ATA DA III OFICINA DE DIÁLOGO SOCIAL DO PILOTO DO EMPREGO DOMÉSTICO Relação dos participantes NOME 1. Andrea Rufato 2. Antônio Ferreira Barros 3. Bernardino Roberto de Carvalho 4. Camila Ramos Almeida 5. Carmem Alves Pereira 6. Carolina Veríssimo Barbieri 7. Cleusa Maria de S. Souza 8. Creuza Maria Oliveira 9. Cristina de Fátima Guimarães 10. Eliana Gomes Menezes 11. Ernestina dos Santos Pereira 12. Fabiana Moreira 13. Fabíola Eliana Ferrari 14. Flávia Santana Rodrigues 15. Ketlen da Silva Vieira 16. Luiza Batista Pereira 17. Maria de Fátima P. Cavalcanti 18. Maria de Fátima Passos 19. Maria Nadir Ferreira Ramalho 20. Mário Alberto Avelino 21. Marluce S. Silva Soares 22. Milena Aparecida Pinheiro do Prado 23. Mírian Patrícia de S. Proença 24. Natali Machado Souza 25. Patrícia Bernardo 26. Rosane de Almeida Maia 27. Samara R. da Silva Nunes 28. Sônia Maria Zerino da Silva 29. Tagore Silva Costa 30. Tânia Mara Coelho Costa 31. Tereza Liduína Santiago Félix 32. Wilza Sodré ENTIDADE MPS SINTRADO SEDEP OIT FENATRAD/RS SPSS/MPS Sindoméstico Bahia FENATRAD SEPPIR/PR Federação Domésticas SP FENATRAD SPM/PR Federação Domésticas SP DIEESE DIEESE Sindoméstica Pernambuco SEDOM SEDOM/DF SINTRADO Instituto Doméstica Legal ANFIP DIEESE Força Sindical DIEESE NCST DIEESE ASBRALE/CTB NCST SETRAB/DF MTE ANFIP SED-MT Nos dias 29 e 30 de abril de 2014 realizou-se na Casa de Retiros Assunção, em Brasília/DF, a III Oficina de Diálogo Social do Piloto do Emprego Doméstico. Rosane Maia, Coordenadora Geral do Projeto, iniciou a atividade agradecendo a presença dos atores sociais e explicando o objetivo da oficina. Em seguida, convidou os presentes a participarem de uma dinâmica de apresentação. A dinâmica consistia na entrega de tarjetas rosas e verdes nas quais os participantes deveriam responder a duas perguntas: 1) O que trago para esta oficina? 2) O que levo daqui? O resultado da dinâmica está representado na tabela abaixo: O que trago para esta oficina? O que levo daqui? A vontade particular e pública em transformar Levo desta oficina um pouco de conhecimento de as demandas da sociedade em conquistas cada participante e a esperança de grandes concretas. vitórias. Mensagem da ANFIP de que a redução da Levo aprendizado, esperança, conquista e vitória. informalidade favorece a inclusão social e a seguridade social. A vontade de juntas trabalharmos pela Diferentes qualidade de vida das trabalhadoras domésticas. Otimismo. visões dos(as) envolvidos(as). Contribuições para o trabalho diário. Conhecimento, dados que vão ajudar na informação para as companheiras e experiência Experiências vivenciadas. com as demais pessoas presentes. Obter mais conhecimento acerca do tema, podendo usufruir de forma positiva da oficina. Experiências recentes e a fase atual do piloto do Esperança. trabalho doméstico da Bahia. Trouxe minhas dúvidas e meus conhecimentos. Certeza de que irá aumentar a formalização. Trouxe a minha curiosidade de aprender cada Que tudo é possível quando encontramos parcerias dia mais. como o DIEESE, que contribui para o crescimento das trabalhadoras domésticas. Postura de abertura para o diálogo e para o Ideias e meios que viabilizem uma boa relação trabalho conjunto. entre empregados, patrões, sindicatos e governos. Eu trouxe para esta oficina a certeza de que a Vou levar muita experiência. categoria não está só nesta luta e a parceria com o DIEESE e outros atores é que nos fortalece. Disponibilidade. Propostas e ideias para avançar na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas. Realização, parceria, crescimento, experiência. A possibilidade de construir juntas a cidadania, de Sonho de avançar na luta. Ideias; algumas dúvidas. fato, desta categoria profissional. A vontade de ter mais conhecimento para Respostas com as experiências vivenciadas pelas compartilhar com as companheiras. Uma grande preocupação do companheiras e atores sociais. emprego Novidades e avanços conquistados. doméstico no Paraná por conta do atraso na implantação das novas regras impostas pelo governo. Experiências da OIT para compartilhar e Novas ideias, respostas. vontade de aprender conjuntamente com outros atores. Harmonia, diálogo, compreensão, vitória, amor, Demandas da sociedade para o governo. trabalho, cidadania. Experiências acumuladas para somar ao trabalho. Informações sobre a situação dessa atividade Levo a riqueza de vida dos atores principais deste ocupacional no mercado de trabalho e o desejo piloto e a certeza de que com a determinação e de trocar experiências. luta que eles demonstram eles alcançarão seus objetivos e o reconhecimento de todas – a cidadania. A experiência acumulada ao longo destes sete A certeza de um trabalho por meio do diálogo de anos como gestora impulsionar/concretizar (SEPPIR) os direitos para todas as entidades aqui participantes. das trabalhadoras domésticas. Curiosidade e vontade de aprender mais sobre Encaminhamentos tirados nesta terceira oficina como lutar por esta causa. Experiência de ser para fortalecimento da agenda de direitos das filha de uma mulher que foi empregada trabalhadoras domésticas. doméstica. _ Aprendizado com a reunião dos diferentes atores aqui presentes. Após a dinâmica de apresentação, Milena Prado, técnica do DIEESE no Observatório Trabalho de Pernambuco fez uma apresentação com o título “O Trabalho Doméstico Remunerado nos mercados de trabalho metropolitano” contendo dados do Sistema Pesquisa de Emprego e Desemprego. De acordo com os dados apresentados: 1) A proporção de trabalhadoras domésticas que contribuem para a Previdência Social é muito baixa, principalmente quando comparada a outras categorias de ocupados. 2) Em 2013, mais de 80% das mensalistas sem carteira de trabalho assinada e mais de 70% das diaristas não contribuíam para a Previdência Social. 3) No Nordeste observaram-se as menores proporções de mensalistas sem carteira de trabalho assinada e de diaristas contribuintes. 4) Em 2013, as empregadas domésticas mensalistas com carteira assinada foram as que exerceram as jornadas de trabalho mais longas em todas as regiões investigadas pelo DIEESE/Sistema PED. 5) Nas regiões metropolitanas do Nordeste a jornada média semanal foi mais extensa que nas demais regiões. 6) O rendimento médio real por hora aumentou para as três formas de contratação do emprego doméstico (mensalistas com carteira de trabalho assinada, mensalistas sem carteira de trabalho assinada e diaristas). Ainda assim é menor em relação ao conjunto dos ocupados. 7) As regiões do Nordeste auferem os menores valores/hora trabalho. O debate que se seguiu à apresentação focou em temas como a dificuldade de acesso à informação por parte dos trabalhadores e empregadores, jornada de trabalho, rendimento médio da categoria, pagamento da contribuição sindical, dentre outros. A parte da tarde iniciou com um trabalho em grupo que consistiu na divisão dos participantes em três grupos com o objetivo de realizarem dramatizações representando o passado, presente e futuro do emprego doméstico. A dinâmica tinha como objetivo realizar um panorama histórico do setor. Após as apresentações ocorreu um debate no qual os participantes concordaram que ao longo dos anos ocorreram avanços significativos nas relações de trabalho do setor possibilitados pela legislação e pela mudança de postura dos empregadores advinda do aumento da conscientização. Porém, a categoria acredita que muitas mudanças ainda são necessárias para a totalidade da garantia dos direitos trabalhistas e previdenciários da categoria. No início do segundo dia, foram entregues aos participantes tarjetas para a construção de uma linha do tempo na qual deveriam constar fatos históricos importantes para o setor do emprego doméstico. Após os participantes colarem suas tarjetas, Rosane Maia fez uma leitura dos fatos citados focando nos avanços conseguidos através de alterações na legislação, como: pagamento de seguro desemprego, aviso prévio, folga ou pagamento em dobro em feriados, proibição do trabalho de menores de 18 anos, piso salarial regional. Durante a atividade, as trabalhadoras do setor expuseram vários relatos pessoais que ajudaram a ilustrar as etapas que foram citadas na linha do tempo. A segunda parte da manhã foi destinada à leitura e análise do texto da cartilha sobre o setor do emprego doméstico, que será impressa no âmbito do piloto. O texto foi avaliado, levando em consideração o público alvo, conteúdo e forma de apresentação. Discutiu-se, também, se seria abordado o trabalho de diaristas na cartilha e a maioria votou pela inclusão. Após um amplo debate, os atores presentes fizeram propostas de modificações que foram acatadas. Carolina Barbieri, representante do Ministério da Previdência Social, ficou responsável por sistematizar o texto final do documento. O período da tarde foi destinado à análise e reposicionamento do Plano de Ação, construído coletivamente na II Oficina do Piloto do Emprego Doméstico, realizada nos dias 31 de outubro e 1º de novembro de 2013, em Brasília. Para tanto, os participantes foram divididos em três grupos: 1) Trabalhadores (as); 2) Empregadores (as); 3) Governo. O resultado da análise crítica do Plano de Ação está apresentado na tabela a seguir: AÇÃO Regulamentação da Emenda Constitucional - EC 72, respeitando-se a redação original e as propostas dos sindicatos das trabalhadoras (ex.: contribuição sindical): o Mobilização da sociedade; o Realização de Audiências Públicas com instâncias governamentais; o Reuniões com os líderes das Comissões do Congresso Nacional. RESPONSÁVEL Centrais Sindicais, Federações, Associações, Sindicatos, DIEESE, Movimentos sociais. CARÁTER/PRAZO IMEDIATO E PERMANENTE, ATÉ QUE SEJA APROVADA A REGULAMENTAÇÃO. 2013/2014 AVALIAÇÃO E REPOSICIONAMENTO Governo: Não houve avanço. Defende maior pressão dos órgãos envolvidos ainda no primeiro semestre de 2014. Trabalhadores: Sugerem a elaboração de um documento* exigindo uma reunião com o relator da EC nº 72 para discutir sua regulamentação. Mobilizar mais participantes nos estados. Buscar ajuda financeira das Centrais Sindicais para participação das(os) dirigentes no Seminário de encerramento do projeto “Redução da Informalidade por meio do Diálogo Social”. Empregadores: Representante fez uma avaliação das emendas apresentadas e entregou para o relator da EC. Situação Atual: Em 03 de junho foi pautada na Comissão Mista de Consolidação e Regulamentação, destinada a regulamentar dispositivos da Constituição Federal, o parecer do Senador Romero Jucá sobre o PLP 302/2013. O relator não atendeu a nenhuma emenda apresentada na Câmara dos Deputados, mas a votação foi adiada para a semana seguinte, após o pedido de vista da deputada Benedita da Silva. Posição em 07 de outubro de 2014 (Atualizar). Aguardando retorno do Senado Federal *Ofício protocolado no Gabinete do Senador Romero Jucá em 16 de maio de 2014. Reunião não agendada até entrega deste relatório. Promover e apoiar ações educativas e campanhas de informação e conscientização para mudança de cultura: o Campanhas publicitárias nas grandes mídias; o Ações comunitárias; o Inclusão do conteúdo no currículo escolar; o Produção de material sobre direitos (cartilha)*. *Custo estimado da cartilha impressos): R$ 16.800,00 (3.000 exemplares Regulamentação da “trabalhadora diarista” como trabalhadora doméstica, com todos os direitos Centrais Sindicais, Federações, Associações, Sindicatos, DIEESE, Movimentos sociais, Governo Federal (MPS, MTE, MDS, SEPPIR, SPM) Centrais Sindicais, Federações, 2013/2014 Governo: Considera que houve avanço. A SEPPIR emitiu matérias jornalísticas permanentes no site, notas de divulgação e esclarecimento. Houve um pronunciamento da Ministra no Congresso priorizando o tema. O MPS seguiu com os programas de Educação Previdenciária e auxilia na elaboração da cartilha que será elaborada no âmbito do piloto. Sugere que haja foco na finalização da cartilha. Trabalhadores: Propõe envio de ofício para o MEC, exigindo que a história do trabalho doméstico seja incluída no currículo escolar. Cobrar apoio dos parceiros (DIEESE, MTE, MDS, SEPPIR, SPM, etc.) Governo: Não houve andamento. Tem acompanhado os debates junto à Casa Civil. previdenciários e trabalhistas, conforme a Convenção 189 da OIT: o Lutar pela ratificação da Convenção 189 da OIT e regulamentação da EC 72, com propostas das trabalhadoras; o Participação na audiência pública do dia 20 de novembro de 2013 com a finalidade de modificar a redação do texto da EC 72; o Consultar o PL 7279/2010 e promover discussão para definição das ações – (modificar a redação do Projeto de Lei). o Inclusão da diarista na folha eletrônica (eSocial) Criação de multa para o empregador que não assinar a CTPS do/a trabalhador/a doméstico/a: o Consultar o PL 7156/2010 e promover discussão para definição das ações. Resgate do Programa “Trabalho Doméstico Cidadão” -TDC – da forma como foi construído originalmente, a nível nacional, em 2006: o Realizar audiências públicas com MTE, SEPPIR, MDC, SPM, CEF, MEC, OIT, ONU Mulher Associações, Sindicatos, DIEESE, Movimentos sociais, Governo Federal (MPS, MTE, MDS, SEPPIR, SPM), Instituto Doméstica Legal Fiscalização e responsabilização: o Mapeamento de todas as ações do Governo Federal e Estadual, relacionadas ao ED (com apoio das Centrais Sindicais); o Mapeamento de todos os sindicatos e associações laborais e patronais que possuem ações relacionadas ao ED e convênios com órgãos públicos sobre o tema; o Treinamento e capacitação dos sindicatos. Centrais Sindicais, Federações, Associações, Sindicatos, Instituto Doméstica Legal Centrais Sindicais, Federações, Associações, Sindicatos, DIEESE, Movimentos sociais, Governo Federal (MPS, MTE, MDS, SEPPIR, SPM), Instituto Doméstica Legal FONSET (Fórum Nacional dos Secretários do Trabalho), Centrais Sindicais Federações, Sindicatos Associações DIEESE MTE, MPS, SEPPIR, MDC, SPM, CEF, MEC, PERMANENTE Trabalhadores: Continuar as ações desenvolvidas para a ratificação da Convenção 189 da OIT. Empregadores: Foi aprovado requerimento na Comissão de Seguridade Social e Família, solicitando que a audiência sobre o PL seja agendada para maio de 2014. Trabalhadores: Ação cumprida através da Lei nº 12.964, de 8 abril de 2014. 2013 1º. SEMESTRE DE 2014 Governo: Sugere que seja feita uma demanda formal por parte da categoria ao Governo. Trabalhadores: Cobrar uma ação do MTE sobre o resgate do TDC. Envio de ofício* dos sindicatos ao MTE, MEC e demais entidades envolvidas. * Ofício protocolado em 16 de maio de 2014. Reunião realizada em 28 de maio com representantes dos trabalhadores, MTE e DIEESE. Ata anexa. PERMANENTE E IMEDIATO Governo: Avançou parcialmente. O MPS fez um mapeamento das ações do Governo Federal, porém não foi feito o levantamento de toda a legislação pertinente ao setor. Se compromete a fazer este levantamento. Com relação ao treinamento e capacitação dos sindicatos, o Programa de Educação Previdenciária pode atender a esta demanda. A SEPPIR elaborou um quadro comparativo da regulamentação. Trabalhadores: Propõe dar continuidade de forma permanente. Necessidade de cursos para formação de Redução das alíquotas de contribuição do INSS para trabalhadores e empregadores domésticos: o Consultar o PL 7082/2010 e promover discussão para definição das ações – (revisão do conteúdo para aprovação ou modificação). OIT, ONU Mulher Centrais Sindicais, Federações, Associações, Sindicatos, Instituto Doméstica Legal 2013 dirigentes sindicais. Trabalhadores: Se declaram favoráveis, desde que não prejudique a categoria. Empregadores: O PL está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para análise da constitucionalidade do Projeto. Situação Atual: O PL 7082/2010 encontra-se na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Após a realização da avaliação do Plano de Ação foi feito um debate para definição de outras ações consideradas como consensuais e prioritárias. Os presentes definiram como consensual a realização de um esforço conjunto para inclusão da obrigatoriedade do pagamento da contribuição sindical para empregados e empregadores domésticos que está previsto no PLP 302/2013. Este ponto é considerado importante, pois diz respeito à sustentabilidade financeira das entidades sindicais. A segunda questão levantada como prioritária refere-se à aprovação do Projeto de Lei 7.082/2010, que reduz o INSS do empregado doméstico de 8%, 9% ou 11%, para uma alíquota única de 6%, e o do empregador doméstico de 12% para 6%. Os atores presentes concordam que a desoneração ajudaria a aumentar o nível de formalização da categoria. Após o debate, Rosane Maia recordou que a terceira oficina foi a última atividade ocorrida no âmbito do piloto, porém os atores sociais precisam firmar o compromisso de manter o grupo mobilizado para dar andamento às ações e metas que foram pactuadas. Para finalizar a atividade, foi realizada uma avaliação do evento na qual os participantes agradeceram ao MPS e DIEESE pelo espaço de diálogo proporcionado pelo Projeto e avaliaram a metodologia aplicada como capaz de gerar resultados muito produtivos. 9 FOTOS E LISTAS DE PRESENÇA 10 11 12