Conjuntura Econômica e Campanha
Salarial dos Bancários 2012
Alexandre Ferraz
Economista/Dieese
Junho/2012
Principais aspectos da conjuntura
macroeconômica
1 - A crise em alguns países
2 - O desempenho da economia brasileira
3 - As negociações coletivas
4 – O desempenho dos bancos
Aspectos da crise internacional
 Aumento na competitividade internacional por parte de economias
emergentes, especialmente da China
 Nos EUA, seguem elevados: o grau de endividamento das famílias e o nível
de desemprego (8,3% em março) e o mercado imobiliário permanece frágil.
 Expectativa de queda no ritmo de crescimento global para 2012, com leve
recuperação a partir de 2013 (economist):
A estratégia europeia de austeridade fiscal desacompanhada de políticas
pró-crescimento tem-se revelado ineficaz.
A economia mundial com acentuada aversão ao risco, sobretudo se a Grécia
abandonar o euro.
 Ressurge o risco de problemas bancários na UE e nos EUA.
 Para os países emergentes a crise tende a afetar o crescimento e reduzir o
volume de comércio, e crédito.
 O Brasil está mais preparado do que em 2008?
 Tendência à especialização do Brasil em produtos primários e
desindustrialização precoce?
Escolhas Recentes do Brasil
Nova fase da política econômica, focada na aceleração do
crescimento, na redução da desigualdade e na distribuição de
renda:
Nova política Industrial: Brasil Maior
Redução da vulnerabilidade externa: a acumulação de reservas
internacionais e manutenção de resultados primários elevados
Estabelecimento de um novo consenso em torno do papel ativo do
Estado para viabilizar o desenvolvimento econômico:
–Regulação do mercado
–Planejamento e financiamento de longo prazo: PAC, MCMV
–Oferta de serviços públicos universais: PROUNI, PRONATEC
–Redução na desigualdade na distribuição de renda: Bolsa Familia
Economia e Política
O Brasil tem algumas vantagens “comparativas”:
–Alta renda das commodities pode financiar mudanças
estruturais na economia e na sociedade (ex: pré-sal)
–Tendências demográficas permanecem favoráveis até
meados da década de 2020
–Ainda há grande ganhos de produtividade a serem obtidos
INPORTANTE: O sucesso depende da manutenção de um
consenso político em torno de uma estratégia de
desenvolvimento inclusivo e capaz de solucionar as tensões
inerentes à distribuição do aumento na renda
Demandas da Nova Classe Média
•“Hierarquia das necessidades” (Maslow1943)
–Demanda crescente por serviços públicos universais de
qualidade (educação, saúde e segurança)
–Demanda crescente por transparência, eficiência e justiça
•“Medo de cair” (Ehrenreich1990)
–Alta classe média vs classe média emergente
–Demanda por geração de oportunidades para o progresso
individual
Medidas do Governo Federal
O governo tem buscado formas de reativar a economia:
- Plano Brasil Maior: estímulo ao setor industrial;
- Corte nas taxas de juros SELIC;
- Redução do IOF e do IPI;
- Redução das taxas de juros ao consumidor da CAIXA e do BB;
- Liberação de compulsório para compra de carteira –aumenta
crédito e reduz spread
- SUPERSIMPLES e MEI: ampliação do limite de enquadramento e
estímulo às exportações
- Desoneração da Folha de Pagamentos (- INSS empregador + CSLL)
Contraditório: corte de R$ 55 bi no orçamento ou R$ 16 líquidios;
Divida do Setor Público - 2011
Interna Líquida = R$ 2 trilhões (49% do PIB)
Líquida Total = R$ 1,5 trilhões (36,4% do PIB), em 2002 = 60,4% do
PIB
Governo Federal = R$ 1 trilhão (25% do PIB)
Prazo médio de 3,6 anos (menor desde 2002).
Os bancos detém 31,5% do total, seguido os fundos de investimento e de
previdência, acumulando um total de 72,2% (11,3% nas mão de
estrangeiros).
Em 2011 foram R$ 479,4 bilhões com rolagem da sua divida, isso representa
39,5% da soma das receitas corrente e de capital, e é quase o triplo da
soma do gasto com Educação, Saúde e Assistência Social.
Conjuntura do setor público
Nos últimos 8 anos a arrecadação total do governo central
cresceu cerca de 55% em termos reais, enquanto que o PIB
cresceu 39%.
Em 2011 o aumento da arrecadação acima do PIB se traduziu
em um aumento da Carga Tributária da União, de cerca de
10%, passando 21,6% para 24,0% do PIB (36% total).
Esta carga é uma das menores do mundo desenvolvido, e uma
das maiores entre os atrasados.
Entre 2004 e 2011 o investimento federal cresceu 17,6%,
contra praticamente 65%, se considerarmos a evolução a partir
de 2008.
Carga Tributária Comparada
(dados de 2010)
50
Suécia
França
Dinamarca
Bélgica
45
Austria
Noruega
Italia
UK
40
Hungria
Portugal
Rep. Checa
35
Polônia
Canada
Turquia
Grécia
OECD
Irlanda
Australia
30
EUA
Coréria do Sul
25
Japão
Venezuela
Argentina
Média 21,5%
20
Chile
India
Mexico
15
Fonte: Eirostat, BC
Média 33,9%
Brazil
Espanha
Alemanha
Suiça
Holanda
Média 43,7%
Produto Interno Bruto – PIB Taxa de Crescimento (%)
2001-2011 e estimativa 2012
8
7.5
7
6.1
5.7
6
5.2
5
4.0
4
2.7
3
2
3.2
1.3
2.7
Média* 2001-2011
3,53%
Estimativa (revista)
para 2012
3%
Intermediação
Financeira = alta de
2,4% no 1 trimestre
2012 (média 1,9%)
1
0
-0.3
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
(*) Média Geométrica
Fonte: IBGE
Elaboração: DIEESE
46,60%
3.0
1.1
-1
Acumulado 20012011
Volume de crédito - % do PIB - 2003 - 2011
60
49
50
43.7
45.2
40.5
40
30
35.2
24.6
25.7
Dec/03
Dec/04
28.3
30.9
Quem vai puxar o investimento
até 2015? setor público, setor de
Petróleo e Gás, siderurgia e
automotivo
20
10
0
Fonte: Banco Central
Elaboração: DIEESE
Dec/05
Dec/06
Dec/07
Dec/08
Dec/09
Dec/10
Dec/11
Inflação IPCA
2007
2008
2009
2010
2011
2012
8
Estamos trocando
uma inflação mais
alta em 2010/2011
por uma inflação
mais baixa em
2012 (variação
mensal)
7
6
5
4
Todo o inicio e fim de ano tem uma
tendência de alta!
3
2
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Crédito Doméstico/PIB na zona do EURO
Evolução do emprego
2010 = 44 milhões
2011 = 46 milhões
PEA = 24,4 milhões
PO = 22,9 milhões
TXD = 5,8% maio
2002 = 12,5%
35.1
32.4
31.1
29.4
27.4
25.7
24.3
22.6
21.9
20.9
20.3
19.0
18.6
18.6
18.3
18.0
Fonte MTE: Não soma o emprego no setor público + IBGE
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Censo 2010 = 144,8 milhões (+ de 15 anos)
30% = Têm rendimento de até 1 SM
21% = Têm rendimento entre 1 e 2 SM
Neste dois grupos temos mais de 1 milhão entre 10 e 14 anos
Nada menos que 44 milhões não tem rendimento declarado (30%)
As Negociações Coletivas
Distribuição dos reajustes salariais, em comparação ao
INPC-IBGE, segundo faixas de ganho
Brasil, 2008-2011
(em %)
Variação
Acima do INPC-IBGE
Mais de 5% acima
De 4,01% a 5% acima
De 3,01% a 4% acima
De 2,01% a 3% acima
De 1,01% a 2% acima
De 0,01% a 1% acima
Igual ao INPC-IBGE
De 0,01% a 1% abaixo
De 1,01% a 2% abaixo
De 2,01% a 3% abaixo
De 3,01% a 4% abaixo
De 4,01% a 5% abaixo
Mais de 5% abaixo
Abaixo do INPC-IBGE
TOTAL
Fonte: DIEESE
2008
79,1
0,6
0,6
3,4
9,5
29,5
35,5
10,1
9,0
1,0
0,4
0,4
10,8
100,0
2009
79,8
1,6
1,4
2,7
11,5
25,4
37,2
12,0
5,4
0,6
0,6
0,1
0,3
1,3
8,3
100,0
2010
88,2
4,1
3,4
8,8
16,2
27,9
27,6
7,4
4,1
0,1
0,1
4,4
100,0
2011
86,8
1,6
1,4
6,4
15,1
35,0
27,2
7,5
4,8
0,4
0,3
0,1
5,7
100,0
O Desempenho do Setor Bancário
Evolução do Emprego Formal dos Bancários
2000 a 2011
402,425 393,140 398,098 399,183 405,073
2000
2001
2002
2003
2004
420,036 422,219
2005
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS)
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários.
2006
445,828
2007
459,494 462,164
2008
2009
483,097
2010
506,696
2011
O Spread Bancário
30
27,8
% ao ano
26,9
25
Retorno dos bancos segundo o
Relatório de Estabilidade Financeira
do BC = 16,5% em 2011
20
16,39
15
10
9,61
7,37
5,71
5
4,49
3,82
3,48
3,39
3,06
3,00
1,49
0
Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários
Conceito: diferença entre a taxa de aplicação e custo de captação
Inadimplência no SFN
(em % das operações de crédito)
4.5
4.2 4.2
4.0
4
3.9
3.8
3.6 3.6
3.5
3.5
3.4 3.4
3.3
3.2 3.2 3.2 3.2
3.3
3.4 3.4
3.5 3.5 3.5
3
2.5
Os EUA tinham uma taxa de inadimplência de
3,4% em 2000 (Serasa)
2
Fonte: Relatório de Economia Bancária – BCB.
Elaboração: Rede Bancários – DIEESE.
3.6 3.6 3.6
3.7
3.8
3.7
Lucro líquido dos principais bancos
Brasil - 1º trim. de 2011 e 1º trim. de 2012 (em R$ bilhões)
mar/11
mar/12
3.64
2.93
2.74
2.50
3.54
2.85
1.83
1.16
0.80
Banco do Brasil
Caixa Econômica
Fonte: Demonstrações Financeiras dos Bancos
Elaboração: DIEESE - Rede Bancários
Bradesco
Itaú
Santander
1.77
Participação dos 6 maiores Bancos no ativo total do
Setor Bancário
2004 e 2011
2004
6 maiores Bancos
2011
Outros Bancos
6 maiores Bancos
Outros Bancos
19%
35%
65%
81%
Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: DIEESE Rede Bancários
Obrigado!
Alexandre Ferraz
Economista do DIEESE
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