C.8.1 - Genética. Ação citotóxica e citoprotetora de Caesalpinia ferrea Mart. (Família Fabaceae). 1 1 1 1,* 3 Ohana R. M. Sá , Francisca D. Barros , Maria A. G. Sales , Ana C. Ramos , Felipe C. C. da Silva , Paulo M. P. Ferreira2, Maria do S. M. de Deus3, João M. de C. e Sousa3, Ana P. Peron4. 1. Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), Universidade Federal do Piauí (UFPI); * [email protected] 2. Docente e Pesquisador do Departamento de Biofísica e Fisiologia e do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPCF) do Campus Ministro Petrônio Portela (CMPP), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina/PI 3. Docente e Pesquisador do Departamento de Ciências Biológicas do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Picos/PI. 4. Orientadora. Docente e Pesquisadora do Departamento de Ciências Biológicas do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB), e do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento (PPGM) do Campus Ministro Petrônio Portela (CMPP), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Picos/Teresina/PI. Palavras-chave: pau-ferro, efeito antiproliferativo, ação antimutagênica. Introdução Caesalpinia ferrea Mart., o popular pau-ferro, é uma planta muito utilizada nos países tropicais na medicina popular. Diferentes partes botânicas desta espécie, como frutos, flores, entrecasca, vagem e raízes, são utilizadas tradicionalmente em vários países, porém, no Brasil é mais comum a utilização da vagem, que em sua composição fitoquímica possui flavonoides, saponinas, taninos e esteroides (SANTOS; THOMAZZI, 2011). Ingerida na forma de chá, esta vagem é popularmente tida como antidiarreicas, anticatarrais, cicatrizantes e antitérmica e como eficiente no tratamento de úlceras. Estudos farmacológicos avaliando-a demonstraram ação terapêutica no tratamento de úlceras gástricas e atividade anti-inflamatória, analgésica, cardiotônica, antimicromibiana, anti-histamínica e anticoagulante. No entanto, apesar da ampla utilização na medicina tradicional e de já haverem estudos farmacológicos comprovando sua atividade terapêutica, a parte botânica citada desta planta não possui informações sobre sua toxicidade em nível celular. Também não possui estudos quanto aos seus potenciais moduladores frente a compostos mutagênicos. Assim, objetivou-se neste estudo avaliar, por meio das células meristemáticas de raízes de Allium cepa nos tempos de exposição de 24 e 48 horas, o potencial citotóxico de extratos aquosos, nas concentrações de 1g/700ml e 1g/1000ml, provenientes da vagem de C. ferrea, bem como verificar o potencial modulador destes extratos frente a aberrações celulares induzidas por Paracetamol, uma droga sabidamente mutagênica as células do sistema teste utilizado. Resultados e Discussão Os grupos tratamentos estabelecidos neste trabalho foram: controle negativo - água destilada; controle positivo – solução de Paracetamol a 0,008mg/ml, controle extrato aquoso da planta – fração aquosa da planta na concentração de 1g/700ml ou 1g/1000ml, tratamento simultâneo - fração aquosa da planta na concentração de 1g/700ml ou 1g/1000ml associada a concentração de Paracetamol. As raízes de A. cepa após os tratamentos foram fixadas em solução de Carnoy, hidrolisadas em ácido e coradas com orceína acética (GUERRA; SOUZA, 2002). Em seguida fez-se o esmagamento dos meristemas e montagem das lâminas. Analisou-se 5.000 células para cada grupo tratamento em microscopia de campo claro (40x), e utilizou-se o teste estatístico Quiquadrado a 5% para análise dos dados. A partir dos resultados verificou-se que a vagem de C. ferrea, nas duas concentrações estipuladas para este trabalho nos tempos de exposição de 24 e 48 horas, teve efeito antiproliferativo às células do organismo de prova utilizado. Ainda em relação ao potencial citotóxico, verificou-se que o tratamento simultâneo para esta planta, nas duas concentrações e nos dois tempos de exposição observados, não diferiu do índice de divisão celular do seu respectivo controle extrato aquoso da planta, e portanto não potencializou o efeito antiprofliferativo ocasionado pela composto mutagênico. Ainda, o pau-ferro, nas duas concentrações e nos dois tempos de exposição avaliados, promoveu efeito protetor significativo as células do sistema teste tratadas com Paracetamol. Conclusões Portanto, nas condições analisadas, os extratos aquosos provenientes da vagem do pau-ferro demonstraram efeito citotóxico e antimutagênico significativo as células do sistema teste utilizado. Agradecimentos A Universidade Federal do Piauí (UFPI) – Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB). Ao Núcleo de Pesquisa em Biotecnologia Aplicada a Saúde e ao Meio Ambiente UFPI (NUPBSAM/UFPI). GUERRA, M.; SOUZA, M. J. Como observar os cromossomos: um guia de técnicas em citogenética vegetal, animal e humana. Ribeirão Preto: FUNPEC, 2002. SANTOS, M. R.; THOMAZZI, S. M. Antinociceptive and anti-inflammatory effects of Caesalpinia pyramidalis in rodents. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 21, n. 6, p. 1077-1083, 2011. 67ª Reunião Anual da SBPC