SILVA, S.S.L.; OLIVEIRA, J.S.; CASTRO, A.C.R.; GONÇALVES, C.; CASTRO, C.E.F.; LOGES, V. Viabilidade de Pólen de Heliconia
spp. In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da RGV Nordeste.
Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 241).
Viabilidade de Pólen de Heliconia spp.
Simone Santos Lira Silva1; Jessika Silva de Oliveira2; Ana Cecilia Ribeiro de Castro3; Charleston
Gonçalves4; Carlos Eduardo Ferreira de Castro4; Vivian Loges5
1
Pesquisadora, Bolsista CAPES, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Laboratório de Floricultura
(LAFLOR), Departamento de Agronomia (DEPA), Av. Dom Manoel Medeiros s/n, Recife, PE, CEP: 52171-900, Brasil,
2
4
[email protected]; Graduanda em Engenharia Agronômica, LAFLOR, UFRPE; Pesquisadora Empresa
Brasileira
de
Pesquisa
Agropecuária
(EMBRAPA)
Agroindústria
Tropical,
Fortaleza,
CE,
Brasil,
[email protected]; 5Pesquisador Instituto Agronômico de Campinas
(IAC), [email protected];
2
[email protected]; Docente, LAFLOR, DEPA, UFRPE, [email protected].
Palavras chave: Flores tropicais, Heliconiaceae, Biologia floral, Polinização, Pré-melhoramento.
Introdução
Tendo em vista que as helicônias possuem grande importância econômica no setor da floricultura,
principalmente para a região nordeste, se faz necessário conhecer a viabilidade de pólen das espécies para
a realização de polinizações controladas. Segundo Nunes et al. (2001) as avaliações do desenvolvimento
biológico de grãos de pólen são fundamentais para trabalhos de biologia reprodutiva e melhoramento
genético, pois permitem obter maior êxito nos cruzamentos, que são realizados com a finalidade de obter
novos híbridos e ampliar a variabilidade.
A viabilidade polínica pode ser determinada por meio de diferentes técnicas, sendo as mais
utilizadas a coloração do citoplasma dos grãos de pólen (método colorimétrico). Para isto, há vários tipos de
corantes para avaliação da viabilidade de pólen, sendo o carmim acético um dos mais utilizados. Estas
avaliações normalmente são realizadas em laboratório utilizando microscópio de bancada.
O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar a viabilidade de pólen de flores de espécies e
híbridos de helicônias em diferentes estádios de desenvolvimento floral pelo método colorimétrico e a
contagem dos pólens por meio da um microscópio digital portátil.
Metodologia
Em dezembro de 2014, hastes florais de espécies de helicônias foram coletadas na Coleção do
Instituto Agronômico (IAC), Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Ubatuba, Vale do Paraíba,
localizado em Ubatuba, São Paulo, com latitude 23°26'02'' S, longitude 45°04'16'' W e altitude 6 m. A média
anual de chuva é de 2700 mm. As plantas de onde foram coletadas as hastes, com aproximadamente
quatro anos de idade foram cultivadas no campo em meia sombra natural em condição de sequeiro.
Após a colheita, as hastes foram mantidas em água, sendo retiradas as flores para avaliação da
viabilidade polínica em três estágios: pré-antese (flores completamente fechadas, em botão); antese (flores
iniciando a abertura); pós-antese (flores abertas com os estiletes expostos).
Para a análise de viabilidade polínica, foi utilizado o método colorimétrico com carmim acético,
considerando grãos de pólen viáveis que apresentaram coloração púrpura (absorvem o carmim acético) e
os grãos de pólen não viáveis (não absorverem o corante uma vez que o citoplasma está ausente ou em
quantidade muito baixa).
Foram realizadas três repetições para cada estágio da flor, totalizando nove amostras para cada
genótipo. Para tanto, o pólen foi depositado sobre uma lâmina, adicionado duas gotas do Carmim acético
(2%), cobrindo-se por uma lamínula. Com o auxílio de um microscópio digital portátil (marca Avantscope®,
com adaptador e lente M200 x 200) acoplado a um notebook, foram capturadas quatro imagens em
diferentes pontos da lâmina. Posteriormente as imagens foram analisadas sendo realizada a contagem de
todos os pólens viáveis e não viáveis nos campos fotografados.
Resultados
A utilização de imagens captadas pelo microscópio digital portátil permitiu a identificação e
contagem da viabilidade do pólen nos três estágios de abertura das flores coletadas das espécies de
helicônias (Tabela 1).
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
Valorização e Uso das Plantas da Caatinga
Tabela 1 – Análise da viabilidade polínica em espécies de Heliconia, em diferentes fases de abertura da flor
utilizando imagens captadas pelo microscópio digital portátil. Ubatuba-SP, Dezembro de 2014.
Genótipos
Pré- Antese
Viáveis
Inviáveis
H. bihai ‘Aurea’
12 (92,3%)
1 (7,69%)
H. bihai ‘Chocolate 208 (97,19%)
6 (2,80%)
Dancer’
H. caribea x bihai
132 (86,84%) 20 (13,16%)
H. chartacea
5 (83,33%)
1 (16,67%)
H. latispatha
17 (89,47%)
2 (10,52%)
H. magnifica
181 (96,27%)
7 (3,73%)
H. orthotricha
77 (96,25%)
3 (3,75%)
H. pendula
199 (99,5%)
1 (0,5%)
H. pogonantha
7 (87,5%)
1 (12,5%)
H. psittacorum x H.
spathocircinata ‘Alan
5 (100%)
0 (0%)
Carle’
H. rauliniana ‘Citra’
4 (22,22%)
14 (77,78%)
H. rostrata
384 (80,33%) 94 (19,67%)
H. stricta
5 (45,45%)
6(54,54%)
Antese
Viáveis
Inviáveis
1121 (90,77%)
114 (9,23%)
1055 (99,15%)
9 (0,85%)
Pós-Antese
Viáveis
Inviáveis
378 (77,78%) 108 (22,22%)
323 (84,78%)
58 (15,22%)
214 (92,64%)
3308 (98,8%)
64 (86,49%)
824 (97,51%)
750 (93,63%)
2853 (99,65%)
735 (62,29%)
17 (7,36%)
40 (1,2%)
10 (13,51%)
21 (2,48%)
51 (6,37%)
10 (0,35%)
445 (37,71%)
260 (89,04%)
1260 (99,53%)
24 (63,16%)
427 (87,14%)
779 (91,87%)
481 (93,8%)
406 (51,46%)
32 (10,96%)
6 (0,47%)
14 (36,84%)
63 (12,86%)
69 (8,13%)
32 (6,2%)
383 (48,54%)
5 (100%)
0 (0%)
1 (100%)
0 (0%)
1 (9,1%)
476 (46,12%)
190 (60,32%)
10 (90,9%)
556 (53,88%)
125 (39,68%)
16 (76,2%)
260 (53,61%)
99 (73,9%)
5 (23,8%)
225 (46,39%)
35 (26,1%)
Conclusão
É possível o uso do microscópio digital portátil para a avaliação da viabilidade polínica em espécies
e híbridos de helicônias em diferentes estádios de desenvolvimento floral.
As fases de maior viabilidade polínica variam entre as diferentes espécies ou cultivares de
helicônias.
Referências
NUNES, J.C.O. DANTAS, A.C.M.; PEDROTTI, E.L.; ORTH, A.I.; GUERRA, M.P. Germinação de pólen in
vitro e receptividade do estigma em macieira cvs. Fuji e Goldeen Delicious. Revista Brasileira de
Fruticultura. V. 23, n.1. p.35-39, 2001.
SOUZA, E.H. Reprodução e hibridização interespecífica e intergenérica em bromeliáceas com potencial
ornamental. Tese (Doutorado em Ciências), Universidade de São Paulo. 256p., 2013.
II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste
Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015
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