FELIPE NATALI ALMEIDA EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DO CONSUMO DA DIETA DE CAFETERIA APÓS A LACTAÇÃO EM CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E METABÓLICAS APRESENTADAS NO FENÓTIPO ADULTO DE RATOS WISTAR Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Área de concentração - Biologia Celular e Molecular) da Universidade Estadual de Maringá, para obtenção do grau de Mestre em Ciências Biológicas. Maringá Abril – 2008 FELIPE NATALI ALMEIDA EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DO CONSUMO DA DIETA DE CAFETERIA APÓS A LACTAÇÃO EM CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E METABÓLICAS APRESENTADAS NO FENÓTIPO ADULTO DE RATOS WISTAR Profa. Dra. Maria Raquel Marçal Natali Orientadora Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil) A498e Almeida, Felipe Natali Efeito do treinamento físico aeróbio e do consumo da dieta de cafeteria após a lactação em características morfológicas e metabólicas apresentadas no fenótipo adulto de ratos wistar / Felipe Natali Almeida. -- Maringá : [s.n.], 2008. 104 [7] f. : il., figs , tabs. Orientadora : Prof. Dr. Maria Raquel Marçal Natali. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Maringá. Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, 2008. 1. Dieta alimentar. 2. Treinamento físico. 3. Saúde. 4. Alterações teciduais. I. Universidade Estadual de Maringá. Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas. cdd 21.ed. 613.712 BIOGRAFIA -Felipe Natali Almeida nasceu em Ourinhos/SP em 01/12/1983. -Filho de Maria José Natali Almeida e Claudionor Tavares de Almeida. -Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2006). -Ingressou no mestrado em Ciências Biológicas no ano de 2006 na mesma instituição. -Tem experiência na área de Biologia Celular e Bioquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: aspectos morfológicos, metabólicos e fisiológicos dos tecidos em resposta a dieta alimentar e treinamento físico aeróbio e sua relação com o fenótipo apresentado. Aos meus pais, Claudionor e Maria José, pois me ensinaram a dar meus primeiros passos, espero que esteja caminhando corretamente; A minha irmã, Karina, por todo o auxílio e amizade às 5:15 da manhã. Espero que busque sempre seus sonhos; A minha tia, Maria Aparecida e minha avó Helena, por participarem tanto de meu crescimento; E a minha mulher, Fernanda, por ser tão especial, te amo muito, seu amor me fortalece. Juntos para sempre. DEDICO AGRADECIMENTOS A página de agradecimentos é extremamente difícil de ser escrita, pois ao longo destes dois anos de mestrado, inúmeras são as pessoas que merecem um espaço... Em primeiro lugar, agradeço a Deus, por tudo; Posteriormente a Universidade Estadual de Maringá; Ao programa de pós-graduação em Ciências Biológicas; A minha orientadora, professora doutora Maria Raquel Marçal Natali, pois acima de tudo foi uma grande companheira e acreditou em mim; A professora doutora Solange Marta Franzói de Moraes por me ajudar muito no meu crescimento profissional e, principalmente, pessoal; Aos membros da banca examinadora, pelas contribuições que me farão evoluir; A professora Ana que me auxiliou na busca por conhecimentos e me deu força quando decidi tentar este mestrado, foi fundamental seu apoio, serei sempre muito grato; Aos professores que estiveram presentes em minha vida acadêmica (se for citar todos...) e aos amigos, que estavam sempre dando suporte ao que precisava, em especial, Elizete por redicar as bolachas do laboratório e pelas horas de conversa e muito trabalho junto com a Valéria, que se tornou praticamente uma irmã mais velha, além da Maria Ângela que precisava me defender (pois alguém tinha que fazer isto). Além, a Maria Eurides, Ana Paula e Maria dos Anjos por tudo o que me auxiliaram na Histologia, visto que é um lugar que necessita de tantos cuidados e esta não é uma das minhas qualidades; Não poderia deixar de lado os amigos que fiz na turma “ME2006”: Antonio, Eduardo, Luciana Patrícia (Lupa), Gabriela Rizo, Dani, Célia e o Marcelo (que não era da turma, mas bem que parecia); além do pessoal do LABFISE (até mesmo os que vieram de fora e se “alojaram” ali, né Patrícia), da Histologia, da Bioquímica, da Imunologia, da Biologia, da Farmacologia e por favor, me perdoem se esqueci alguém. Profissionalmente, “Nunca caminhe pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram” Alexandre Graham Bell Pessoalmente, “Se um problema tem solução não se preocupe, ele tem solução. Se um problema não tem solução, não se preocupe, ele não tem solução” Provérbio Chinês APRESENTAÇÃO Esta dissertação é composta de três artigos científicos. Inicia com a caracterização do fenótipo adulto apresentado pela associação entre o treinamento físico aeróbio e o consumo da dieta de cafeteria após a lactação, no artigo “Treinamento físico aeróbio e dieta de cafeteria: efeitos da inclusão destes fatores ambientais após a lactação no fenótipo adulto”, redigido de acordo com as normas da revista Life Sciences. Posteriormente, no artigo “Fenótipo obeso adulto: adaptações do intestino delgado ao consumo da dieta de cafeteria e a realização do treinamento físico aeróbio em ratos após a lactação”, a ser submetido à revista Journal of Gastroenterology, observamos a relação entre o fenótipo apresentado com as adaptações promovidas pelo treinamento físico aeróbio e a dieta de cafeteria no intestino delgado. Encerra-se com o artigo que será submetido à Life Sciences “Efeitos do consumo da dieta de cafeteria e do treinamento físico aeróbio incluídos após a lactação em aspectos morfológicos e metabólicos do fígado de ratos Wistar” que identifica os efeitos do treinamento físico aeróbio e do consumo da dieta de cafeteria no tecido hepático, mediante análises morfológicas e metabólicas. (1) Felipe Natali Almeida, Renato Tadeu Nachbar, Karina Natali de Almeida, Laureane Nunes Masi, Dionizia Xavier Scomparin, Gabriela Vasconcelos Rizo, Márcia do Nascimento Brito, Maria Raquel Marçal Natali. Treinamento físico aeróbio e dieta de cafeteria: efeitos da inclusão destes fatores ambientais após a lactação no fenótipo adulto. A ser submetido na revista Life Sciences. (2) Felipe Natali Almeida, Karina Natali de Almeida, Rosane Marina Peralta, Maria Raquel Marçal Natali. Fenótipo obeso adulto: adaptações do intestino delgado ao consumo da dieta de cafeteria e a realização do treinamento físico aeróbio em ratos após a lactação. A ser submetido na revista Journal of Gastroenterology. (3) Felipe Natali Almeida, Renato Tadeu Nachbar, Karina Natali de Almeida, Eduardo Machado Hartmann, Clairce Luzia Salgueiro, Maria Raquel Marçal Natali. Efeitos do consumo da dieta de cafeteria e do treinamento físico aeróbio incluídos após a lactação em aspectos morfológicos e metabólicos do fígado de ratos Wistar. A ser submetido na revista Life Sciences. RESUMO GERAL INTRODUÇÃO – A estabilidade do peso e da composição corporal por longos períodos de tempo, na grande maioria dos casos, requer que a energia consumida esteja equilibrada com a energia gasta, pois um desequilíbrio entre estes fatores terá como resultante um ganho (desequilíbrio direcionado ao consumo energético) ou uma perda (desequilíbrio direcionado ao gasto energético) de peso corporal. O fator que envolve a quantidade de energia consumida pelo organismo trata da dieta alimentar, processo que se identifica com a seleção e a ingestão de produtos que, de acordo com a disponibilidade e as preferências de paladar, procuram atender as necessidades orgânicas manifestadas pela fome. Em relação à energia gasta pelo organismo, estão presentes todas as formas de realização de trabalho pelo organismo, seja químico, osmótico e/ou mecânico, sendo que o treinamento físico aeróbio incide um aumento no gasto energético do organismo. O peso corporal não envolve apenas um constituinte, desta forma, mudanças agudas no peso corporal podem ser originadas de alterações em qualquer um destes constituintes corporais, porém ao tratarmos de alterações no peso corporal como resultante do desequilíbrio energético, enfatiza-se o estudo sobre a regulação da massa do tecido adiposo. Ao tratarmos dos processos que poderiam estar envolvidos no desenvolvimento ou relacionados à obesidade, alguns estudos sugerem que processos fisiológicos da digestão e absorção de nutrientes pode ser um fator contribuinte. Nesta linha de estudo sobre processos digestivos e absortivos, nosso foco foi o intestino delgado (duodeno e jejuno), sendo que seu estudo em animais obesos tem sido alvo de muito interesse, considerando que o mesmo é responsável pela absorção de nutrientes e pela sinalização do SNC (tronco cerebral e hipotálamo) para a manutenção da homeostase energética e o bom funcionamento deste sistema depende da integridade estrutural dos tecidos. Outro órgão que sofre influências do padrão da dieta alimentar e do regime de treinamento físico aeróbio é o fígado, que apresenta característica própria para cada tipo de componente (seja ele um macronutriente, vitaminas, minerais, fármacos, entre outros) consumido. O fígado é o órgão primário na interconversão de gorduras, carboidratos e proteínas entre formas de armazenagem ou de metabolização. Já ao tratarmos do tecido adiposo, durante períodos de armazenagem nas células adiposas, o balanço de gorduras deve ser positivo, ou seja, a armazenagem de gorduras excede a oxidação. Um aumento na massa do tecido adiposo resulta tanto do aumento na deposição de triacilglicerol nos adipócitos ou da taxa de lipólise em adipócitos ser menor do que a esterificação de ácidos graxos livres. Isto pode ocorrer devido a um excessivo consumo calórico. OBJETIVO- Identificar os efeitos do treinamento físico aeróbio e da dieta de cafeteria submetidos após a lactação (21 dias) sobre parâmetros morfológicos e metabólicos apresentados pelo fenótipo adulto de ratos Wistar. MÉTODOS- Ratos Wistar machos com 21 dias foram submetidos ao consumo da dieta da cafeteria, que é altamente palatável e composta de alimentos como salsicha, mortadela, chips, bolacha, pão, marshmallow, associados a ração padrão, além da ingestão de refrigerante e água e treinamento físico aeróbio em esteira rolante por um período de 100 dias. Sendo assim, quatro grupos experimentais foram estudados: sedentário controle (SC-consumia a ração padrão e não realizava treinamento físico aeróbio), treinado controle (TC-consumia ração padrão e realizava treinamento físico aeróbio), sedentário cafeteria (SCa-consumia a dieta de cafeteria e não realizava treinamento físico aeróbio) e treinado cafeteria (TCa- consumia a dieta de cafeteria e realizava treinamento físico aeróbio). Após este período, as características apresentadas foram identificadas, como o peso corporal, a adiposidade, o diâmetro e o volume dos adipócitos, musculatura esquelética, glicemia, insulinemia e perfil lipídico plasmático, além do tecido adiposo marrom, glândulas adrenais e aspectos morfológicos e metabólicos do intestino delgado e do fígado. RESULTADOS E DISCUSSÃO- A dieta de cafeteria resultou num maior peso corporal, adiposidade, diâmetro e volume dos adipócitos, reduzida área de fibras musculares, além de alterações no perfil lipídico plasmático e uma tendência a apresentar resistência a insulina. Também ocorreu um aumento no peso do tecido adiposo marrom, assim como no seu conteúdo protéico e uma redução no conteúdo de catecolaminas produzidas pelas glândulas adrenais. O duodeno e o jejuno apresentaram um aumento na altura dos vilos e na profundidade das criptas e o fígado apresentou características macroscópicas e microscópicas identificado pela aparência esbranquiçada, desproporção em relação ao peso corporal, maior vacuolização e presença de inclusões lipídicas, indicando o possível desenvolvimento de um quadro de esteatose hepática não alcoólica. A respiração mitocondrial e a oxidação dos ácidos graxos por mitocôndrias isoladas dos hepatócitos demonstrou uma redução na respiração mitocondrial nos animais SCa e um aumento na oxidação do octanoil-CoA e do palmitoil-L-carnitina sob influência da dieta de cafeteria. O treinamento físico aeróbio promoveu uma redução efetiva do peso e da adiposidade, no diâmetro e volume das células adiposas, assim como um aumento na área das fibras musculares e melhoras significativas no perfil lipídico plasmático. Reduziu o conteúdo de proteínas no tecido adiposo marrom e estimulou a produção de catecolaminas pelas glândulas adrenais. Resultou em reduzida altura dos vilos e aumentou a espessura da túnica muscular no jejuno, além de controlar a infiltração lipídica hepática, assim como aumentou a respiração mitocondrial e a oxidação de ácidos graxos. CONCLUSÕES- Este trabalho vem a auxiliar para o entendimento da complexa rede que influencia o fenótipo pelos fatores ambientais, assim como propor um modelo de estudo pertinente aos danos associados ao padrão alimentar da sociedade moderna. Uma medida plausível no controle do avanço da adiposidade corporal e das alterações provocadas por este fenótipo também foi identificada, sendo um aumento no trabalho mecânico do organismo, a partir da lactação, extremamente efetivo. GENERAL ABSTRACT INTRODUCTION - The stability of the body weight and body composition for long time, in most cases, requires that the energy consumed is balanced with the energy spent, as an imbalance between these factors will result as a gain (imbalance directed to energy consumption) or a loss (imbalance directed to energy expenditure) of body weight. The factor that involves the amount of energy consumed by the body comes to diet, a process which is identified with the selection and intake of products that, according to the availability and preferences of taste, try organic meet the needs expressed by the hunger. For energy spent by the body, are present all forms of completion of work by the body, whether chemical, osmotic and / or mechanical, and the physical training aerobic covers an increase in energy expenditure of the body. The body weight involves not only a constituent thus acute changes in body weight may be originating from changes in any of these body constituent, but to deal with the changes in body weight as a result of energy imbalance, the study emphasizes is on the regulation of the mass of adipose tissue. To deal with the processes that could be involved in the development or related to obesity, some studies suggest that physiological processes of digestion and absorption of nutrients can be a contributing factor. In this line of study on digestive and absorptive processes, our focus has been the small intestine (duodenum and jejunum), whereas his study in obese animals has been the target of much interest, considering that it is responsible for the absorption of nutrients and signaling the SNC (brainstem and hypothalamus) for the maintenance of energy homeostasis and the efficient functioning of the system depends on the structural integrity of tissues. Another organ that suffers influences the pattern of diet and aerobic physical training is the liver, which presents itself characteristic for each type of component (be it a macronutrient, vitamins, minerals, medicines, among others) consumed. The liver is the primary organ in the interconversion of fats, carbohydrates and proteins between forms of storage or metabolism. Already the deal of fat during periods of storage in adipose cells, the balance of fats should be positive, ie exceeds the storage of fat oxidation. An increase in the mass of adipose tissue clear both from the increase in triacylglycerol deposition in adipocytes or the rate of lipolysis in adipocytes is less than the esterification of free fatty acids. This can occur due to excessive calorie consumption. AIM- Identify the effects of aerobic physical training and cafeteria diet submitted after lactation (21 days) on morphological and metabolic parameters presented by the phenotype of adult rats. METHODS- Male Wistar rats with 21 days were submitted to the consumption of the cafeteria diet, which is highly palatable and composed of foods such as sausage, bologna, chips, wafer, bread, marshmallow, associated with control diet, and the intake of soda and water and treadmill running aerobic physical training for a period of 100 days. Thus, four experimental groups were studied: sedentary control (SC-consumed a control diet and not realized aerobic physical training), trained control (TC-consumed control diet and performed aerobic physical training), sedentary cafeteria (SCaconsumed a cafeteria diet and not performed aerobic physical training) and trained cafeteria (TCa-consumed a cafeteria diet and performed aerobic physical training). After this period, the characteristics presented were identified as body weight, adiposity, the diameter and volume of adipocytes, skeletal muscle, blood glucose, plasma insulin and lipid profile in addition to the brown adipose tissue, adrenal glands and small intestine and liver morphology and metabolic characteristics. RESULTS AND DISCUSSION- A cafeteria diet resulted in a higher body weight, adiposity, adipocytes diameter and volume, reduced muscle fibers area, in addition to changes in plasma lipid profile and a tendency to insulin resistance. Also there was an increase in the weight of brown adipose tissue, in protein content and a reduction in catecholamines content produced by the adrenal glands. The duodenum and jejunum showed an increase in the villus height and crypts depth and liver showed macroscopic and microscopic characteristics identified by whitish appearance, disproportionate in relation to body weight, and presence of larger vacuolar lipids inclusions, indicating the possible development of a framework of non alcoholic hepatic steatosis. Mitochondrial respiration and oxidation of fatty acids by the mitochondria isolated hepatocytes showed a reduction in mitochondrial respiration in animals SCa and an increase in oxidation of octanoyl-CoA and palmitoyl-L-carnitine under influence of the diet of cafeteria. The aerobic physical training promoted a reduction of the effective weight and adiposity, in fat cells diameter and volume, as well as an increase in the area of muscle fibers and significant enhancements in the plasma lipid profile. Reduced the content of protein in brown adipose tissue and stimulated the production of catecholamines by the adrenal glands. Resulted in reduced villus height and increased the thickness of the muscle layer in the jejunum, and control lipid infiltration in the liver and increased the mitochondrial respiration and fatty acids oxidation. CONCLUSIONS- This work is to assist in the understanding of the complex network that influence the phenotype by environmental factors, as well as propose a model of study relevant to damage associated with the dietary pattern of modern society. One measure likely to control the progress of the body adiposity and the changes brought about by this phenotype was also identified, and an increase in the mechanical work of the body, from the milk, extremely effective. ÍNDICE BIOGRAFIA.................................................................................................................... i DEDICATÓRIA............................................................................................................. ii AGRADECIMENTOS.................................................................................................. iii EPÍGRAFE PROFISSIONAL..................................................................................... iv EPÍGRAFE PESSOAL................................................................................................. v APRESENTAÇÃO....................................................................................................... vi RESUMO GERAL....................................................................................................... vii GENERAL ABSTRACT.............................................................................................. x LISTA DE TABELAS.................................................................................................. 1 LISTA DE FIGURAS................................................................................................... 2 ARTIGO I....................................................................................................................... 3 TÍTULO.......................................................................................................................... 4 RESUMO........................................................................................................................ 5 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 6 MÉTODOS..................................................................................................................... 7 RESULTADOS............................................................................................................. 11 DISCUSSÃO................................................................................................................. 13 AGRADECIMENTOS................................................................................................. 25 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 26 TABELA E FIGURAS................................................................................................. 33 ARTIGO 2..................................................................................................................... 41 TÍTULO......................................................................................................................... 42 RESUMO....................................................................................................................... 43 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 44 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 45 RESULTADOS............................................................................................................. 49 DISCUSSÃO................................................................................................................. 51 AGRADECIMENTOS................................................................................................ 60 REFERÊNCIAS........................................................................................................... 61 TABELA E FIGURAS................................................................................................. 67 ARTIGO 3..................................................................................................................... 73 TÍTULO......................................................................................................................... 74 RESUMO....................................................................................................................... 75 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 76 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 77 RESULTADOS............................................................................................................. 82 DISCUSSÃO................................................................................................................. 84 AGRADECIMENTOS................................................................................................ 92 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 93 TABELA E FIGURAS................................................................................................ 97 ANEXOS......................................................................................................................105 LISTA DE TABELAS Artigo 1 Tabela 1. Características do consumo alimentar e consumo calórico e percentual de macronutrientes (CHO-carboidratos; PTA-proteínas; LIP-lipídeos) presentes............. 33 Tabela 2. Peso corporal e peso dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo dos animais........................................................................... 34 Tabela 3. Dados referentes ao diâmetro (µm) e volume (ρl) dos adipócitos isolados dos tecidos adiposos periepididimal (T.A.P.), retroperitonial (T.A.R.), mesentérico (T.A.M.) e subcutâneo (T.A.S.)..................................................................................................... 35 Tabela 4. Dados referentes área (µm2) das fibras musculares do músculo sóleo e gastrocnêmio dos animais............................................................................................... 37 Tabela 5. Dados referentes aos parâmetros plasmáticos dosados em jejum dos animais ........................................................................................................................................ 39 Tabela 6. Dados referentes à glicemia (mg/dl), teste de tolerância a glicose (ivGTT), teste de tolerância a insulina (ipITT) e insulinemia (ng/ml).......................................... 40 Artigo 2 Tabela 1. Distribuição diária dos alimentos oferecidos aos ratos dos grupos sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa)...................................................................... 67 Tabela 2. Características do consumo alimentar e consumo calórico e percentual de macronutrientes (CHO-carboidratos; PTA-proteínas; LIP-lipídeos) presentes............. 68 Tabela 3. Peso corporal e peso dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo dos animais........................................................................... 69 Tabela 4. Aspectos morfológicos do intestino delgado dos animais............................. 70 Tabela 5. Coeficiente de correlação (r) apresentado mediante a análise do comprimento do intestino delgado (ID) em relação ao peso corporal (P), tecido adiposo periepididimal (TAP), tecido adiposo retroperitonial (TAR), tecido adiposo mesentérico (TAM), tecido adiposo subcutâneo (TAS) e somatório dos tecidos adiposos (STA) dos animais......... 71 Tabela 6. Concentração protéica (mg/ml) e atividade enzimática (U/ml/h) da mucosa intestinal do duodeno e do jejuno................................................................................... 72 Artigo 3 Tabela 1. Características do consumo alimentar e consumo calórico e percentual de macronutrientes (CHO-carboidratos; PTA-proteínas; LIP-lipídeos) presentes.............. 97 Tabela 2. Respiração mitocondrial (nmoles O2/min. X mg de proteína) em mitocôndrias isoladas de fígado de ratos alimentados....................................................................... 101 Tabela 3. Valores referentes a razão ADP/O e a razão do controle respiratório (RC) de mitocôndrias de fígado de ratos alimentados............................................................... 102 Tabela 4. Valores referentes a oxidação mitocondrial de substratos da β-oxidação no fígado de ratos alimentados.......................................................................................... 103 Tabela 5. Dados referentes aos parâmetros plasmáticos dos animais.......................................................................................................................... 104 LISTA DE FIGURAS Artigo 1 Figura 1. Dados referentes ao (1A) peso do tecido adiposo marrom (mg/100g de peso corporal); e a (1B) quantidade de proteínas (em gramas) presente no tecido dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa)...................................................................... 36 Figura 2. Valores referentes ao (2A) peso das glândulas adrenais e (2C) ao conteúdo de catecolaminas total por glândula dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa)............................................................................................................................... 38 Artigo 3 Figura 1. Peso corporal (A) e o somatório dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo (B) dos animais animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa).................................................................................................. 98 Figura 2. Tecido hepático de ratos sedentários controle (SC) em A e C e sedentário cafeteria (SCa) em B e D. Em 2A e 2B imagem capturada com aumento de 10x demonstram morfologia geral evidenciando maior vacuolização no grupo SCa. H&E. Em 2C e 2D infiltração lipídica mais aparente no grupo SCa. Sudan III, imagen capturada com aumentos de 10x……………………………………………………..... 99 Figura 3. Percentual de infiltração lipídica no tecido hepático, visualizado pela técnica de coloração histoquímica Sudan III dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa)............................................................................................................................. 100 ARTIGO 1 Treinamento físico aeróbio e dieta de cafeteria: efeitos destes fatores ambientais após o desmame no fenótipo adulto. Felipe Natali Almeida*, Renato Tadeu Nachbar, Karina Natali de Almeida, Laureane Nunes Masi, Dionizia Xavier Scomparin, Gabriela Vasconcelos Rizo, Márcia do Nascimento Brito, Maria Raquel Marçal Natali. Departamento de Ciências Morfofisiológicas, Universidade Estadual de Maringá, Brasil. Endereço dos autores: Universidade Estadual de Maringá Departamento de Ciências Morfofisiológicas, bloco H-70, sala 107. Avenida Colombo, 5790. CEP: 87020-900 Maringá-PR/Brasil Fone: (44) 3261-3895 Fax: (44) 3261-4340 *Autor para correspondência: Fone: (44)-3305-0056 Fax: (44)-3261-4340 Endereço de e-mail: [email protected] Resumo A adiposidade recebe influências de fatores ambientais como o treinamento físico aeróbio e a dieta alimentar que atuam sobre o equilíbrio entre a quantidade de energia ingerida e gasta pelo organismo. As catecolaminas, assim como o tecido adiposo marrom estão envolvidas no controle do avanço da adiposidade que podem levar a desequilíbrios em diversos sistemas no organismo. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do treinamento físico aeróbio e da dieta de cafeteria introduzidos logo após o desmame no fenótipo adulto de ratos Wistar. Ratos machos após o desmame consumiram dieta de cafeteria (salsicha, mortadela, pão, bolacha, marshmallow, entre outros) e realizaram treinamento físico aeróbio em esteira rolante por um período de 100 dias. Foram feitas análises sobre a resposta do peso corporal, dos tecidos adiposos, diâmetro e volume dos adipócitos isolados, tecido muscular esquelético, tecido adiposo marrom, glândula adrenal, perfil plasmático e resistência à insulina. Os resultados apontaram para prejuízos ao organismo associados ao consumo da dieta de cafeteria, assim como uma resposta efetiva do treinamento físico aeróbio realizado após o desmame em diversos aspectos como no controle do peso e da adiposidade, perfil lipídico, conteúdo de catecolaminas e tecido muscular esquelético, mesmo com o consumo da dieta de cafeteria. Estes dados auxiliam no entendimento da rede de integrações ocorridas no organismo que regulam os parâmetros relacionados ao peso e a composição corporal, assim como as adaptações em decorrência de influências ambientais, possibilitando um novo caminho no combate do excesso de adiposidade, mediante alterações nos hábitos de vida ao longo do crescimento. Palavras-chave: crescimento, dieta alimentar, obesidade e treinamento físico. Introdução A manutenção de um peso corporal constante ocorre devido à integração de um complexo sistema que envolve mecanismos neurais, hormonais e químicos, mantendo o equilíbrio entre ingestão e perda energética dentro de limites precisamente regulados (Jéquier e Tappy, 1999). Quando ocorrem modificações nestes mecanismos, quadros clínicos relacionados a alterações no peso, como por exemplo, o sobrepeso e a obesidade, são encontrados, e estes por afetar tanto países desenvolvidos quanto países em desenvolvimento, são considerados problemas de saúde pública mundial (James et al., 2001; Popkin, 2006), que pode ser agravado, visto o crescente aumento deste quadro em crianças e adolescentes (Maziak et al., 2008). Modificações nos hábitos de vida com a inclusão de um reduzido consumo calórico associado a um aumento no gasto energético diário são eficientes medidas na prevenção e/ou no tratamento do sobrepeso e da obesidade, pois além de proporcionar ao organismo um déficit energético que levará a redução do peso corporal, também levam a resultados satisfatórios sobre outros âmbitos relacionados à saúde, como fortalecimento do sistema cardiovascular, alterações favoráveis na composição corporal, melhoras em relações a quadros de desordens metabólicas (como perfil lipídico e glicemia), entre outras (Kretschmer et al., 2005; Knopfli et al., 2008). Porém, estudos têm demonstrado que o perfil das populações em geral vai contra estas recomendações, observando aumento nos índices de inativos fisicamente (Varo Cenarruzabeitia et al., 2003) e no consumo de dieta alimentar inadequada (Popkin, 2006). O consumo da dieta de cafeteria por roedores associado a ração padrão é um modelo experimental para o estudo dos mecanismos e dos danos ao organismo provocados pelo maior aporte calórico, que em geral leva a um significante aumento no peso e na adiposidade corporal (Cesaretti e Kohlmann Jr, 2006). Além disso, o treinamento físico aeróbio em esteira por roedores também constitui uma forma de estudo de seus efeitos a este organismo, assim como sua influência sobre mecanismos presentes em quadros de adiposidade elevada (Hoydal et al., 2007). Entre estes mecanismos, podemos citar seus efeitos sobre as células adiposas (Guerra et al., 2007), a musculatura esquelética (Diaz-Herrera et al., 2001), a ação do tecido adiposo marrom, mediante a ação de proteínas desacopladoras (Saxton e Eisen, 1984; Argyropoulos e Harper, 2002), assim como a influência da ação simpática via a ação das catecolaminas epinefrina e norepinefrina (Scomparin et al. 2006). Associado a obesidade, também observamos o desenvolvimento de resistência à insulina nos tecidos e de um perfil lipídico inadequado, devido ao excessivo aumento no colesterol total, triglicérides, LDL, assim como uma redução no HDL, e tanto a dieta alimentar quanto o treinamento físico aeróbio influenciam estes parâmetros (Guerra et al., 2007; Rashid e Genest, 2007; Duarte et al., 2008). Desta forma, como poucos estudos procuraram submeter os modelos experimentais a quadros de dieta alimentar e de treinamento físico aeróbio no período pós-desmame, o objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do treinamento físico aeróbio e da dieta de cafeteria introduzidos logo após a lactação no fenótipo adulto de ratos Wistar. Métodos Animais Vinte e quatro ratos Wistar machos com 21 dias foram adaptados à esteira rolante e subdivididos aleatoriamente em quatro grupos, de acordo com as condições de dieta alimentar e treinamento físico realizadas: sedentário controle (SC), sedentário cafeteria (SCa), treinado controle (TC) e treinado cafeteria (TCa) seguindo o protocolo experimental até os 120 dias. Os animais foram alojados no biotério setorial do Departamento de Ciências Morfofisiológicas da Universidade Estadual de Maringá, em caixas de polipropileno (49X34X16cm) em grupos de 4 animais, conforme preconizado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), sob fotoperíodo (ciclo claro/escuro) de 12/12 horas (ciclo claro iniciando às 6 horas e ciclo escuro às 18 horas) controlado por timer Brasfort® e com temperatura (20 a 24ºC) também controlada. Todos os animais envolvidos na pesquisa foram pesados 2 vezes por semana em balança Filizola®. Todo o protocolo experimental que envolveu o uso de animais foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Estadual de Maringá (048/2006). Dieta alimentar Os animais dos grupos controle (SC e TC) foram alimentados com ração Nuvilab® (com composição seguindo as recomendações do National Research Council e National Institute of Health-USA) e água ad libitum. Em relação à alimentação, os grupos cafeteria (SCa e TCa) receberam uma dieta diferenciada dos grupos controle, de acordo com a tabela 1, disponibilizados conforme a quantidade consumida com livre acesso a água e refrigerante (Agius et al., 1980). Ocorreu o controle diário do consumo alimentar de ambos os grupos, sendo realizadas análises da quantidade de gramas, calorias e o percentual de macronutrientes consumidos. Treinamento físico O treinamento físico aeróbio dos animais dos grupos (TC e TCa) iniciou-se logo após o desmame (21 dias) e teve duração de 14 semanas, onde estes realizaram corrida em esteira ergométrica (Inbrasport®). O protocolo de treinamento (adaptado de Iwamoto et al., 1999) consistiu de cinco sessões semanais de treinamento partindo de uma velocidade inicial de aproximadamente 8,6 m/min por 15 minutos, com incrementos no tempo de corrida nas sessões posteriores até que chegasse à uma hora, quando se passou a alterar apenas a velocidade da corrida, que chegou até aproximadamente 20 m/min. Experimentos “in vivo” Teste de tolerância à glicose endovenoso (ivGTT) Aos 110 dias e após jejum de 12 horas, pela manhã, os animais foram pesados antes do início do teste e transferidos para uma sala reservada e preparada. Para iniciar o teste de tolerância a glicose (ivGTT), foi feito uma pequena incisão na cauda do animal para coleta da glicemia basal. Em seguida infundiu-se endovenosamente uma solução de glicose (0,3 g/mL de água destilada) na dose de 1 g/Kg de peso do animal. Após a administração da solução de glicose foram retiradas amostras de sangue da cauda do animal nos tempos 20 e 60 minutos. Teste de tolerância à insulina intraperitonial (ipITT) Para realização do teste de tolerância à insulina (ipITT) foram adotados os mesmo procedimentos iniciais do teste de ivGTT, porém após coleta da glicemia basal, foi aplicado na veia peniana uma injeção de 0,1 ml/100g de peso de uma solução de 100µl de insulina (100U)/10 ml de salina e foram feitas coletas de sangue nos tempos 4, 8, 15 e 20 minutos. Experimentos “ex vivo” Aos 120 dias os animais foram pesados e anestesiados com Tiopental sódico (40mg/Kg de peso corporal, i.p.) e após laparotomia mediana foram removidos diferentes tecidos. Tecido adiposo branco O tecido adiposo periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo foram removidos, pesados e os adipócitos foram isolados (modificado de Rodbell, 1964). Amostras dos diferentes tipos de tecido adiposo de cada animal foram colocadas em 4 ml de tampão digestivo (DMEM / HEPES 25 mM, soro albumina bovina fração V (BSA) a 4%, colagenase II 1,25 mg/ml, pH 7,4 a 37ºC). Em seguida as amostras foram fragmentadas com tesoura fina e incubadas por 30 minutos (37ºC) sob agitação constante (150 rpm em banho-maria de agitação orbital). Após a digestão, a amostra foi filtrada e lavada três vezes com 25 ml de tampão HEPES 20 mM contendo BSA a 1%, piruvato de sódio 1 mM, sem glicose, pH 7,4 e mantido a 37ºC (tampão EARLE/HEPES/BSA). Após a terceira lavagem, a suspensão celular foi colocada em lâmina histológica e realizada a análise morfométrica através da mensuração aleatória do diâmetro de 100 adipócitos/rato, através de um sistema de análise de imagem (Image-Pro Plus 4.5 – Media Cibernetics®). O volume do tecido adiposo branco foi calculado de acordo com a fórmula V=(π/6)xdiâmetro3/1000. Tecido adiposo marrom O tecido adiposo marrom da região cervical (interescapular) também foi removido, pesado, realizada a extração dos lipídeos e identificada à concentração protéica presente, pelo método de Folch (Folch et al., 1957) e determinada a quantidade de lipídios totais por gravimetria. Para isso o tecido adiposo marrom interescapular foi colocado em estufa para evaporação do conteúdo total de água e em seguida foi feita a extração dos lipídeos. A diferença entre o peso inicial e o peso de água e lipídeos extraídos fornece o conteúdo protéico do tecido. Músculo sóleo e gastrocnêmio Para avaliar a área das fibras musculares do músculo sóleo e gastrocnêmio, estes foram retirados e amostras foram fixadas em solução de Bouin, desidratadas em série de concentrações crescentes de álcool, diafanizadas em xilol e incluídas em parafina para realização de cortes histológicos transversais e semi-seriados, com espessura de 7 µm e posteriormente corados com Hematoxilina e Eosina (H.E.). Para análise morfométrica foram realizadas mensurações da área de 100 fibras por músculo, por animal mediante auxílio de um sistema de análise de imagem (Image-Pro Plus 4.5 – Media Cibernetics®). Glândulas adrenais Foram retiradas, dissecadas, lavadas com solução salina, pesadas e estocadas em solução de ácido acético 10% em temperatura de -20ºC para análise posterior do conteúdo total de catecolaminas. As catecolaminas foram dosadas pelo método de fluorescência do triindroxindol (Pollard et al., 1985). Os parâmetros utilizados no fluorômetro foram 420 nm de excitação e 510 nm para emissão. Perfil Plasmático Amostras do sangue foram retiradas para realização das dosagens de triglicérides, colesterol total, LDL e HDL, mediante Kit Gold Analisa®. A concentração plasmática do VLDL foi estimada de acordo com a fórmula VLDL=triglicérides/5. Também foi realizada a análise da insulinemia pelo método de radioimunoensaio (RIE), Kit RI-13K (insulina de rato, Linco Research Inc.). Análise estatística A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro Wilk com o auxílio do programa SPSS 13.0 (for windows) e posteriormente realizado testes de significância não-paramétricos (Kruskal-Wallis) e paramétricos One-Way Anova (Newman e Keuls) com um nível de significância de 5% (p<0,05) entre os grupos, além do teste de área sobre a curva, mediante a utilização do programa Graph Pad Prism 4.0®. Resultados Os dados referentes ao consumo alimentar dos grupos estão presentes na tabela 1. Identificamos um consumo calórico superior nos animais dos grupos SCa e TCa, assim como uma maior concentração de lipídeos e menor concentração de proteínas e carboidratos na dieta de cafeteria ao compararmos a dieta controle. O peso corporal dos animais, assim como o peso dos tecidos adiposos estão apresentados na tabela 2. Observamos maior peso corporal e maior adiposidade nos animais do grupo SCa em relação aos demais grupos, assim como o efeito do treinamento físico associado a dieta de cafeteria que reduziu tanto o peso corporal quanto os estoques dos tecidos adiposos nos animais do grupo TCa. Independente do treinamento físico, observamos efeito direto da alimentação sobre a adiposidade, conforme demonstrado pelos reduzidos tecidos adiposos nos grupos que consumiram a dieta controle (SC eTC). Identificamos um aumento no diâmetro e no volume das células adiposas (tabela 3) no grupo SCa em relação aos demais (p<0,05), independente do tecido adiposo analisado (periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo). Apesar do treinamento físico resultar em influência positiva em todos os tecidos analisados, sua ação se apresentou mais acentuada na região subcutânea. Em relação aos efeitos da dieta de cafeteria e treinamento físico sobre o tecido muscular (tabela 4), as análises da área das fibras musculares do sóleo demonstrou um aumento significativo em resposta ao treinamento físico aeróbio (TC e TCa) do que seus respectivos grupos sedentários (SC e SCa). Em contrapartida, no músculo gastrocnêmio apenas o grupo TC apresentou aumento na área da fibra muscular. O consumo da dieta de cafeteria também refletiu sobre o tecido adiposo marrom, com uma maior quantidade deste tecido presente nos animais dos grupos SCa e TCa, porém com uma concentração de proteína maior no grupo SCa (Figura 1). O peso das glândulas adrenais apresentou-se ligeiramente elevado nos animais TC, SCa e TCa em relação ao SC (Figura 2A). Porém, em relação à concentração total de catecolaminas presente nas mesmas, notamos um efeito estimulatório do treinamento físico (TC vs. SC e TCa vs. SCa) e um efeito supressor da dieta de cafeteria sobre o efeito estimulatório do treinamento físico conforme demonstrado pelo menor valor apresentado pelo grupo TCa em relação ao grupo TC (Figura 2B). Os parâmetros plasmáticos analisados são apresentados na tabela 5. Nota-se que o consumo da dieta de cafeteria resultou em aumento dos valores do triglicérides plasmático, assim como o sedentarismo, visto o maior valor apresentado pelos animais do grupo SC ao compará-lo com o grupo TC. Não foram encontradas diferenças entre os grupos na análise do colesterol total. Ocorreu efeito benéfico do treinamento físico sobre os valores de HDL, com os grupos TC e TCa (52,8±3,44 mg/dl e 41,00±2,63 mg/dl, respectivamente) com valores mais alto em relação aos grupos sedentários SC e SCa (25,66±2,20 mg/dl e 32,17±5,00 mg/dl, respectivamente) e efeito negativo do sedentarismo sobre o LDL (SC 66,00±1,66 mg/dl e SCa 59,75±2,65 mg/dl vs. TC 28,11±14,72 mg/dl e TCa 25,58± 7,65 mg/dl). Os animais do grupo TC (12,48±0,83 mg/dl) obtiveram os menores valores de VLDL ao compará-lo com os demais grupos. Em relação ao efeito antiaterogênico do treinamento físico, notamos uma diferença significativa entre os valores da razão colesterol total//HDL dos animais treinados em relação aos sedentários. Apesar dos valores de glicemia em jejum não apresentarem diferenças significativas, o teste de ivGTT apontou no grupo SCa, assim como o teste de ipITT apontou nos grupos SC e SCa um quadro de reduzida sensibilidade à insulina (tabela 6), no entanto a associação entre dieta equilibrada em seus macroconstituintes e treinamento físico aeróbio levaram aos melhores resultados, conforme apresentado pelo grupo TC. A insulinemia demonstrou um aumento no grupo SCa, enquanto reduzidos valores foram obtidos pelo grupo TC (tabela 6). Discussão O conceito de que a saúde do adulto é influenciada pelo seu desenvolvimento é antigo e provém desde os tempos de Hipócrates (Hanson e Gluckman, 2008). Discussões sobre problemas relacionados à exposição a condições inadequadas durante desenvolvimento fetal são constantes, porém os efeitos de um desequilíbrio em fatores ambientais resultantes da ingestão de alimentos não saudáveis e que apresentam uma constituição de macronutrientes inadequada, associada à reduzida atividade locomotora durante a infância e adolescência e as conseqüências na fase adulta foram pouco estudados. A estabilidade do peso corporal e da composição corporal por longos períodos de tempo, na grande maioria dos casos, requer que a energia consumida esteja equilibrada com a energia gasta, pois um desequilíbrio entre estes fatores terá como resultante um ganho (desequilíbrio direcionado ao consumo energético) ou uma perda (desequilíbrio direcionado ao gasto energético) de peso corporal (Jéquier e Tappy, 1999; Kretschemer et al., 2005). A análise da dieta alimentar consumida pelo grupos demonstrou que não ocorreram diferenças no consumo em gramas dos alimentos, porém os grupos cafeteria (SCa e TCa) apresentaram um excedente calórico superior ao dos grupos controle (SC e TC) e observamos que em relação a constituição de macronutrientes, a dieta de cafeteria se apresentou como hiperlipídica e com teor reduzido de proteínas e carboidratos ao compara-la com a dieta controle. Sendo assim, verificamos que o desequilíbrio na balança energética devido ao excedente calórico apresentado pela dieta de cafeteria durante os estágios de desenvolvimento pós-desmame resultou num fenótipo obeso na fase adulta, como observado pelo maior valor de peso corporal, peso dos tecidos adiposos, diâmetro e volume dos adipócitos apresentados pelos animais do grupo SCa. Em contrapartida, o simples aumento no gasto energético diário proporcionado pela prática regular de um programa de treinamento físico, conforme realizado pelo grupo TCa, resultou numa melhora na resposta destes parâmetros. A dieta de cafeteria incide negativamente sobre o peso corporal, conforme relatado em numerosos trabalhos (Segués et al., 1994; Kretschemer et al., 2005) e os efeitos do treinamento físico se apresentam de forma dual, sendo que há relatos que o gasto energético adicional promovido por um programa de treinamento físico leva a reduções significativas no peso corporal (Burke et al., 2006), porém outros descrevem que o treinamento físico sem o ajuste nutricional não promove efeitos significativos (Strasser et al., 2007). Neste estudo, demonstramos que o efeito da prática regular de treinamento físico iniciada após o desmame sobre o peso corporal proporcionou resultados mais satisfatórios do que ao iniciá-lo na fase adulta, visto que o peso corporal dos grupos SC e TC, que mantiveram uma dieta equilibrada ao longo de todo o procedimento experimental, foi similar ao dos animais do grupo TCa. Esta resposta não foi observada em trabalho anterior onde 3 meses de treinamento físico aeróbio em esteira rolante iniciado na fase adulta não foram suficientes para reduzir significativamente o peso corporal dos animais submetidos a dieta de cafeteria (Almeida et al., 2008). Ao caracterizarmos um fenótipo obeso, além do peso corporal que é constituído de diferentes tecidos devemos levar em consideração o tecido adiposo, visto que responde a alterações crônicas no desequilíbrio energético (Jequier e Tappy, 1999). Desta forma, também encontramos benefícios advindos de um período pós-desmame fisicamente mais ativo, devido as diferenças apresentadas pelos animais dos grupos SCa e TCa. Entretanto, constata-se que o fator alimentação é de fundamental importância em relação à adiposidade, pois mesmo na ausência do treinamento físico, o grupo SC obteve menores estoques dos tecidos adiposos se comparado ao grupo TCa e valores similares ao encontrado no grupo TC. A análise do diâmetro e volume dos adipócitos apresentou resultados similares aos encontrados nos estoques de tecido adiposo, porém uma aparente atividade lipolítica aumentada mediante a inclusão de treinamento físico ocorreu na região subcutânea (devido aos valores obtidos por TC e TCa), mas estudos complementares são necessários para confirmação deste dado. Ao invés de uma alimentação saudável, composta de alimentos nutricionalmente mais densos por apresentarem uma maior proporção de nutrientes por caloria ingerida, nota-se que as tendências de transições nutricionais ocorridas no final do século passado e início deste século em diferentes regiões do mundo convergem para uma dieta mais rica em gorduras (particularmente as de origem animal), açúcares e alimentos refinados (Monteiro et al., 2000). Esta mudança no padrão alimentar também foi citada por outros autores (LevyCosta et al., 2005; Popkin, 2006), além de pesquisas envolvendo especificamente crianças e adolescentes (Lima et al., 2005; Triches e Giuliani, 2005) demonstrando a importância de medidas intervencionistas com o intuito de educar os indivíduos mais jovens para que saibam se posicionar na escolha de seus hábitos alimentares. Apesar dos efeitos sobre o peso corporal e sobre o tecido adiposo serem dependentes do aporte calórico do indivíduo, o treinamento físico demonstra uma influência mais significativa quando passamos a analisar a musculatura esquelética. Estudos apontam que num processo de emagrecimento, quando compara-se o efeito do treinamento físico isolado, da dieta alimentar isolada ou da associação dos dois fatores, obtemos que o treinamento físico proporciona a manutenção da massa muscular (Hansen et al., 2007). Observamos importante efeito do treinamento físico aeróbio que proporcionou aos animais dos grupos TC e TCa uma hipertrofia das células do músculo sóleo, porém ao analisarmos o músculo gastrocnêmio, a resposta hipertrófica só foi observada no grupo TC. Esta resposta pode, em parte, ratificar o efeito do treinamento físico sobre a manutenção e/ou aumento da massa muscular seja em homens ou ratos, ressalte-se que a preservação da massa muscular é de fundamental importância num processo de controle da adiposidade, visto que é um tecido metabolicamente mais ativo (Hansen et al., 2007). O organismo apresenta formas de combater o excedente calórico. Em pequenos mamíferos (como ratos) e em recém-nascidos de mamíferos maiores (como humanos), está presente o tecido adiposo marrom que exerce atividade termogênica, mediante a ação de proteínas desacopladoras (UCP) que dissipa o gradiente de prótons da membrana mitocondrial interna, desacoplando a fosforilação oxidativa da síntese de ATP, produzindo apenas calor (Depieri et al., 2004). Observamos em nossa pesquisa um aumento no tecido adiposo marrom interescapular em resposta ao consumo da dieta de cafeteria, fato também relatado por Tulp et al. (1982), possivelmente na tentativa de dissipar o excedente energético elevado desta dieta, atuando no controle do avanço da adiposidade. Em nosso estudo, a realização de treinamento físico aeróbio após o desmame não promoveu diferenças no tamanho do tecido adiposo marrom ao compararmos os grupos SCa e TCa, assim como ao compararmos os grupos SC e TC. Estudos relatando a associação entre dieta de cafeteria e treinamento físico e a resposta do tecido adiposo marrom são pouco encontrados na literatura especializada, e aqueles que objetivaram estudar o efeito do treinamento físico sobre a resposta termogênica do tecido adiposo marrom apresentaram resultados conflitantes. Em estudo utilizando corridas em esteira 5 vezes por semana durante 9 semanas, foi encontrado uma redução significativa na massa do tecido adiposo marrom dos ratos treinados (Yamashita et al., 1993). O mesmo resultado foi obtido em outro estudo, mas com a utilização de corridas na esteira com inclinação (Nozu et al., 1992). Porém, em estudo posterior utilizando o mesmo tipo de protocolo de treinamento de Yamashita et al. (1993) não foram encontradas diferenças na massa do tecido adiposo marrom entre ratos treinados e não treinados (Segawa et al., 1998). Oh-ishi et al. (1996) demonstraram que o treinamento físico foi responsável por elevar a quantidade de tecido adiposo marrom aumentado à capacidade termogênica dos animais. Mas, ao analisarmos a quantidade de proteínas presente no tecido, o que podemos relacionar a uma maior propensão à dissipação do excedente energético, verificamos uma menor quantidade no grupo TCa comparado com o grupo SCa, levantando a questão de que o treinamento físico pode influenciar a atividade do tecido adiposo marrom, poupando os mecanismos de ação termorreguladora em decorrência de uma reduzida maquinaria para que estes processos ocorram. Muitos trabalhos buscaram identificar se o treinamento físico aeróbio seria capaz de influenciar a expressão genética e o conteúdo de UCP-1 (proteínas desacopladora presente em maior quantidade no tecido adiposo marrom). Novamente encontramos resultados conflitantes com autores relatando não haver efeitos sobre esta variável (Scarpace et al., 1994; Boss et al., 1998), reduzindo sua expressão (Nozu et al., 1992), aumentando sua expressão, porém sem efeito sobre o seu conteúdo (Segawa et al., 1998) e aumentando a expressão e o conteúdo (Oh-ishi et al., 1996), porém o possível efeito do treinamento físico iniciado na infância reduzindo sua quantidade não foi ainda observado em outros trabalhos. Outro fator analisado e que deve ser levado em consideração sobre o efeito da dieta e do treinamento físico no desenvolvimento de um fenótipo obeso é a ação destas variáveis sobre o sistema nervoso autônomo (SNA). Este sistema é um dos fatores chave na regulação do balanço energético e do armazenamento de gordura. Em humanos e em vários modelos experimentais de obesidade, uma alta atividade parassimpática e uma baixa atividade simpática têm sido observadas (Scomparin et al., 2006). Nossos resultados indicam um aumento das glândulas adrenais nos animais TC, SCa e TCa, mas a análise do conteúdo total de catecolaminas nestas glândulas demonstrou um aumento nos animais treinados (TC e TCa) quando comparado aos sedentários (SC e SCa), e com a dieta de cafeteria suprimindo o efeito do treinamento físico conforme demonstrado pelos menores valores apresentado pelo grupo TCa em relação ao grupo TC O treinamento físico é capaz de estimular a atividade do sistema nervoso simpático (Scheurink et al., 1992), além de estimular a liberação das catecolaminas epinefrina e norepinefrina armazenada na região medular da glândula adrenal (Scheurink et al., 1989). Porém, ratos obesos apresentam uma reduzida resposta do sistema nervoso simpático ao exercício quando comparado a roedores magros (Dubue et al., 1984; Runian, 1986). Obesos apresentam uma redução na concentração de catecolaminas e reduzido turnover da norepinefrina no tecido adiposo. Alguns autores indicam que estes resultados demonstram uma baixa atividade simpática que leva, em parte, a um reduzido gasto energético e reduzida atividade lipolítica (Scomparin et al., 2006). Além disso, ratos obesos mostram uma baixa concentração de catecolaminas plasmáticas (Leigh et al., 1992). O aumento do conteúdo de catecolaminas na glândula adrenal em decorrência de um programa de treinamento físico foi documentado por Jobidon et al. (1989). Em trabalho utilizando modelo de obesidade hipotalâmica, 15 minutos de natação, 3 vezes por semana, dos 21 aos 90 dias de vida foram suficientes para aumentar o conteúdo total de catecolaminas nas glândulas adrenais de camundongos obesos e magros (Scomparin et al., 2006). O treinamento físico também favorece a liberação das catecolaminas para circulação, aumentando a resposta do sistema nervoso simpático e, entre outros aspectos, a atividade lipolítica e a conseqüente redução dos estoques de tecido adiposo (McMurray e Hackney, 2005). Isto pode ser observado em nosso estudo, em decorrência dos menores diâmetros e volumes dos adipócitos das diferentes regiões estudadas dos animais treinados em relação aos seus grupos sedentários (TC vs. SC e TCa vs. SCa). Sendo assim, podemos atribuir à estimulação da atividade simpática como um dos meios que o treinamento físico aeróbio exerce seu efeito sobre o metabolismo. Porém, o efeito supressor da dieta de cafeteria no conteúdo total de catecolaminas não foi previamente relatado em literatura, indicando a presença desta característica adaptativa a inclusão da dieta de cafeteria pós-desmame e podendo ser um dos mecanismos que levaram ao aumento do diâmetro das células adiposas estudadas nos animais do grupo TCa em relação aos grupos controle. Efeitos deletérios desencadeados por hábitos alimentares inadequados e da inatividade física no perfil lipídico plasmático tem sido observados. Assim como na fase adulta, uma dieta com um alto teor lipídico durante a infância e adolescência também leva ao desenvolvimento de um perfil lipídico plasmático alterado. Valores elevados de triglicérides foram encontrados nos animais sedentários (SC e SCa), independente da dieta consumida, ao compará-los aos animais treinados (TC e TCa). Além disso, devemos salientar que associado ao triglicérides elevado, os animais sedentários (SC e SCa) apresentaram maiores valores de LDL e menores valores de HDL. Em relação ao VLDL, a associação entre dieta equilibrada e treinamento físico foi a mais eficiente com os animais do grupo TC apresentando os menores valores. Resultados semelhantes foram observados por Deshaies et al. (1983), ao submeterem ratos a um programa de treinamento físico com natação por 4 semanas e a uma dieta altamente palatável sobre as concentrações de colesterol total e de HDL, no qual identificaram aumentos significativos nas concentrações de HDL nos animais treinados, porém nenhuma influência sobre os valores de colesterol total. Em contrapartida, Cheik et al. (2006) identificaram melhoras significativas nas concentrações de colesterol total de ratos que consumiram dieta hipercolesterolêmica e realizaram treinamento físico por duas ou cinco vezes na semana, além de reduções no triglicérides e HDL. A melhora no perfil lipídico apresentado pelos animais treinados pode ser resultante de ajustes fisiológicos que contribuíram para uma menor reesterificação de ácidos graxos livres que ocorre principalmente no fígado e no tecido adiposo (Cheik et al., 2006). Entre estes ajustes podemos citar uma maior atividade da enzima lipase hormônio sensível (LHS) via AMPc (McMurray e Hachney, 2005), além de aumentar a capacidade oxidativa muscular dos ácidos graxos livres durante e após a realização do treinamento físico (Brooks e Mercier, 1994; Stich et al., 2000). Essas adaptações provenientes do treinamento físico sugerem um potencial efeito antiaterogênico uma vez que se levarmos em conta o índice aterogênico (Colesterol total/HDL), que é um bom marcador de doença coronariana, notamos valores significativamente maiores nos animais sedentários (SC e SCa) em relação aos treinados (TC e TCa). O efeito antiaterogênico do exercício físico também foi relatado por outros autores (Cheik et al., 2006; Ravi-Karin et al., 2006). Ainda sobre os efeitos do treinamento físico sobre a aterogênese, sabe-se que o tecido adiposo visceral é o depósito de gordura com maior potencial aterogênico, pois além de ser altamente adipocitogênico é mais sensível a lipólise e, consequentemente, quando ativado libera maior quantidade de ácidos graxos livres diretamente na veia porta, o que tende a aumentar a síntese endógena de lipoproteínas (Arner, 2003). Como em nosso estudo observamos menores valores de tecido adiposo visceral nos animais dos grupos TC, SC e TCa, e os animais do grupo SC apresentaram altos valores de LDL e baixos de HDL, podemos inferir que além do tecido adiposo visceral, a inatividade física surge como uma variável primária no desenvolvimento de dislipidemias, pois este perfil também é aparente nos animais SCa. O treinamento físico reduzindo as concentrações de LDL também foi demonstrado em outro estudo, porém utilizando a natação em diferentes volumes (4 ou 6 dias por semana durante 20, 40 ou 60 minutos) e em diferentes intensidades (baixa, moderada e alta) (Ravi-Karin et al., 2006). Este decréscimo nas concentrações de LDL mediante a prática de exercícios físicos também foi observado em humanos (LeMura et al., 2000). Importante ressaltar que além dos efeitos do treinamento físico interferindo no perfil lipídico via redução dos estoques de tecido adiposo visceral, alguns autores (Campaigne et al., 1993; Cheik et al., 2006) observaram que um aumento da atividade enzimática da enzima lecitina colesterol acil transferase (LCAT), do receptor HDL, além do aumento na concentração do HDL possa ser outros fatores responsáveis pela melhora no perfil lipídico. Outro parâmetro plasmático analisado foi à glicemia em jejum dos animais, porém apesar de não ocorreram diferenças entre os grupos, observamos uma propensão a um quadro de resistência a insulina nos animais SCa devido aos maiores valores da área sobre a curva no teste de tolerância a glicose em contrapartida aos menores valores encontrados para os animais do grupo TC. Esses valores indicam que para uma mesma concentração de glicose circulante, os animais do grupo SCa demoraram mais para retirarem-na da circulação, e como na grande maioria dos tecidos este processo é dependente da sinalização da insulina, a reduzida sensibilidade a este hormônio seria a provável causa. Estes dados estão de acordo com os valores encontrados no teste de tolerância a insulina, porém neste teste, os animais SC, além do SCa, também apresentaram valores elevados, em relação aos baixos valores apresentados por TC e TCa. O teste de tolerância à insulina pode ser um indicativo da sensibilidade tecidual a insulina, visto que para uma mesma quantidade de insulina, quanto maior a área sobre a curva, menor será a sensibilidade. Estes valores indicam que uma maior concentração de insulina circulante seria necessária para a manutenção da glicemia, principalmente no grupo SCa, confirmado pela análise da insulinemia que se apresentou elevada no grupo SCa em relação aos baixos valores e conseqüente melhor responsividade à insulina apresentada pelo grupo TC. Em estudo utilizando um modelo de obesidade induzida por glutamato monossódico (MSG), os animais obesos apresentaram maiores valores de área sobre a curva no ITT, com os animais treinados (MSG e controle) obtendo as melhores respostas (Souza et al., 2003), demonstrando os efeitos da adiposidade sobre a sensibilidade insulínica, assim como um efeito benéfico do treinamento físico. O treinamento físico aeróbio é conhecido como uma importante medida terapêutica utilizada tanto no tratamento quanto na prevenção da obesidade e diabetes tipo II, por proporcionar a redução na adiposidade, assim como proporcionar uma maior responsividade à insulina em diferentes tecidos (Peres et al., 2005). Concluímos neste estudo que o consumo da dieta de cafeteria no período pós lactação leva ao desenvolvimento de um fenótipo adulto inadequado com a presença de diversas características que não estão de acordo com o bom funcionamento do organismo, ratificando a importância do equilíbrio no consumo alimentar. Além de características fenotípicas, seu consumo ao longo do crescimento influenciou mecanismos de resposta do organismo devido ao excedente energético, que favorecem o acúmulo de adiposidade. O treinamento físico aeróbio quando iniciado no período pós lactação proporciona melhoras satisfatórias sobre o fenótipo obeso originado pelo consumo da dieta de cafeteria, seja este parâmetro morfológico ou plasmático, além de poupar a ação do tecido adiposo marrom, visto que se apresenta como um mecanismo de consumo do excedente energético, além de promover uma ação estimulatória sobre a produção de catecolaminas nas glândulas adrenais predispondo o organismo a redução da adiposidade. Estes dados auxiliam no entendimento da rede de integrações ocorridas no organismo que regulam os parâmetros relacionados ao peso e a composição corporal, assim como as adaptações em decorrência de influências ambientais proporcionando novas possibilidades no controle do avanço da incidência de sobrepeso e obesidade. Agradecimentos Agradecemos ao auxílio técnico dos laboratórios de Fisiologia, Histotécnica Animal e Biologia Celular da Secreção da Universidade Estadual de Maringá. 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Características do consumo alimentar e consumo calórico com valores expressos como média±EPM e percentual de macronutrientes (CHO-carboidratos; PTAproteínas; LIP-lipídeos) presentes nas dietas dos animais pertencentes aos grupos controle (SC e TC) e grupos cafeteria (SCa e TCa). (n=6) Consumo(g) Consumo(Kcal) CHO (%) PTA (%) LIP (%) SC 26,44±0,48a 73,40±1,47a 61 26,8 12,2 TC 27,10±0,28a 75,89±0,78a 61 26,8 12,2 SCa 24,29±0,38a 85,76±1,52b 43,4 12,14 44,46 TCa 23,65±0,36a 82,49±1,27b 43,8 12,5 43,7 Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) Tabela 2. Peso corporal e peso dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. O peso dos tecidos adiposos está representado em g/100g de peso corporal. (n=6) SC TC SCa TCa 421,57±8,23a 396,67±5,71a 464,93±7,50b 410,13±7,78a T.A. periepididimal 0,92±0,09a 0,84±0,07a 1,57±0,14b 1,25±0,10c T.A. retroperitonial 1,44±0,13a 1,27±0,12a 2,47±0,47b 2,09±0,07c T.A. mesentérico 1,08±0,10a 0,83±0,07a 1,54±0,07b 1,13±0,11a T.A. subcutâneo 0,34±0,04a 0,35±0,04a 0,58±0,04b 0,45±0,03a Somatório dos tecidos 3,79±0,30a 3,29±0,27a 6,17±0,23b 5,02±0,23c Peso corporal Valores seguidos de letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) Tabela 3. Dados referentes ao diâmetro (µm) e volume (ρl) dos adipócitos isolados dos tecidos adiposos periepididimal (T.A.P.), retroperitonial (T.A.R.), mesentérico (T.A.M.) e subcutâneo (T.A.S.) dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. (n=6). SC TC SCa TCa Diâmetro T.A.P. 152,62±0,66a 146,00±0,55b 200,00±0,90c 168,00±0,50d T.A.R. 169,00±0,70a 154,00±0,74b 195,00±0,59c 171,00±0,94a T.A.M. 124,66±0,69a 113,03±1,80b 162,13±3,16c 138,98±1,57d T.A.S. 134,65±0,65a 119,85±0,56b 166,99±1,28c 123,45±0,94d Volume T.A.P. 1861,37±0,09a 1623,02±0,06b 4170,71±0,22c 2460,95±0,46d T.A.R. 2509,11±0,13a 1898,80±0,15b 3908,07±0,06c 2606,80±0,21d T.A.M. 1014,35±0,12a 756,00±2,14b 2231,32±9,89c 1405,84±1,41d T.A.S. 1278,23±0,09a 900,98±0,06b 2438,29±0,75c 985,03±0,24d Valores seguidos de letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) A 0.15 b a b 0.10 a B b 100 c ac a (g) (mg/100g de peso corporal) 200 0.05 0 SC TC SCa TCa 0.00 SC TC SCa TCa Figura 1. Dados referentes ao (1A) peso do tecido adiposo marrom (mg/100g de peso corporal); e a (1B) quantidade de proteínas (em gramas) presente no tecido dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). Tabela 4. Dados referentes área (µm2) das fibras musculares do músculo sóleo e gastrocnêmio dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. (n=6) SC TC SCa TCa M. Sóleo 400,21±11,83a 436,32±29,98a 337,78±9,01b 417,78±17,52a M. Gastrocnêmio 403,65±20,31a 561,90±44,95b 443,49±29,21ac 466,54±24,39c Valores seguidos de letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) 0.7 0.6 A a b b b 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 SC TC SCa TCa µg de catecolaminas / glandula mg de adrenal/ 100g de peso corporal 0.8 8 B b 7 6 5 a a c 4 3 2 1 0 SC TC SCa TCa Figura 2. Valores referentes ao (2A) peso das glândulas adrenais e (2C) ao conteúdo de catecolaminas total por glândula dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). Tabela 5. Dados referentes aos parâmetros plasmáticos dosados em jejum de dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores (mg/dl) estão expressos como média±EPM. (n=6). SC TC SCa TCa TG 98,00±13,50a 64,41±4,15b 105,16±13,99a 84,90±7,66b CT 80,83±1,42a 85,00±7,97a 72,93±4,57a 70,60±3,68a HDL 25,66±2,20a 52,80±3,84b 32,17±5,00a 41,00±2,63b LDL 66,00±1,63a 28,11±14,72b 59,75±2,45a 46,37±7,66b VLDL 19,60±2,70a 12,48±0,83b 21,03±2,66a 18,21±1,76a CT/HDL 3,31±0,20a 1,69±0,18b 2,75±0,28a 1,73±0,07b Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) Tabela 6. Dados referentes à glicemia (mg/dl), teste de tolerância a glicose (ivGTT), teste de tolerância a insulina (ipITT) e insulinemia (ng/ml) dos dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. (n=6) Glicemia ivGTT ipITT Insulinemia SC 99,10±12,23a 7185,00±445,68a 1962,14±58,53a 3,75±0,68a TC 107,17±6,49a 6565,00±369,12a 1587,11±57,72b 1,61±0,18a SCa 105,62±16,16a 8062,00±373,96b 1813,67±34,38a 4,46±1,16a TCa 120,99±3,09a 7502,00±164,58ab 1575,86±26,23b 2,98±0,42a Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) ARTIGO 2 Fenótipo obeso adulto: adaptações do intestino delgado ao consumo da dieta de cafeteria e a realização do treinamento físico aeróbio em ratos após o desmame. 1 Felipe Natali Almeida, 1Karina Natali de Almeida, 2Rosane Marina Peralta, 1Maria Raquel Marçal Natali. 1 Departamento de Ciências Morfofisiológicas, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil e 2Departamento de Bioquímica, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil. Endereço para correspondência: Nome: Felipe Natali Almeida Local: Universidade Estadual de Maringá Cidade: Maringá País: Brasil Fone: (44)3305-0056 Fax: (44) 3261-4340 Endereço de e-mail: [email protected] Resumo Introdução: A dieta alimentar e o treinamento físico aeróbio influenciam diversos aspectos do organismo, entre eles relata-se que o intestino delgado apresente características morfológicas e metabólicas que podem se adaptar a fatores ambientais. O presente estudo buscou identificar os efeitos do consumo da dieta de cafeteria e do treinamento físico aeróbio em ratos a partir dos 21 dias por um período de 100 dias sobre os parâmetros morfológicos e metabólicos do duodeno e jejuno. Metodologia: Ratos machos com 21 dias foram submetidos a uma dieta de cafeteria constituída de alimentos como salsicha, bolacha, mortadela, pão, entre outros e treinamento físico aeróbio em esteira rolante até completarem 120 dias. Foram analisados peso corporal, tecidos adiposos, aspectos morfológicos do duodeno e jejuno, assim como a atividade enzimática da sacarase, maltase, β-galactosidase, lípase e fosfatase alcalina de ambos os segmentos. Resultados: Foi observado associação direta entre o consumo da dieta de cafeteria com aumento no peso corporal e na adiposidade que podem receber influências significativas do treinamento físico aeróbio que atua reduzindo estes parâmetros. Ocorreu aumento na altura dos vilos em ambos os segmentos em resposta ao consumo da dieta de cafeteria, assim como efeitos do treinamento físico sobre a altura dos vilos, profundidade das criptas e a espessura da túnica muscular do jejuno. A concentração protéica, assim como a atividade das enzimas analisadas de ambos os segmentos não apresentaram diferenças. Conclusão: O intestino delgado, que é responsável pela absorção dos nutrientes provenientes da dieta alimentar, apresentou características morfológicas que podem favorecer o desenvolvimento do fenótipo obeso ao mesmo tempo em que pode ter desenvolvido mecanismos adaptativos no intuito de equilibrar o excedente energético fornecido pela dieta. Palavras-chave: dieta hiperlípidica, mucosa intestinal, treinamento físico, obesidade. Introdução A manutenção de um peso corporal constante é decorrente do equilíbrio entre a ingestão alimentar e o gasto energético do organismo. Quando este equilíbrio é perdido ocorrem alterações que podem reduzir o peso corporal, quando o gasto é maior que o consumo, ou elevar o peso corporal, quando o consumo supera o gasto energético1. A dieta alimentar e a atividade física são hábitos de vida que influenciam o equilíbrio energético e quando realizados de forma incorreta podem levar ao desenvolvimento do excesso de peso2,3,4. O sobrepeso e a obesidade são considerados grandes problemas de saúde pública na maioria dos países do mundo, com um aumento no número de crianças5 e adolescentes3 que apresentam este mesmo problema, resultante, principalmente, da exposição a fatores ambientais inadequados, tais como uma dieta com alta densidade energética e inatividade física. Assim, os efeitos da inclusão destes hábitos inadequados em diferentes estágios do desenvolvimento e o conseqüente fenótipo apresentado na fase adulta têm sido estudados6-9. O consumo de uma alimentação adequada associada ao treinamento físico ao longo do desenvolvimento pós-desmame tendem a resultar num fenótipo adequado quando adulto. Porém, ao trocarmos estes dois hábitos saudáveis pelo consumo excessivo de alimentos com alto teor de calorias por grama consumida e pela reduzida prática de exercícios físicos tendemos ao desenvolvimento de um fenótipo obeso. Diversas alterações em diferentes aspectos do organismo podem levar ao desenvolvimento ou ao favorecimento de um quadro de excesso de peso e adiposidade na fase adulta visto que diversos sistemas podem receber influência do ambiente externo e se adaptar a elas, incluindo o sistema gastrointestinal10-13. Existem evidências de que alterações no trato gastrointestinal e nos processos fisiológicos da digestão podem ser fatores significantes no desenvolvimento de um quadro de excesso de peso e de aumento na adiposidade12. Há relatos da influência da dieta alimentar sobre o comprimento do intestino delgado10, sobre a efetividade da absorção de nutrientes13, alteração da atividade enzimática nos enterócitos em resposta ao aumento na concentração de lipídeos14, carboidratos15 e proteínas16, assim como sobre aspectos morfológicos como a altura dos vilos e profundidade das criptas17. Sobre o efeito do treinamento físico, o seu efeito sobre a espessura da túnica muscular e sobre as estruturas celulares da mucosa e da túnica muscular em íleo de ratos18, assim como um aumento na contratilidade da túnica muscular19 foi observado. Dados em relação aos segmentos duodeno e jejuno e sua relação com o treinamento físico aeróbio são pouco encontrados na literatura especializada. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi identificar os efeitos do consumo da dieta de cafeteria e do treinamento físico aeróbio em ratos a partir dos 21 dias por um período de 100 dias sobre os parâmetros morfológicos e metabólicos do duodeno e jejuno. Material e metódos Animais Vinte e quatro ratos Wistar machos com 21 dias foram adaptados à esteira rolante e subdivididos aleatoriamente em quatro grupos, de acordo com as condições de dieta alimentar e treinamento físico realizadas: sedentário controle (SC), sedentário cafeteria (SCa), treinado controle (TC) e treinado cafeteria (TCa) seguindo o protocolo experimental até os 120 dias. Os animais foram alojados no biotério setorial do Departamento de Ciências Morfofisiológicas da Universidade Estadual de Maringá, em caixas de polipropileno (49X34X16cm) em grupos de 4 animais, conforme preconizado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), sob fotoperíodo (ciclo claro/escuro) de 12/12 horas (ciclo claro iniciando às 6 horas e ciclo escuro às 18 horas) controlado por timer Brasfort® e com temperatura (20 a 24ºC) também controlada. Todos os animais envolvidos na pesquisa foram pesados 2 vezes por semana em balança Filizola®. Todo o protocolo experimental que envolveu o uso de animais foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Estadual de Maringá (17/2007). Dieta alimentar Os animais grupos controle (SC e TC) foram alimentados com ração Nuvilab® (com composição seguindo as recomendações do National Research Council e National Institute of Health-USA) e água ad libitum. Em relação à alimentação, os grupos cafeteria (SCa e TCa) receberam uma dieta diferenciada dos grupos controle, de acordo com a tabela 1, disponibilizados conforme a quantidade consumida com livre acesso a água e refrigerante20. Ocorreu o controle diário do consumo alimentar de ambos os grupos, sendo realizadas análises da quantidade de gramas, calorias e o percentual de macronutrientes consumidos. Treinamento físico O treinamento físico aeróbio dos animais dos grupos (TC e TCa) iniciou-se logo após o desmame (21 dias) e teve duração de 14 semanas, onde os estes realizaram corrida em esteira ergométrica (Inbrasport®). O protocolo de treinamento, adaptado de Iwamoto et al.22 consistiu de cinco sessões semanais de treinamento partindo de uma velocidade inicial de aproximadamente 8,6 m/min por 15 minutos, com incrementos no tempo de corrida nas sessões posteriores até que chegasse à uma hora, quando se passou a alterar apenas a velocidade da corrida, que chegou até aproximadamente 20 m/min. Coleta dos tecidos Aos 120 dias os animais em estado alimentado foram pesados, anestesiados com Tiopental sódico (40 mg/Kg de peso corporal, i.p.), e realizado laparotomia mediana para retirada dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérica e subcutânea e do intestino delgado. Os tecidos adiposos foram pesados e o comprimento do intestino delgado foi mensurado a partir do piloro até a junção ileocecal. Análises histológicas Amostras de aproximadamente 5 cm do duodeno e do jejuno foram fixadas em Bouin, desidratadas em série de concentrações crescentes de álcool, diafanizadas em xilol e incluídas em parafina para realização de cortes histológicos semi seriados de 7 µ m posteriormente corados com Hematoxilina e Eosina (H.E.). Foi avaliada a altura de 90 vilos e a profundidade de 90 criptas por animal e a espessura da túnica muscular em 60 pontos aleatórios por animal, através das imagens obtidas mediante auxílio de um sistema de análise de imagem (Image-Pro Plus 4.5 – Media Cibernetics®). Dosagem da concentração de proteínas A concentração protéica presente no duodeno e jejuno foi analisada segundo o método de Bradford22. Para isto, 250µl da amostra foi incubada com 2,5ml de reagente de Bradford em temperatura ambiente por cinco minutos e a leitura da absorbância feita em 595nm. Análises enzimáticas intestinais Amostras de duodeno e jejuno foram congeladas em nitrogênio líquido e mantidas em freezer a – 70ºC. Posteriormente os segmentos foram recortados e macerados com areia tratada, suspendidas em 4ml de tampão fosfato de sódio 50mM, pH 6,5 e centrifugadas por 15 minutos em 4ºC a 4000rpm. O sobrenadante foi a amostra utilizada. Sacarase: 1ml do substrato sacarose 1% em tampão fosfato 50mM, pH 6,5, com 100µl da amostra foi incubada em banho-maria por 60 minutos em temperatura de 40°C. A reação foi interrompida pela adição de 200µL de ácido 3, 5-dinitrosalicílico, fervido por 5 minutos e a adição de 2ml de água destilada. As leituras das absorbâncias foram realizadas em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 540nm23. β-galactosidase: 100µl da amostra foi incubada em banho-maria a 40ºC com 500µ l de substrato (θ-nitrofenil β-D-galactopiranosideo em tampão fosfato 50mM, pH 6,5). Após 30 minutos a reação foi interrompida pela adição de 2ml de tetraborato de sódio saturado. As leituras das absorbâncias foram realizadas no comprimento de onda de 410nm24. Maltase: foi incubado em banho-maria 2ml de substrato maltose 1% em tampão fosfato 50mM pH 6,0 com 200µl da amostra por 60 minutos a 40°C. A reação foi interrompida por 5 minutos de fervura do material. Para determinar a quantidade de glicose liberada, foi utilizado o Kit Labtest®. As leituras das absorbâncias foram realizadas em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 505nm25. Lipase: Preparou-se um substrato composto por uma diluição de 1:9 das soluções A e B (constituídas de (A) 10ml de ρ-nitrofenilpalmitato dissolvido em isopropanol para uma concentração de 3mg/ml e (B) 50ml de tampão fosfato 0,1M pH 7,0 e 0,2ml de Triton-X100 e 0,05g de goma arábica). Foi incubado 900µl de substrato com 100µ l da amostra por 30 minutos a 37°C. A reação foi interrompida pela adição de 2ml de tetraborato de sódio saturado e as leituras de absorbâncias realizadas contra o branco e em seguida com as amostras em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 410 nm26. Fosfatase alcalina: 100µl da amostra foi incubado por 30 minutos a 37ºC com 500µ l de substrato (4-nitrofenil fosfato em tampão Tris 50mM pH 8,0). Para parar a reação foi adicionado 2ml de tetraborato de sódio saturado e a leitura das absorbâncias foram realizadas para um comprimento de onda de 410nm24. Análise estatística A normalidade dos dados foi identificada mediante o teste de Shapiro Wilk. Os dados normais foram analisados mediante a utilização do teste One-Way Anova (Newman e Kewls) com um nível de significância de 5% (p<0,05) entre os grupos e pela utilização do coeficiente de correlação de Pearson. Os dados não-normais foram analisados mediante o teste de Kruskal-Wallis e o coeficiente de correlação de Spearman. As análises foram realizadas com o auxílio dos programas Graph Pad Prism 4.0® e SPSS 13.0 (for windows). Resultados Dados referentes ao consumo alimentar e percentual de macronutrientes na dieta dos diferentes grupos são apresentados na tabela 2. Verificamos que não ocorreu hiperfagia devido ao consumo da dieta de cafeteria e que o excedente energético foi provocado por um maior consumo calórico. Ao estimar o percentual de macronutrientes das dietas, verificamos que a dieta de cafeteria caracterizou-se como hiperlipídica, pois cerca de 44,46% e 43,70% do consumo alimentar dos animais SCa e TCa, respectivamente, foram provenientes deste macronutriente. Além disso, esta dieta se apresentou de forma hipoprotéica, 12,14% e 12,5%, para SCa e TCa, respectivamente. A tabela 3 apresenta o peso corporal final dos animais e o peso dos tecidos adiposos dos diferentes grupos. Verificou-se o efeito negativo da dieta de cafeteria e da ausência do treinamento físico regular ao longo do desenvolvimento pós-desmame sobre o equilíbrio no balanço energético, conforme demonstrado pelo maior peso corporal e dos tecidos adiposos do grupo SCa. Também observamos um efeito positivo do treinamento físico iniciado logo após o desmame (21 dias) no controle do peso corporal e da adiposidade dos animais do grupo TCa. Em relação aos grupos que consumiram a dieta controle (SC e TC), não foram identificadas diferenças significativas entre eles nestes parâmetros. Independente do grupo, não foram observadas diferenças no comprimento do intestino delgado (tabela 4). Em relação às análises histológicas do duodeno (tabela 4) observamos um aumento significativo na altura dos vilos e da profundidade das criptas nos animais que consumiram dieta de cafeteria (SCa e TCa), independente da realização do treinamento físico. Estes dados são confirmados pela razão vilo/cripta mantida para este segmento. O padrão demonstrado no duodeno se repetiu no jejuno (tabela 4) com relação à altura dos vilos, sendo os maiores valores identificados nos animais dos grupos SCa e TCa quando comparados aos animais SC e TC. Entretanto, observou-se influência do treinamento físico sobre as vilosidades do jejuno, que se apresentavam maiores no grupo TC em relação a SC e reduzidas no grupo TCa em relação ao grupo SCa. A profundidade das criptas (tabela 4) demonstrou valores superiores nos animais treinados (TC e TCa) em relação aos sedentários (SC e SCa). A razão vilo/cripta apresentou-se de maneira elevada no jejuno dos animais SCa. As espessuras das túnicas musculares no duodeno e jejuno, revelando aumento significativo nos animais treinados (TC e TCa) em relação a seus respectivos grupos sedentários (SC e SCa) no jejuno. A influência do treinamento físico sobre a espessura da túnica muscular no duodeno ocorreu apenas no grupo TCa em relação ao grupo SCa (tabela 4). As correlações entre o comprimento do intestino e o peso corporal e com a adiposidade se encontram na tabela 5. Não foi observado correlação entre o comprimento do intestino com o peso corporal (com exceção do grupo TC), porém foi identificada a presença de correlação entre o comprimento do intestino com a adiposidade nos animais sedentários, independente da dieta consumida (SC e SCa). As concentrações protéicas presentes no jejuno e no duodeno estão demonstradas na tabela 6, não havendo diferenças significativas entre os grupos em ambos os segmentos. Também não foi observada diferença na atividade enzimática em decorrência do consumo da dieta de cafeteria e nem em decorrência da realização do treinamento físico, nas enzimas maltase, sacarase, β-galactosidade, lipase e fosfatase alcalina (tabela 6). Discussão O intestino delgado, assim como outros tecidos no organismo, sofre alterações estruturais e funcionais durante o desenvolvimento e com o avançar da idade que podem ser potencializadas ou reduzidas de acordo com as influências do ambiente externo27,28. Sendo assim, buscamos identificar as alterações ocorridas neste tecido mediante a exposição dos animais à dieta de cafeteria e treinamento físico durante o desenvolvimento pós-desmame até os 120 dias de vida e sua relação com alterações na composição corporal. Aspectos quantitativos e qualitativos das condições nutricionais apresentados no período pós-desmame pode levar a efeitos permanentes no peso e na composição corporal11. A dieta de cafeteria é um modelo experimental aplicado em roedores com o intuito de aumentar o consumo calórico20 possibilitando analisar os efeitos da dieta alimentar industrializada sobre o organismo e que, em geral, ocasiona um aumento acentuado no peso e na adiposidade dos animais a ela submetida, com exceção dos organismos resistentes13. Em nosso estudo, a dieta de cafeteria não resultou em aumento na quantidade de alimento consumido (hiperfagia), mas promoveu um excedente calórico nos grupos SCa e TCa. Os animais dos grupos cafeteria que não realizaram treinamento físico (SCa) apresentaram um aumento acentuado no peso corporal e nos estoques de tecido adiposo. Como nos animais que consumiram dieta controle (SC e TC) os estoques de tecido adiposo foram significativamente menores em relação aos animais dos grupos SCa e TCa, independentemente da realização do treinamento físico, podemos considerar que o excedente calórico da dieta alimentar foi o fator primordial no avanço da adiposidade, visto que são os estoques de tecido adiposo que respondem, principalmente, a exposição crônica a uma condição de excesso de calorias29. Nossos resultados demonstraram que o treinamento físico em esteira (corridas), numa intensidade moderada e volume de uma hora por dia e cinco sessões semanais iniciado no pós desmame para ratos foi eficaz no controle do peso corporal, independente do excedente calórico e, em relação à adiposidade, promoveu respostas positivas, mas não tão satisfatórias quanto à apresentada pelos animais dos grupos controle (SC e TC) nos animais do grupo TCa. Os efeitos do treinamento físico sobre o peso corporal e a adiposidade em indivíduos que apresentaram um consumo calórico elevado, em geral, respondem diferentemente de acordo com a intensidade e volume de treinamento utilizado30,31. Em trabalho anterior32 não foi observado a eficácia do treinamento físico no peso e na composição corporal com este iniciado na fase adulta. Desta forma, temos um novo parâmetro que deve ser levado em consideração, a fase do desenvolvimento no qual foi inserido o treinamento físico. Resposta semelhante ao nosso estudo foi observada por Scomparin et al.33 com inclusão do treinamento físico após o desmame sobre o peso corporal e a adiposidade, porém em camundongos com obesidade hipotalâmica. A ingestão dos macronutrientes demonstrou um equilíbrio adequado entre carboidratos, proteínas e lipídeos na dieta controle, enquanto a dieta de cafeteria apresentou uma maior concentração de lipídeos e uma concentração de carboidratos e proteínas inferiores quando comparada à dieta controle. Estas variações podem levar a efeitos importantes em todo o organismo do animal, como por exemplo, no aumento da adiposidade em resposta ao alto teor lipídico35 e, em alterações no intestino delgado que respondem de forma diferenciada a dieta a qual ele é exposto com mudanças nas secreções pancreáticas, no metabolismo, no crescimento e diferenciação das células intestinais e na atividade enzimática35. Em relação ao intestino delgado, o aporte calórico adicional e o aumento na concentração lipídica promovido pela dieta de cafeteria (SCa e TCa) não levou a alterações no comprimento total do intestino ao compará-los com animais que consumiram a dieta controle (SC e TC). O efeito da dieta de cafeteria sobre aspectos morfométricos do intestino delgado foi analisado por Planas et al.10, divergindo dos dados encontrados em nossa pesquisa, uma vez que estes observaram aumento no comprimento do intestino delgado de ratos que consumiram dieta de cafeteria após os 21 dias de vida. Também podemos considerar que a dieta de cafeteria consumida em nosso experimento apresentou teor de proteínas reduzido, o que também poderia influenciar no comprimento do intestino delgado, mas neste caso esperar-se-ia uma redução36. Santoro et al.37 estabelecem para humanos que maior peso corporal reflete em maior comprimento do intestino delgado. Não observamos relação entre o peso corporal dos animais e o comprimento do intestino, com exceção do grupo TC. Em contrapartida, como a obesidade é caracterizada pelo excesso de adiposidade38, os dados obtidos em nosso estudo apontam relação entre o comprimento do intestino delgado e um aumento na adiposidade nos animais sedentários (SC e SCa) demonstrando um efeito protetor do treinamento físico aeróbio sobre esta associação e ratificando que a influência do fator ambiental no desenvolvimento da obesidade é de fundamental importância. Um aumento no comprimento do intestino delgado e na adiposidade em ratos que consumiram a dieta de cafeteria após os 21 dias também foi identificado em outro estudo, porém a análise do coeficiente de correlação entre estes dados não foi realizada10. Aumento na altura dos vilos em resposta ao consumo da dieta de cafeteria foram observadas nos dois segmentos estudados (duodeno e jejuno) nos grupos SCa e TCa gerando maior superfície de absorção a qual poderia levar a maior capacidade de absorção. Esta hipótese é corroborada por Goda e Takase39 ao verificar aumento nos vilos do jejuno, no peso e conteúdo protéico da mucosa de ratos em resposta a uma dieta com alto teor lipídico (70%) levando a um aumento na superfície de digestão e absorção. Ressalte-se que o teor lipídico em nosso trabalho foi de 40%. Ao mesmo tempo em que a concentração de lipídeos e a maior disponibilidade de energia estimulam a altura dos vilos nos animais SCa e TCa, a reduzida concentração de proteínas poderia levar a um decréscimo na altura e na área de superfície dos vilos do jejuno de ratos40,41, mas a influência proveniente do excedente energético foi primordial sobre este aspecto. Como observado, no duodeno ocorreu um aumento na profundidade das criptas simultaneamente à elevação na altura dos vilos nos animais dos grupos SCa e TCa o que permitiu a manutenção da mucosa intestinal em resposta a dieta alimentar. Em contrapartida, no jejuno observamos uma influência direta do treinamento físico tanto na altura dos vilos quanto na profundidade das criptas. Notamos que nos animais que consumiram dieta de cafeteria, a inclusão do treinamento físico reduziu a altura dos vilos no jejuno e nos animais que consumiram a dieta controle, ocorreu um aumento no grupo TC em relação a SC. Em relação à profundidade das criptas os grupos treinados (TC e TCa) apresentaram os maiores valores ao compará-los com seus respectivos grupos sedentários (SC e SCa). A influência do treinamento físico sobre aspectos morfológicos intestinais é pouco documentado na literatura pertinente. Duas hipóteses poderiam justificar a redução na altura dos vilos nos animais TCa em relação aos animais SCa. A dieta de cafeteria se apresentava com um teor de proteínas reduzido, o que poderia ter levado a uma alteração no turnover protéico destas células (assim como ocorre nas células musculares esqueléticas43) devido à sua associação com o treinamento físico. Ainda, pode ter ocorrido um atraso na migração das células das criptas para os vilos, visto que estas estruturas se encontraram maiores nos animais TCa. Além disso, considerando que tanto o conteúdo luminal do intestino delgado43 quanto o treinamento físico aeróbio (conforme encontrado em nosso estudo) poderem estimular o desenvolvimento da mucosa intestinal alimentar, podemos levantar a questão que o aumento na altura dos vilos nos animais TC seria um feedback positivo, ou seja, uma resposta ao aumento na necessidade energética do organismo, resultando em aumento na área de absorção frente à utilização posterior durante o treinamento físico e que seriam mantidos devido maior aumento na profundidade de suas criptas. Já a redução ocorrida no grupo TCa poderia ser um feedback negativo, ou seja, a redução na área de absorção poderia ser uma forma de controle do avanço do peso e da adiposidade que foi potencializada pela resposta de peptídeos e de hormônios frente a realização do treinamento físico. A razão vilo/cripta, parâmetro relativo a atividade funcional do intestino, tanto no duodeno quanto no jejuno demonstraram uma maior capacidade do grupo SCa nos processos de digestão e absorção devido aos maiores valores apresentados pelos mesmos. No duodeno, assim como ocorreu com a altura dos vilos e a profundidade das criptas não foram observadas diferenças significativas entre o grupo SCa e TCa. Os reduzidos valores da razão vilo/cripta apresentados pelos animais do grupo TCa em relação ao grupo SCa no jejuno pode ser um indicativo do efeito do treinamento físico sobre o metabolismo energético, reduzindo a digestão e absorção. Variações na espessura da túnica muscular nos segmentos intestinais em resposta ao treinamento físico aeróbio foram observadas, melhor caracterizada no jejuno, com maiores valores desta túnica para animais treinados (TC e TCa) em relação aos respectivos grupos sedentários (SC e SCa). O efeito do treinamento físico aeróbio sobre variações na espessura da musculatura esquelética são constantes na literatura, abordagem pouco levantada para musculatura lisa de vísceras. Rosa et al.18 observaram que treinamento físico em esteira durante 455 dias reduziu a musculatura lisa no íleo de camundongos em processo de envelhecimento. Estes resultados divergem dos encontrados em nossa pesquisa, devendo, entretanto, ser consideradas diferenças na espécie, na idade dos animais e no tempo de treinamento físico. Visto que em nossa pesquisa observamos uma hipertrofia da túnica muscular, podemos considerar que o treinamento físico aeróbio exerce influência sobre motilidade gastrointestinal, mas estudos específicos para este fim, principalmente os que buscam avaliar a inervação intrínseca deste segmento devem ser realizados. A análise do conteúdo de proteínas e enzimas dos segmentos intestinais não apresentou variações entre os grupos. Com relação ao conteúdo de proteínas, resposta semelhante para o duodeno e jejuno de ratos que consumiram dieta hiperlípidica por um período de quatro semanas foi observada por Sefcikova et al.13. Também em ratos expostos a dieta com alto teor energético posteriormente a um período de lactação com variações no tamanho da ninhada, Mozes et al.12 não verificaram diferenças no conteúdo protéico da mucosa intestinal. O intestino delgado de mamíferos contém várias enzimas nos enterócitos que realizam importante papel na digestão dos componentes dos alimentos e sua atividade varia com o nível de substratos na dieta13. Um aumento na atividade de peptidases, dissacaridases e da fosfatase alcalina em ratos com o aumento do consumo de proteínas, carboidratos e lipídeos foi observado14,35. Em nossa pesquisa, mesmo com os animais que consumiram a dieta de cafeteria (SCa e TCa) apresentando menor concentração de carboidratos e proteínas e maior concentração de lipídeos em sua dieta em relação aos animais que consumiram a dieta controle (SC e TC), não ocorreram alterações na atividade das enzimas analisadas, independente da variável ao qual o animal foi exposto (dieta de cafeteria e/ou treinamento físico). A atividade das dissacaridases estão relacionadas com o aumento ou redução na constituição de carboidratos na dieta alimentar15. Mesmo com uma dieta alimentar apresentando uma constituição de carboidratos inferior a dos animais controle (SC e TC), os animais do grupo TCa e SCa demonstraram uma atividade das dissacaridases (sacarase, maltase e β-galactosidase) similar a destes grupos. Expressão genética elevada da sacarase em resposta ao consumo de carboidratos e triacilgliceróis de cadeia média por ratos adultos durante sete dias39,44, assim como um aumento na atividade da maltase em resposta a alimentação hiperprotéica e hiperglicídica por sete dias35 e um aumento na atividade da β-galactosidase (lactase) em resposta ao consumo elevado de carboidratos por trinta dias45 foi identificado em decorrência de alterações nos macronutrientes da dieta alimentar nos diferentes tempos de exposição a dieta. A fosfatase alcalina e a lípase são enzimas responsáveis pela degradação dos lipídeos da dieta alimentar. O aumento na atividade destas enzimas responsáveis pela degradação, captura e transporte destes lipídeos ao longo da mucosa intestinal poderia ser uma das causas da obesidade12. Porém, independente da elevada concentração deste macronutriente na alimentação dos grupos SCa e TCa, não foram observadas alterações na atividade enzimática da fosfatase alcalina em comparação aos grupos SC e TC, fato este observado com o consumo de uma dieta hiperlipídica por quatro semanas tanto no duodeno quanto no jejuno de ratos adultos13. Talvez, uma explicação para ausência de resposta da fosfatase alcalina seria ao reduzido teor de proteínas da dieta, que está relacionada à baixa atividade desta enzima ao longo do intestino46. A atividade da lípase também não foi alterada nem em resposta a dieta de cafeteria e nem ao treinamento físico, mesmo com relatos anteriores de que sua atividade seja modulada aguda ou cronicamente pela concentração de lipídeos presente na dieta47. Como a maioria dos estudos realizados previamente e que encontraram respostas na atividade enzimática nos enterócitos utilizaram animais já na fase adulta e por um período de exposição à dieta inferior ao nosso, poderíamos levar em consideração a atuação de algum mecanismo adaptativo no intestino delgado visando uma redução na absorção do excesso de nutrientes proporcionado pela dieta de cafeteria, em decorrência da exposição dos animais a mesma ao longo do desenvolvimento pós-desmame. Concluímos neste estudo que a dieta alimentar ao longo do desenvolvimento atua como fator desencadeador de um fenótipo obeso na fase adulta. Este fenótipo desencadeado pelo excedente energético pode ser alterado pela inclusão do treinamento físico aeróbio que proporcionou ao organismo um déficit energético efetivo reduzindo o peso corporal e os estoques de tecido adiposo. O intestino delgado, que é responsável pela absorção dos nutrientes provenientes da dieta alimentar, apresentou características morfológicas que podem favorecer o desenvolvimento do fenótipo obeso ao mesmo tempo em que pode ter desenvolvido mecanismos adaptativos no intuito de equilibrar o excedente energético fornecido pela dieta. Agradecimentos Esta pesquisa contou com o suporte técnico dos laboratórios de Histotécnica Animal, Fisiologia e de Bioquímica e Fisiologia de Microorganismos da Universidade Estadual de Maringá. Referencias 1. Kretschmer BD, Schelling P, Beier N, Liebscher C, Treutel S, Kruger N, et al. Modulatory role of food, feeding regime and physical exercise on body weight and insulin resistance. Life Sci 2005; 76:1553-71. 2. Duvigneaud N, Wijndaele K, Matton L, Philippaerts R, Lefevre J, Thomis M, et al. Dietary factors associated with obesity indicators and levels of sports participation in Flemish adults: a cross-sectional study. Nutr J 2007; 6:1-12. 3. 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Dias da semana Alimentos Segunda-feira Mortadela, marshmallow, chips bacon, bolacha waffer e ração Terça-feira Bolacha recheada, chips queijo, ração, salsicha e ração Quarta-feira Pão francês, ração, mortadela, chips queijo e ração Quinta-feira Mortadela, bolacha waffer, paçoca, chips bacon e ração Sexta-feira Bolacha recheada, salsicha, chips queijo, ração, geléia de mocotó e ração Sábado Bolacha recheada, salsicha, chips queijo, ração, geléia de mocotó e ração Domingo Bolacha recheada, salsicha, chips queijo, ração, geléia de mocotó e ração Tabela 2. Características do consumo alimentar e consumo calórico com valores expressos como média±EPM e percentual de macronutrientes (CHO-carboidratos; PTAproteínas; LIP-lipídeos) presentes nas dietas dos animais pertencentes aos grupos controle (SC e TC) e grupos cafeteria (SCa e TCa). (n=6) Consumo(g) Consumo(Kcal) CHO (%) PTA (%) LIP (%) SC 26,44±0,48a 73,40±1,47a 61 26,8 12,2 TC 27,10±0,28a 75,89±0,78a 61 26,8 12,2 SCa 24,29±0,38a 85,76±1,52b 43,4 12,14 44,46 TCa 23,65±0,36a 82,49±1,27b 43,8 12,5 43,7 Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) Tabela 3. Peso corporal e peso dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. O peso dos tecidos adiposos está representado em g/100g de peso corporal. (n=6) SC TC SCa TCa 421,57±8,23a 396,67±5,71a 464,93±7,50b 410,13±7,78a T.A. periepididimal 0,92±0,09a 0,84±0,07a 1,57±0,14b 1,25±0,10c T.A. retroperitonial 1,44±0,13a 1,27±0,12a 2,47±0,47b 2,09±0,07c T.A. mesentérico 1,08±0,10a 0,83±0,07a 1,54±0,07b 1,13±0,11a T.A. subcutâneo 0,34±0,04a 0,35±0,04a 0,58±0,04b 0,45±0,03a Somatório dos tecidos 3,79±0,30a 3,29±0,27a 6,17±0,23b 5,02±0,23c Peso corporal Valores seguidos de letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) Tabela 4. Aspectos morfológicos do intestino delgado dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. (n=6) Intestino delgado (cm) SC TC SCa TCa 100,92±4,22a 95,77±4,77a 102,75±5,04a 97,33±4,17a Duodeno Altura dos vilos (µm) 494,86±2,92a 491,09±2,53a 536,59±3,25b 541,76±2,62b Profundidade da cripta (µm) 217,77±4,00a 216,99±1,79a 226,76±2,19b 223,93±1,72b 2,28±0,08a 2,28±0,07a 2,63±0,15b 2,45±0,11ab 175,32±2,09a 161,84±1,96b 166,12±1,92b 171,39±1,77c Razão vilo/cripta Espessura da muscular (µm) Jejuno Altura dos vilos (µm) 403,42±2,19a 430,91±2,49b 508,80±3,09c 481,11±2,63d Profundidade da cripta (µm) 199,44±1,48a 206,05±1,62b 195,66±1,48a 211,62±1,45b 2,03±0,08a 2,11±0,09a 2,56±0,02b 2,28±0,09a 113,30±1,12a 124,01±1,87b 120,39±1,63b 138,13±1,42c Razão vilo/cripta Espessura da muscular (µm) Valores seguidos de letras diferentes na mesma linha indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) Tabela 5. Coeficiente de correlação (r) apresentado mediante a análise do comprimento do intestino delgado (ID) em relação ao peso corporal (P), tecido adiposo periepididimal (TAP), tecido adiposo retroperitonial (TAR), tecido adiposo mesentérico (TAM), tecido adiposo subcutâneo (TAS) e somatório dos tecidos adiposos (STA) dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). SC TC SCa TCa IDxP -0,13 0,49 0,32 -0,24 IDxTAP 0,46 0,29 0,45 0,56 ÌDxTAR 0,54 -0,12 -0,37 0,62 IDxTAM 0,23 -0,09 0,63 0,06 IDxTAS -0,28 -0,06 -0,26 -0,32 IDxSTA 0,51 0,21 0,44 -0,15 Tabela 6. Concentração protéica (mg/ml) e atividade enzimática (U/ml/h) da mucosa intestinal do duodeno e do jejuno dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa).(n=6) SC TC SCa TCa Duodeno Proteínas 4,36±0,33 4,57±0,20 4,77±0,22 4,83±0,58 Sacarase 10,30±0,70 10,87±1,34 9,79±0,72 9,28±1,17 Maltase 0,57±0,14 0,66±0,07 0,83±0,10 0,62±0,10 β-galactosidase 0,95±0,09 0,89±0,07 1,17±0,17 0,90±0,09 Fosfatase alcalina 11,34±2,29 11,91±3,26 7,90±1,25 10,02±1,06 Lipase 2,21±0,32 2,41±0,21 2,09±0,27 1,90±0,26 Jejuno Proteínas 5,56±0,47 4,93±0,52 6,35±0,62 5,74±0,78 Sacarase 8,15±0,54 10,35±0,68 10,56±0,70 10,68±0,62 Maltase 0,39±0,05 0,50±0,11 0,65±0,14 0,57±0,09 β-galactosidase 0,75±0,05 0,71±0,08 0,94±0,08 0,71±0,07 Fosfatase alcalina 10,16±1,23 16,44±2,91 12,65±1,42 11,80±2,13 Lipase 0,50±0,14 0,86±0,24 0,27±0,05 0,26±0,07 ARTIGO 3 Efeitos do consumo da dieta de cafeteria e do treinamento físico aeróbio incluídos após o desmame em características morfológicas e metabólicas do fígado de ratos Wistar. Felipe Natali Almeida*, Renato Tadeu Nachbar, Karina Natali de Almeida, Eduardo Machado Hartmann, Clairce Luzia Salgueiro, Maria Raquel Marçal Natali. Departamento de Ciências Morfofisiológicas, Universidade Estadual de Maringá, Brasil. Endereço dos autores: Universidade Estadual de Maringá Departamento de Ciências Morfofisiológicas, bloco H-70, sala 107. Avenida Colombo, 5790. CEP: 87020-900 Maringá-PR/Brasil Fone: (44) 3261-3895 Fax: (44) 3261-4340 *Autor para correspondência: Fone: (44)-3305-0056 Fax: (44)-3261-4340 Endereço de e-mail: [email protected] Resumo O fígado é principal órgão responsável pelo equilíbrio do metabolismo, e responde diferenciadamente a diversos fatores ambientais no qual o organismo entra em contato, como o consumo alimentar e a prática de atividade física. Atualmente, transformações nos hábitos alimentares associados à quase ausência de atividades físicas são os principais responsáveis pelo desenvolvimento de quadros de sobrepeso e obesidade, em decorrência de alterações no equilíbrio energético. O objetivo de nosso estudo foi identificar as alterações morfológicas e metabólicas ocorridas no tecido hepático de ratos submetidos à dieta de cafeteria e treinamento físico aeróbio após o desmame (21 dias) por um período de 100 dias. Ratos Wistar machos após o desmame foram submetidos a treinamento físico em esteira rolante e a dieta de cafeteria (composta por alimentos altamente palatáveis) por 100 dias. O peso corporal, a adiposidade, perfil lipídico, aspectos morfológicos do fígado, assim como a atividade da respiração mitocondrial e da β-oxidação foram mensuradas. Os resultados indicaram uma ação protetora do treinamento físico aeróbio durante o crescimento sobre diversos prejuízos associados ao consumo da dieta de cafeteria, que levou ao aumento no peso corporal e na adiposidade, alterações em aspectos microscópicos no tecido hepático, redução na respiração mitocondrial e um aumento na atividade da β-oxidação, além de alterações no perfil lipídico plasmático. Concluímos que o treinamento físico aeróbio iniciado após o desmame surge como uma estratégia eficiente no controle do excesso de adiposidade corporal e dos danos hepáticos associados à mesma. Palavras-chave: dieta alimentar, fígado, mitocôndria, obesidade, treinamento físico. Introdução O fígado é o órgão central na regulação do metabolismo energético e recebe influência da dieta alimentar adotada e também dos níveis de atividade física realizados diariamente (Gauthier et al. 2004). A ingestão de uma alimentação rica em lipídeos, assim como a inatividade física levam a numerosos efeitos deletérios ao organismo, incluindo um aumento na adiposidade (Pitts e Bull, 1977) que está amplamente relacionada com a ocorrência de infiltração lipídica no tecido hepático (Gauthier et al., 2004). A obesidade está associada com o armazenamento inadequado de triacilglicerol no fígado e é, atualmente, considerada o maior fator de risco para o desenvolvimento de doenças hepáticas em decorrência da infiltração lipídica (NAFLDs) (Stienstra et al., 2007). Estes autores relatam que a incidência de NAFLD em indivíduos obesos chega a aproximadamente 75%, enquanto 20% chegam a desenvolver esteatohepatite não alcoólica, caracterizada por infiltração lipídica com a presença de células inflamatórias. Além disso, podemos elevar o grau de hepatotoxidade destas doenças, que podem progredir para presença de fibrose, cirrose e até mesmo carcinoma hepatocelular (Zou et al., 2006). Estas alterações morfológicas, em geral, estão associadas a alterações metabólicas deste tecido, afetando, em especial, o funcionamento das mitocôndrias, que são os principais sítios onde ocorrem os processos oxidativos e que apresentam alterações em suas atividades específicas em resposta ao consumo de uma dieta hiperlipídica (Iossa et al., 2002). Uma redução na respiração mitocondrial mediante a administração de substratos ligados ao NAD (glutamato+malato) foi observada no tecido hepático de ratos submetidos à dieta com alto teor lipídico por 15 e 60 dias (Iossa et al., 2000), assim como um aumento na oxidação do palmitoil-CoA após consumo de dieta hiperlipídica por 15 dias no fígado de ratos (Mollica et al., 1999). Atualmente, além de uma elevada incidência de obesidade ocasionada por fatores ambientais em adultos, aumentou o número de crianças e adolescentes com excesso de adiposidade em resposta aos reduzidos níveis de atividade física associados ao elevado consumo de alimentos hipercalóricos e hiperlípidicos (Maziak et al., 2008) o que tem direcionado algumas pesquisas a identificar os efeitos da inclusão de hábitos inadequados de vida durante o processo de desenvolvimento (Bayol et al., 2005; Thompson et al., 2007) e de crescimento (Pitts e Bull, 1977). Considerando os malefícios relacionados à realização destes hábitos inadequados de vida, podemos dizer que a associação de fatores ambientais considerados ideais ao organismo, tais como o consumo de uma dieta equilibrada em seus constituintes e a prática regular de atividade física pode influenciar positivamente a resposta morfológica e metabólica dos diferentes tecidos do organismo, incluindo o fígado (Gauthier et al., 2004; MacQuenn, 2007). Desta forma, o objetivo de nosso estudo foi identificar as alterações morfológicas e metabólicas ocorridas no tecido hepático de ratos submetidos à dieta de cafeteria e treinamento físico aeróbio após o desmame (21 dias) por um período de 100 dias. Métodos Animais Vinte e quatro ratos Wistar machos com 21 dias foram adaptados à esteira rolante e subdivididos aleatoriamente em quatro grupos, de acordo com as condições de dieta alimentar e treinamento físico realizadas: sedentário controle (SC), sedentário cafeteria (SCa), treinado controle (TC) e treinado cafeteria (TCa) seguindo o protocolo experimental até os 120 dias. Os animais foram alojados no biotério setorial do Departamento de Ciências Morfofisiológicas da Universidade Estadual de Maringá, em caixas de polipropileno (49X34X16cm) em grupos de 4 animais, conforme preconizado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), sob fotoperíodo (ciclo claro/escuro) de 12/12 horas (ciclo claro iniciando às 6 horas e ciclo escuro às 18 horas) controlado por timer Brasfort® e com temperatura (20 a 24ºC) também controlada. Todos os animais envolvidos na pesquisa foram pesados 2 vezes por semana em balança Filizola®. Todo o protocolo experimental que envolveu o uso de animais foi aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Universidade Estadual de Maringá (048/2006). Dieta alimentar Os grupos controle (SC e TC) foram alimentados com ração Nuvilab® (com composição seguindo as recomendações do National Research Council e National Institute of Health-USA) e água ad libitum. Em relação à alimentação, os grupos cafeteria (SCa e TCa) receberam uma dieta diferenciada dos grupos controle, de acordo com a tabela 1, disponibilizados conforme a quantidade consumida com livre acesso a água e refrigerante (Agius et al., 1980). Ocorreu o controle diário do consumo alimentar de ambos os grupos, sendo realizadas análises da quantidade de gramas, calorias e o percentual de macronutrientes consumidos. Treinamento físico O treinamento físico aeróbio dos animais dos grupos (TC e TCa) iniciou-se logo após o desmame (21 dias) e teve duração de 14 semanas, onde os estes realizaram corrida em esteira ergométrica (Inbrasport®). O protocolo de treinamento (adaptado de Iwamoto et al., 1999) consistiu de cinco sessões semanais de treinamento partindo de uma velocidade inicial de aproximadamente 8,6 m/min por 15 minutos, com incrementos no tempo de corrida nas sessões posteriores até que chegasse à uma hora, quando se passou a alterar apenas a velocidade da corrida, que chegou até aproximadamente 20 m/min. Coleta dos tecidos Aos 120 dias os animais foram pesados, anestesiados com Tiopental sódico (40 mg/Kg de peso corporal, i.p.), e realizado laparotomia mediana para retirada dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérica e subcutânea e do fígado. Análises histológicas Com objetivo de avaliar a morfologia geral do órgão, amostras do lobo esquerdo do fígado foram fixadas em Bouin, desidratados em série de concentrações crescentes de álcool, diafanizadas em xilol e incluídas em parafina para realização de cortes histológicos semi seriados de 7 µ m de espessura, sendo posteriormente corados com Hematoxilina e Eosina (H.E.). Para evidenciação de inclusões lipídicas no tecido hepático, amostras do lobo esquerdo foram fixadas em nitrogênio líquido e submetidas à microtomia (criostato Tissue Tek®), com cortes histológicos de 10µm de espessura, associada à coloração histoquímica Sudan III, que cora os lipídeos em laranja. Para análise morfométrica do material evidenciado pela histoquimica Sudan III, foi realizada captura das imagens através de uma Câmera digital de alta resolução ProSeries da Media Cibertecnics®, acoplada ao microscópio Olympus Bx 40®, sendo que, para leitura das imagens foi utilizado o programa Image Pro-Plus 4.1®. Para avaliar o percentual da área lipídica ocupada, considerou-se além do campo microscópico (149895,16 µm2 ) subtraida da área ocupada veia centro lobular. Esta avaliação foi realizada em seis campos/rato/tratamento. Isolamento das mitocôndrias do tecido hepático Para o isolamento das mitocôndrias, o fígado de ratos alimentados foi picotado e homogeneizado em meio de isolamento próprio, mantido em temperatura entre 0-4 °C. As mitocôndrias foram isoladas por centrifugação diferencial, conforme descrito em Bracht et al. (2003). Os fígados foram homogeneizados com homogeneizador Dounce, em meio contendo manitol 0,2 M, sacarose 0,075 M, Tris-HCl 2,0 mM, pH 7,4, EGTA 0,2 mM, fenilmetilsulfonilfluoreto (PMSF) 100 µM e albumina bovina livre de ácidos graxos 50 mg%. O homogeneizado foi filtrado e submetido a 2 centrifugações seqüenciais de 10 minutos, a 536 g e 7.080 g. O sedimento foi lavado através de duas centrifugações a 6.392 g, sendo que a primeira lavagem foi feita no mesmo meio que a segunda, assim como a ressuspensão das mitocôndrias foi feita em meio sem EGTA. Dosagem de proteínas das frações subcelulares O conteúdo protéico das mitocôndrias isoladas foi determinado conforme descrito por Lowry et al. (1982), utilizando albumina bovina como padrão Medidas polarográficas da respiração A oxidação mitocondrial do substrato ligado ao FAD e de ácidos graxos foi avaliada através de medidas polarográficas de consumo de oxigênio, conforme descrito por Osumi e Hashimoto (1979). As mitocôndrias foram incubadas em meio de reação contendo KCl 130 mM, Fosfato de Potássio 2,0 mM, MgCl2 5,0 mM, L-malato 2,5 mM, Hepes 10 mM, pH 7,2 e albumina bovina livre de ácidos graxos, 50 mg%. O volume final de incubação de 2,0 ml, foi mantido aquecido a 37 ºC e sob agitação constante, em uma câmara fechada de acrílico. A concentração de oxigênio no meio de reação foi continuamente monitorada por um eletrodo tipo Clarck, acoplado a esta câmara. Para respiração mitocondrial, os seguintes componentes eram adicionados ao meio de incubação: 0,2mM de EGTA ou CaCl2 1µM. A reação era iniciada com a adição de 10 mM de succinato e após aproximadamente cinco minutos, a respiração estimulada por ADP (estado III da respiração) foi mensurado pela adição de 0,25 µmoles de ADP. A razão ADP/O (um indicador da eficiência mitocondrial) foi calculada de acordo com Chance e Williams (1955) e a razão do controle respiratório (RC, indicador da integridade da membrana) foi obtida pela divisão entre o estado estimulado da respiração (estado III) e o estado após a exaustão do ADP (estado IV). Para análise da β-oxidação, palmitoil-CoA ou octanoil-CoA (20 µM) na presença de L-carnitina (2,0 mM) e Palmitoil-L-carnitina (20 µM) foram adicionados ao meio de incubação das mitocôndrias (0,75 a 1,0 mg/ml), descrito anteriormente, na ausência e na presença de cálcio 1,0 µM e na presença de ADP (0,5 µmoles). As velocidades de consumo de oxigênio foram calculadas e expressas em nmoles de oxigênio consumido.minuto-1. mg de proteína-1. Perfil Plasmático Amostras do sangue foram retiradas para realização das dosagens de triglicérides, colesterol total, LDL, HDL, AST e ALT, mediante Kit Gold Analisa®. A concentração plasmática do VLDL foi estimada de acordo com a fórmula VLDL=triglicérides/5. Análise estatística A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro Wilk com o auxílio do programa SPSS 13.0 (for windows) e posteriormente realizado testes de significância não-paramétricos (Kruskal-Wallis) e paramétricos One-Way Anova (Newman e Keuls) com um nível de significância de 5% (p<0,05) entre os grupos, além do teste de área sobre a curva, mediante a utilização do programa Graph Pad Prism 4.0®. Resultados Os resultados referentes ao consumo alimentar dos animais, assim como a constituição dos macronutrientes da dieta estão apresentadas na tabela 1. Observou-se um aumento no consumo calórico dos animais submetidos à dieta de cafeteria (SCa e TCa) em relação aos animais que consumiram a dieta controle (SC e TC), não ocorrendo interferência da realização do treinamento físico aeróbio. Além disso, a dieta de cafeteria apresentou elevado teor lipídico e reduzido teor de carboidratos e proteínas em comparação a dieta controle. 54 O peso corporal e a adiposidade dos animais estão presentes na figura 1. Identificamos que o consumo da dieta de cafeteria e ausência do treinamento físico aeróbio levou a um peso corporal e adiposidade elevados, conforme apresentado pelos animais do grupo SCa. A associação entre dieta de cafeteria e treinamento físico (grupo TCa) levou a diminuição do peso corporal e adiposidade, enquanto os animais submetidos a dieta controle (SC e TC) apresentaram reduzido peso corporal e adiposidade, independente do treinamento físico. Independente do grupo, a análise dos cortes histológicos corados com hematoxilina-eosina, não revelou alterações estruturais possíveis de serem identificadas com as técnicas utilizadas, sendo preservada as características morfológicas gerais do fígado, com cordões de hepatócitos permeados por sinusóides dirigindo-se a veia centro lobular, espaço porta bem definido, ausência de células inflamatórias e cápsula íntegra. Entretanto, aumento na vacuolização foi observada no grupo SCa em relação aos demais grupos (Figura 2A e 2B). A utilização de técnica histoquímica Sudan III que evidencia presença de inclusões lipídicas, comprovou aumento neste parâmetro no tecido hepático no grupo SCa (Figura 2C e 2D), assim como um efeito do treinamento físico aeróbio que reduziu a infiltração lipídica no grupo TCa (Figura 3). Um aumento nas concentrações de AST, ALT ou na razão AST/ALT são indicativos de lesão hepática. Não ocorreram diferenças nas concentrações plasmáticas da aspartato aminotranferase (AST) e da alanina aminotransferase (ALT) entre os grupos, porém um aumento na razão AST/ALT no grupo SCa (0,83±0,24) em relação ao grupo SC (0,47±0,26) foi observada. A resposta da respiração mitocondrial esta apresentada na tabela 2. Uma redução significativa na respiração mitocondrial foi observada nos animais SCa e TCa em relação ao grupo SC. Mediante a administração de CaCl2 1µM, a redução continuou no grupo SCa, o que não ocorreu no grupo TCa. Nesta mesma condição, observamos um reduzido valor de RC (estado III/estado IV) nos animais SCa em relação aos demais (tabela 3). Não ocorreram diferenças significantes na ADP/O (tabela 3). A metabolização de substratos da β-oxidação em mitocôndrias isoladas do tecido hepático (tabela 4) demonstraram um aumento na oxidação do octanoil-CoA com a administração de L-carnitina em um meio na ausência de CaCl2 no grupo SCa, assim como um efeito da dieta de cafeteria e do treinamento físico na oxidação deste substrato com a adição de CaCl2 1µ M, conforme os maiores valores apresentados pelos grupos TC, SCa e TCa. Em relação ao palmitoil-CoA, não foram identificadas diferenças entre os grupos, porém a oxidação da palmitoil-L-carnitina aumentou, na ausência e na presença de CaCl2 1µM, em resposta a dieta de cafeteria e ao treinamento físico (TC, SCa e TCa). O perfil lipídico plasmático dos animais está apresentado na tabela 5. O consumo da dieta de cafeteria resultou em aumento dos valores do triglicérides plasmático, assim como a ausência do treinamento físico regular, visto o maior valor apresentado pelos animais do grupo SC ao compará-lo com o grupo TC. Não foram encontradas diferenças entre os grupos na análise do colesterol total. Ocorreu efeito benéfico do treinamento físico sobre os valores de HDL, com os grupos TC e TCa apresentando valores superiores aos grupos sedentários (SC e SCa) e efeito negativo da ausência do treinamento físico regular sobre o LDL. Os animais do grupo TC obtiveram os menores valores de VLDL ao compará-lo com os demais grupos. Discussão Demonstramos danos ao tecido hepático resultante do consumo da dieta de cafeteria após o desmame. O excedente calórico proporcionado pela ingestão diária dos alimentos rico em lipídeos e carboidratos e com uma menor quantidade de proteínas resultou em um aumento no peso corporal e na adiposidade, assim como em alterações morfológicas e metabólicas no fígado. Observamos que a associação inadequada entre a dieta de cafeteria e a ausência de treinamento físico aeróbio (SCa) foi responsável pelo maior peso corporal. Conforme indicado por diversos autores o peso corporal é mantido por um equilíbrio entre a ingestão e o consumo energético (Jéquier e Tappy, 1999; Kretschemer et al., 2005) e a partir do momento que o consumo excede a necessidade real de energia do organismo para realização de trabalho, este é armazenado e o peso corporal se eleva. Resultados similares aos nossos foram obtidos por outros autores (Kretschemer et al., 2005; Ribot et al., 2008). Em contrapartida, a simples inclusão do treinamento físico aeróbio, mesmo com a ingestão da dieta de cafeteria (TCa) ocasionou um controle no avanço do peso corporal. Observações anteriores indicam que o treinamento físico aeróbio influenciará a resposta do peso corporal de acordo com a intensidade e o volume de treinamento utilizado (Ruiz et al., 2006; Kodoma et al., 2007). Neste estudo, identificamos que o período de inclusão do treinamento físico ao longo do desenvolvimento também é um ponto importante, visto que em estudos anteriores (Almeida et al., 2008) utilizando intensidade similar e mesmo volume, mas com o início do treinamento físico já na fase adulta de ratos não levou a este padrão de resposta. Outros pesquisadores também identificaram este efeito do período de inclusão do treinamento físico sobre o peso corporal de camundongos (Scomparin et al., 2006). Além do maior peso corporal, o grupo SCa apresentou maior adiposidade e novamente o treinamento físico aeróbio promoveu efeito positivo, visto que impediu um avanço acentuado deste parâmetro no grupo TCa. Esta resposta da adiposidade à inclusão do treinamento físico aeróbio no período pós-lactação também foram observadas em animais obesos (obesidade hipotalâmica) que realizaram treinamento de natação em diferentes fases do desenvolvimento do animal (Scomparin et al., 2006). Porém, a dieta alimentar foi de fundamental importância na manutenção do peso (não ocorrendo diferenças significativas entre SC, TC e TCa) e da composição corporal adequadas, visto que os animais dos grupos SC e TC apresentaram menores estoques de tecido adiposo em relação a TCa (32% e 52% a mais que SC e TC, respectivamente) e esta diferença se acentua ainda mais ao compará-los com o grupo SCa (62% e 87% a mais que SC e TC, respectivamente). O excedente energético e, conseqüentemente, a adiposidade, levam a desequilíbrios em diversos tecidos no organismo (Iossa et al., 2002). O fígado, por ser um órgão chave no equilíbrio do metabolismo, indicando o que será utilizado, armazenado ou descartado (Eagles e Chapman, 2007), sofre inúmeras adaptações em decorrência do componente presente em maior parte na dieta alimentar, seja este um macronutriente, uma vitamina, um mineral, um fármaco, entre outros (Tyzbir et al., 1981; Iossa et al., 2003). O consumo de uma dieta com alto teor de lipídeos resulta num aumento da infiltração lipídica no tecido hepático (Gauthier et al., 2004), assim como o consumo da dieta de cafeteria levou a alterações visíveis no fígado que apresentaram características de esteatose hepática não alcoólica em decorrência de sua coloração mais esbranquiçada (devido à infiltração lipídica) e de seu aumento desproporcional em relação ao peso corporal ao compará-los com os animais controle (MacQueen et al., 2007). Estes aspectos macroscópicos também foram observados nos animais do grupo SCa (dados não mostrados). A análise dos cortes histológicos do fígado corados com H&E demonstrou em todos os grupos um padrão morfológico de mamíferos, com exceção de uma divisão interlobular típica não observada. Verificou-se nitidamente a veia centrolobular onde desembocam cordões de hepatócitos e sinusóides, assim como a presença do espaço porta, com boa definição de arteríola hepática, ducto biliar e veia porta. Na periferia foi observada uma cápsula reduzida de tecido conjuntivo revestido por epitélio simples pavimentoso. Não observamos a presença de células inflamatórias em nenhum dos grupos, porém os animais do grupo SCa apresentaram uma maior vacuolização ao compará-lo com os demais grupos, que poderia corresponder a estoques aumentados de glicogênio e/ou infiltração de lipídeos. Posteriormente, constatamos que a intensa vacuolização observada no grupo SCa correspondeu a uma grande infiltração lipídica, conforme demonstrado pela técnica histoquímica de coloração com Sudan III, característica esta também observada por Zou et al. (2006) que submeteu ratos adultos a uma dieta com alto teor lipídico por seis semanas, além de identificar a presença de células inflamatórias, característico de esteatohepatite não alcoólica. Em contrapartida, MacQuenn e outros (2007) relataram que apesar dos aspectos macroscópicos indicarem um quadro de infiltração lipídica, suas análises microscópicas apontaram apenas para um suave aumento em ratos submetidos à dieta de cafeteria por um período de aproximadamente 70 e 90 dias após a lactação. Em contrapartida, uma melhora satisfatória no quadro de infiltração lipídica mediante a inclusão de treinamento físico aeróbio foi observada no grupo TCa, apesar do consumo da dieta de cafeteria. Esta influência do treinamento físico aeróbio na foi observada anteriormente por Gauthier et al. (2004) ao submeter ratos adultos a dieta hiperlipídica. Os autores apontaram que este quadro é uma resposta do fígado ao excedente de lipídeos na circulação e por isso, apenas o fígado resultará em influências para liberá-los novamente, eliminando, assim, a importância do treinamento físico aeróbio. Porém, ao contrário desta pesquisa que iniciou o treinamento físico já na fase adulta, o fato de incluirmos o treinamento na infância poderia ter favorecido uma melhor resposta deste órgão, visto que em trabalhos anteriores (Nachbar et al., 2007) ao incluirem o treinamento físico aeróbio na fase adulta, também não obtiveram respostas satisfatórias. Importante salientar que independente da realização do treinamento físico, um importante efeito da constituição dos macronutrientes da dieta alimentar sobre a infiltração lipídica foi demonstrado, visto que os animais dos grupos SC e TC apresentaram baixos valores independentes da análise realizada. Níveis elevados de enzimas hepáticas na circulação pode ser um indicativo de lesão neste tecido (MacQueen et al., 2007). Sendo assim, a ausência de diferenças significativas entre as concentrações plasmáticas de AST e ALT, indicam que apesar de aumento nas inclusões lipídicas hepáticas, o período de exposição à dieta de cafeteria não resultou em alterações das enzimas hepáticas, conforme havia sido indicado pela análise morfológica. Além da análise isolada destas enzimas, é atribuída a razão AST/ALT elevada o indicativo de lesão hepática (Totani e Origi, 2007). Conforme observado, os animais do grupo que consumiram a dieta de cafeteria apresentaram os maiores valores de AST/ALT, sendo um indicativo bioquímico de que a exposição maior a dieta de cafeteria possa vir a resultar em danos aparentes neste tecido. Para identificar uma possível alteração nas características de metabolização do fígado decorrente do treinamento físico e da constituição da dieta de cafeteria, foram feitas análises da respiração mitocondrial em mitocôndrias isoladas do fígado dos animais frente à infusão de um substrato ligado ao FAD (succinato). Observamos que o consumo da dieta de cafeteria (SCa e TCa) levou a uma redução na respiração mitocondrial em meio livre de cálcio (CaCl2). Alguns autores descrevem que a capacidade mitocondrial para oxidar substratos não é alterada por diferentes estados nutricionais e fisiológicos (Brady e Hoppel, 1983). Outros apontam que o tecido hepático apresenta uma capacidade respiratória mitocondrial reduzida mediante o consumo de uma dieta hiperlipídica por um período de tempo (Mollica et al., 1999; Iossa et al., 2003) e que pelo fato da atividade mitocondrial reduzir com o envelhecimento (Mollica et al., 1999), poderia ser um indicativo de que a dieta de cafeteria induz a um processo de decaimento precoce da atividade mitocondrial, o que poderia ser uma das causas do aumento na adiposidade, também observado com o envelhecimento. Já em um meio com presença de CaCl2 1µM, os animais do grupo TCa apresentaram uma resposta melhor, com valores aproximados aos dos animais controle (SC e TC), sendo significantemente diferente do grupo SCa. Esta resposta a adição de CaCl2 pode ser devido a uma melhora nas atividades celulares dependentes de cálcio, que são liberados no meio intracelular de diferentes tipos de células em maiores quantidades em indivíduos submetidos a treinamento físico aeróbio em resposta a atividade simpática. Em relação à oxidação de substratos da β-oxidação, observamos um aumento na oxidação do palmitoil-Lcarnitina pelas mitocôndrias isoladas do fígado dos animais SCa, TCa e TC, tanto na ausência quanto na presença de cálcio (CaCl2 1µM) no meio. A oxidação do octanoil-CoA levou a um aumento mais acentuado nos animais submetidos à dieta de cafeteria (SCa e TCa), porém recebendo influências também do treinamento físico aeróbio, principalmente num meio com adição de CaCl2 1µ M, não ocorrendo efeito das variáveis sobre a oxidação do palmitoil-CoA. A utilização do palmitoil-Lcarnitina representa um índice da oxidação de ácidos graxos como um todo, independente da atividade carnitina-acil-transferase, visto que passa pela membrana mitocondrial sem o auxílio do carreador. Já a utilização do octanoil-CoA e palmitoilCoA com adição de L-carnitina no meio, reflete a atividade da carnitina acil- transferase I (CAT I) e carnitina acil-transferase II (CAT II) visto que se faz necessário a ligação destes substratos a ela para serem internalizados à mitocôndria e posteriormente serem oxidados (Mollica et al., 1999). Sendo assim, podemos dizer que ocorreu um aumento da capacidade hepática para oxidação de ácidos graxos em geral, por um mecanismo que independe da carnitina acil-transferase I e II, assim como um aumento da atividade dos transportadores de ácidos graxos de cadeia curta (visto ao aumento na oxidação do octanoil-CoA), tanto em resposta a dieta de cafeteria quanto ao treinamento físico aeróbio. Estes resultados são contrastantes com o encontrado por outros autores, que relataram um aumento na atividade da CAT I hepática em ratos adultos em resposta tanto a dieta com alto teor de lipídeos (Mollica et al., 1999) quanto ao treinamento físico aeróbio extenuante (Brakat et al., 1982). A resposta encontrada em nosso estudo favorecendo a β-oxidação independente da CAT I pode ser decorrente de um processo adaptativo deste tecido ao período de exposição da dieta de cafeteria e do treinamento físico. Em relação aos animais do grupo SCa, o aumento na atividade da β-oxidação mitocondrial hepática seria uma resposta deste órgão ao desequilíbrio alimentar que estes foram expostos na tentativa de atingir o equilíbrio entre o excedente energético. Uma falha neste processo poderia levar a desequilíbrios no perfil lipídico plasmático, além de favorecer um quadro de inclusões lipídicas hepáticas. Como os animais do grupo SCa apresentaram um perfil lipídico inadequado, além de características morfológicas aparentes de infiltrado lipídico, podemos relatar que a atividade mitocondrial hepática frente a exposição da dieta de cafeteria não está sendo suficiente para equilibrar metabólica e morfofuncionalmente o organismo, com o treinamento físico aeróbio surgindo como uma perspectiva para auxiliar neste equilíbrio. O treinamento físico aeróbio tende o organismo a metabolizar mais lipídeos para o fornecimento de energia, sendo assim o quadro apresentado pelos grupos TC e TCa seria uma adaptação fisiológica frente a rotina de treinamento físico aeróbio na esteira ao qual estes foram expostos. Em conclusão, a dieta de cafeteria influência tanto aspectos metabólicos, que poderia ser uma das alterações no organismo que favorecem o surgimento do excesso de adiposidade, quanto aspectos morfológicos, possivelmente instalados após o aumento na adiposidade. O treinamento físico aeróbio após a lactação surge como uma medida pertinente no auxílio do fígado no controle das alterações no organismo provocadas pelo excedente energético. Agradecimentos Agradecemos ao auxílio técnico dos laboratórios de Fisiologia, Histotécnica animal e de Oxidações Biológicas da Universidade Estadual de Maringá. Referências Agius, L.; Rolls, B.J.; Rowe, E.A.; Willianson, D.H. 1980. Impaired lipogenesis in mammary glands of lactating rats fed on a cafeteria diet: reversal of inhibition of glucose metabolism in vitro by insulin. Biochemistry Journal 186, 1005-1008. Almeida, F.N.; Almeida, K.N.; Nachbar, R.T.; Masi, L.N.; Franzói-de-Moraes, S.M.; Natali, M.R.M. 2008. A resposta do peso e da composição corporal à inclusão da dieta de cafeteria e treinamento físico aeróbio em diferentes fases do desenvolvimento. Revista Ciência Cuidado e Saúde (in press). Bayol, S.A.; Simbi, B.H.; Stickland, N.C. 2005. 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(n=6) Consumo(g) Consumo(Kcal) CHO (%) PTA (%) LIP (%) SC 26,44±0,48 73,40±1,47a 61 26,8 12,2 TC 27,10±0,28 75,89±0,78a 61 26,8 12,2 SCa 24,29±0,38 85,76±1,52b 43,4 12,14 44,46 TCa 23,65±0,36 82,49±1,27b 43,8 12,5 43,7 Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). A a 400 b a a (g) 300 200 100 0 SC TC SCa TCa g/100g de peso corporal 500 7 B b 6 5 4 c a a 3 2 1 0 SC TC SCa TCa Figura 1. Peso corporal (A) e o somatório dos tecidos adiposos periepididimal, retroperitonial, mesentérico e subcutâneo (B) dos animais animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). (n=6). A B C D Figura 2. Tecido hepático de ratos sedentários controle (SC) em A e C e sedentário cafeteria (SCa) em B e D. Em 2A e 2B imagem capturada com aumento de 10x demonstram morfologia geral evidenciando maior vacuolização no grupo SCa (coloração utilizada, H&E). Em 2C e 2D infiltração lipídica () mais aparente no grupo SCa (coloração utilizada, Sudan III), imagem capturada com aumento de 10x. % da área total 5 4 3 2 1 0 SC TC SCa TCa Figura 3. Percentual de infiltração lipídica no tecido hepático, visualizado pela técnica de coloração histoquímica Sudan III dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Tabela 2. Respiração mitocondrial (nmoles O2/min. X mg de proteína) em mitocôndrias isoladas de fígado de ratos alimentados pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. Condição Livre de CaCl2 CaCl2 1µM Estado III Estado IV Estado III Estado IV SC 84,28±8,11a 13,87±1,03a 66,54±2,69a 18,08±2,42a TC 71,33±6,49ab 13,27±0,79a 65,09±4,55a 18,47±2,11a SCa 52,63±5,21b 11,33±1,01a 33,99±5,63b 19,05±1,22a TCa 61,13±4,47b 10,94±1,22a 58,30±4,83a 15,82±1,18a Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). Tabela 3. Valores referentes à razão ADP/O e a razão do controle respiratório (RC) de mitocôndrias de fígado de ratos alimentados pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. Condição 1µM CaCl2 Livre de CaCl2 ADP/O RC ADP/O RC SC 2,00±0,00a 6,56±0,42a 1,63±0,11a 3,32±0,21ab TC 1,79±0,16a 4,85±0,92a 1,61±0,12a 3,36±0,46ab SCa 1,82±0,11a 5,94±0,80a 0,79±0,46a 2,20±0,45a TCa 1,91±0,05a 5,31±0,40a 1,67±0,22a 3,77±0,35b Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). Tabela 4. Valores referentes a oxidação mitocondrial de substratos da β-oxidação no fígado de ratos alimentados pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores estão expressos como média±EPM. Condição Livre de CaCl2 1µM CaCl2 30,70±2,26a 25,93±1,68a 34,86±2,37ab 50,09±4,33b 45,88±5,10b 49,48±4,89b TCa 37,65±1,46ab 69,19±6,72c SC 27,42±1,55a 25,56±3,47a 25,50±2,84a 32,46±1,80a 20,25±2,35a 33,76±4,72a TCa 25,30±2,78a 33,05±3,84a SC 21,29±2,08a 19,83±1,44a substrato SC Octanoil-CoA TC + SCa L-carnitina Palmitoil-CoA TC + SCa L-carnitina TC Palmitoil-L- 33,58±2,82b 40,25±5,21b SCa carinitina 36,70±3,95b 40,27±2,98b 39,14±2,42b 40,34±5,66b TCa Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05). Tabela 5. Dados referentes aos parâmetros plasmáticos dos animais pertencentes aos grupos sedentário controle (SC), treinado controle (TC), sedentário cafeteria (SCa) e treinado cafeteria (TCa). Os valores (mg/dl) estão expressos como média±EPM. (n=6). TG CT HDL LDL VLDL SC 98,00±13,50a 80,83±1,42a 25,66±2,20a 66,00±1,63a 19,60±2,70a TC 64,41±4,15b 85,00±7,97a 52,80±3,84b 28,11±14,72b 12,48±0,83b SCa 105,16±13,99a 72,93±4,57a 32,17±5,00a 59,75±2,45a 21,03±2,66a TCa 84,90±7,66b 70,60±3,68a 41,00±2,63b 46,37±7,66b 18,21±1,76a Valores seguidos de letras diferentes na mesma coluna indicam diferença estatisticamente significante (p<0,05) ANEXOS