SOUSA, A.M.C.B.; SILVA, J.D.L.; BRITO, M.V.; GOMES, R.L.F.; LOPES, A.C.A. Banco ativo de germoplasma de feijão-fava da Universidade Federal do Piauí (BAG de Feijão-fava – UFPI). In: II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste, 2015, Fortaleza. Anais do II Simpósio da RGV Nordeste. Fortaleza, Embrapa Agroindústria Tropical, 2015 (R 227). Banco ativo de germoplasma de feijão-fava da Universidade Federal do Piauí (BAG de Feijão-fava – UFPI) Antônia Maria de Cássia Batista de Sousa¹; Jessica Danielle Lustosa da Silva2; Marilha Vieira de Brito3; Regina Lucia Ferreira Gomes4; Ângela Celis de Almeida Lopes4 1 Graduanda. Universidade Federal do Piauí (UFPI), Centro de Ciências Agrárias (CCA). CEP: 64.049-550, Teresina, PI. [email protected] 2 Doutoranda em Produção Vegetal. UFPI/CCA. [email protected] 3 Mestranda em Genética e Melhoramento, UFPI/CCA. [email protected] 4 Docente. UFPI/CCA. Departamento de Fitotecnia. [email protected]; [email protected] Responsável pelo BAG: Ângela Celis de Almeida Lopes/UFPI Palavras chave: conservação, intercâmbio, caracterização Histórico O Banco Ativo de Germoplasma de Feijão-Fava da Universidade Federal do Piauí está instalado no Laboratório de Recursos Genéticos, Departamento de Fitotecnia, Campus Ministro Petrônio Portela, no município de Teresina-PI. O Banco foi implantado em 2005, mediante a aquisição de variedades crioulas, em comunidades agrícolas, feiras e mercados, por meio de expedições de coleta, as quais foram iniciadas em setembro de 2004, permitindo a incorporação de 211 acessos, oriundos dos estados do Piauí, Maranhão, Pernambuco e Bahia. Em 2005, realizou-se um convênio para intercâmbio de germoplasma com a Universidade Federal de Viçosa - MG, sendo recebidos 50 acessos de feijão-fava (LOPES et al., 2010). Além das viagens de coleta na Região Meio-Norte do Brasil (Piauí e Maranhão), muitos acessos foram incorporados no BAG de Feijão-fava - UFPI mediante doações. No ano de 2006, por meio da parceria estabelecida entre a UFPI e a Escola Família Agrícola do Soinho (EFA-SOINHO), foram adquiridos 118 acessos. Em 2008 e 2009, foram introduzidos 17 e 54 acessos provenientes do CIAT e da Paraíba, respectivamente. Com as expedições de coleta do Projeto Global Trust, financiado pela FAO, realizadas em 2011 e 2012, houve a introdução de 40 e 14 acessos de feijão-fava, coletados no Ceará e na Bahia, respectivamente. Em 2014, foram registrados 46 acessos coletados na Paraíba, maior estado produtor. Atualmente, o BAG de Feijão-Fava da UFPI possui 854 acessos provenientes dos estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Paraíba, Bahia, Pernambuco, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal. Aspectos Técnicos O feijão-fava (Phaseolus lunatus L.) é uma hortaliça da família Fabaceae. O centro de diversidade do gênero Phaseolus é o México, onde são encontradas aproximadamente 90% das 50 espécies conhecidas (MERCADO-RUARO; DELGADO-SALINAS, 2009), sendo quatro (DELGADO–SALINAS, 1985) ou cinco (DEBOUCK, 1991) cultivadas, a saber, P. vulgaris, P. coccineus, P. acutifolius, P. lunatus e P. polyanthus (= P. coccineus subsp. Darwiniana). Delgado-Salinas (1985) estimou que o gênero contém 36 espécies na América do Norte e América Central, enquanto Debouck (1991) incluiu 52 espécies, nas mesmas regiões. As pesquisas com recursos genéticos vegetais envolvem uma série de atividades essenciais, as quais necessitam de um considerável suporte financeiro e, principalmente, exigem continuidade (NASS et al., 2001). As informações obtidas a partir de caracterizações morfológicas, citogenéticas, bioquímicas e moleculares contribuem para conservação da variabilidade e identificação de acessos pertencentes a um banco de germoplasma. No BAG de Feijão-Fava – UFPI, todos os acessos pertencem à espécie P. lunatus L. A introdução de tais acessos no BAG requer a documentação no Livro de Registro, no qual constam os seguintes dados: número do acesso, nome vulgar e do coletor, data, local e ano de coleta, e cor da semente. Ao longo de dez anos (2005 a 2015), foram utilizados 441 acessos de feijão-fava pertencentes ao BAG-UFPI em caracterizações agromorfológicas, físico-química, molecular, quanto à resistência a antracnose e ao potencial de nodulação por bactérias fixadoras de nitrogênio, realizadas com base nos descritores para Phaseolus lunatus L, publicados pelo International of Plant Genetic Resources Institute (IPGRI, 2001), atualmente Bioversity International. Os principais descritores quantitativos utilizados foram: comprimento de vagem, largura de vagem, peso de vagem e número de sementes por vagem, número de lóculos por vagem, comprimento de semente, largura de semente, espessura de semente e peso de 100 sementes. O descritor qualitativo mais utilizado foi o padrão de cor da semente. II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015 Valorização e Uso das Plantas da Caatinga Tabela 1. Percentual de acessos do BAG de Feijão-fava da Universidade Federal do Piauí em função da procedência. Origem Quantidade de acessos (%) Piauí Paraíba 45,70 19,24 Ceará Minas Gerais 10,29 7,20 Maranhão Distrito Federal 5,58 4,12 São Paulo Bahia 2,26 2,06 Pernambuco Goiás 1,44 1,05 Espírito Santo Paraguai 0,62 0,23 Tocantins 0,21 Considerações finais O BAG de Feijão-Fava – UFPI disponibiliza informações científicas importantes sobre a espécie Phaseolus lunatus L., envolvendo conhecimentos sobre multiplicação, rejuvenescimento, caracterização, avaliação e condições de conservação dos acessos, além de dados das regiões de ocorrência e dos fatores bióticos e abióticos que afetam o seu desempenho. Essas informações podem ser obtidas por meio de consultas aos relatórios técnicos dos projetos de pesquisa, monografias de conclusão de curso, relatórios de iniciação científica, dissertações e teses. Referências DEBOUCK, D. G. Systematics and morphology. In: SCHOONHOVEN, A.; VOYSEST, V. O. Common beans: research for crop improvement. Cali: CIAT, 1991, p. 55-118. DELGADO-SALINAS, A. Systematics of the genus Phaseolus (Leguminosae) in north and central America.1985 Tese – University of Texas, USA, 1985. IPGRI. Descritores para Phaseolus lunatus (feijão-espadinho). International Plant Genetic Resources Institute. Roma, 2001. 51p. LOPES, A. C. A.; et al. Diversidade Genética. In: Ademir Sérgio Ferreira de Araújo; Ângela Celis de Almeida Lopes; Regina Lucia Ferreira Gomes. (Org.). A cultura do feijão-fava na Região Meio-Norte do Brasil. 1 ed. Teresina: EDUFPI, 2010, v.1, p.45-72 MERCADO-RUARO, P.; DELGADO-SALINAS, A. Karyotypic analysis in six species of Phaseolus L. (Fabaceae). Caryologia, Itália, v. 62, n. 3, p. 167-170, 2009. NASS, L. L. Utilização de recursos genéticos vegetais no melhoramento. In: NASS, L. L.; VALOIS, A. C. C.; MELO, I. S. de; VALADARES-INGLIS, M. C. Recursos genéticos e melhoramento- plantas. Rondonopólis: Fundação MT, 2001, p. 29-55. II Simpósio da Rede de Recursos Genéticos Vegetais do Nordeste Fortaleza, 10-13 de novembro de 2015