O Antigo Regime vigorou entre os séculos XVI a XVIII na maioria dos
países europeus.
Este período caracterizou-se pelo:
• poder absoluto do rei (Absolutismo)
• sociedade estratificada
• economia baseada na agricultura; comércio como principal motor da
economia (Mercantilismo)
“Não podemos viver todos na mesma condição. É necessário
que uns comandem e os outros obedeçam. Os que
comandam têm várias categorias ou graus: os soberanos
mandam em todos os do seu reino, transmitindo o seu
comando aos grandes, os grandes aos pequenos e estes ao
povo. E o povo, que obedece a todos eles, está, por sua
vez, dividido em várias categorias. No conjunto da
sociedade, uns dedicam-se especialmente a serviço de
Deus, outros a defender o Estado pelas armas,
outros a alimentá-lo e mantê-lo pelo exercício da paz”.
Charles Loyseau, Tratado das Ordens e das Dignidades, 1610-13
O Mercantilismo contribuiu para o fortalecimento do Estado,
enriquecimento da burguesia e Expansão Marítima e Comercial.
Princípio:
Intervenção do Estado na economia.
Práticas:
•Colonialismo
•Metalismo
• Protecionismo alfandegário
• Balança comercial favorável.
•Bulionismo ou Metalismo na Espanha; Colbertismo ou
Industrialismo na França;Comercialismo na Inglaterra.
•Atos de Navegação na Inglaterra.
A decadência do Antigo Regime
Podemos dizer que os que mais desejavam o fim do Antigo
Regime
eram
a
Inglaterra
e
a
França.
Por quê?
Por que a Inglaterra e a França eram países ricos e queriam
expandir seu comércio.No entanto, muitas áreas eram
colônias,o que impedia a Inglaterra e a França de venderem
seus produtos porque as colônias só podiam vender e
comprar da sua Metrópole. O fim do regime possibilitaria a
esses países a venda de produtos nas colônias americanas.
O MOVIMENTO ILUMINISTA
"Chamamos de Iluminismo o movimento cultural que se desenvolveu na Inglaterra,
Holanda e França, nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o desenvolvimento intelectual,
que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu origem a idéias de liberdade política e
econômica, defendidas pela burguesia. Os filósofos e economistas que difundiam essas
idéias julgavam-se propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de
iluministas.
O Iluminismo trouxe consigo grandes avanços abrindo espaço para profundas mudanças.
O precursor desse movimento foi o matemático francês René Descartes (1596-1650),
considerado o pai do racionalismo, que recomendava:
“para se chegar à verdade, duvide de tudo, mesmo das coisas aparentemente
verdadeiras. A partir da dúvida racional pode-se alcançar a compreensão do
mundo, e mesmo de Deus” .
A LUZ DO CONHECIMENTO
Esta obra está carregada de
simbolismo:
A figura do centro representa a
verdade – rodeada por luz intensa
(o símbolo central do iluminismo).
A razão, e a filosofia, estão a retirar o
manto sobre a verdade.
Frontispício da Encyclopédie. (1772)
Foi desenhado por Charles-Nicolas Cochin e
ornamentado por Bonaventure-Louis Prévost.
As principais considerações do Iluminismo eram:
•
Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar
qualquer tipo de conhecimento;
•
valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de
conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia;
•
crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as transformações que
ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza;
•
crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à
liberdade, à posse de bens materiais;
•
crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero;
•
defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei;
•
crítica à Igreja Católica, embora não se excluísse a crença em Deus. "
1.1 ILUMINISMO E CIENCIA
Nos séculos XVII e XVIII, uma febre de novas descobertas e inventos tomou conta do
continente europeu. O avanço científico colocou à disposição do homem informações
bem diferentes de tudo o que era conhecido naquela época.
Dentre as maiores revelações, Copérnico, Kepler, Galileu e Isaac Newton elaboraram
novos modelos para explicar o universo auxiliados pelo desenvolvimento da Matemática,
que teve em Blaise Pascal um de seus maiores representantes, ele ultrapassou a simples
descrição do céu, chegando a justificar a posição e a órbita de muitos corpos siderais.
Além disso, anunciou ao mundo a lei da gravitação universal, que explicava desde o
movimento de planetas longínquos até a simples queda de uma fruta. Newton foi ainda
responsável por avanços na área do cálculo e pela decomposição da luz, mostrando que
a luz branca, na verdade, é composta por sete cores, as mesmas do arco-íris.
Desenho esquemático do microscópio de Robert Hooke.
A Biologia progrediu no estudo do homem identificando os vasos capilares e do trajeto
da circulação sanguínea, o princípio das vacinas — a introdução do agente causador da
moléstia no organismo para que este produza suas próprias defesas.
Na Química, Antoine Lavolsier, famoso pela precisão com que realizava suas
experiências, provou que, “embora a matéria possa mudar de estado numa série de
reações químicas, sua quantidade não se altera, conservando-se a mesma tanto no fim
como no começo de cada operação”. Atribuiu-se a ele igualmente a frase: “Na natureza
nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
Além dos nomes citados, houve muitos outros inventores e estudiosos que permitiram, por exemplo, a
descoberta da eletricidade; a invenção da primeira máquina de calcular; a formulação de uma teoria,
ainda hoje aceita, para explicar a febre; a descoberta dos protozoários e das bactérias. Surgiu mesmo
uma nova ciência — a Geologia —, a partir da qual se desenvolveu uma teoria que explicava a
formação da Terra, refutando a versão bíblica da criação do mundo em sete dias.
Tendo herdado o espírito curioso e indagador dos estudiosos renascentistas, os
iluministas, investigando problemas políticos, religiosos e culturais foram, alguns casos,
contestados pela evolução da ciência.
Vejamos algumas das figuras que mais se destacaram no campo das pesquisas:
Isaac Newton: matemático, astrônomo e físico, preocupou-se com o estudo do
movimento dos corpos do universo. Demonstrou que os corpos exercem atração uns
sobre os outros, formulando a lei da gravitação universal.
Os iluministas anunciaram
ao mundo a lei da
gravitação universal que
explicava o movimento dos
planetas.
Herdamos deles, parte dos
conhecimentos que temos
hoje do universo.
Os avanços não param. . .
Voltaire: crítico do Antigo Regime e da Igreja, defendeu a liberdade de pensamento e de
expressão. Era a favor de uma monarquia esclarecida, na qual o governante fizesse
reformas influenciado pelas idéias iluministas.
Montesquieu: propunha a divisão do poder em executivo, legislativo e judiciário,
mantendo-se os três em equilíbrio permanente. Escreveu “O espírito das leis” e “Cartas
persas”. Defendeu a posição de que somente as pessoas de boa renda poderiam ter
direitos políticos, ou seja, direito de votar e de candidatar-se a cargos públicos.
Obras de Voltaire e Montesquieu
John Locke: escreveu o Segundo tratado sobre o governo civil,
defendendo a teoria do governo limitado. Para ele, os homens
formavam a sociedade e instituíam um governo para que este lhes
garantisse alguns direitos naturais, como o direito à vida, à felicidade, à
propriedade, etc. Por isso, caso o governo abusasse do poder, poderia
ser substituído. Outra de suas afirmações era que todos os indivíduos
nascem iguais, sem valores ou idéias preconcebidas.
Rousseau: criticou a burguesia e a propriedade privada. Considerava os
homens bons por natureza e capazes de viver em harmonia, não fosse
alguns terem se apoderado da terra, dando origem à desigualdade e aos
conflitos sociais. Propunha um governo no qual o povo participasse
politicamente e a vontade da maioria determinasse as decisões políticas.
Rousseau expôs suas idéias principalmente em
duas obras:
“O contrato social” e “Discurso sobre a origem
da desigualdade.”
ESCRITOS ILUMINISTAS
Os regimes de governo e a divisão de poderes, segundo Montesquieu
“Existem três espécies de governos: o republicano, o monárquico e o despótico (...) o
governo republicano é aquele no qual o povo reunido, ou somente uma parte do povo,
tem o poder soberano; a monarquia, aquela na qual um só governa, mas por meio de
leis fixas e estabelecidas; enquanto que no despotismo apenas um, sem leis e sem
regras, arrebata tudo sob a sua vontade e seu capricho (...).
Existe em cada Estado três tipos de poderes: o legislativo, o executivo e o judiciário. Pela
primeira, o príncipe ou magistrado faz as leis por um certo tempo ou para sempre, e
corrige ou substitui aquelas que estão feitas. Pela segunda, se faz a paz ou a guerra, se
enviam ou recebem os embaixadores, se estabelece a segurança, se previnem as
invasões. Pela terceira, se punem os crimes ou se julga as diferenças particulares.”
MONTESQUIEU. O Espírito das Leis
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A teoria do contrato social em Diderot: o poder político emergindo do
consentimento da nação.
“O príncipe recebe de seus súditos a autoridade que ele tem sobre eles e esta autoridade
é nascida das leis da natureza e do Estado. As leis da natureza e do Estado são as
condições às quais eles são submetidos (...). Uma destas condições é que não existe o
poder da autoridade sobre eles a não ser pela sua escolha e consentimento e ele não
pode jamais empregar esta autoridade para cassar o ato ou contrato pela qual ela lhe
foi deferida: ele agirá assim contra ele mesmo, pois que sua autoridade não pode
subsistir a não ser pelo título que a estabelece (...). O príncipe não pode pois dispor do
seu poder e de seus súditos sem o consentimento da nação.”
DIDEROT. Enciclopédia
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A tolerância em Voltaire
“Não é aos homens que me dirijo, é a ti, Deus de todos os seres, de todos os
homens e de todos os tempos. Que as pequenas diferenças entre as
vestimentas que cobrem nossos fracos corpos, entre nossos costumes
ridículos, entre todas as nossas leis imperfeitas, entre todas nossas opiniões
insensatas (...) que todas essas pequenas nuances que distinguem os átomos
chamados homens não sejam motivo de perseguição.”
Voltaire, Tratado sobre a Tolerância, 1763.
A Propriedade como fonte de desigualdade, segundo Rousseau
“O primeiro que cercou um terreno, advertindo: ‘Este é meu’, e encontrando gente
muito simples que acreditou, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Que
crimes, guerras, assassinatos, misérias e horrores teria poupado ao gênero humano
aquele que (...) tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Não escutem este impostor; vocês
estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, que a terra não é de
ninguém’. (...) Desde o instante em que um homem teve necessidade da ajuda de um
outro, desde que ele percebeu ser conveniente para um só ter provisões para dois, a
igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu, o trabalho tornou-se necessário
e as vastas florestas se transformaram em campos risonhos que passaram a ser
regados com o suor dos homens e nos quais vimos então a miséria e a escravidão
germinarem e crescerem com a colheita.”
ROUSSEAU, Discursos sobre a origem das desigualdades
____________________
1.2 O Iluminismo e a Economia
Em relação à economia surgiram idéias novas, que atacavam o mercantilismo e a
interferência do Estado na vida econômica.
Na França apareceram os fisiocratas (fisio = natureza; cracia = poder), para quem a
riqueza de uma nação provém da agricultura e, portanto, da natureza.
A economia seria regulada por leis naturais, sendo desnecessária a intervenção do
Estado.
O principio “Laissez faire, laissez passer” (Deixe fazer, deixe passar) era defendido
pelos fisiocratas, onde pregavam o ideal de liberdade.
Os fisiocratas influenciaram na formação de uma corrente de pensamento chamada
Liberalismo econômico, da qual fazem parte os ingleses Adam Smith, Thomas
Malthus e David Ricardo.
O escocês Adam Smith escreveu A Riqueza das Nações em que defendeu: “nem a
agricultura, como queriam os fisiocratas; nem o comércio, como defendiam os
mercantilistas; o trabalho era a fonte da riqueza”.
O trabalho livre, sem intervenções, guiado espontaneamente pela natureza.
1.3 O Iluminismo e a Religião
Até a crença devia ser racionalizada. Os iluministas eram deístas, isto é, acreditavam
que Deus está presente na natureza, portanto no próprio homem, que pode
descobri-lo através da razão.
Para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e virtuosa.
A Igreja tornava-se dispensável. Os iluministas criticavam-na por sua intolerância,
ambição política e inutilidade das ordens monásticas (vinda de monges, autoridades
religiosas).
1.4 O Despotismo Esclarecido
No século XVIII desenvolveu-se uma forma de governo que mesclou o absolutismo às
idéias iluministas. O chamado despotismo esclarecido.
Surgiu em países da Europa ainda essencialmente agrícolas, como Portugal, Áustria,
Prússia e Rússia.
Os soberanos desse países, apoiados na burguesia e em parte da aristocracia,
explicavam seu poder absoluto não pala “origem divina”, mas como resultado de
necessidades sociais.
Governavam em nome da razão e pretendiam construir a prosperidade de seus Estados.
Diziam-se servidores da coletividades.
Analise a seguir as propostas dos principais déspotas esclarecidos e
suas principais realizações:
Portugal - Marquês de Pombal - Ministro de D.Jose I (1750 - 1777)
- aumentou o controle do Estado sobre a economia.
- incentivou o comércio e as manufaturas.
- expulsou os jesuítas de Portugal e de suas colônias.
-
procurou desenvolver uma educação leiga, sem a influência da Igreja.
Áustria - José II (1780 - 1790)
- estimulou o desenvolvimento das manufaturas e da agricultura.
- libertou os servos de várias regiões do país.
- desenvolveu a educação.
- taxou as propriedades da nobreza e do clero.
-
Prússia - Frederico II (1740 - 1780)
organizou militarmente a Prússia.
expandiu o território do país.
estimulou o desenvolvimento industrial
incentivou a educação
Rússia - Catarina, a Grande (1763 - 1796)
- incentivou a cultura
- promoveu transformações sociais
baseadas nas idéias iluministas.
Segundo o Iluminismo, o princípio organizador da sociedade deveria
ser a busca da felicidade.
Ao governo caberia garantir direitos naturais:
 a liberdade individual e a livre posse de bens;
 a tolerância para a expressão de idéias;
 a igualdade perante a lei;
 a justiça com base na punição dos delitos.
QUAIS DESSES DIREITOS NOS É GARANTIDO EM PLENITUDE?
Os iluministas achavam que os homens tinham sido feitos para pensar
e construir um mundo melhor.
Você é parte desse mundo! PENSE!!!
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