz as pessoas rirem Nem os contratempos em obras e as pressões e cobranças de clientes e superiores tiram do eixo o engenheiro elétrico Luis Mauro Oquendo Pereira, coordenador de projetos de uma empresa de automação predial. “Tenho noção suficiente de minhas capacitações técnicas para tocar projetos, sem perder as estribeiras”, diz ele. Essa percepção, indispensável para a execução das atividades do dia-a-dia, não foi adquirida pelo engenheiro nas salas da universidade ou dos cursos de especialização. Mas num ambiente informal e improvisado: o palco. Quem entra em cena ali não é o executivo de terno e gravata, mas o palhaço Barnabé, cujo compromisso maior é fazer as pessoas rirem. Em duas noites da semana e aos sábados, planilhas e materiais de obras ficam para trás e dão lugar a maquiagens, peruca e muita, muita criatividade. Há quase dois anos, o engenheiro se matriculou em um curso de teatro. Daí, para freqüentar as aulas de clown (técnica teatral baseada nas performances e características dos palhaços) foi um pulo. Fonte. www.canalrh.com.br 21 set 2005 Era assim.. Inglaterra, 1870 Idealiza-se assim USA 1990 Interpreta-se assim... Mudanças nos últimos anos Os impactos tecnológicos e econômicos mudaram a vida no trabalho. A linguagem digital, a desfronterização da economia geram contínuas e novas exigências. O novo cenário impacta de múltiplas formas a experiência de tempo, a vida pessoal e a estruturação e o envolvimento familiar e comunitário. Estas expectativas de alta performance requerem um novo aprender a desaprender sobre condições de vida dentro e fora do trabalho. Reaprende-se assim.. Explica-se assim.. Equilíbrio Balanço O eterno novo-velho tempo Leve ou Denso Vazio ou Intenso Esquecido ou Nostálgico Depressão ou Banzo O que mudou para melhor Consciência dos novos desafios Espaço para análise dos riscos Estímulo a escolhas radicais Dedicação intensa, criativa e múltipla O que mudou para pior Compromissos intensos e perenes Baixa longevidade Pouca informação sobre novas síndromes Medo contínuo de ficar desempregado Precarização rápida da competência adquirida Novas síndromes de adaptação Distress que leva a: 6 Burnout 6 Pressa 6 Jet-lag 6 Lazer 6 Desamparo 6 Tecnostress 6 Pânico Sinais Absenteísmo Presenteísmo Ausência ao trabalho por motivos de saúde, demandas pessoais, familiares, comunitárias, conflitos e frustrações no trabalho relativos as chefias, natureza e pressão da tarefa, relacionamento nos grupos ou com pares. Presença física com performance reduzida por apatia, dores, sintomas subclinicos, doenças, desmotivação, desinteresse, depressão que aparentemente não restringem movimentação e interação com colegas, chefias, clientes ou fornecedores. Absenteísmo Presenteísmo E a qualidade de vida Do assistencialismo para auto-gestão Da percepção para gestão Flexível e vulnerável Com necessidade de qualificação Recursos Humanos é a ausência legitimada de visão de pessoa Perfil Posição Metas Parcerias Recursos Gestão Competência Resultados As novas estratégias Competências empresariais e operacionais Terceirização Comprometimento afetivo Rede de Relacionamentos Posições diferenciadas Contando com o desemprego Buscando seguros e gestão de riscos A família Nucleares múltiplas Hábitos e estilos de vida diversos Dilúvio de informações Altos custos Aumento do uso de tecnologia Consciência das fragilidades sociais, ambientais e psicológicas O profissional CEO´s do futuro...sem presente Tolerância Dedicação Adaptação silenciosa: Resiliência Clareza de hierarquia e mobilidade social Independência cultural Diferenciação pessoal De onde veio Super homens Mulheres vencedoras Famílias que são o impulso para o sentimento provedor, com o custo da ausência de convívio familiar Viúvos, viúvas e orfãos de workaholics Crítica ao trabalho como tema central da vida Onde está a pessoa executiva ? Trabalhando 10 a 17 horas diárias Ciganos do ar Cursando e tendo cursado MBA Querendo crescer mais Tendo que fazer supermercado Repensando a vida Para onde vamos? Gestão do conhecimento Vários ciclos intensos de trabalho Redução da sobreposição de papéis: família, trabalho, lazer Condensando o conceito de gestão do tempo para gestão da energia A importância do psicossocial Pessoa Grupo Comunidade Políticas Internacionais para Trabalho, Saúde e Comércio Instituições educacionais, comunitárias e associativas Surgindo novas inquietações Rápido para Lento Falta de tempo é desculpa Afeto, alma e espiritualidade Escolhas radicais Interfaces ou limites de proteção? Busca do equilíbrio bio-psico-social e organizacional Bem viver ao lado do mal-estar Urbanidade nos hábitos Mundialização de informações, produtos e serviços Diversidade: racial, gênero, ideológica Idade e Trabalho: a quarta idade é uma realidade Saúde é o silêncio dos órgãos. Doença é o grito dos órgãos no silêncio do sujeito. Caldeira, 1996 Caminhos Balanço entre vida pessoal e profissional Novas racionalidades socioeconômicas Ênfase em educação, filosofia, informação e gestão Valorização da inteligência emocional Fóruns para novas alternativas terapêuticas Não apresse o rio... Ele tem seu próprio percurso Quando “apressado” ela fica sem curvas, o fluxo é maior, carrega materiais, provoca erosão. A maior perda é na baixa onde ocorre assoriamento, depósito de materiais em suspensão, inundações. O acelerar torna a movimentação das águas adoecidas e inquietas. O “ rio da vida” pós-industrial parece reproduzir o verso de Paulinho da Viola; “ foi um rio que passou na minha vida e o meu coração se deixou levar.” Há que se reconstruir um novo rio onde respeitem-se as condições de preservação de fluxo e equilíbrio de energias sem provocar transformações nocivas de energias. Assim... sobreviver e viver mais e melhor. www.ead.fea.usp.br www.g-qvt.com.br [email protected] 55 11 38330573