2º Capítulo - Aleixo Pais 2.º Capítulo - Aleixo Paes 9.1 - Francisco Aleixo Paes, nasceu na freguesia da Sé de Évora a 12 de Junho de 1818(1). Casou na freguesia de São Mamede da mesma cidade a 22 de Abril de 1845(2) com Maria Benjamim Rita de Lima Fonseca, que nascera na freguesia de Santo Antão a 22 de Maio de 1823(3); filha legítima de José Maria Sérgio da Fonseca, natural da freguesia da Sé, e de sua mulher Inocência Maria Lima da Costa Guimarães, de Santo Antão. Maria Benjamim Rita de Lima Fonseca era neta paterna de José António da Fonseca e de Maria Vitória Perdigão, ambos de Santo Antão; e neta materna de Pascoal da Costa Guimarães, da freguesia vimaranense de Mesão Frio, e de Antónia Angélica Pereira de Lima, de Santo Antão de Évora. Tiveram: Arquivo Distrital de Évora, Sé, livro 58, registo de batismo: Aos 19 do mês de Junho de 1818, nesta Sé de Évora baptizei Francisco, que nasceu a 12 do dito mês, filho legítimo 1º deste nome e do 1º matrimónio amborum de João Nepumoceno da Silva Leitão, desta cidade, e de D. Anna Manuel Saldanha e Pegas, natural da cidadede Coimbra, neto paterno do Dr. Caetano Rozado da Costa, baptizado na dita freguesia de Sancto Antam e de Dona Genoveva Joaquina Roza Barbora da Silva, natural do lugar da Moxueira, termo de Lisboa e neto materno do Dr. Joaquim Aleixo Paes da Costa Pegas, baptizado na freguesia de Sam Mamede d’esta cidade e a avó hé incógnita. Foram padrinhos o Ilustríssimo Francisco Pereira da Silva Souza e Menezes, Coronel do regimento de Milícias de Évora e madrinha a mulher do referido padrinho, Ignácia de Souza da Câmara Aragão e Castro. 10.1 - Francisco Aleixo Paes, foi batizado na freguesia de S. Mamede de Évora a 31 de Outubro de 1845, tendo nascido a 28 de Setembro de 1845. Casou com Augusta Aleixo nascida a 10 de Outubro de 1846 no Couço, (1) - Francisco Aleixo Paes foi batizado na Sé Catedral de Évora a 19 de Junho de 1818 e foi apadrinhado por Francisco Pereira da Silva Sousa e Menezes, Coronel do Regimento de Milícias de Évora, e sua mulher D. Inácia de Sousa da Câmara Aragão e Castro, que passou procuração ao Reverendo Cónego Manuel Afonso Madeira. - A.D.E., Registos Paroquiais, Évora, Freguesia da Sé, Lv. B58, 1813-1818, fls. 244v.º e 245. – Doc. XVIII. (2) - Assistiram a este casamento como testemunhas João Nepomuceno da Silva Leitão e Joaquim Aleixo Paes. - A.D.E., Registos Paroquiais, Évora, Freguesia de São Mamede, Lv. C30, 1843-1860, fl. 9v.º. - Doc. XIX. (3) - D. Maria Benjamim Rita da Fonseca foi batizada na Igreja Paroquial de Santo Antão a 5 de Junho de 1823, sendo seus padrinhos Dom Frei Patrício da Silva, Arcebispo de Évora, com procuração passada ao Cónego Estêvão José Vieira; e a invocação de Nossa Senhora, com cuja prenda tocou Francisco Joaquim da Fonseca, tio de D. Maria Benjamim. - A.D.E., Registos Paroquiais, Évora, Freguesia de Santo Antão, Lv. B35, 1820-1844, fl. 53v.º. - Doc. XX. 1 2º Capítulo - Aleixo Pais concelho de Coruche, filha de Custódio Silvestre, nascido a 1 de Maio de 1817 na freguesia de Santa Justa do concelho de Coruche e de Silvéria Aleixo, nascida a 30 de Abril de 1818 no Couço. Foi estudar para Lisboa em Junho de 1853, tendo regressado ao Couço em 1864 e tomado conta das herdades de Colmieirinho, Pavões, Sesmaria Nova e Esparteiro, além de numerosos foros. Foi depois proprietário e lavrador das herdades de Santiago de Cima, do Meio e de Baixo na freguesia de S. Geraldo, herdades compradas por seu pai cerca de 1882. Viveu na Herdade do Meio desde esse ano até falecer em 20 de Agosto de 1913. A sua mulher Augusta Aleixo faleceu a 8 de Novembro de 1930 na Herdade de Baixo, no monte do seu filho Henrique, que ficou solteiro. O casal teve cinco filhos: Resumo dos filhos: 11.1 - 1 - Julia Adelaide Aleixo Paes nasceu a 16.11.1871 e cc Gaspar da Cunha Prelada. 11.2 - 2 - Artur Aleixo Paes nasceu a 10.4.1874 e casou com Amélia Clementina de Sousa. 11.3 - 3 - Henrique Aleixo Paes nasceu a 18.1.1876. Faleceu s.d.. 11.4 - 4 - Ernestina Augusta Aleixo Paes nasceu a 20.10.1877 e cc Joaquim José de Almeida. 11.5 - 5 - Joaquim Aleixo Paes nasceu a 30.12.1879 e casou com Inácia Maria Mateus. 11.1 - 1 - Julia Adelaide Aleixo Paes, nasceu a 16 de Novembro de 1871 no Couço e faleceu a 4 de Maio de 1969, proprietária das herdades da Aguda e Arriscada no Couço, entre outras. Casou a 31 de Outubro de 1888 em S. Mamede, Évora com Gaspar da Cunha Prelada, que foi o Presidente da Junta Militar do Norte (na monarquia do norte em Janeiro de 1919), Coronel e Comandante de Infantaria 6, nascido a 17 de Março de 1862 na freguesia de Santa Marinha de Moreira, concelho de Geráz do Lima e falecido a 6 de Junho de 1951. Era filho de José António da Costa Prelada, natural de Braga e de Delphina Clara d’Annunciada Alvares Vieira d’Araújo Torres, natural de Monção. Tiveram seis filhos: Arquivo Distrital de Santarém, registo de batismo: Aos 28.11.1871 em Santo António do Couço, foi baptizada Júlia que nasceu na Rua do Bairro Alto, no Couço a 16.11.1871 de pai incógnito e de Augusta Aleixo, solteira. Foram padrinhos Joaquim Filippe Machado, proprietário, casado, morador no Couço e tocou com a coroa Felizardo Bernardes Branco, casado, proprietário, morador no Couço. Foi reconhecida e legitimada em 24.6.1874 por Francisco Aleixo Paes Júnior e feito outro registo. Resumo dos filhos: 12.1 - 11 - Rogério Aleixo Paes da Cunha Prelada nasceu a 28.7.1889 e casou com Rosa Santos da Silva Guimarães. 2 2º Capítulo - Aleixo Pais 12.2 - 12 - Francisco da Cunha Prelada nasceu a 17.11.1891. Faleceu em criança. 12.3 - 13 - Francisco da Cunha Prelada nasceu a 30.10.1892 e cc Dulce N.. Faleceu a 22.1.1927. 12.4 - 14 -Venusina da Cunha Prelada nasceu a 7.9.1897. 12.5 - 15 - António da Cunha Prelada nasceu a 26.7.1901. Faleceu a 3.8.1972. 12.6 - 16 - Gaspar da Cunha Prelada nasceu a 28.11.1905. Faleceu a 7.7.1906. 12.1 - 11 - Rogério Aleixo Paes da Cunha Prelada, capitão e médico militar(4), nasceu a 28 de Julho de 1889. Foi batizado a 30 de Agosto de 1889 em S. Mamede, Évora e faleceu a 18 de Dezembro de 1946 em Matosinhos. Casou a 30 de Dezembro de 1911 no Porto com Rosa Santos da Silva Guimarães. Tiveram cinco filhos, Fernando, Maria Albertina, Maria Ernestina, Rogério e Maria Rosa: Arquivo Distrital de Évora, S. Mamede, registo de batismo: Rogério, baptizado a 30.8.1889 em S. Mamede, Évora, nasceu no nº16 da Rua Manoel Olival a 28.7.1889, filho 1º de nome e do 1º matrimónio de Gaspar da Cunha Prelada, alferes do regimento de Infantaria, n.º 4, natural e baptizado na freguesia de Santa Marinha de Moreira de Geráz de Lima, concelho de Viana do Castelo e de Júlia Adelaide Paes, natural e baptizada em Santo António do Couço, concelho de Coruche. Recebidos e moradores em São Mamede. Neto paterno de José António da Costa Prelada e de Delphina Clara d’Annunciada Alvares d’Araújo Torres, neto materno de Francisco Aleixo Paes, natural e baptizado nesta freguesia e de Augusta Aleixo, natural e baptizada em Santo António do Couço. Foram seus padrinhos o Capitão Luiz Valério da Câmara Lomelin, casado, tenente, morador em Lisboa, representado pelo Dr. Francisco Ignácio Calça e Pina, casado, Conservador e Francisca de Calça e Pina, solteira. 13.1 - 111 - Fernando Guimarães da Cunha Prelada, nasceu a 28 de Setembro de 1912 e casou com Maria da Conceição Granja Areias, licenciada em Farmácia, nascida a 29 de Dezembro de 1921. Tiveram três filhos: 14.1 - 1111 - Maria Fernanda Areias da Cunha Prelada, licenciada em Farmácia, nasceu em 1948. Casou com José Manuel Correia Pereira Ferraz, Economista e tiveram quatro filhos: 15.1 - 1111.1 - Maria Ana Prelada Correia Ferraz, Advogada, nasceu em 1977 e casou com José Pedro Machado Liberal, licenciado em Farmácia. 15.2 - 1111.2 - Maria Manuela Prelada Correia Ferraz, licenciada em Pintura, nasceu em 1980. (4) Fez parte com o seu pai, do grupo de militares que no Porto retiraram o poder ao Governo Republicano e instauraram a Monarquia do Norte em Janeiro de 1919, entregando o poder nas mãos de Paiva Couceiro. Posteriormente foi julgado à revelia e condenado ao exílio. 3 2º Capítulo - Aleixo Pais 15.3 - 1111.3 - José Fernando Prelada Correia Ferraz, Engenheiro Civil, nasceu em 1981. 15.4 - 1111.4 - Maria Fernanda Prelada Correia Ferraz, licenciada em Design de Comunicação, nasceu em 1987. 14.2 - 1112 - Maria Paula Areias da Cunha Prelada, licenciada em Farmácia, nasceu em 1949. 14.3 - 1113 - Fernando Areias da Cunha Prelada, nasceu em 1955. 13.2 - 112 - Maria Albertina Guimarães da Cunha Prelada, nasceu a 24 de Dezembro de 1914. 13.3 - 113 - Maria Ernestina Guimarães da Cunha Prelada, nasceu em Julho de 1916 e casou com Rodrigo Pereira de Araújo Freitas. Morreu num acidente de viação quando da despedida do filho mobilizado para a Guiné como piloto da Força Aérea. Tiveram dois filhos: 14.1 - 1131 - Maria Rosa Prelada de Araújo Freitas (Mirró), nasceu cerca de 1936 e casou com Terence Raymond Heard. Residentes em Inglaterra (Londres). 14.2 - 1132 - Rodrigo Prelada de Araújo Freitas, nasceu cerca de 1938. Foi Comandante da TAP. 13.4 - 114 - Rogério Guimarães da Cunha Prelada, nasceu a 1 de Fevereiro de 1919 e casou com Gabriela Consiglieri de Sá Pereira. Tiveram uma filha: 14.1 - 1141 - Ana Maria Consiglieri da Cunha Prelada, nasceu a 8 de Outubro de 1951 e casou com Jorge Alves de Castro Paiva. Tiveram dois filhos: 15.1 - 1141.1 - Linda da Cunha Prelada de Castro Paiva, nasceu a 18 de Novembro de 1971. 15.2 - 1141.2 - Nuno da Cunha Prelada de Castro Paiva, nasceu a 19 de Dezembro de 1972 e casou com Edite Alvarenga. 13.5 - 115 - Maria Rosa Guimarães da Cunha Prelada, nasceu a 26 de Setembro de 1920. 12.2 - 12 - Francisco da Cunha Prelada, nasceu a 17 de Novembro de 1891 em Montemor-o-Novo, S. Geraldo. Faleceu em criança. Arquivo Distrital de Évora, S. Geraldo, registo de batismo: Francisco, baptizado a 27.12.1891 em S. Geraldo, Montemor-o-Novo, nasceu 4 2º Capítulo - Aleixo Pais em Setúbal a 17.11.1891, filho de Gaspar da Cunha Prelada, alferes de Infantaria e de Júlia Aleixo Paes. Foram seus padrinhos Francisco Aleixo Paes, casado, lavrador, avô materno e Ernestina Augusta Paes, solteira, tia materna. 12.3 - 13 - Francisco da Cunha Prelada, nasceu a 30 de Outubro de 1892 em Montemor-o-Novo, S. Geraldo e faleceu a 22 de Janeiro de 1927. Casou com Dulce. Não tiveram descendência. O seu tio Henrique Aleixo Paes montou-lhe lavoura na herdade da Chaminé perto de Vendas Novas. Arquivo Distrital de Évora, S. Geraldo, registo de batismo: Francisco, baptizado a 25.12.1892 em São Geraldo, gravemente enfermo, nasceu na Travessa da Mangalaça, Évora a 30.10.1982, filho de Gaspar da Cunha Prelada e de Júlia Aleixo Paes. Foram seus padrinhos Francisco Aleixo Paes, casado, proprietário, e a bisavó materna, D. Maria Benjamim da Fonseca Paes, viúva. 12.4 - 14 - Venusina da Cunha Prelada, nasceu a 7 de Setembro de 1897 em Évora, S. Francisco e foi batizada em S. Geraldo, freguesia do concelho de Montemor-o-Novo. Faleceu em 1989 sem descendência. Foram seus padrinhos de batismo os tios maternos Henrique e Ernestina. 12.5 - 15 - António da Cunha Prelada, nasceu a 26 de Julho de 1901 em Évora, S. Francisco e faleceu a 3 de Agosto de 1972, sem descendência. Foi seu padrinho de batismo o Dr. António da Cunha Prelada e a sua avó, Augusta Aleixo. 12.6 - 16 - Gaspar da Cunha Prelada, nasceu a 28 de Novembro de 1905 e faleceu a 7 de Julho de 1906. 11.2 - 2 - Artur Aleixo Paes, nasceu a 10 de Abril de 1874 numa casa do Bairro das Ferreiras no Couço e faleceu a 16 de Julho de 1949 em Vendas Novas. Estudou no Porto e foi médico em Vendas-Novas(5). Casou a 26 de Junho de 1903 no Porto com Amélia Clementina de Sousa, nascida a 25 de (5) A primeira página do semanário “A Folha do Sul” de Montemor-o-Novo, sábado dia 25 de Abril de 1903 contém um artigo com fotografia intitulado Dr. Arthur Aleixo Paes, de que transcrevo um extrato: “ Contando apenas 29 annos de idade pois nasceu na freguesia de Santo António do Couço do vizinho concelho de Coruche no dia 10 d’ Abril de 1874, o sr. dr. Arthur Aleixo Paes, ultimamente nomeado pela nossa Câmara facultativo em Vendas Novas … Tendo cursado o lyceu d’Évora e feito os preparatórios médicos na Academia Polytechnica do Porto, na Escola Médica desta cidade se matriculou, alcançando distinções em quase todas as cadeiras e feito o acto grande no dia 15 d’Outubro de 1902 em que obteve approvação, a escola lhe passou o diploma merecidamente obtido …” 5 2º Capítulo - Aleixo Pais 1º Quadro Nota: O 8º Cap. acima referido pertence ao livro Lavradores de Montemor 6 2º Capítulo - Aleixo Pais Novembro de 1881 no Porto e falecida a 18 de Setembro de 1955 em Vendas Novas, filha de José Vicente de Sousa e de Maria Clementina. Tiveram quatro filhos, Francisco, José, Augusto e Artur: Arquivo Distrital de Santarém, registo de batismo: Aos 20.4.1874 em Santo António do Couço, foi baptizado Arthur, que nasceu numa casa do bairro dos Ferreiros, no Couço a 10.4.1874 filho de Francisco Aleixo Paes Júnior, que vive em casa dos seus pais, solteiro e de Augusta Aleixo, solteira. Foram padrinhos Felisardo Bernardes Telles Branco, casado, proprietário, e tocou com a prenda Francisco Maria Banha. 12.1 - 21 - Francisco de Sousa Aleixo Paes, nasceu a 29 de Março de 1904 em Vendas Novas e faleceu a 13 de Maio de 1985. Casou a 20 de Fevereiro de 1936 em Vendas-Novas com Maria da Conceição Rodrigues, nascida a 6 de Dezembro de 1911 e falecida a 9 de Setembro de 2005, filha de Francisco Xavier Rodrigues e de Maria Amália. Tiveram dois filhos: 13.1 - 211 - Artur Aleixo Paes, primeiro de nome, nasceu a 28 de Novembro de 1936 em Vendas-Novas onde faleceu a 29 de Março de 1938, s.d.. 13.2 - 212 - Artur Aleixo Pais, segundo de nome, nasceu a 17 de Agosto de 1939 em Vendas-Novas, Jornalista na Gazeta e Rádio Granada, autor de livros sobre a história da sua terra, medalha de ouro de mérito municipal de Vendas-Novas. Aí casou a 19 de Dezembro de 1965 com Ivone Vargas de Andrade, nascida nesta localidade a 13 de Junho de 1943, filha de Raul José de Andrade e de Ivone Morais Vargas. Tiveram duas filhas: Conservatória de Registo Civil em Montemor-o-Novo, registo de nascimento: Artur Aleixo Paes, nasceu a 17.8.1940 na Praça da República em Vendas Novas, filho de Francisco de Souza Aleixo Paes, de 36 anos de idade, Chefe de Conservação de Estradas e de Maria da Conceição, de 28 anos de idade, natural de S. Francisco, Évora, neto paterno de Artur Aleixo Paes e de Amélia Clementina de Souza, neto materno de Francisco Xavier Rodrigues e de Maria Amália. 14.1 - 2121 - Ivone Maria Andrade Aleixo Pais, nasceu a 15 de Dezembro de 1966 em Vendas-Novas e casou a 1 de Junho de 2006 com João Paulo Dias Araújo. São ambos licenciados em Matemáticas e moradores em Carnaxide. 14.2 - 2122 - Carla Maria Andrade Aleixo Pais, nasceu a 24 de Novembro de 1972, licenciada em Ciências da Comunicação e casou a 2 de Junho de 2007 em Vendas Novas com António Amorim Alves. Tiveram uma filha: 7 2º Capítulo - Aleixo Pais 15.1 - 2122.1 - Rita Andrade Pais Amorim Alves, que nasceu a 3 de Janeiro de 2009 nos Olivais em Lisboa. 12.2 - 22 - José de Sousa Aleixo Pais, nasceu a 10 de Julho de 1907 em Vendas-Novas e faleceu a 12 de Janeiro de 2005 em Lisboa. Casou a 20 de Julho de 1940 em Vendas-Novas com Manuela da Rocha Martins, nascida cerca de 1913 no Pinhal Novo e falecida a 15 de Março de 1991, filha de Manuel Jacinto Martins e Hermínia Rosa Martins. Tiveram dois filhos: 13.1 - 221 - José Manuel Martins Aleixo Pais, nasceu a 23 de Junho de 1941 em Vendas-Novas, Médico Oftalmologista. Casou a 9 de Setembro de 1970 com Maria Teresa Carvalho Martins, natural de Moçambique. Tiveram três filhos: Registo de nascimento: Aos 23.6.1941 nasceu em Vendas Novas José Manuel Martins Aleixo Pais, filho de José de Sousa Aleixo Pais, de 34 anos, funcionário público, natural de Vendas Novas e de Manuela da Rocha Martins, de 28 anos, natural de Pinhal Novo, neto paterno de Dr. Artur Aleixo Pais e de Amélia Clementina da Costa, neto materno de Manuel Jacinto Martins e de Hermínia Rosa Martins. 14.1 - 2211 - Paula Aleixo Pais, nasceu a 17 de Junho de 1971 em Lisboa, licenciada em Letras e casou a 14 de Julho de 2001 no Convento de Mafra com João N.. 14.2 - 2212 - Pedro Miguel Aleixo Pais, nasceu a 3 de Janeiro de 1977 em Lisboa. 14.3 - 2213 - José Gonçalo Aleixo Pais, nasceu a 11 de Outubro de 1981 em Lisboa. 13.2 - 222 - Maria Amélia Martins Aleixo Pais, nasceu a 9 de Novembro de 1943 em Vendas-Novas. Casou a 24 de Maio de 1971 em Lisboa com Carlos Santos Silva. São ambos licenciados em Matemáticas e moradores em Lisboa. Tiveram três filhos: 14.1 - 2221 - Carlos Nuno Santos Silva, nasceu a 1 de Dezembro de 1972 em Lisboa, Diácono desde Dezembro de 2006 em cerimónia nos Jerónimos presidida pelo Cardeal Patriarca e posteriormente ordenado Padre. 14.2 - 2222 - João Manuel Aleixo Pais Silva, nasceu a 2 de Junho de 1975 em Lisboa, casado. Teve um filho de nome Manuel Pais Silva. 14.3 - 2223 - Rui Pedro Aleixo Pais Silva, nasceu a 21 de Setembro de 1976 em Lisboa. Foi frade em paris. 8 2º Capítulo - Aleixo Pais 12.3 - 23 - Augusto de Sousa Aleixo Pais, Médico Veterinário, nasceu a 26 de Janeiro de 1914 em Vendas Novas e faleceu a 16 de Junho de 1996 em Lisboa. Casou a 21 de Abril de 1951 em Vendas-Novas com Noémia Lança Marques, natural de Silves. Tiveram dois filhos: Registo de nascimento: A 26.1.1914 nasceu em Vendas-Novas Augusto de Souza Aleixo Pais, filho de Dr. Artur Aleixo Pais, de 39 anos, natural do Couço e de Amélia de Souza, de 25 anos, natural de Santo Ildefonso, Porto, neto paterno de Francisco Aleixo Pais e de Augusta Aleixo, neto materno de José Vicente de Souza e de Maria Clementina. 13.1 - 231 - Maria Rita Marques Aleixo Pais, nasceu a 6 de Novembro de 1952 em Lisboa. É licenciada em Germânicas, Quadro Técnico da Editora Saramago e casou a 12 de Outubro de 1974 com Afonso Eduardo DelReonaira. Divorciados, s.d.. 13.2 - 232 - Augusto José Marques Aleixo Pais, Engenheiro Químico, nasceu a 27 de Novembro de 1954 em Lisboa e casou a 29 de Dezembro de 1975 com Marília Ganeiro, divorciados. Tiveram 2 filhas: 14.1 - 2321 - Isa Aleixo Pais, nasceu a 19 de Março de 1980 em Lisboa. 14.2 - 2322 - Rita Aleixo Pais, nasceu a 16 de Julho de 1983 em Lisboa. 12.4 - 24 - Artur de Sousa Aleixo Pais, nasceu a 30 de Janeiro de 1922 em Vendas-Novas e faleceu a 31 de Maio de 1995 em Setúbal. Casou a 21 de Abril de 1951 (no mesmo dia que o seu irmão Augusto) com Maria Teresa Ribeiro. Tiveram dois filhos: 13.1 - 241 - Artur Henrique Ribeiro Aleixo Pais, nasceu a 28 de Janeiro de 1952 em Lisboa e casou a 7 de Janeiro de 1979 com Maria de Fátima Ferreira Bento, nascida a 25 de Abril de 1952. Tiveram duas filhas: 14.1 - 2411 - Erica Ribeiro Aleixo Pais, que nasceu a 2 de Fevereiro de 1980. 14.2 - 2412 - Inês Aleixo Pais, que nasceu a 2 de Julho de 1984. 13.2 - 242 - Maria Luísa Ribeiro Aleixo Pais. 11.3 - 3 - Henrique Aleixo Paes, proprietário e lavrador da Herdade de Baixo, na freguesia de S. Geraldo e herdade do Casão na freguesia de Lavre, foi batizado a 19 de Fevereiro de 1876 em Santo António do Couço onde nasceu a 18 de Janeiro de 1876. Foram seus padrinhos Francisco Maria Banha, casado, professor de Instrução Primária, morador no Couço e procurador de 9 2º Capítulo - Aleixo Pais 2º Quadro 10 2º Capítulo - Aleixo Pais Henrique de Souza Aleixo Paes, solteiro e D. Joanna Lúcia d’Oliveira Banha(6), solteira, moradora no Couço. Faleceu a 14 de Julho de 1947, sem descendência. 11.4 - 4 - Ernestina Augusta Aleixo Paes, foi batizada a 5 de Novembro de 1877 em Santo António do Couço, tendo nascido a 20 de Outubro de 1877 e falecido a 20 de Abril de 1939. Foi proprietária das herdades do Meio e de Cima, na freguesia de S. Geraldo e casou com Joaquim José de Almeida, nascido a 9 de Agosto de 1874 e falecido a 30 de Abril de 1943, lavrador, rendeiro das propriedades do Conde de Valenças. Foram seus padrinhos Francisco Maria Banha, casado e D. Joanna Lúcia d’Oliveira, solteira, ambos moradores no Couço. Tiveram sete filhos: Resumo dos filhos: 12.1 - 41 - Francisco Paes d’ Almeida nasceu em 1899. Faleceu sem descendência. 12.2 - 42 - José Paes d’ Almeida nasceu a 16.1.1901. Faleceu sem descendência. 12.3 - 43 - Joaquim Paes d’ Almeida nasceu em 1903. Faleceu sem descendência. 12.4 - 44 - Henrique Paes de Almeida n. em 1905 e cc Maria Gertrudes Morgado Palhavã. 12.5 - 45 - Artur Paes de Almeida, nasceu em 1911 e cc Maria Luísa da Cunha Machado, 12.6 - 46 - António Paes de Almeida, n. em 1914 e cc Maria Helena da Cunha Toscano Sampaio. 12.7 - 47 - Isabel Augusta Paes de Almeida n. em 1916 e cc José António Morgado Palhavã. 12.1 - 41 - Francisco Paes d’ Almeida, nasceu a 24 de Outubro de 1899 e faleceu a 17 de Março de 1945, sem descendência. 12.2 - 42 - José Paes d’ Almeida, nasceu a 16 de Janeiro de 1901 (ou 16.5.1901) e faleceu a 17 de Janeiro de 1920 (ou 1970?), sem descendência. 12.3 - 43 - Joaquim Paes d’ Almeida, nasceu a 21 de Janeiro de 1903 e faleceu a 25 de Outubro de 1940, sem descendência. 12.4 - 44 - Henrique Paes d’ Almeida, nasceu a 9 de Maio de 1905 e faleceu a 25 de Novembro de 1992. Casou com Maria Gertrudes Morgado Palhavã, nascida a 29 de Dezembro de 1904 e falecida a 7 de Novembro de 1977, filha de Francisco António Correia da Silva Palhavã nascido a 3 de Abril de 1868 na freguesia de Cabrela, e de Gertrudes Maria Morgado nascida a 25 de Maio de 1886 na freguesia de Safira. Tiveram dois filhos: A sua descendência segue no 12.º Capítulo dos Lavradores de Montemor, ramo Morgado, 53. 12.5 - 45 - Artur Paes de Almeida, nasceu a 25 de Agosto de 1911 e casou a 8 de Janeiro de 1945 com Maria Luísa da Cunha Machado, nascida a 11 de Dezembro de 1922. Tiveram dois filhos: (6) - Joana Lúcia d’Oliveira Banha nasceu a 2 de Janeiro de 1860 no Couço foi a professora primária dos irmãos Aleixo Paes. Mais tarde, tendo falecido os seus pais e a convite do meu avô, Joaquim Aleixo Paes, veio viver para a Lobeira, onde esteve largos anos ensinando filhos de empregados, tratada por “D. Joana” ou “madrinha Joana”. Aí faleceu no dia 24 de Maio de 1950 tendo sido sepultada no cemitério de S. Geraldo, junto de outros falecidos da família Aleixo Paes. 11 2º Capítulo - Aleixo Pais 13.1 - 451 - Maria Teresa Machado Paes d’Almeida, nasceu a 1 de Novembro de 1945 em Aveiro e casou a 8 de Março de 1969 com Rui de Matos Oliveira Sérgio, nascido a 8 de Outubro de 1940. Tiveram três filhos: 14.1 - 4511 - Rita Pais de Almeida Sérgio, nasceu a 14 de Julho de 1971. 14.2 - 4512 - Pedro Miguel Pais de Almeida Sérgio, nasceu a 24 de Junho de 1972. 14.3 - 4513 - Manuel Pedro Pais de Almeida Sérgio, nasceu a 22 de Novembro de 1974 em Lisboa e casou com Isabel Nunes da Silva, nascida a 9 de Abril de 1974 também em Lisboa. Tiveram dois filhos: 15.1 - 4513.1 - Manuel da Silva de Almeida Sérgio, nasceu a 11 de Março de 2003. 15.2 - 4513.2 - António da Silva de Almeida Sérgio, nasceu a 27 de Outubro de 2006. 13.2 - 452 - Pedro Manuel Machado Paes d’Almeida, nasceu a 16 de Maio de 1948 em Aveiro, estudante de Agronomia, forcado do Grupo de Montemor com estreia em 1964, falecido em combate em Moçambique a 25 de Abril de 1972. Casou a 22 de Novembro de 1971 com Maria Teresa Barosa Seabra Cancela, nascida a 6 de Dezembro de 1949, filha de Adriano de Seabra Cancela, nascida a 11 de Agosto de 1913 e de Maria Teresa Taibner Morais Santos Barosa, nascida a 31 de Julho de 1922. Sem descendência. 12.6 - 46 - António Paes de Almeida, nasceu a 25 de Maio de 1914 em Lavre, concelho de Montemor-o-Novo e faleceu a 13 de Fevereiro de 1994. Viveu na herdade do Meio e estudou em Lisboa. Foi engenheiro na Câmara de Montemor-o-Novo, depois lavrador na Vidigueira, na Quinta do Carmo. Casou com Maria Helena da Cunha Toscano Sampaio e tiveram duas filhas: Conservatória de Registo Civil de Montemor-o-Novo, registo de batismo: António Pais de Almeida nasceu a 25.5.1914 na rua Cândido dos Reis de Lavre, filho de Joaquim José de Almeida de 39 anos e de Ernestina Augusta de 35 anos, natural de Santo António do Couço, neto paterno de José de Almeida e Isabel Francisca Gavião, neto materno de Francisco Aleixo Pais e Augusta Aleixo. Foram seus padrinhos José Pais de Almeida, solteiro, estudante e Filipa Teresa Veiga, viúva, natural de Lavre. 13.1 - 461 - Maria Manuela Sampaio Pais d’Almeida, nasceu a 5 de Agosto de 1947 em Aveiro. Teve uma filha. 13.2 - 462 - Maria do Carmo Sampaio Pais d’Almeida, nasceu a 5 de Dezembro de 1948 em Lisboa mas foi registada na Vidigueira. Casou com 12 2º Capítulo - Aleixo Pais Mário Alberto Prestes Maia e Silva. Moradores no Convento Vera Cruz, da Vidigueira. 12.7 - 47 - Isabel Augusta Paes de Almeida, nasceu a 23 de Setembro de 1916 em Lavre e faleceu a 17 de Janeiro de 2007. Casou a 6 de Junho de 1945 na Igreja de Santa Maria da Lagoa em Portel com José António Morgado Palhavã, nascido a 29 de Dezembro de 1914 em Cabrela. Este, proprietário e lavrador, grande caçador em montarias, forcado do Grupo de Montemor era filho de Francisco António Correia Palhavã, nascido a 3 de Abril de 1868 na freguesia de Cabrela do concelho de Montemor-o-Novo e de Gertrudes Maria Morgado, nascida a 25 de Maio de 1886 na freguesia de Safira também do concelho de Montemor-o-Novo. Tiveram dois filhos: Conservatória de Registo Civil de Montemor-o-Novo, registo de nascimento: Isabel Augusta Pais de Almeida nasceu a 23.9.1916 na Rua Cândido dos Rei de Lavre, filha de Joaquim José de Almeida, de 42 anos e de Ernestina Aleixo Paes de 38 anos. Foi padrinho Francisco Pais de Almeida, seu irmão, estudante. A sua descendência segue no 12.º Capítulo dos Lavradores de Montemor, ramo Morgado, 56. 11.5 - 5 - Joaquim Aleixo Paes, proprietário e lavrador da herdade da Lobeira de Baixo onde construiu o monte, foi batizado a 3 de Fevereiro de 1879 em Santo António do Couço, tendo nascido a 30 de Dezembro de 1878 no bairro dos Ferreiros no Couço. Foram seus padrinhos Joaquim Maria Ribeiro, solteiro, morador no monte do Lugal, Couço e Luísa Lopes Aleixo, casada, moradora no Couço. Faleceu a 19 de Maio de 1938 na freguesia de S. Geraldo. Casou em 1935 no monte da Lobeira com Inácia Maria Mateus nascida a 10 de Julho de 1886 em S. Pedro da Gafanhoeira, concelho de Arraiolos e falecida a 17 de Novembro de 1960 em Montemor-o-Novo. Tiveram uma filha: 12.1 - 51 - Maria Augusta Aleixo Paes, proprietária da herdade da Lobeira de Baixo, nasceu a 5 de Agosto de 1918 no monte da Lobeira, Lavre e faleceu a 19 de Fevereiro de 1976 em Lisboa. Casou a 9 de Outubro de 1938 na Igreja da aldeia de S. Geraldo com António Vacas de Carvalho, batizado a 27 de Março de 1911 em S. Cristóvão onde nasceu a 6 de Julho de 1910 no monte da Figueira, e falecido a 23 de Maio de 1993 em Montemor-o-Novo. Este foi licenciado em Direito e lavrador das herdades da Lobeira, herdade de Baixo e herdade de Cima. O casal teve catorze filhos. A sua descendência segue no 8.º Capítulo dos Lavradores de Montemor, ramo Aleixo Pais Vacas de Carvalho, 347. 13 2º Capítulo - Aleixo Pais 3º Quadro Nota: O 12º cap. acima referido pertence ao livro Lavradores de Montemor-oNovo. 14 2º Capítulo - Aleixo Pais 10.1 Francisco Aleixo Paes júnior 10.1 Francisco Aleixo Paes júnior, sua mulher Augusta Aleixo, Arthur Aleixo Paes e sua mulher, Amélia Clementina de Sousa 1 Coronel da Cunha Prelada 1 Júlia Aleixo Paes, aos dezasseis anos de idade 15 2º Capítulo - Aleixo Pais 1 Coronel Gaspar da Cunha Prelada, sua mulher, Júlia Aleixo Paes e filhos: da esquerda para a direita: Francisco, António, Venusina e Rogério da Cunha Prelada. 1 Fotografia na gurita do Gudial (herdade extrema da herdade de Baixo): à direita o Coronel Gaspar da Cunha Prelada; segunda em baixo, Maria Augusta Aleixo Paes e em cima ao centro, Venusina da Cunha Prelada e Maria da Conceição Rodrigues. 16 2º Capítulo - Aleixo Pais 1 Júlia Aleixo Paes em 1946 1 - Coronel Médico António da Cunha Prelada 11 Rogério Aleixo Paes da Cunha Prelada 11 Rogério Aleixo Paes da Cunha Prelada e sua mulher, Rosa Santos da Silva Guimarães 17 2º Capítulo - Aleixo Pais 1131 Maria Rosa Prelada de Araújo Freitas 13 Francisco da Cunha Prelada e sua mulher, Dulce 14 Venusina da Cunha Prelada 18 2º Capítulo - Aleixo Pais 2 Arthur Aleixo Paes 2 Maria da Conceição Rodrigues 2 À esquerda Arthur Aleixo Paes e ao centro Joaquim Aleixo Paes 19 2º Capítulo - Aleixo Pais 21 Francisco de Sousa Aleixo Paes 21 Maria da Conceição Rodrigues 3 Henrique Aleixo Paes 20 2º Capítulo - Aleixo Pais 3 Henrique Aleixo Paes, Venusina da Cunha Prelada e familiar. 4 Ernestina Aleixo Paes 21 2º Capítulo - Aleixo Pais 4 No Monte da Herdade do Meio em 1935: Joaquim José d’Almeida, um filho e as três primas direitas Maria Augusta Aleixo Paes, Isabel Paes d’Almeida e Venusina da Cunha Prelada. 44 Henrique Paes d’Almeida 5 - Joaquim Aleixo Paes 22 5 - Inácia Maria Mateus 2º Capítulo - Aleixo Pais 5 - Joaquim Aleixo Paes 51 - Maria Augusta Aleixo Paes Monte da Lobeira em 1934 23 2º Capítulo - Aleixo Pais 51 Casamento de Maria Augusta Aleixo Paes com António Vacas de Carvalho na Igreja de S. Geraldo. Convidados, à esquerda, Francisco Carneiro, Verdiana Reis Malta, à direita Arthur Aleixo Paes e seu filho Augusto. 24 2º Capítulo - Aleixo Pais História Documento na posse de D. Ernestina Paes d’Almeida Além duma árvore genealógica muito completa da antiga família, esse documento contém uma informação importante: “Maria Benjamim Rita da Fonseca Lima foi baptizada na Igreja Paroquial de Santo Antão a 5 de Junho de 1823, sendo seus padrinhos Dom Frei Patrício da Silva, Arcebispo de Évora e a invocação de Nossa Senhora, com cuja prenda tocou Francisco Joaquim da Fonseca, tio de D. Maria Benjamim. Foi-lhe dado o apelido de Rita porque nasceu no dia de Santa Rita de Cássia. A 19 de Setembro de 1830 entrou como educanda no convento. Saiu a 20 de Julho de 1833. Casou na freguesia de São Mamede da mesma cidade a 22 de Abril de 1845, passando a ser tratada por Maria Benjamim da Fonseca Paes. Maria Benjamim e Francisco Aleixo Paes deixaram Évora no dia 11 de Março de 1846 e foram viver para a herdade do Coiço, termo de Coruche, tendo regressado a Évora a 30 de Setembro de 1882 onde residiram na casa Pais Aleixo na Rua Manuel Olival, n.º 16.” Cartas enviadas a Maria Benjamim da Fonseca Paes A família guardou algumas cartas antigas, entre elas: Uma carta sem data, enviada de Lisboa para Maria Benjamim Fonseca Paes, em Mora, do seu filho Francisco Aleixo Paes; Uma carta enviada de Lisboa por Francisco Aleixo Paes com data de 27 de Agosto de 1858, para sua mãe, Maria Benjamim Fonseca Paes em Mora; Uma carta enviada de Lisboa com data de 18 de Setembro de 1858 duma prima para Maria Benjamim Fonseca Paes em Évora; Uma carta com data de 24 de Outubro de 1863 para Maria Benjamim Fonseca Paes, em Évora, assinada pelo seu marido e filho, e uma carta de Lisboa com data de 31 de Dezembro de 1865, de Maria Benjamim Fonseca Paes para seu marido em Évora. Porque achei mais interessantes para conhecimento dessa recuada época, e sem correção das palavras originais, transcrevo apenas as duas cartas de Francisco Aleixo Paes para a sua mãe e um extrato da carta duma sua prima: 25 2º Capítulo - Aleixo Pais Carta sem data, talvez de 1858, enviada de Lisboa para Maria Benjamim Fonseca Paes em Mora, pelo seu filho Francisco Aleixo Paes: “Minha querida Mãe Estimarei que ao receber d’esta esteja gosando d’uma perfeita saúde em companhia do meu Papá, eu por em quanto tenho passado sem novidade nenhuma. O Tio Jacinto(1) aqui veio um dia, e me disse aonde está mais o primo João, que é em caza duma velha na carreira do Menino Jesus, eu fui lá uma vez visitá-lo, porque o tio Jacinto demora-se cá até elle fazer exame de Grammatica Latina, e a respeito da matrícula fui a casa do Marrecas, e elle disseme mais o tio Jacinto, que me matriculasse em Latinidade e Francez, e que me fosse lecionar os trez dias, que não há Latinidade com o Monte Negro, que era melhor porque podia fazer no fim do anno exame de ambas as cousas, e não lecionando e matriculando-me também no 1.º anno de geometria que não fazia exame de nada porque não fico sabendo nada, e que vendesse a Arithmetica porque para o anno já é edicção nova, e então não sei o que o meo Pae quererá; mas o tio Jacinto diz que fizesse isto que ó depois cá lhe diria, eu sempre vou lecionar-me mas mande dizer se sim ou senão, porque senão quizer posso deixar lá de ir, e se quer que vá cá pagando, ou se quando vier pagará. A minha cama arranjei-a logo no outro dia, e estes dias tenho passeado, lido no Judeo Errante que é bem bonito já vou no volume douse e hontem fui a huma feira que houve de gado. (…) Já ouvi dizer que o Rei no dia 15 partia de Lisboa e que (???) depois vai a Villa Viçosa. Não sei se é verdade ou peta. Muitas recomendações a todos que mas mandaram e dê também muitas ao meo Pae. Adeos minha querida Mãe aseite muitos abraços e beijos e dê também muitos ao meu Pae (…) Para me matricular também foi precizo levar a certidão de idade como a todos os otros são mais esses quatorze vinténs. Assina F. Aleixo Paes Júnior.” Carta de Lisboa de Francisco Aleixo Paes Júnior com data de 27 de Agosto de 1858, com o seguinte endereço: “Exm.ª Sr.ª D. Maria Benjamim Fonseca Paes etc. etc., para Alem-Tejo, Mora, pelo correio de Monte Mor Novo: “M.ª Chara Mãe do C.º Recebi hoje a sua carta de 22 do corrente a qual muito estimei por saber da (1) - Algumas passagens desta carta suscitam dúvidas, como por exemplo os doze volumes do Judeo Errante! Quanto ao tio Jacinto que é citado deve ser Jacinto Barata Godinho casado com Anna José Aleixo Paes, irmã do seu pai (ver na genealogia 8.11). 26 2º Capítulo - Aleixo Pais sua saúde e da do meu Pai, eu vou passando melhor, mas já tenho tomado trez garrafas de óleo com este que estou tomando, amanhãa vou principiar os banhos, e hoje em acabando de lhe escrever vou cortar o cabelo à escovinha. No Domingo fui a Salitre(2) mais a minha Prima, o meu primo e os meninos mas eu fui para as trincheiras porque estávamos muito apertados no camarote, eu gostei muito porque foi muito bonito. Na quinta feira da semana passada fui mais os meus primos e o menino ao Passeio ver e ouvir cantar as Senhoras do café Concerto que também gostei muito. A Terça feira pela manhã ainda estava na cama bateu á porta o Felizardo que esteve cá até eu ir para o Collegio, e foi-me acompanhar à porta do Collegio, e na quinta feira às dez horas veio cá outra vez e esteve cá até às doze. A Izabel tem estado doente primeiro esteve constipada e agora anda com sezões. Muitas saudades digo à Sr.ª D. Gerarda mais da Izabel e da Maria que teve cá a irmã hoje, porque lhe veio fazer uma visita e dê muitas saudades minhas a todos que perguntarem por mim mais a meu Pai e dê também muitos abraços e beijos. Adeos minha Mãe asseite muitos abraços e beijos deste seu filho que pede a bênção a seu Paes e que será sempre, Muito Obrigado e Amigo do Coração que os deseja muito ver. Assina Francisco Aleixo Paes Júnior. P.J. A minha prima manda-lhe saudades e que desculpe não lhe escrever mas que para a semana lhe escreve.” Carta de Lisboa duma prima com data de 18 de Setembro de 1858 para a Exm.ª Sr.ª D. Maria Benjamim Fonseca Paes, para Évora”: “Minha chara Prima Muito desejo que não tivesse incomodado na sua jornada igualmente o Primo, e que achasse todas as pessoas da sua amizade de perfeita saúde. Muito sinto que tivesse o desgosto da morte do seu tio, eu soube no domingo em Belém que estivemos com o seu primo João Paulo, disse-nos que sua Thia estava inconsolável, coitadinha tem toda a razão era a sua companhia. Sei que a prima talvez se resolva a dar uma saltada aqui tenho muita pena que o Primo a não acompanhe, e se se lembra que nos dá incómodo enganase porque sempre temos o maior gosto na sua companhia e a minha pena he não a poder tratar tão bem como os primos nos tratão quando vamos ao Coiço. O Francisquinho está muito melhor (…) mas hoje tem-no tão inchado (2) - Trata-se duma corrida de touros na praça de Salitre em Lisboa. De facto essa praça existiu em Lisboa situada nos terrenos da rua de Salitre. Terá sido construída cerca de 1780 e demolida em 1879. A praça era sobre o quadrado tendo dum lado do anfiteatro camarotes para os aficionados de cotação social, e em toda a volta bancadas para o povo. 27 2º Capítulo - Aleixo Pais que tivemos medo que fosse ao banho mandámo-lo a caza do Arnaut mas não o achou porque está fora da terra (…) e hoje não vai ao Colégio (…) Assina M. H.” Esta parece ser a carta prometida na anterior carta de Francisco Aleixo Paes para a sua mãe, de 27 de Agosto desse ano de 1858, e transcrevemos algumas passagens porque refere famíliares que convinha identificar. E ficamos a saber que Francisco Aleixo Paes, com a idade de 13 anos, estava em Lisboa em casa de primos para frequentar um colégio, embora não tenha conseguido identificar esses primos. A carta também fala dum médico Arnaut, e Arnaut é também familiar do ramo Rebelo, descrito no 3.º Capítulo deste livro. Carta de Francisco Aleixo Paes júnior para sua mãe. 28 2º Capítulo - Aleixo Pais Carta de Francisco Aleixo Paes júnior para sua mãe. (cont.) 29 2º Capítulo - Aleixo Pais Idem, 2.ª página 30 2º Capítulo - Aleixo Pais Livro de contas de Francisco Aleixo Paes Júnior Escrito metodicamente com a letra corrida que se vê nas cartas à sua mãe, tenho na minha posse o livro de contas de lavoura de Francisco Aleixo Paes Júnior. Cobre um largo período com registos desde 1864 até 1887 – 23 anos de actividade agrícola na região do Couço e Coruche. As contas no livro são interrompidas subitamente nesse ano de 1887. Apesar do grande interesse desta informação na medida em que refere herdades, contas de cultura, nomes de pessoas da região com que negociava, alguns antepassados de famílias conhecidas de hoje, contribuições e foros que pagava, etc., pela sua extensão não a transcrevo aqui completamente e apenas a resumo: O lavrador Francisco Aleixo Paes Júnior tomava conta das herdades do Colmieirinho, Quinta dos Pavões, Quinta do Esparteiro e Sesmaria Nova além de treze foros, logo a partir de 1864. Numa avaliação feita em Dezembro de 1873 (para inventário pela morte de Caldeira ?) atribui ao Colmeirinho 7:000:000 reis, aos Pavões, 9:000:000 reis, à Sesmaria Nova 2:000:000 reis, ao Esparteiro 4:000:000 reis e as Foros e quinhões o valor de 3.257:600 reis, no total de 25:257:600 reis. Algumas das herdades são arrendadas inicialmente por quatro anos mas tudo indica que os arrendamentos continuaram. Escreve por exemplo que a herdade do Colmeirinho foi arrendada a António Patrício Correia Gomes a partir de 15 de Agosto de 1864 até ao mesmo dia de 1868. A Sesmaria Nova foi arrendada a José Elias Bitenrenot (?) recebendo rendas desde 1864 até 1878. Mas a herdade do Esparteiro é cultivada por sua conta, pagando quinhões a A. Felippe Ramalho, à Collegiada de Coruche, a Santo António do Couço e a Nossa Senhora da Graça de Coruche. Quanto à herdade dos Pavões foi arrendada a Manuel Francisco de 1864 a 1868, sendo fiador o cunhado Manuel Serrão, lavrador na Vinha junto a Cabeção. Esta renda é em cereais postos em Coruche ou “aqui” no Coiço, alqueires de trigo, milho, centeio, cevada e de arroz em branco. Mais tarde escreve: “Arrendei a herdade do Colmeirinho pelo mesmo tempo de onze annos a António Eugénio dos Menezes, de Salvaterra, pela quantia de réis 500$000, livres de toda qualquer contribuição presente e futura e dos quinhões que a dita herdade paga. Começa este arrendamento em 15 de Agosto de 1876 e acaba em Agosto de 1887; a escritura foi feita no notário do tabelião José Simões Pimentel, Julgado de Coruche, em 9 de Agosto de 1876, competentemente registada.” No livro constam alguns nomes de família, como António Joaquim Aleixo 31 2º Capítulo - Aleixo Pais Paes, “enphiteuta ou quinhoeiro da Sesmaria da Vinha a partir de 1864”; e Henrique de Souza Aleixo Paes, lavrador na herdade da Vinha a partir de 1872 até 1881. Refere mais tarde: “a renda de 1882 é já com a Senhoria porque emquanto a esta herdade dos Pavões acabou a minha gerência”; e “As herdades dos Pavões e Esparteiro pertencem a uns orfãos cuja tutora é a Mai viúva do falecido José Cohim (?)a Exma. D. Gertrudes José de Mesquita Marçalo Cary.” Aparentemente Francisco Aleixo Paes não seria o proprietário dessas terras, mas seu enfiteuta (figura jurídica de rendeiro privilegiado nesse tempo) e cultivava diretamente ou sub-arrendava as herdades que geria. Livro de contas de Francisco Aleixo Paes júnior 32 2º Capítulo - Aleixo Pais O casamento contrariado Recorrendo às informações dos diversos manuscritos, consegue-se datar a vida de Francisco Aleixo Paes Júnior: Em Junho de 1853 foi estudar para Lisboa: tinha apenas oito anos de idade uma vez que nascera em 28 de Setembro de 1845. Como atrás referido, com 13 anos de idade escreveu de Lisboa as cartas para sua mãe no ano de 1858. Aos 19 anos de idade já tinha uma atividade de lavrador de herdades do Couço uma vez que o seu livro de contas de lavoura é escrito a partir de 1864 e, alguns anos depois, iniciou uma ligação com uma senhora Augusta Aleixo, nascida no Couço a 10 de Outubro de 1846 - diga-se desde já que essa foi uma ligação, depois casamento, para toda a sua vida. Os pais de Francisco Aleixo Paes Júnior, particularmente a sua mãe Maria Benjamim Rita de Fonseca e Lima, não aceitaram inicialmente essa ligação. Augusta Aleixo era filha de Custódio Silvestre, de Coruche e de Silvéria Aleixo, do Couço e os seus futuros sogros tinham outros planos para o casamento do seu único filho. Mas em 16 de Novembro de 1871 nasceu a primeira filha deste casal na rua do Bairro Alto no Couço, a quem foi dado o nome de Júlia e foi registada como filha de Augusta Aleixo, solteira e de pai incógnito. Um dos padrinhos deste nascimento foi Felizardo Bernardes Branco, casado, proprietário, morador no Couço(3). Numa casa do bairro dos Ferreiros no Couço nasceu depois, a 10 de Abril de 1874, outro filho de nome Arthur, tendo sido registado como filho de Francisco Aleixo Paes Júnior, que vivia em casa dos seus pais, solteiro e de Augusta Aleixo também solteira. Felizardo Bernardes Telles Branco volta a apadrinhar este batismo. Um manuscrito informa que, a 24 de Junho desse ano de 1874, a primeira filha, Júlia, foi reconhecida e legitimada pelo seu pai e feito outro registo de nascimento. Nasceram seguidamente mais três filhos, todos no bairro dos Ferreiros do (3) - A família Teles Branco, depois Lopes Branco, era bastante próxima da família Aleixo Paes desde essa data. Os Teles ou Lopes Branco foram padrinhos de batismo de Júlia e Arthur (Felizardo Bernardes Teles Branco), depois de Joaquim Aleixo Paes, meu avô (Luísa Lopes Aleixo). Anos depois, os seus descendentes foram padrinhos de batismo dos meus irmãos José Luís (Artur Lopes Branco), Maria Augusta, Maria Luísa e Maria Inácia Aleixo Pais Vacas de Carvalho (Luísa Lopes Branco). 33 2º Capítulo - Aleixo Pais Couço: o Henrique a 18 de Janeiro de 1876, a Ernestina a 20 de Outubro de 1877 e o mais novo, Joaquim, a 30 de Dezembro de 1878. Consta na família que houve um dia, desconhecendo-se o ano, em que se encontraram de surpresa numa feira os dois casais, e Maria Benjamim não conseguiu resistir aos encantos das crianças, seus netos. Aceitou nessa altura a ligação do seu filho mas impôs uma condição: que a sua neta mais velha, Júlia, fosse viver com os avós e fosse educada por estes. Assim aconteceu e Júlia entrou como instruenda num convento em Évora. Cerca de 1882, Francisco Aleixo Paes sénior comprou três herdades na freguesia de S. Geraldo, concelho de Montemor-o-Novo, de nome S. Tiago de Cima, do Meio e de Baixo e entregou-as ao seu filho para exploração. Este deixou o Couço e passou a residir a partir desse ano em permanência no monte da herdade do Meio, no mesmo ano em que os seus pais também deixaram o Couço e foram residir para Évora. O seu filho Arthur Aleixo Paes escreve que todos os filhos do casal foram legitimados “por assento dele e da sua mulher” depois do falecimento do avô, o que aconteceu em 4 de Abril de 1885. Esta legitimação impunha-se por outra razão que foi a proximidade do casamento de Júlia Aleixo Paes com o alferes Gaspar da Cunha Prelada, que se veio a realizar em 31 de Outubro de 1888 em Évora. As modificações que ocorreram em 1882 na vida de toda a família causam surpresa: a compra das três herdades de S. Tiago, a liquidação da gestão das herdades do Couço por Francisco Aleixo Paes Júnior e a mudança de residência dos seus pais do monte do Coiço, onde tinham vivido desde 1846 (num largo período de 36 anos!) para a casa Pais Aleixo em Évora. A minha interpretação do que sucedeu é que a situação económica da família se tinha alterado substancialmente. Na realidade Francisco Aleixo Paes sénior era accionista da Caixa de Crédito Eborense, a qual mudou a designação em 1874 para Banco Eborense, e pode adquirir herdades, algumas na zona de Évora, pelo que o seu centro de interesses passou a ser a cidade de Évora. 34 2º Capítulo - Aleixo Pais A herança Aleixo Paes Arthur Aleixo Paes, neto de Francisco Aleixo Paes sénior, informa no seu manuscrito que o avô adquiriu as herdades de S. Thiago de Cima, do Meio e de Baixo, da freguesia de S. Geraldo e concelho de Montemor-o-Novo, embora não informe a data dessa compra. Mas temos outra informação de que Francisco Aleixo Paes Júnior viveu na herdade do Meio desde Setembro de 1882 até falecer em 20 de Agosto de 1913. Portanto é de crer que a compra das herdades de S. Tiago tenha sido feita pouco tempo antes de 1882, embora Francisco Aleixo Paes tenha continuado a tomar conta da sua lavoura no Couço até 1887. A súbita interrupção da escrita no seu livro de contas sucede com o final dos prazos de arrendamento das herdades do Couço. Aparentemente Francisco Aleixo Paes Júnior terá vendido todos os seus direitos de enfiteuta das quatro herdades de que tomava conta, Colmieirinho, Sesmaria Nova, Esparteiro e Quinta dos Pavões e dos muitos foros do Couço, para vir tomar conta das três herdades de S. Tiago adquiridas pelo seu pai. E é curioso que nos seus apontamentos nunca sejam referidas as outras herdades que se sabe terem pertencido à família nesse tempo, como é o caso da herdade de Coiço, que era a residência dos pais, ou da herdade da Aguda, cuja compra é também mencionada pelo seu filho Arthur Aleixo Paes. Na história da família Aleixo Paes existem pontos por esclarecer, que aqui referimos para a possibilidade de o virem a ser no futuro: Por exemplo, não se conhece a origem da ligação dos Aleixo Paes ao Couço, tal que levou Francisco Aleixo Paes e a sua mulher Maria Benjamim a deixarem Évora, pouco depois do seu casamento, para irem residir no monte do Coiço. Na realidade, no livro de lavoura encontramos mais duas pessoas de apelido Aleixo Paes, que são lavradores na área: Um deles é António Joaquim Aleixo Paes que deve ser um irmão de Francisco Aleixo Paes sénior; outro é Henrique de Souza Aleixo Paes que não consegui identificar e poderá ser um sobrinho daqueles, filho de um irmão e duma senhora de apelido Souza. Ora Henrique de Souza Aleixo Paes terá muito contribuído para o crescimento da aldeia do Couço, tendo dividido parte da sua herdade do Coiço em talhões e dado a possibilidade de se fixarem famílias numa área que é privilegiada em água. Na atual vila do Couço há mesmo uma rua eng.º Aleixo 35 2º Capítulo - Aleixo Pais Paes, recordando o seu nome. Terá casado com Laura Teixeira(4). Henrique de Souza Aleixo Paes foi atrás mencionado como o padrinho de batismo do irmão do meu avô, Henrique Aleixo Paes e é de novo nomeado no livro das contas de Francisco Aleixo Paes júnior, como o lavrador da herdade da Vinha, no Couço. Era solteiro quando foi padrinho do batismo. Aqui reside mais um ponto a esclarecer, porque foram vendidos talhões da herdade do Coiço por Henrique Aleixo Paes, mas no monte dessa herdade residia Francisco Aleixo Paes sénior! Convém pois investigar no futuro qual era a ligação entre os dois. Mais tarde, em 1905, Francisco Aleixo Paes Júnior adquiriu duas herdades anexas às três primeiras de S. Tiago, de nome Lobeira de Baixo e Vale do Corvo. Já depois do falecimento do seu pai, Arthur Aleixo Paes refere nas suas memórias que comprou a Herdade das Manas, no Couço em 30 de Dezembro de 1917 a Joaquim Pedro Durão. Creio que a razão da primeira dessas compras teve a ver com a questão da herança dos filhos: Convinha deixar a cada filho terra de cuja exploração pudessem viver. Arthur herdou a herdade da Tesoureira, na zona de Évora e segundo se sabe na família, dinheiro, tendo a Ernestina herdado a herdade de Cima e a herdade do Meio. O irmão Henrique herdou a herdade de Baixo e assim para o irmão mais novo e meu avô, Joaquim Aleixo Paes foram compradas as herdades da Lobeira de Baixo e Vale do Corvo, extremas da herdade de Baixo, mas já na freguesia de Lavre. Não conheço o nome de todas as terras herdadas pela irmã mais velha, Júlia, que, segundo consta na família herdou a terça disponível da herança por ter sido a mais próxima dos avós. Pelo menos ficou com as herdades da Aguda e Arriscada, ambas na área do Couço. A casa Paes Aleixo de Évora ficou para Arthur Aleixo Paes, mas o seu recheio (bastante rico) foi herdado por Júlia Aleixo Paes. (4) - Segundo as informações da Dra. Vitória Leitão Comenda, natural do Couço, a quem agradeço. 36 2º Capítulo - Aleixo Pais Memórias de Júlia Paes da Cunha Prelada No início deste manuscrito encontra-se a seguinte nota: “Estes registos foram copiados dum livro de apontamentos intitulado “nascimentos e enterros” que me foi emprestado pela minha prima em segundo grau Venusina Prelada em 8 de Dezembro de 1976.” O autor desta nota foi Artur Aleixo Paes que copiou o seguinte manuscrito: “Francisco Aleixo Paes, meu pae, nasceu no dia 28 (dia 26) de Setembro de 1845 e casou com a minha mãe, Augusta Aleixo Paes que nasceu no dia 10 de Outubro de 1846 e faleceu no dia 7 (dia 6) de Novembro de 1930, às cinco da manham, com 84 anos. Faleceu meu pae no dia 14 de Agosto de 1913 com 68 anos. Nasci no dia 16 de Novembro de 1871 às três da tarde na aldeia de Santo António do Couço, concelho de Coruche, dia de Santa Ignês e fui batisada na mesma freguesia pelo Padre Valério. Foram meus padrinhos o Sr. Joaquim Filipe Machado e Nossa Senhora da Conceição, tocando com a prenda o Sr. Felizardo Branco. Casei no dia 31 de Outubro de 1888 às quatro horas da tarde em Évora, na freguesia de São Mamede, com o alferes Gaspar da Cunha Prelada, que nasceu na freguesia de Moreira da Cruz (Gerês?) do Lima, distrito de Vianna do Castello, no dia 14 (dia 17) de Março de 1862, filho de José António da Costa Prelada e de D. Delfina Clara d’Annunciada Alvares Vieira de Araújo Torres. O seu pai era de Braga e a sua mãe de Monção. Nasceu o meu primeiro filho no dia 28 de Julho de 1889, às oito horas da manhã, dia de São Celso e foi batizado no dia 30 de Agosto, sendo madrinha a minha prima D. Francisca de Calça e Pina, que lhe pôs o nome de Rogério e padrinho o Sr. Capitão Luís Valério da Câmara ?, levando a procuração o meu primo Francisco Ignácio de Calça e Pina. O Baptisado foi na freguesia de São Mamede em Évora. Casou no Porto com 21 annos, com D. Rosa Guimarães de 20 anos, no dia 30 de Dezembro de 1911, na freguesia de Cedofeita. Nasceu o seu 1.º filho no dia 28 de Setembro de 1912, chama-se Fernando, o 2.º filho no dia 24 de Dezembro de 1914, chama-se Maria Albertina, 3.ª filha que veio ao mundo morta, 4.ª filha nasceu no dia 7 de Agosto de 1916, chama-se Maria Ernestina, 5.º filho nasceu no dia 1 de Fevereiro de 1919, chama-se Rogério e 6.ª filha que nasceu no dia 26 de Setembro de 1920. 37 2º Capítulo - Aleixo Pais O meu 2.º filho foi uma menina que nasceu morta no dia 26 de Novembro de 1890 às sete horas da tarde em Évora. O meu 3.º filho nasceu em Setúbal às cinco da tarde e foi baptizado em São Geraldo. Foi madrinha a minha avó e padrinho o meu pae, chama-se Francisco, morreu no dia 5 de Maio de 1891 às cinco da manhã. Nasceu o meu 4.º filho no dia 30 de Outubro de 1891 às dez da manham e foi baptizado na freguesia de São Geraldo. Nasceu em Évora na freguesia de São Mamede e foi madrinha a minha avó e padrinho o meu pae. Nasceu a minha 5.ª filha no dia 7 de Setembro de 1897 às quatro horas da manham em Évora, freguesia de São Francisco. Foi baptizada em São Geraldo e foi madrinha a minha irmã Ernestina e padrinho meu irmão Henrique. Recebeu o nome de Venusina, nasceu no dia de Nossa Senhora dos Reis (?). Nasceu o meu 6.º filho no dia 26 de Julho de 1901, às quatro horas da tarde e recebeu o nome de António. Foi padrinho o meu cunhado Dr. António da Cunha Prelada e a minha mãe foi a madrinha. Nasceu na freguesia da Sé e foi baptizado na freguesia de São Francisco. O meu 6.º filho chama-se Gaspar e nasceu na Rua da Rainha, no Colégio das Mercês, no dia 28 de Novembro de 1905, às quatro da tarde. Foi baptizado à hora da morte e morreu no dia 7 de Julho de 1906. A minha 7.ª filha: tive mais uma menina em 9 de Janeiro de 1906, morreu de três meses. Tive mais 2 abortos de 1 mês. Faleceu o meu filho Francisco no dia 22 de Janeiro de 1927, às duas da noite, na herdade da Chaminé. Está sepultado em Vendas Novas. Faleceu o meu filho Rogério no dia 19 (dia 18) de Dezembro de 1946, às sete da manhã, está sepultado no Porto, no cemitério de Agramonte. A minha avó e os meus filhos pequeninos estão no jazigo de Família em Évora no cemitério dos Remédios. Faleceu o meu marido no dia 6 de Junho de 1951, às duas da tarde, com 89 anos menos 3 meses e 18 dias, está em Évora, no nosso jazigo; nasceu em Cruz do Lima, Vianna do Castello, no dia 17 de Março de 1861 (ano 1862). O meu avô paterno nasceu no dia 20 de Julho e faleceu no dia 11 de Julho de 1885, à uma hora da madrugada, chamava-se Francisco Aleixo Paes e contava 68 annos. 38 2º Capítulo - Aleixo Pais Faleceu a minha avó no dia 4 de Abril de 1895 à uma hora da manhã. Nascera no dia 22 de Maio, dia de Santa Rita e faleceu com 72 annos. Faleceu o meu irmão Joaquim no dia 19 de Maio de 1939 (ano 1938) com 58 annos, está em São Geraldo. Faleceu a minha irmã Ernestina no dia 18 de Abril de 1940 com 60 annos. Faleceu o meu irmão Henrique no dia 14 de Julho de 1947. Faleceu o meu irmão Artur no dia 14 de Agosto de 1949 (dia 16.7.1949)” Memórias de Arthur Aleixo Paes (Manuscrito de Arthur Aleixo Paes, médico em Vendas Novas) “O avô comprou a herdade da Aguda, que adquiriu por troca com a herdade das Paredes, e as herdades de S. Thiago de Cima, do Meio e de Baixo. Francisco Aleixo Paes, meu Avô, faleceu em 4 de Abril de 1885 e jaz no cemitério de Évora em coval que ignoro. Meu pae, Francisco Aleixo Paes, viveu na Herdade do Meio desde Setembro de 1882 até 20 de Agosto de 1913, dia em que faleceu. Está numa campa do Cemitério de S. Geraldo. Meu pae comprou a herdade da Lobeira de Baixo e Vale do Corvo em 1905. Minha Mãe, Augusta Aleixo Paes, natural do Couço, faleceu em 5 de Novembro de 1930, na Herdade de Baixo, em casa de meu irmão Henrique, e jaz no Cemitério de S. Geraldo. Foram sempre extremosos pelos filhos (vide folha 98 verso à margem). No livro nada há escripto por meu Pae, mas eu, seu filho Arthur, sei que todos os seus filhos foram legitimados por assento d’elle com minha mãe em – de 188… (ano 1886) depois do falecimento do meu Avô. Eu, Arthur Aleixo Paes que escrevo estas notas em 13 de Junho de 1938, assentarei aqui também o estado actual dos primeiros descendentes do casal Francisco Aleixo Paes e de Augusta Aleixo Paes. - Júlia Paes da Cunha Prelada casou em 188… (ano 1888) Arthur Aleixo Paes filho de Francisco Aleixo Paes e de Augusta Aleixo Paes nascido em 10 de Abril de 1874 na aldeia do Couço, formou-se em medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto em 1902 e foi médico municipal de Vendas Novas desde 1 de Dezembro de 1902 ao fim de Julho de 1917. Em 26 de Junho de 1903 casou no Porto com Amélia Clementina de Sousa vindo ambos residir para Vendas Novas e tiveram estes filhos: 39 2º Capítulo - Aleixo Pais 1º Filho: Francisco, nasceu em Vendas Novas a 29 de Março de 1904 e foi baptizado pelo Padre Francisco Maria Corrêa. Foram padrinhos os seus avós, Francisco Aleixo Paes e D. Augusta Aleixo Paes, em 15 d’Agosto de 1904 na Igreja de Vendas Novas. 2º Filho: José, nasceu em Vendas Novas a 10 de Julho de 1907, foi baptizado na Igreja de Vendas Novas pelo Padre José d’Abreu, sendo padrinhos os seus avós, em 29 de Março de 1908. 3º Filho: Augusto, nasceu em Vendas Novas a 26 de Janeiro de 1914. Foi registado em 14 de Fevereiro de 1914 e baptizado na Igreja de Vendas Novas pelo Padre Francisco Maria Corrêa, sendo padrinhos José Pinto dos Santos, administrador da Casa Bragança e sua mulher D. Júlia Castro dos Santos. 4º Filho: Arthur, nasceu em Vendas Novas a 30 de Janeiro de 1922. Foi registado em Évora em 2 de Fevereiro de 1922 e baptizado na Igreja de Vendas Novas em Abril do mesmo anno pelo Padre Francisco Maria Rodrigues, sendo padrinhos seu tio, o meu irmão Henrique e madrinha a minha cunhada Ignácia, mulher do meu irmão Joaquim. Não houve mais filhos. Nota: Em 30 de Dezembro de 1917 comprei a Herdade das Manas a Joaquim Pedro Durão. Em 13 de Junho de 1958 ainda vivemos todos na mesma casa em Vendas Novas apesar do meu Chico ter casa à parte desde que casou. Segue-se o assento dos filhos casados e dos netos do casal de Arthur Aleixo Paes e de sua mulher Amélia Clementina de Sousa Aleixo Paes. 1º filho: Francisco de Sousa Aleixo Paes casou em Vendas Novas com Maria da Conceição Rodrigues em 20 de Fevereiro de 1936. Nasceu o seu 1º filho Arthur em 28 de Novembro de 1936 e foi registado em 23 de Dezembro de 1936. Foi baptizado pelo Padre António de Sousa Duarte na Igreja de Vendas Novas em 6 de Janeiro de 1937, sendo padrinhos os avós, Arthur Aleixo Paes e Amélia de Sousa Aleixo Paes. Faleceu em 29 de Março de 1938 e jaz no Cemitério de Vendas Novas na campa nº 21 da trisavó Maria Amália Vassalo. Hoje está na campa de meus avós Artur e Amélia no referido cemitério. Nasceu o 2º filho em 17 de Agosto de 1939 em Vendas Novas: Arthur Aleixo Paes, baptizado em Vendas Novas. Foram padrinhos Manoel (???) e António Lopes Branco.” 40 2º Capítulo - Aleixo Pais Memórias de Arthur Aleixo Paes, Júnior “Por qualquer razão o meu Pae não continuou este livro faço-o eu pelo 3º filho, Augusto, para dar conta dos restantes filhos. O 2º filho: José casou com Manuela da Rocha Martins em 20 de Julho de 1940, na Igreja de Vendas Novas. Tiveram dois filhos: O José Manuel, nascido em 23 de Junho de 1942 e estuda hoje em 1958 medicina que foi o curso de meu pai e meu avô. Nasceu em Vendas Novas o 1º médico oftalmologista. O 2º filha: Maria Amélia nascida a 9 de Novembro de 1943 em Vendas Novas. Ambos baptizados e Vendas Novas e foram padrinhos dela o tio Henrique e minha mãe e dele os meus pais. José formou-se em medicina em Lisboa e é especialista em oftalmologia. O 3º filho: Augusto casou com Noémia Lança na Igreja de Vendas Novas em 21 de Abril de 1951 e nasceram dois filhos: Maria Rita em 6 de Novembro de 1952 e Augusto José nascido em 22 de Novembro de 1954. Foram registados e baptizados em Vendas Novas sendo padrinhos dela minha mãe e meu sogro e dele meu irmão José e minha cunhada Maria da Conceição. O meu sogro chama-se Francisco Álvaro Marques. O 4º filho Artur casou com Maria Luísa Ribeiro e teve um filho Artur Henrique que nasceu a 28 de Janeiro de 1951, sendo padrinhos a minha mãe e o Dr, António Vacas de Carvalho, marido da minha prima Maria Augusta filha do meu tio Joaquim irmão do meu pai. Mais tarde em 1964 em 8 de Julho e chama-se também Luísa a 1ª filha, portanto teve um casal. Meu pai faleceu a 16 de Julho de 1959 em Vendas Novas e está sepultado em campa juntamente com minha mãe que faleceu a 18 de Setembro de 1955. Meus pais foram modelos de dedicação pelos filhos a ponto de terem levado uma vida cheia de simplicidade e modéstia pois tiveram fim o bem estar dos filhos tanto quanto lhes foi possível. Que Deus os tenha na sua glória eterna. Continuo a escrever o 3º filho do Dr. Artur Aleixo Paes – Augusto – que iniciou actividade em Vendas Novas mas que se mudou para Lisboa com a família, por necessidade de estarem todos juntos … A minha filha Maria Rita formou-se em Germânicas (???) e casou a 12 de Outubro de 1974 com (???) “ 41 2º Capítulo - Aleixo Pais A Monarquia do Norte Gaspar da Cunha Prelada nasceu em Geráz do Lima em 1862 e teve uma vida acidentada. Foi militar e também um intelectual. Criou um Instituto Politécnico em Évora, foi professor de Físico-Química, membro da Sociedade de Geografia de Lisboa e autor de livros didáticos . Os seus últimos livros ainda se podem encontrar na Biblioteca Nacional, um deles com o título “Uma orientação educativa em Portugal, desde 1883”, editado em 1936. Quando Gaspar da Cunha Prelada casou com Júlia Adelaide Aleixo Paes a 31 de Outubro de 1888 em Évora, ainda era alferes na Escola de Vendas Novas. Parte da sua vida passou-a no sul, em Évora, mas a partir de 1916 encontramo-lo no Porto, com o posto de Coronel e Comandante de Infantaria 6 (5). Nesse período era também docente da escola Comercial e de Contabilidade Raul Dória, ainda hoje existente no Porto. Também o seu filho Rogério, capitão médico militar, era professor nessa Escola. A 14 de Dezembro de 1918 é assassinado o presidente da República, major Sidónio Pais, morto a tiro na estação do Rossio e, logo a seguir, a 18 de Dezembro, dá-se no Porto um golpe militar de tendência monárquica liderado por Gaspar da Cunha Prelada como Presidente da Junta Militar, que suspendeu os poderes do Governo Republicano, assinando um mês mais tarde, a 19 de Janeiro de 1919, a proclamação Monárquica e entregando o poder nas mãos de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro como Presidente da Junta Governativa do Reino. Desse período tenho uma publicação de António Álvaro Dória, filho do fundador da escola, com o título “O Prof. Raul Dória”, de que transcrevo alguns extratos: “Ano lectivo 1916-1917: (…) O Coronel Gaspar da Cunha Prelada sempre fardado, sanglé no seu uniforme azul ferrete, austero mas bom, que, tal como Aristóteles preleccionava passeando pela sala, e cujas lições de física e química eram para mim encantadoras; (…) À frente, já em 1918: Do Corpo Docente faziam parte dois oficiais do Exército declaradamente (5) Um irmão de Gaspar da Cunha Prelada foi António da Cunha Prelada, nascido cerca de 1864, também militar, Coronel Médico, Comandante das Companhias de Saúde. 42 2º Capítulo - Aleixo Pais monárquicos e que, meses mais tarde, representariam papel de relevo durante a Monarquia do Norte: o Coronel Gaspar da Cunha Prelada e seu filho, o Capitão Dr. Rogério Prelada. (…) E lembro-me perfeitamente da consternação e, sobretudo, do espanto quando chegou ao nosso conhecimento que no Monte Pedral, pouco depois das 13 horas, o Coronel Henrique de Paiva Couceiro proclamara solenemente a Monarquia. Nos primeiros dias não houve nada que pudesse trazer preocupações de maior, apesar de a Escola estar fechada. Mas certo dia, um grupo de jovens filiados no R. B. A. P. aparecem em frente do edifício, onde não puderam entrar (…) Entretanto, de nossa casa telefonava-se para o Coronel Gaspar da Cunha Prelada, presidente da Junta Militar do Norte e comandante da Infantaria 6, que, como já referi, era professor da Escola, e pediu-se-lhe para intervir no sentido de evitar desacatos no edifício. (…) E foi pela intervenção desse distinto professor e sincero amigo de meu Pai que os jovens do R. B. A. P. não conseguiram fazer mais do que quebrar a lápide do jardim.” A República foi restaurada um mês depois, a 13 de Fevereiro e Gaspar da Cunha Prelada foi preso na cadeia da Relação do Porto. O seu filho Rogério da Cunha Prelada, capitão médico como dissemos, que também entrara no movimento da restauração da monarquia conseguiu fugir para Tui, tendo sido julgado à revelia e condenado ao exílio, juntando-se-lhe mais tarde a mulher e os cinco filhos. Só regressaram a Portugal, por força das circunstâncias, passados quase dez anos. Gaspar da Cunha Prelada conseguiu por sua vez evadir-se da cadeia, mas apenas em 15 de Fevereiro de 1920, disfarçado de mulher, no que foi ajudado pela sua mulher Júlia Adelaide e pela sua filha Venusina, que levaram roupas para o seu disfarce nas visitas ao preso. Este episódio da sua fuga rocambolesca, conhecido na família, é mencionado nas “Memórias da Condessa de Mangualde, Incursões Monárquicas 1910/1920”, da autoria de Maria Teresa de Souza Botelho e Melo. Em Tui, Rogério da Cunha Prelada era conhecido como “o homem do capote”, porque no Inverno usava sempre um capote alentejano de Évora. Durante os quase dez anos de desterro em Espanha, todas as noites percorria a ponte que une Espanha a Portugal para pisar o lado português da ponte e assim todos os dias pôr os pés em solo nacional. Aos sábados era sempre seguido nesse cerimonial pelo filho mais velho, 43 2º Capítulo - Aleixo Pais Fernando, que sendo aluno interno no colégio dos Franciscanos em Tui, só ao sábado tinha disponibilidade para o acompanhar. Gaspar da Cunha Prelada regressou a Portugal refugiando-se no monte da Lobeira, do seu cunhado e meu avô Joaquim Aleixo Paes (6). Dessa época, tenho em minha posse um contrato singular assinado pelos dois com data de 16 de Março de 1928, de encomenda de quadros ao pintor Simão da Veiga a troco de prestações mensais (7). VER FOTO DO CONTRATO. O seu filho Rogério também residiu com a sua família na Lobeira durante o período em que, regressado de Tui, procurava uma colocação de médico. Seguiu depois para Matosinhos onde teve uma brilhante carreira (8). Gaspar da Cunha Prelada veio residir posteriormente para Lisboa, onde morou no Largo do Andaluz. Ele e a sua família passavam férias todos os anos, um ou dois meses, na herdade de Baixo, herdade que ficara por herança a Henrique Aleixo Paes, o irmão que viveu solteiro. Nesses períodos, Júlia Aleixo Paes e a sua filha Venusina davam escola aos filhos dos empregados da lavoura - ainda hoje se encontram a viver na herdade de Baixo e nos Foros de Vale Figueira idosos que recordam as suas aulas. (6) Sempre me admirou e escandalizou a falta de reconhecimento dos monárquicos portugueses para com este nome Cunha Prelada e para com esta família. Duma forma geral, mesmo nas publicações históricas referentes a este período os seus nomes são deixados no esquecimento! Tenho conhecimento apenas duma publicação “A Monarquia do Norte“ de Rocha Martins, que nomeia de forma isenta Gaspar da Cunha Prelada, apresentando a sua fotografia. Outra publicação é “O Reino da Traulitânea“ de Campos Lima, mas este autor era republicano e carbonário e refere-se com sectarismo a Gaspar da Cunha Prelada, a Rogério da Cunha Prelada e a António da Cunha Prelada. (7) O grande pintor Simão Luís da Veiga, discípulo de Malhôa, nascido na freguesia de Lavre, Montemor-o-Novo em 8 de Junho de 1878, foi o proprietário e lavrador de várias herdades, entre elas a herdade do Pedrógão que faz extrema com a Lobeira e era muito amigo do meu avô Joaquim Aleixo Paes. Apreciando muito a sua obra, obra por um lado animalista e por outro lado retratando quase completamente a vida do Alentejo dos anos 20-40, este incitava-o a pintar, comprando-lhe quadros ou encomendando-lhe quadros como foi o caso deste contrato. (8) - Comunicado da Freguesia de Nossa Senhora da Hora, Concelho de Matosinhos: “Para a concretização do processo para a elevação a Freguesia desta povoação, muito contribuiu e se esforçou o membro substituto da primeira Comissão Administrativa desta Junta, senhor Dr. Rogério Paes da Cunha Prelada, médico, muito carinhoso para com os pobres, o qual foi alvo duma singela mas significativa homenagem de reconhecimento, realizada aquando da passagem do 1º Aniversário da referida elevação em 14 de Junho de 1934.” 44 2º Capítulo - Aleixo Pais Contrato de Simão da Veiga de venda de quadros (…) 45 2º Capítulo - Aleixo Pais Castelã, Óleo sobre tela, 119 x 100, Quadro de Simão da Veiga representando Augusta Aleixo Paes no monte da Lobeira Epílogo, Óleo sobre tela, 155 x 110, quadro de Simão da Veiga 46 2º Capítulo - Aleixo Pais Precalço, Óleo sobre tela, 170 x 179, quadro de Simão da Veiga 47 2º Capítulo - Aleixo Pais O lavrador do cavalo branco António Matheus, pequeno agricultor ou seareiro e Joaquina Maria Rosalino, pais da minha avó Inácia Maria Mateus, viviam no monte de Besteiros ao norte de S. Pedro da Gafanhoeira, num local isolado entre Brotas e Arraiolos (aliás, perto existe o marco dos três concelhos, termo dos concelhos de Coruche, Arraiolos e Mora). Vizinho de Besteiros fica o monte de Besteirinhos, onde vivia um tio, Narciso Rosalino. Tinham casado a 3 de Novembro de 1883, tendo Joaquina Maria apenas 14 anos de idade e tiveram cinco filhos, Mateus, Inácia, Beatriz, Manuel e Maria Joaquina. As crianças eram muito bonitas e chamaramlhe “os bonitos de Besteirinhos” quando mais tarde aí viveram com o seu tio. Certamente por isso o meu avô, Joaquim Aleixo Paes, o mais novo dos irmãos que residiam na Herdade do Meio, se encantou pela Inácia Maria. Segundo contava uma irmã do segundo casamento da mãe, de nome Vitória, o meu avô aparecia a visitar a namorada montado num cavalo branco, o que atraía a atenção. Joaquim Aleixo Paes, nascido a 30 de Dezembro de 1879 no Couço, embora não tivesse tirado curso, era um indivíduo culto e evoluído, como o mostra a sua vida. Foi pegador de touros, sendo anunciada nos jornais a sua participação em corridas. Viajava e lia muito. Deixou no monte da Lobeira uma biblioteca extensa de todos os tipos de livros, que os seus netos se encarregaram de usar, lendo também muito e muito deteriorando os livros antigos. Caçava regularmente sobretudo o pombo bravo, e adquiria espingardas de cano comprido, a que chamava de “inglesas” para tiros largos. O cabeço da Bela Vista, para trás do monte, era o ponto de observação da passagem dos pombos e as azinheiras da negaça tomavam o nome da caçada conseguida, por exemplo a azinheira dos 115 (pombos). Como referido, o seu pai comprou a herdade da Lobeira de Baixo em 1905, herdade que tinha um pequeno monte chamado de “Lobeira Velha”, posteriormente chamado de “Monte de Cima”. O casal juntou-se e a minha avó morou por algum tempo na Lobeira Velha, enquanto decorreram as obras de construção do novo monte da Lobeira, a Lobeira de Baixo, construída de raiz. VER FOTO. Na chaminé principal do monte lê-se o ano em que as obras terminaram, 1914. Mas a primeira e única filha do casal, Maria Augusta Aleixo Paes, minha mãe, só aí nasceria em 1918. Joaquim Aleixo Paes era muito sociável e o monte da Lobeira, embora mui48 2º Capítulo - Aleixo Pais to isolado (a quase igual distância de 10 km de Lavre, S. Geraldo e Ciborro) estava sempre cheio de convidados também de refugiados no tempo da implantação da República. Comentavam os antigos empregados: “A Lobeira foi sempre um santuário”. O monte da Lobeira de Baixo O local escolhido para o novo monte da Lobeira de Baixo foi esplêndido: um pequeno planalto sobre a ribeira de Lavre, tendo atrás, na encosta, a melhor fonte da zona, fonte que até hoje, passados cem anos, conseguiu responder às necessidades. O monte seguiu um projeto tal que revela bem a habilidade do construtor. Foi desenhado em quadrado, com pátio central fechado e casas de baixo pé direito. A parte frontal era a residência do lavrador, com janelas e portas gradeadas. Das construções que fechavam o quadrado, as laterais eram casas de habitação dos empregados e a linha de construções atrás, viradas para o pátio central, eram as diversas casas do motor, das garrafas, dos queijos, da Monte da Lobeira de Baixo 49 2º Capítulo - Aleixo Pais matança, da farinha e das ferramentas. Um único portão dava acesso ao pátio central e a criação era recolhida ao cair da noite. No interior existia um forno de pão, pombal e galinheiros e no centro um relógio de sol, este instalado por Gaspar da Cunha Prelada (idêntico ao da herdade do Meio e ao da herdade de Baixo). Num dos cantos do monte foi erigida uma torre com o único primeiro andar e nos outros cantos a cocheira, a adega de produção de vinho, a casa da malta e a abegoaria (esta uma oficina de trabalho em madeira e ferro do equipamento de lavoura - tenho na minha residência em Montemor-o-Novo o fole da forja) e o casão com tulhas de cereal. Desde o início que a água da fonte foi canalizada para a residência. E desde o início se instalou um motor que carregava baterias elétricas em série e que trabalhava ao cair da noite. Na área residencial, a porta de entrada dava diretamente para a sala de estar com uma grande chaminé (na realidade, de Inverno, a zona de estar era mesmo dentro da chaminé, ao lume). Um pequeno escritório com armários de contas da lavoura, de livros e de armas ficava ao lado da sala, donde partia o corredor de acesso aos quartos. Em baixo, sobre o rossio, foi construído o cabanão dos bois de trabalho e em separado, a cabana das cabras e as pocilgas dos porcos; mais tarde foi construída a curralada do outro lado da ribeira. Foi construída uma ponte sobre a ribeira de Lavre, ribeira que toma grandes cheias de Inverno, e a ponte foi inaugurada com corte de fita pela minha avó, do que há fotografias. A planta do monte foi referida por amigos da família como o melhor exemplo da planta caraterística de monte alentejano. Muitos anos depois da sua construção, o meu pai, António Vacas de Carvalho, substituiu as estruturas de madeira para betão, mas manteve, no seu todo, o projeto inicial. É interessante a construção de raiz deste centro de lavoura que, como se descreve, ficou completo nos mínimos detalhes. A Lobeira era um local muito isolado e bravio, onde as estevas cresciam até à copa das azinheiras. Como o próprio nome indica, existiam ainda lobos (e ainda criámos raposas e pequenos lobos na minha infância) e “malteses” nos caminhos, pelo que o monte tem uma planta como pequena fortaleza que garantia a segurança. E as instalações descritas asseguravam a produção agrícola e pecuária, com gado das diversas espécies. E sobre os empregados, indispensáveis para o funcionamento deste centro de lavoura, falarei no 6.º capítulo, no ramo Mateus. 50