UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA Foto: Thiago Altafini MARÇO 2008 IGUALDADE Págs. 8 e 9 ANO 24|EDIÇÃO 398 2 CARTAS CARTAS publicação do Departamento de Comunicação e Marketing da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) Reitor Davi Ferreira Barros Pró-reitor administrativo Sérgio Marcus Nogueira Tavares Pró-reitora de graduação e educação continuada Rinalva Cassiano Silva Pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensão Rosa Gitana Krob Meneghetti Gerente de Comunicação e Marketing Jorge Vidigal da Cunha Jornalista responsável Celiana Perina MTB - 31.320 Textos Angela Rodrigues Celiana Perina Vanessa Piazza Fotografia Thiago Altafini Seção Foca Crislaine Fernandes Eder Henrique Projeto e Diagramação Sugestões O jornal Acontece Unimep é de grande importância como forma de comunicação da vida interna da universidade e portanto minhas felicitações pelas belas matérias e esforço da equipe. Como leitor assíduo do jornal, percebi que alguns temas do cotidiano da vida universitária não foram debatidos e que no cotidiano se repetem nas conversas de corredor, na cantina, na galeria. Assuntos como a eterna demora no único espaço de reprodução de cópias xerográficas, o desrespeito dos fumantes dentro dos espaços de alimentação e nos corredores da universidade para com o direito dos não fumantes, a falta de área coberta para estacionamento de alunos motociclistas, a falta de opção de um restaurante com alimentação com preço mais acessível. Tudo isso faz parte da diversidade de alunos que freqüenta a universidade e que poderia ter seus assuntos em pauta neste jornal. Fábio Leissmann, gaúcho 5ºsemestre letras-português Internet Ozonio Propaganda e Marketing Fotolito e Impressão Gráfica Mundo Digital A Unimep é mantida pelo Instituto Educacional Piracicabano (IEP) Conselho Diretor do IEP Paulo Borges Campos Júnior (presidente); Márcio Rillo (vice-presidente); Clóvis de Oliveira Paradela (secretário); Misael Lemos Silva (titular); Vânia Aparecida Ferreira Sakiyama (titular) e Leila Machado Pereira (suplente) Diretor Geral do IEP Davi Ferreira Barros Tive uma grata surpresa ao navegar pelo site da Unimep, é que adorei poder ter acesso às matérias do Acontece. Como exaluno da universidade (RA 99), agora posso continuar me informando sobre os acontecimentos da instituição, além de ter achado ótimo o novo estilo do boletim, com mais fotos e diagramação diferente. Parabéns Unimep! Adriano Antonio Ex-aluno e jornalista Parabéns Estou escrevendo para mais uma vez parabenizar pelo Acontece, está melhor a cada edição, acrescento mais um parabéns pelo prêmio recebido pela publicação. Ele só vem provar que mudanças trazem frutos e vocês da comunicação estão colhendo os melhores com o trabalho executado. Abraços. Alexandre Breda Funcionário da Unimep Parabéns 2 O novo Acontece é a cara da Unimep e já conquistou muito espaço dentro e fora da instituição. Continuem inovando! Fabiano Pereira Coordenador da Unimep TV Mudança Li as últimas edições do Acontece. Parabéns, ficou realmente muito bacana e com cara de jornal. Leonardo Rossi Ex-aluno de rádio e TV ilustração: Ricardo Stoco O Acontece Unimep é uma É COM VOCÊ Sua colaboração é muito importante para a gente, envie suas críticas, comentários ou sugestões sobre o conteúdo geral ou específico do Acontece Unimep. Faça contato no e-mail [email protected]; no tel. 3124-1646; por carta ou pessoalmente, no endereço rodovia do Açúcar, km 156, Taquaral (Piracicaba), CEP – 13.400-911, 1º andar do prédio administrativo no Departamento de Comunicação e Marketing. Pesquisa Sou leitora assídua do Acontece. Gostei bastante da matéria sobre os jovens que dedicam seu tempo à pesquisa, conforme re- tratado em “Universitários Cientistas”. A prática é fundamental ao desenvolvimento acadêmico. Ana Maria Zamorano Professora de biologia e mestre pela Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita) Caminhadas Muito bacana a matéria sobre as caminhadas no campus Taquaral. Sou moradora do bairro e exaluna da Unimep e sempre utilizo o campus para caminhadas matinais. Minha sugestão é que vocês fizessem matérias sobre os moradores do Cecap e bairros vizinhos que utilizam a academia e a piscina da Unimep. Regina Isidro Ex-aluna e moradora do bairro OPS! Equivocadamente a palavra Brasil foi trocada pela palavra Brasília na matéria “Ela tá aí: TV Digital”, publicada na página 6. AMBIENTEUNIMEP SÓ PARA 3 Ser universitário é... CALOUROS “É o máximo do aprendizado e uma época muito gostosa. Todos deveriam ter essa oportunidade de formação.” Marina Ferrato, 17, 1º semestre de fisioterapia. “É ter a mente aberta e a visão de novos horizontes. Espero ter bons professores e uma boa acolhida.” Sílvio Giatti, 38, 1º semestre de direito. “Estou gostando dessa fase. Faço educação física e já trabalho numa loja de artigos esportivos. Meu objetivo é ter novos conhecimentos na área”. Recepção de calouros no campus Taquaral Antes de ingressar ao mundo universitário, os calouros eram simplesmente estudantes. Nessa nova etapa o “recreio” se transforma em “intervalo” e a antiga “recuperação” passa a ser a temida “DP” (Dependência Curricular), que representa reprovação em determinada disciplina, com a obrigatoriedade de cursá-la novamente no ano ou semestre seguinte. As relações sociais amadurecem e o bom desempenho depende de cada pessoa. Calouro, seja bem-vindo à universidade, um universo completamente diferente, que certamente, lhe trará mudanças intelectuais e pessoais para toda a vida. Theresa Beatriz Figueiredo Santos, diretora da Faculdade de Ciências Humanas, destaca que todas as mudanças fazem parte do caminho natural de evolução e de amadurecimento. As aulas são diferentes das que se estava habituado no ensino médio. A formação também é composta por disciplinas especí- ficas e a aprendizagem depende de leituras aprofundadas, que o aluno deve fazer por conta própria. O diretor da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Flávio Yukio Watanabe, lembra que o desempenho é responsabilidade de cada aluno. “A universidade não vende diplomas e o curso exigirá muito. Até a formação será uma época de sacrifícios e muito estudo”, aponta. Nesse sentido, Theresa dá outra dica: “não tenha vergonha de perguntar. Ter dúvidas é maravilhoso, é a oportunidade de se aperfeiçoar e se desenvolver. Isso torna a universidade mais estimulante”. Extraclasse O aluno deve se inteirar do que acontece na instituição e assim tirar proveito das oportunidades que um ambiente universitário proporciona. Olney Leite Fontes, diretor da Faculdade de Ciências da Saúde, fala sobre a diversidade de espaços existentes além da sala de aula e que podem ser ambientes de crescimento. A Unimep oferece atividades culturais, exposições presentes nos átrios, bibliotecas e exibições cinematográficas, teatrais e coralísticas. Muitas delas são gratuitas. Mas vale lembrar, conforme fala Theresa, que o ingresso na universidade é um momento de independência. Com a liberdade surgem as responsabilidades, portanto, é preciso estar atento às escolhas e às posturas, que podem tanto enriquecer quanto atrapalhar a formação profissional. Mais Informação A partir da matrícula, os calouros têm acesso a vários serviços. As ferramentas presentes na página virtual da Unimep (www. unimep.br) permitem que alunos permaneçam informados sobre os principais eventos e, principalmente, sobre a vida acadêmica. Nela é possível renovar livros, fazer matrículas, consultar horários e checar o calendário acadêmico. Luis Arthur Rosatti, secretário acadêmico da Unimep, diz que o primeiro passo é ler o manual de informações, que traz as solicitações mais freqüentes. “Se ainda houver dúvidas, o aluno pode enviar as seus questionamentos, críticas ou sugestões”, acrescenta. Outros espaços importantes dentro da universidade são os Centros Acadêmicos (CAs) e o Diretório Central de Estudantes (DCE), ambos compostos por grupos de estudantes e que os representam. “Sempre que há necessidade e solicitação, fazemos um acompanhamento às questões que o aluno não consegue resolver”, exemplifica Claudio de Jesus Ferreira, aluno do 7º semestre de educação física e presidente do C. A. de Educação Física. Rodrigo Gerage, 19 1º semestre de educação física. “Estar na universidade é ter liberdade e saber ter responsabilidades. Espero crescer não só profissionalmente, mas também psicológica e emocionalmente”. Gisele Carneiro, 18, 1º semestre de psicologia. “Significa a aquisição de conhecimentos necessários a minha carreira. Espero conhecimentos essenciais para o meu futuro profissional”. Ralph Marques dos Santos, 23 1º semestre de administração. 4 SALADENOTÍCIAS Reconhecimento 1 Mateus Canniatti Ponchio, 26, docente do mestrado profissional em administração da Unimep, teve sua tese de doutorado premiada com menção honrosa no prêmio Capes de Tese 2006. A honraria foi anunciada no Diário Oficial em fevereiro. Ponchio concorreu com a tese “Influência do Materialismo sobre a Contratação de Crédito para Consumo no Contexto de Moradores de Baixa Renda do Município de São Paulo”, com orientação do Prof. Dr. Francisco José Espósito Aranha Filho, pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Portal Unimep Está no ar a primeira etapa do novo portal da Unimep (www.unimep.br). Nele estão acessíveis cerca de 3.500 arquivos, entre os mais de 10 mil existentes para desenvolvimento e readequação. Foram realizadas alterações no projeto gráfico com a padronização de conteúdo, imagens, famílias tipográficas e diagramação, que imprimem ao portal uma identidade visual arrojada e jovem. Entre as principais mudanças estão: implanta- Campus Centro Mais de 200 calouros começaram as aulas no campus Centro da Unimep, que voltou a funcionar com cursos superiores de tecnologia e licenciaturas após 15 anos. A cerimônia de recepção ocorreu no anfiteatro do prédio Rosalie Brown, reformado especialmente para atender às novas turmas. A equipe da Reitoria, Pró-reitorias, diretores de faculdades, coordenadores de curso, professores e funcionários deram as boas-vindas. Terceira idade Dirceu Costa Reconhecimento 2 Dirceu Costa, 54, docente de graduação e de pós-graduação de fisioterapia da Unimep, acaba de ser empossado ao cargo de coordenador de área dos cursos de educação física, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para o período 20082010. É a primeira vez no Brasil que um docente vinculado a uma instituição particular de ensino superior assume o car- go, assim como também um professor de fisioterapia. “A nomeação é de extrema importância. Além da visibilidade nacional e no âmbito do Ministério da Educação, proporciona credibilidade perante o processo de avaliação de ensino, em especial da pósgraduação stricto sensu”, destaca. A posse ocorreu em uma cerimônia oficial promovida em fevereiro, com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad, e do presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães. A Universidade Aberta à Terceira Idade da Unimep, que a partir deste ano passou a funcionar no Centro Cultural Martha ção do sistema de RSS, uma maneira simples e prática de acessar canais de informações de um único site; acessibilidade para pessoas com deficiência, entre outras. Watts, está com inscrições abertas para turmas em Piracicaba e Santa Bárbara d’Oeste. Podem se inscrever pessoas com idade a partir de 50 anos e não é exigido diplomas de conclusão de cursos ou de séries freqüentadas anteriormente. Informações nos tels.: (19) 3124-1840 ou (19) 3124-1781. ros Sawaya, professor do programa de mestrado e doutorado e diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo). Arquitetura Debater a produção da arquitetura contemporânea e discutir a relação entre a arquitetura e o “design” foi a proposta da aula inaugural promovida pelo curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo (Feau) da Unimep. O tema foi conduzido pelo arquiteto Sylvio Bar- Parceria O laboratório de informática do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP), sala Sandvik, localizado no bloco 15 do campus Santa Bárbara d’Oeste, é o mais recente fruto da parceria entre a Unimep e a empresa Sandvik do Brasil S/A Indústria e Comércio, que atua na área de usinagem. A sala é composta por seis microcomputadores equipados com recursos gráficos de última geração e necessários ao desenvolvimento de pesquisas e estudos na área. Conquista Fotografia de Ivan Moretti selecionada para exposição em Portugal O técnico de Laboratório de Recursos Audiovisuais e Fotografia da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Ivan Moretti, teve sua foto selecionada para a exposição Internacional de Fotografia Niemeyer 100 Anos, realizada em Portugal, entre 15 de dezembro de 2007 e 31 de janeiro de 2008. Concorreram mais de 1.100 imagens provenientes de nove países e apenas 100 foram selecionadas. SALADENOTÍCIAS tura, política de atuação e prática acadêmico-administrativa, além de dar as boas-vindas àqueles que passaram a integrar a comunidade. Internacional William Saad Hossne Conferência William Saad Hossne, professor emérito da Unesp (Universidade Paulista Júlio de Mesquita), da USP (Universidade de São Paulo) e do Centro Universitário São Camilo apresentou na Unimep, no dia 24 de outubro, a conferência A Ética em Pesquisa com Seres Humanos no Brasil: A Resolução nº 196 como Marco Regulatório. Criada pelo Conselho Nacional de Saúde, em 1995, a resolução estabelece que todos os projetos de pesquisa com seres humanos em qualquer área do conhecimento têm de ser analisados por um comitê registrado junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Integração Cerca de 35 novos professores participaram na segunda quin- zena de fevereiro do Programa de Integração Docente, uma iniciativa da Gerência de Recursos Humanos e da Reitoria. O objetivo deste evento é apresentar a filosofia da instituição, sua estru- Por meio de convênios firmados com universidades de diversos países, a Unimep além de receber alunos estrangeiros possibilita aos estudantes da instituição a experiência internacional por meio de intercâmbios. Durante os meses de outubro e novembro foram realizados os processos de seleção e 13 alunos selecionados arrumaram as malas. Desde janeiro, Talles Teixeira e Ligia Mokreys têm uma nova residência: os Estados Unidos. Já Tassia Crivellani, Bruno Ruys e Matheus Komatso passam esse semestre na Argentina. Há ainda os que partiram rumo ao México: Paulo Salvino, Maria Aparecida Zandoná, Éricka Furlan, Lílian Andrade, Fabiana Gava e Geison Silva Paulo. E também os que enfrentaram a mais longa das viagens, Rafael Miranda e Jeffrey Coffey, cujo destino foi o Japão. Alunos, professores, funcionários e ex-alunos poderão encontrar programas específicos para seu perfil. Se você se interessar por algum deles ou apenas quiser conhecer um pouco do trabalho na Assessoria para Assuntos Internacionais (AAI), ligue no tel. (19) 3124-1728 ou vá pessoalmente ao setor, localizado no campus Taquaral. 5 MEU NOME É... Dando seqüência à série, conheça a equipe da Faculdade de Comunicação nesta edição. Belarmino César Guimarães da Costa Diretor Coordenadores: Paulo Roberto Botão Jornalismo Rosana Borges Zaccaria Publicidade e Propaganda Maria Thereza de Oliveira Azevedo Rádio e TV •Faculdade de Ciências da Religião Ismael Forte Valentim Diretor •Faculdade de Odontologia Marco Polo Marchese Diretor Slow Food Valorizar pratos típicos da culinária piracicabana, como a pamonha, o peixe e a cachaça, bem como prestigiar os pequenos produtores agrícolas locais são as principais metas do Convivium Slow Food Piracicaba, associação fundada em setembro de 2006 pelo ex-professor da Unimep Paulo Chanel e pelas professoras Miriam Coelho, Eloiza Balaroti, Iria Gevartosky e Patrícia Cor- rea Dias. A professora da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) Evanilda Perissinotto também integra o time. Há um ano na ativa, o grupo realiza palestras e encontros mensais com os objetivos de proteger os alimentos tradicionais e reavivar o sentido de confraternização antes comuns durante as refeições. O slow food é um movimento internacional nascido na Itália Chanel, Eloiza, Evanilda, Patrícia e Miriam em 1989 e hoje com adeptos em cerca de 150 países, dentre eles o Brasil. Para se ter uma idéia, os únicos dois grupos organi- zados no Estado de São Paulo estão localizados em Piracicaba e na capital. Informações no site www.slowfoodbrasil.com 6 FOFOCANÃO!SÓFOCA DIABETES Apoio FIQUE ATENTO A Farmácia Unimep oferece informações sobre a doença e acompanhamento farmacológico. “É um serviço que poucos conhecem. Estamos abertos para orientar a comunidade acadêmica e auxiliar na diminuição dos casos, já que é importante tanto o tratamento quanto o diagnóstico precoce”, diz Fabiano Fiorin, superintendente da unidade. A dificuldade em correr contra o tempo foi cruel, como é na rotina diária de qualquer jornalista. Buscar fontes entre os universitários, outra barreira. Mas a sensação de mais um dever cumprido prevalece sobre qualquer obstáculo”. Crislaine Fernandes. Juliana Vasconcellos luta para resistir às tentações e manter a alimentação equilibrada O diabetes está se tornando a epidemia deste século. Para impedir o avanço da doença é preciso medidas de prevenção, conforme alerta a Sociedade Brasileira de Diabates, que traz ainda um dado surpreendente. Mais comum entre os adultos, a diabetes tipo 2 – quando a insulina é produzida, mas não o suficiente para controlar o açúcar na corrente sangüínea – tem aumentado com alarmante rapidez entre crianças e adolescentes. Neste caso, a doença pode estar relacionada à falta de exercícios físicos e à má alimentação, diferente da diabetes tipo 1, quando o sistema de defesa do organismo destrói as células do pâncreas que produzem insulina e controlam os níveis de açúcar no sangue. As taxas de açúcar sem controle no sangue podem ter conseqüências graves, como cegueira, amputação e até a morte. Juliana Vasconcellos, 21, estudante do 6º semestre de jornalismo, descobriu no mês passado que tinha predisposição para a diabetes. “Descobrir não foi choque, mas como não quero ficar diabética, faço exames para me controlar”, afirma. Para isso, a estudante recorre a uma velha tática: substitui o açúcar, vilão dos diabéticos, pelo já tradicional adoçante. “Opto também pelos salgados assados e sucos naturais, mas é bem complicado se alimentar na universidade, pois não há variedades saudáveis”, avalia. Quanto aos sintomas da diabetes tipo 1 são: sede excessiva, rápida perda de peso, fome exagerada, cansaço, muita vontade de urinar, má cicatrização, visão embaçada. Já no diabetes tipo 2 esses sintomas podem ser mais moderados ou inexistentes, porém, causam igualmente seqüelas. Mude de estilo A responsável técnica pelo Nutricentro da Unimep Piracicaba, onde ocorrem estágios para os acadêmicos em nutrição e atendimentos à comunidade, Adriane Foganholo, diz que os que têm chances de desenvolver a doença devem mudar o estilo de vida. “É preciso uma análise específica de cada caso, todavia, é necessário diminuir o consumo de gorduras, presente principalmente nas frituras, optar pelos salgados assados e sobretudo praticar atividade física. Também é muito importante não substituir as refeições por lanches”, aconselha. O mais complicado para os universitários é cumprir a última recomendação. A correria diária e a falta de tempo tornam o cardápio irregular. “Apesar de os cuidados necessários, é praticamente impossível não sair da linha”, justifica Juliana. “As taxas de açúcar sem controle no sangue podem ter conseqüências graves, como cegueira, amputação e até a morte.” “Todos os percalços são pequenos perante o orgulho de fazer parte do Acontece. A correria para fechar a matéria no tempo estipulado, entre feriados e recessos, e ver a matéria pronta no dia: valeu a pena”. Eder Henrique. Crislaine Fernandes e Eder Henrique são alunos do 7º semestre do curso de jornalismo e foram orientados pelo coordenador do curso, Paulo Roberto Botão Quando esta substituição não é possível, a nutricionista recomenda que o lanche contenha fibras, com verduras e legumes. “A opção de um restaurante é mais válida. A inclusão de hortaliças nas refeições, além de carne magra, arroz e feijão, é muito importante. Isso porque ajuda na prevenção da obesidade e, conseqüentemente da diabetes”, destaca. O exame de glicemia capilar deve ser feito em casos de suspeita de diabetes equilibrada. SINTONIZADO 7 Em Bom Português Olá! Veteranos, bom retorno às aulas! Calouros, sejam bem-vindos! Esperamos que todos tenham uma permanência muito profícua nesta Universidade. Esta coluna, como muitos já sabem, é fixa no Acontece e apresenta dicas simples e práticas da língua portuguesa, tal como veremos a seguir. O Uso dos Porquês REDE SEM FIO O acesso à internet por meio de rede sem fio, o chamado sistema WiFi, já está disponível na Unimep. O serviço pode ser acessado gratuitamente, independente da quantidade de “downloads” e do tempo de utilização, por alunos, professores e funcionários, desde que tenham equipamento compatível com WiFi, como “notebooks”, PDA’s e outros. No campus Taquaral há pontos na Galeria Unimep, salas de aula do bloco 7, biblioteca, hall do bloco administrativo, Sala dos Colegiados e no Núcleo de Computação. Já no campus Centro, nas salas de aula do 2º andar do prédio Rosalie Brown. Em breve o WiFi Unimep estará disponível na sala dos professores do bloco 5 e na Sala 24 horas, no campus Taquaral, e no campus Santa Bárbara d’Oeste, na sala dos professores e proximidades. Não há necessidade de cadastrar chaves, senhas ou complexas seqüências numéricas para acessar o WiFi Unimep. Basta informar “login” (aquela palavra que vem antes do @ do seu e-mail da Unimep) e a senha do seu cartão. Visitantes também podem utilizar o serviço. Basta entrar em contato com o Departamento de Tecnologia e Informática (DTI)-Redes, no ramal 1651, ou DTI-Suporte ramal 1648. Uma dica para identificar as áreas que possuem pontos é ficar atento às placas de sinalização de sistema WiFi que estão espalhadas pelos campi. Para informações adicionais e atualizadas, consulte a página www.unimep. br/wifi. Em caso de dúvidas, entre em contato com o DTI-Redes ou DTI- Suporte. Colaboração: Departamento de Tecnologia e Informática Unimep. A forma por que é a junção da preposição “por” com o pronome interrogativo “que”, podendo ser utilizada no início ou no meio da frase. Em termos práticos, é uma expressão que equivale a “por qual razão”, “por qual motivo”. Exemplos: 1) Por que você escolheu esse curso? 2) Ninguém sabe por que o público riu tanto. Se o por que surgir no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, deve-se utilizar a forma por quê, pois, em virtude de sua posição na frase, o que passa a ser tônico, devendo, então, ser acentuado. Exemplo: Sim, ele irá à festa. Por quê? Utiliza-se, também, a forma por que quando esta representa a seqüência preposição mais pronome relativo, equivalendo a “pelo qual”, “pelos quais”, “pela qual”, “pelas quais”. Conforme o contexto, essa forma equivale a “para que”. Exemplos: 1) A fase por que [pela qual] estamos passando é benéfica. 2) Lutamos por que [para que] a raça humana tenha responsabilidade com a saúde do planeta. PORQUE Foto: Banco Imagens Provavelmente, em algum momento, os porquês já assombraram sua vida porque a dúvida foi inevitável. Entretanto, vou tentar mostrar por que os porquês são fáceis de compreender e assimilar. Não acredita? Por quê? Vamos, então, conferir. A forma porque é uma conjunção que equivale a “pois”, “já que”, “uma vez que”, “como”, “para que”, “a fim de”. Exemplos: 1) A alegria foi contagiante porque Pedro ganhou na loteria. 2) Imagino que teremos ânimo, porque as esperanças sempre se renovam. Já a forma porquê é um substantivo e significa motivo, razão, causa. Geralmente, surge acompanhada de palavra determinante, por exemplo, artigo. Sendo substantivo, pode ser pluralizado. Exemplo: Os alunos explicaram o porquê [ou os porquês] da pesquisa. Mirian De Fátima Polla Graduada em letras e funcionária da Unimep Comentários, críticas e sugestões: [email protected] 8 CAPA um das poucas universidades da região que possui infra-estrutura e promove debates sobre o assunto por meio da convivência”, fala Érica, que teve a retina descolada pela incubadora quando recém-nascida, o que acarretou a perda total da visão aos 16 anos, quando ainda enxergava 25%. Para Rosana Davanzo Batista, 30, que nasceu com o nervo ótico atrofiado e é aluna do 5º semestre de pedagogia, um dos passos para a conscientização é a convivência e promoção de pesquisa e debates sobre o assunto. “O deficiente não tem que ficar trancado em casa, não deve ter receio de encarar a sociedade, mesmo ainda não preparada para conviver com as diferenças. Quando entrei, me sentia um peixe fora d’água, a partir do convívio os tabus são quebrados”, conta. INCLUSÃO Celiana Perina [email protected] As instituições de ensino superior estão diante de um desafio que vai além da adequação de infra-estrutura à acessibilidade do deficiente: estimular o debate, a convivência e a pesquisa na área da inclusão. Na Unimep o tema é levado a sério. A partir de ações isoladas iniciadas nos anos 90, há um ano nasceu a Assessoria para Inclusão de Pessoas com Necessidades Especiais, setor com sala de atendimento permanente no bloco 3 campus Taquaral (Piracicaba), que atua junto a estudantes, funcionários e professores. Entre as metas da equipe, que também conta com o apoio de alunos voluntários de cursos distintos da instituição, está acolher, acompanhar e dar condições para adaptação pedagógica ou limitação temporária de estudantes com algum tipo de deficiência, bem como estar envolvida com os movimentos sociais e políticos relativos à área. JÁ A coordenadora da assessoria, Dra. Darlene Barbosa Schützer, fala que a infra-estrutura espacial e pedagógica (leia texto nesta página) da Unimep é adequada, no entanto, o nível das barreiras atitudinais é o grande desafio a ser enfrentado. Por esta razão, são trabalhados vários segmentos da universidade, tanto no que se refere aos relacionamentos como às atividades acadêmicas. “A idéia é permear toda a universidade com uma cultura de tolerância, de respeito às diferenças e de inclusão. Além dos atendimentos, incentivamos e orientamos para o desenvolvimento de pesquisas e projetos de extensão nas diferentes áreas do conhecimento e em assuntos correlatos. Em nível de Brasil, ainda existem poucas pesquisas na área”, destaca. Nesse sentido, Érica Santos, 25, do 7º semestre do curso de história, diz que a educação e o debate são bases para a conscientização e devem ser prioridades, seja no ambiente universitário como nos ensinos fundamental e médio. “As leis amparam, mas a falta de conhecimento e o despreparo dão margem ao preconceito, aumentando ainda mais as barreiras. A Unimep é Yara e Rozana “O deficiente não tem que ficar trancado em casa” Para Thaís, é por meio da integração que as mudanças ocorrem CAPA Experiência Superação A aluna da pós-graduação em tradução português-inglês Yara Helena Andrade, 25, que foi uma das primeiras cegas da Unimep no final dos anos 90, fala que a sociedade tem evoluído muito no quesito inclusão. “Às vezes, as pessoas acham que é ideológico, mas uma pessoa, seja com ou sem deficiência, precisa acreditar que é capaz. Acho que não tem que provar nada para ninguém, mas ao mesmo tempo deve mostrar que precisa ter seus direitos garantidos. Hoje ainda existe muita exclusão e preconceito porque as pessoas conhecem o ponto vulnerável do deficiente mais do que de outra pessoa, que não é tão explícito. Sempre acreditei que eu podia, então aprendi a tocar piano, flauta, cantar e também faço inglês”, contou ela, que perdeu a visão total quando recém-nascida por causa de um descolamento de retina na incubadora. A maioria dos estudantes com necessidades especiais que efetivamente cursava a universidade até 2003 tinha forte apoio familiar, além de contar com ajuda voluntária de colegas para o cumprimento de suas responsabilidades acadêmicas. Yara foi uma delas, que teve muito apoio da família, colegas e professores. No quesito enfrentar desafios, Márcia Barbetta Santos, 47, mãe de Érica Santos, fala que nos dois primeiros anos de estudo da filha ela a acompanhava e ficava durante todas as aulas, mas percebeu que a independência de Érica seria importante para seu crescimento. “O apoio da família é fundamental. Não podemos achar que o deficiente é um coitado e não pode fazer nada”, diz. Já os estudantes com deficiência auditiva matriculados na instituição até 2006, utilizavam a leitura labial para comunicação, porém, em fevereiro do ano passado ingressou uma aluna no curso de sistemas de informação que necessitava de intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Foi possível agilizar parceria com o curso seqüencial de Libras, quando foi oferecida tradução de todas as aulas para essa estudante. “Foi uma experiência muito marcante, dadas as muitas dificuldades apresentadas. A aluna interrompeu o curso por motivos particulares”, conta Darlene. Leandro Correa “Conviver com a diversidade é uma oportunidade essencial na vida de todas as pessoas e é por meio da integração que as mudanças efetivas serão possíveis”, ressalta Thaís Gonsales Soares, 19, aluna do 5º semestre de história e estagiária da Assessoria para Inclusão. A irmã de Thaís teve um acidente vascular cerebral, então, segundo ela, a família conhece a importância do trabalho sério desenvolvido pela assessoria dentro da universidade. Leandro Corrêa, 20, do 4º semestre de psicologia, elabora textos em braile e aplica provas para os estudantes que recebem auxílio do setor. “Trabalhava no Centro Acadêmico e pedi transferência porque tinha desejo de estar inteirado, poder auxiliar e aprender”, afirma. 9 Raio X Hoje no Brasil as pessoas com deficiência representam 14,5% da população, o que equivale a 24,5 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do censo de 2000. Já no ensino superior, o número de universitários com algum tipo de deficiência, seja física, auditiva, visual e motora, aumentou, de acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2005, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A pesquisa aponta também que o maior crescimento foi nas instituições de ensino particulares. Em 2000, as universidades públicas tinham 52,23% (1.135 alunos) do total de matriculados com necessidades especiais (incluindo os superdotados) e as privadas, 47,77% (1.038 estudantes). Em 2005, os números mostram que 67% (4.247) dos alunos nessa categoria estudavam em entidades particulares. Segundo Darlene o nível das barreiras atitudinais é o grande desafio Infra-Estrutura Érica acredita que a educação e o debate são bases para a conscientização O desafio de atender adequadamente pessoas com algum tipo de deficiência tem sido enfrentado na Unimep desde os anos 90, quando aconteceram as primeiras ações formais para adaptação às necessidades de candidatos inscritos no vestibular. No nível da arquitetura os campi da Unimep atualmente se apresentam bastante acessíveis a pessoas com algum limite de mobilidade. Há rampas e elevadores nos prédios, bem como instalações sanitárias adaptadas, telefone para surdos, além da disponibilidade de adaptação de cadeiras adequadas às deficiências motoras apresentadas. Recentemente, o portal da Unimep também permite acessibilidade por meio de um “software” leitor de tela que possibilita a navegação em todo o conteúdo a partir do teclado do computador. Quanto às adaptações pedagógicas, a instituição possui uma impressora braile; uma sala especial para uso de estudantes deficientes visuais, com o “software” Virtual Vision disponível para estudo e para realização de atividades de avaliação e computador com “scanner”. Há ainda três monitores contratados para cada estudante deficiente visual, encarregados de preparar material e auxiliar em atividades acadêmicas em sala de aula; tradução de Libras (Língua Brasileira de Sinais) em sala de aula para estudante deficiente auditivo; orientação de professores e atendimento de estudantes, para permanente acompanhamento das necessidades e adaptação rápida, de modo a garantir as condições de aprendizagem e armazenamento de textos referenciais para uso. 10 CONQUISTA TRABALHO COLETIVO “A união faz a força”. Parece senso comum, mas esse ditado popular traduz bem o resultado da mobilização de alunos e professores do curso de direito do campus Taquaral da Unimep. Graças ao trabalho coletivo, o curso ganha cerca de 750 novos títulos para a atualização do acervo bibliográfico. A campanha começou em junho de 2007, quando José Carlos Barbosa de Souza, 41, aluno do 3º semestre de direito noturno, encontrou dificuldades na localização de obras para a realização de um trabalho acadêmico. Inconformado, em apenas duas horas ele coletou cerca de 700 assinaturas entre os 1.100 alunos dos semestres diur- nos e noturnos. Encaminhou a lista à direção do curso para que providências fossem tomadas. Após reuniões com o diretor da faculdade, decidiu-se pela elaboração de duas listas. Uma formulada por professores que haviam atualizado seus projetos de ensino e outra planejada pelos próprios alunos. Comparadas as duas, chegou-se a uma lista final. “Temos de trabalhar pela coletividade acadêmica. A experiência serviu de impulso para o planejamento de novos projetos, que visam o aperfeiçoamento das condições de ensino”, destaca Souza. “O Centro Acadêmico (C. A.) entrará com um auxílio financeiro, em valor ainda a ser defini- do”, garante Érica Guallazzi, 22, presidente da agremiação discente e aluna do 9º semestre de direito, também participante do movimento. Para ela, o mais importante é que houve um diálogo entre os alunos e uma interação que não existia. O próximo passo é a melhoria dos equipamentos de informática do Centro Acadêmico. O mestre Jarbas Martins Barbosa de Barros, diretor da faculdade e professor do curso de direito, fala que a aquisição da bibliografia complementar poderá ocorrer no 2º semestre. As novas obras ficarão na biblioteca do Taquaral e estarão à disposição também dos alunos dos cam- pi Santa Bárbara d´Oeste e Lins, mediante solicitação. Mais Além da atualização do acervo, a direção da faculdade comemora mais uma conquista: o fechamento de um convênio entre a Unimep, a Editora Saraiva e a Livraria Nobel. Por meio da parceria, a Editora Saraiva criará “kits” semestrais, comercializados pela Livraria Nobel aos alunos com descontos de 20% e com o valor dividido em seis parcelas. E mais, a editora reservará 5% do valor correspondente de todas as suas vendas para uma doação em títulos à universidade. Érica, Souza e Barros: mobilização para compra de novo acervo INTERCÂMBIO 11 ALÉM DAS FRONTEIRAS Angela Rodrigues [email protected] A oportunidade de entender e respeitar diferenças por meio de vivência em outros países, aprender um novo idioma e dar um “up-grade” na carreira é uma das muitas experiências e ganhos que compõem a trajetória de universitários que na graduação participaram de estágios, projetos de pesquisa ou intercâmbios internacionais. Saulo Castellari Pereira, 25, graduado em engenharia industrial mecânica pela Unimep, é um dos exemplos. Um ano na Universidade Técnica de Darmstadt, Alemanha, instituição parceira da universidade por meio do Laboratório de Sistemas Computacionais para Projeto e Manufatura (SCPM), localizado no campus Santa Bárbara d´Oeste, possibilitou o aperfeiçoamento do idioma, fundamental à profissão. “Devido à parceria tecnológica com uma empresa alemã, hoje auxilio a comunicação entre os engenheiros. Em vista disso a gerência já me escalou para as viagens técnicas”, deta- Saulo Castellari Pereira lha ele. Para Pereira, o intercâmbio o preparou para o mercado de trabalho. Também para Jeovano Lima, 26, aluno do último semestre de engenharia de controle e automação da Unimep, que permaneceu por um ano em Bochum, Estado de Nordrhein - Westfalen, Alemanha, a experiência, além de inesquecível, ampliou os horizontes profissionais. “Ao retornar, mesmo sem ter enviado um currículo, uma empresa de São Paulo me ofereceu estágio e garantiu efetivação após a conclusão do curso”, afir- ma ele, que pretende emendar a graduação ao mestrado. Encarar novos desafios foi o que fez Leandro Santalla, 23, graduado em engenharia de controle e automação na Unimep, que pela participação em um projeto desenvolvido durante o curso foi convidado a trabalhar em empresa alemã localizada em Fulda, a 110 quilômetros de Frankfurt. “Tive a alegria de ser convidado para trabalhar na empresa antes do término do curso e a oportunidade de sair da universidade com um emprego garantido”, conta. Na gra- duação, Santalla participou do projeto “Romi-Isetta Virtual”, realizado no laboratório SCPM da Unimep, que consistiu na reconstrução virtual do RomiIsetta, o primeiro automóvel produzido no Brasil, entre os anos de 1956 e 1961. Em 1955, a Iso concedeu os direitos de produção do Isetta à empresa brasileira Romi e com sede em Santa Bárbara d´Oeste. Bagagem De acordo com o coordenador do programa de pós-graduação em engenharia de produção da Unimep, Klaus Schützer, a experiêncianão é medida apenas pelos conhecimentos técnicos adquiridos, mas pela vivência em outro país e pela compreensão de uma cultura diferente. “Isto torna o participante muito mais disposto às novas experiências, além da possibilidade de vivenciar o dia-a-dia de forma diferenciada e crítica. O aluno tem acesso a outra realidade e aprende que podemos fazer coisas diferentes e melhores”, ressalta. Leandro Santalla Lab Internacional “Analisar outra realidade empresarial e cultural é um grande laboratório, pois aumenta a chance de empregabilidade.” A afirmação é de Cristiano Morini, coordenador do curso negócios internacionais, professor de especialização MBA (Master of Business Administration) em comércio exterior da Unimep e um dos Jeovano Lima organizadores da semana de estudos no exterior. Em 2007, Morini organizou a ida de 30 alunos em dez dias de estudos na Universidad de Concepción, Chile, que incluiu visitas técnicas a empresas e pontos turísticos. “Como sou analista de controle em uma empresa com filial no Chile, reconheço que adquiri experiência no relacionamen- to de empresa naquele país. Fiquei entusiasmado com o pensamento empreendedor das pessoas e de como podemos mudar uma nação por meio de estudos e aquisição de cultura”, afirma Alexandre Herrero Licio, 32, aluno de MBA em gestão e negócios da Unimep e um dos participantes da viagem. 12 UNIVERCIDADES EDUCAÇÃO É O CAMINHO Com a esposa e os três filhos, há um ano Reynaldo Portillo, 34, deixou a capital La Paz, município mais populoso da Bolívia, para estudar em Piracicaba. Em sua opinião, a educação é uma importante ferramenta para diminuir as desigualdades sociais e deveria ser levada mais a sério pelos governantes. Inclusive é na área de filosofia da educação que Portillo faz o mestrado na Unimep. Nesta edição da seção UniverCidades, que tem como proposta mostrar parte da trajetória dos que vêm de longe, o boliviano é destaque. Estudar na Unimep é tradição na família. Aos sete anos, ele morou no município, quan- do seu pai, que é professor de filosofia, estudou na instituição. “Entre os países latino-americanos o nível de educação do Brasil é referência, então escolhi voltar à Unimep. Tenho infinitas lembranças da época que morei em Piracicaba e também achei que seria uma experiência importante para meus filhos, pois a vivência internacional é bastante enriquecedora. Quando morei em Cuba, por exemplo, não comi carne durante um ano. Foi na época em que caiu o Muro de Berlim (1989). É impagável ter outras vivências, sentir outros cheiros, outros ambientes. É um aprendizado rico e que, sem dúvida, amplia o nível crítico”, avalia. Com a pesquisa sobre formação da identidade de um povo, ele pretende contribuir com discussões a respeito da educação em seu país, que é governado pelo socialista Juan Evo Morales, que assumiu o comando em 2006 com a promessa de “refundar” a nação, que possui grande pobreza e baixos índices sociais. Em contrapartida, a Bolívia é a segunda maior reserva de gás natural do continente, apenas superada pela Venezuela. “Como educador e hoje distante do meu país, tenho outros olhares. Com a ascensão de Morales, acho que houve uma ruptura muito interessante. Creio que a educação mudará porque estará mais focada na maioria. Até então o Estado não fez nada e reproduziu a educação elitista, deixando de lado as tradições, culturas e línguas”, destaca ele, que utiliza um acessório bastante representativo da cultura de seu povo: a chusta, bolsa confeccionada de lã de ilhama ou ovelha. Portillo faz o mestrado na Unimep Brasil X Bolívia Portillo conta que não sentiu dificuldades na adaptação no Brasil. Em sua opinião, os brasileiros são mais solidários até que os próprios bolivianos. “É uma gente mais feliz e solidária. Justamente parte da minha pesquisa será por que o povo andino ou boliviano é mais reservado. No entanto, a cultura andina é muito arraigada na terra e preserva costumes, que têm ficado perdidos em muitas nações com a globalização”, analisa. Apesar de o acolhimento, Portillo percebe que por parte de algumas pessoas existe o clichê de que todo boliviano é traficante. “É um clichê que nós ganhamos. As pessoas relacionam nosso povo com o tráfico ou consumo de drogas. Certa vez, consegui um bico para fazer espetinhos em um bar e percebi que alguns fregueses levaram por esse lado. Deixei a atividade. No mundo acadêmico, isso não ocorre. O ambiente é sério e as pessoas são preparadas”, diz ele, que tem planos de fazer doutorado. BOLÍVIA Habitantes: 7,8 milhões Principais cidades: Santa Cruz, El Alto, Cochabamba, Ouro, Sucre, Concepcion. La Paz Atividades econômicas: agricultura, gás, petróleo e indústrias alimentícia e de bebidas Fonte: www.nutep.adm.ufrgs.br/mercosul BOLÍVIA Sucre CULTURAÉOQUEHÁ Antonio Chapéu, coordenador dos grupos de teatro da Unimep Subvertendo o ‘look’ A camiseta, peça leve e confortável, perfeita para enfrentar os dias quentes do nosso verão, pode ser incorporada a elementos mais sérios como o “blazer” para compor um “look” sóbrio, ainda que ousado, em ocasiões que permitem certa informalidade mas clamam por elegância. A combinação do blazer com camiseta foi popularizada nos anos 80, com o personagem Don Johnson, da série “Miami Vice”, e chegou intacta aos dias atuais, juntando o despojamento do básico com a austeridade do traje formal. Esta é uma tendência da moda chamada de hi-lo, corruptela de “high and low” (alto e baixo em inglês), e tem como proposta subverter o total look, neste caso, do costume (camisa, paletó e calça do mesmo tecido) e adotar elementos de origens tão diferentes quanto contrastantes nas produções, como o “luxuoso x ordinário”, “exclusivo x popular”, “caro x barato”. Porque tanto na moda quanto na vida, muitas vezes só a transgressão possibilita o surgimento do novo, não é mesmo? MUITO MAIS QUE ‘CLOTHING SWAPS’ Vanessa Piazza [email protected] Quando as relações de trabalho ultrapassam fronteiras e novas amizades são construídas aquela colega de trabalho passa a ser a pessoa com a qual você pode trocar experiências e alegrias. Então por que também não trocar aquelas peças de roupa e acessórios que estão encostados no armário, que sempre se tem a esperança de voltar a usar? Com esse mote, um grupo de funcionárias, professoras e alunas da Unimep promoveu em 2004 um primeiro encontro. Naquela época, Rosa Meneghetti, Maria Izalina Ferreira Alves, Patrícia Corrêa, Nilza Facco Preeg, Sílvia Morales Pereira, Walkíria Akileida Orgaes, Daniela Urbano, Mirian Polla e as alunas Viviane Petruz e Ariane de Camargo Fernandes integravam a Coordenação de Avaliação Institucional. Hoje em setores distintos, as amigas continuam a se reunir e a levar novas companheiras, como as também funcionárias Silvana Bortolotti, Heloisa Bernardino e Ivonete Savino, para participar dessa prática que virou quase um compromisso. Para Ariane, o melhor dos eventos é conseguir se reunir fora do local de trabalho, uma aproximação que fortalece os laços. Já Silvana, que participou pela primeira vez esse ano, conta que tinha muitas peças que já não usava e que fizeram feliz quem as recebeu. Na opinião de Walkíria, o encontro é uma oportunidade de guardar um pouco do outro. “As peças acabam tendo um valor sentimental”, completa. A troca de roupas ou acessórios entre amigas não é novidade. A moda surgiu nos Estados Unidos, onde é conhecida como “clothing swaps”, e se espalhou pela Europa, Japão e Brasil. Música Faz Bem Choro, a Música do Brasil A gravadora Acary Records lançou uma coleção de 9 CDs – “Choro Carioca, Música do Brasil” – que resgata a obra de compositores de diversos estados brasileiros, complementando gravação anterior, “Princípios do Choro”, que registrava o nascimento, no Rio de Janeiro, da música urbana mais antiga do Brasil. As gravações foram patrocinadas pela Petrobras, através da Lei de Incentivo Cultural. A importância da nova gravação é registrar a presença do choro, carioca de nascimento, em outras regiões do Brasil, constatando-se sua influência em vários gêneros de música, como frevo, baião, maxixe, valsa e tango brasileiro. Pesquisa do violonista carioca Maurício Carrilho revelou a incrível soma de mais de oito mil chorinhos e gêneros afins compostos entre 1870 e 1920 no Brasil. O choro, gênero surgido ao redor de 1870 no Rio de Janeiro, é a primeira música urbana tipicamente brasileira. A abolição do tráfico de escravos, em 1850, fez surgir uma classe média urbana que deu os primeiros passos na formação da nova música, criada a partir da mistura de danças de salão européias, como valsa, minueto e polca, com música popular portuguesa e africana. O flautista carioca Joaquim Calado (1848-1880) foi um dos “pais” do choro, incorporando, ao solo de flauta, dois violões e um cavaquinho, que são a base dos conjuntos chorões. A origem do termo choro é controversa. Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, provém de “xolo”, tipo de baile dos escravos. Para o musicólogo Ary Vasconcelos, a palavra vem de choromeleiros, conjuntos de músicos da época colonial. De acordo com José Tinhorão, musicólogo, choro vem da maneira “chorosa” e melancólica de tocar, sensação transmitida pelos baixos do violão. Essa coleção de CDs é dividida por regiões brasileiras, com compositores do Sul, Sudeste, Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Traz obras de 74 compositores, alguns desconhecidos entre os muitos famosos, como Canhoto, Donga, João Pernambuco, Rocha Vianna e seu filho Pixinguinha. Entre os chorões do sudeste figuram alguns conhecidos da nossa região, como Belmácio Pousa Godinho, Erothides de Campos e Zequinha de Abreu. Boas surpresas aparecem, como músicas de Antonio dos Santos Monteiro, avô de Villa-Lobos, e do italiano Alessandro Gnatalli, pai de Radamés Gnatalli. É incluída na coleção, em excelente arranjo para quatro violões, a valsa Tristorosa (1910), de Villa-Lobos, que mais tarde viria universalizar o gênero choro dentro do estilo erudito, criando sua polêmica série “Choros”. Carol Aleoni é jornalista e produtora de moda [email protected] 13 Da esquerda para direita: Walkíria, Ariane, Silvana, Sílvia e Nilza Beatriz de Castro Victoria Dir. da Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle [email protected] 14 CULTURA... CALDEIRÃO CULTURAL Medos, costumes, tradições, dores, amores e vida cotidiana com freqüência são expressadas nas artes, seja na música, teatro, cinema, pintura, escultura e fotografia. Esta gama de manifestações culturais integra o dia-a-dia da Unimep em seus quatro campi. A variedade é um dos diferenciais da instituição, já que o universitário pode ter aliado ao ensino uma formação humanística conseguida por meio da arte. Salão de Humor Artes Plásticas No Taquaral, estão previstas cerca de 20 exposições anuais para o hall do prédio administrativo, com artistas experientes e novatos. Em Santa Bárbara d´Oeste, mais de 30 expositores irão colorir o campus com suas obras e criações. Em Lins, a agenda inclui oito mostras individuais e três institucionais ao longo do ano. E no campus Centro, elas estarão presentes no Centro Cultural Martha Watts (CCMW). A inovação para 2008 é a incursão do Salão Universitário de Humor no cenário mundial. Em sua 16ª edição, o evento antes divulgado no Brasil e América Latina, a partir de agora envolverá também universidades de todas as partes do mundo. O novo projeto conta com o apoio da Assessoria para Assuntos Internacionais da Unimep, que fará Artista plástica Michele Canalli Cinema Na Unimep, há ainda os projetos destinados à sétima arte. Com exibições gratuitas, o Cine Humberto Mauro Artista plástica Márcia Guibal Teatro e Música No Teatro está prevista a estréia no final do primeiro semestre da peça do grupo Andaime, a partir de pesquisas baseadas na obra e vida do bandeirante Cornélio Pires (1884-1958). A trupe também deve realizar uma série de oito apresentações de o “Lugar Onde o Peixe Pára”, em seis cidades do interior paulista, por meio da captação de recursos financeiros do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A agenda inclui ainda apresentações de “O Pequenino Grão de Areia”, do Cochichonacoxia; “Sobre Dores e Amores”, com o No Espaço, e um evento es- pecial em comemoração aos dez anos do Teatro Unimep. Na música, serão retomadas as apresentações do musical “O Tempo não Pára”, encenado pelo coral universitário Apepú-Yamí (Som da Noite), além de uma integração maior dos corais Taquaral, Lins e Santa Bárbara d´Oeste. o contato com as instituições do exterior. Mais informações no tel.: (19) 3124-1610. trará cerca de 40 filmes no campus Taquaral ao longo de 2008 e continuará o projeto Reflita, com debates após as exibições. Na programação está prevista a exibição de lançamentos da cinematografia produzidos em países como Espanha, Argentina e Japão, que dificilmente estarão disponíveis em salas comerciais. Estarão mantidas as exibições nas praças e centros comunitários por meio do projeto Cinema de Rua, garantindo o acesso ao cinema praticamente sem sair de casa. A iniciativa é fruto de parce- ria entre a Unimep e a Prefeitura Municipal de Piracicaba. Para conferir as programações, acesse www.cinehumbertomauro.com.br LITERATURA MARKETING 1ª OBRA DE TRILOGIA com os artigos científicos de conclusão de curso das próximas turmas da pós. Em Marketing: Percepções e Aplicações (vol. 1), a docente reuniu artigos científicos de 23 pós-graduados em MBA (Master of Business Administration) em marketing da Unimep. Colaboraram na produção, Regina Antônia Azanha, bacharel em administração de empresas, e Edival A. Oliveira Júnior, também pós-graduado em MBA em marketing. 15 Nesta edição, os livros mais lidos e retirados nas bibliotecas dos campi Lins Serviço O livro “Marketing: Percepções e Aplicações” está à venda nas livrarias Nobel de Piracicaba (Shopping, Galeria Unimep e Centro). R$ 25. Patologia Oral & Maxilofacial (1998); de Brad W. Neville, Editora Guanabara Koogan; 705 págs. Taquaral Valéria Rueda Estudos e pesquisas sobre a percepção do som no ambiente de compra; as embalagens como elemento de proteção dos produtos e o papel das concessionárias diante do consumo das mulheres no setor automotivo são alguns dos exemplos encontrados em “Marketing: Percepções e Aplicações (vol. 1)”, obra organizada por Valéria Rueda Elias Spers, coordenadora do curso de pósgraduação em gestão e negócios da Unimep. O livro foi lançado no final do ano passado. A idéia é publicar outros dois volumes, Valéria também é organizadora da obra “Administração: Evolução, Desafios, Tendências” (2001) e “Gestão e Negócios: entre o Social e o Administrativo” (2004) e autora da obra “Responsabilidade Social: o Potencial Transformador da Atuação Social das Empresas”, de 2003. Santa Bárbara Família Real: 200 anos Feche os olhos, concentre-se e tente imaginar a vida política, social, cultural e econômica do Brasil, precisamente no Rio de Janeiro, há 200 anos. A oportunidade, imperdível para os apaixonados por história, será oferecida para alunos, comunidade e interessados, por meio da realização de eventos especiais alusivos aos 200 anos da vinda da família real portuguesa ao Brasil em 1808, esse ano. Na Unimep as atividades estão sendo planejadas pela Valéria planeja lançar outros dois livros sobre o tema Entendendo A Gordura: os Ácidos Graxos (2002); de Rui Curi; Editora Barueri; 580 págs. que não era tão caricata como se diz, é uma das análises mais interessantes que as comemorações podem trazer”, destaca. Destino Brasil coordenação e professores do curso de história. “A programação oficial será definida este ano. Entre as possibilidades estão a realização de eventos próximos à data ou a definição do tema para a semana de estudos históricos”, adianta Valéria Alves Esteves Lima, professora de história da arte do curso de história que, ao de lado de outros docentes, coordenará os eventos. “Foi o único caso de transferência de uma corte européia para uma colônia e representou o marco de uma transformação em todos os campos. Pensar o significado para a população de estar diante da corte portuguesa, As naus que trouxeram os membros da família real chegaram em Salvador em 22 de janeiro de 1808, após 55 dias de viagem no mar. A breve parada possibilitou o preparo para a segunda etapa da viagem. Em 26 de fevereiro de 1808, a esquadra zarpou rumo ao Rio de Janeiro, cidade na qual a família chegou em 7 de março. (Fonte site www. monarquia.org.br e livro “D. João VI no Brasil”, de Oliveira Lima). Prevenção e Controle da Poluição nos Setores Energético, Industrial e de Transporte (2004); de Electo Eduardo Silva Nora; Editora Interciência, 481 págs. Fonte: Bibliotecas Unimep Os Mais, Mais... 16 SÉRIEBAÚ Angela Rodrigues tas, processos, documentos da Câmara Municipal de 1888, ata de apuração de eleitores de 1869 e o livro eleitoral do município de Piracicaba de 1900, além de mapas e exemplares de jornais. Entre as raridades está a relação de escravos que residiram em Piracicaba entre os anos de 1872 e 1888 e o nome dos seus senhores, conforme pedido da Comarca Municipal. Com estes dados é possível identificar quantos e quem eram os fazendeiros mais ricos do período, considerando o fato de que a aquisição e manutenção de escravos era apenas para famílias abastadas. Há ainda uma cópia da carta original escrita em latim sobre a instalação da Diocese de Piracicaba, em 1944. O documento será uma das fontes para a pesquisa do Monsenhor Jamil Nassif Abib, 67, pároco da catedral do Santo Antônio e da cúria diocesana da Catedral de Santo Antônio, em Piracicaba. “Sempre tive interesse pela história da diocese. Com as informações do acervo podemos comparar como as coisas ocorriam antes e como ocorrem hoje”, afirma Abib. Segundo ele, por falta de dados históricos algumas lacunas são preenchidas por fatos imaginários e aí surgem os mitos. “A história se faz com documentos, não é intocável e pode ser reinterpretada à luz das descobertas anteriores. Não precisamos ter medo da história e desses documentos”, analisa. [email protected] Apaixonado por genealogia – estudo da origem, formação do indivíduo ou da espécie por meio de diagrama com os nomes dos antepassados – e história, ele não mediu esforços para guardar informações que considerava fundamentais. Ao longo de mais de 50 anos foram centenas de anotações e recortes dos mais diferentes impressos: embalagens de cigarros, rótulos de alimentos, recortes de jornais e revistas, coleção de livros, entre outros. Essa foi uma das principais atividades de Jair Toledo Veiga, personagem principal da quinta edição da série Baú, que tem como objetivo apresentar à comunidade parte dos acervos e raridades históricas da instituição. Tal como um doutor guarda-tudo, Veiga foi o criador do acervo que leva seu nome, localizado no Espaço Memória Piracicabana, no Centro Cultural Martha Watts (CCMW). Formado paralelamente à atuação como serventuário de justiça, o acervo de Veiga é documental e concentra principalmente anotações sobre genealogia, conforme conta Joceli Cerqueira Lazier, responsável pelo espaço. “São fontes de informações que se interagem”, afirma ela, exemplificando que informações escritas ou recortes de jornal, como necrologia ou editais de proclamas guardados por ele, podem completar as existentes nas coleções de livros sobre genealogia paulistana, brasileira e latina. Ainda não quantificado, o arquivo também reúne documentos de valor histórico para o município, como ofícios públicos, car- “A história se faz com documentos.” Vovô Arquivista Jair Toledo Veiga nasceu em Itaberá (SP) em 1917. Casou-se em 1939 com Sarah Duarte Toledo Veiga, com quem teve seis filhos. Transferiu-se para Piracicaba em 1946 e por várias décadas atuou no Cartório do 2° Ofício de Notas e Anexos. Aposentou-se como serventuário do cartório do Depositário Público de Piracicaba. Apreciador da história e da genealogia, publicou vários artigos e estudos sobre esses temas na imprensa local. Morreu em 2003, aos 86 anos. No mesmo ano, o Instituto Educacional Piracicabano (IEP) recebeu seu acervo em doação. “Após sua morte, ficou a sensação de não ter aproveitado muito as informações que ele reuniu”, afirma Gabriel Toledo Veiga Sampaio Mattos, 27, neto de Veiga e alu- no do 8º semestre do curso de negócios internacionais da Unimep. Além da lembrança do avô sempre lendo ou estudando, a experiência mais forte de Mattos foi em sua primeira viagem internacional. “Antes de partir, meu avô me passou informações e referências históricas sobre os lugares que conheceria”, relembra. Gabriel Mattos: neto de Jair Toledo