As estranhas e belas partículas elementares : uma introdução 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 1 Estrutura da Matéria I Molécula Constituintes: átomos força atuante: eletromagnética (residual) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 2 Estrutura da Matéria II Átomo Constituintes: elétrons e núcleo Força atuante: eletromagnética (r 10-10 m) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 3 Estrutura da Matéria III Núcleo Constituintes: prótons e nêutrons Força atuante: forte (residual) (r 10-14 m) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 4 Estrutura da Matéria IV próton Constituintes: quarks Força atuante: forte (r 10-15 m) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 5 Partículas elementares? 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 6 RETROSPECTIVA HISTÓRICA • até 1932 eram conhecidos: – prótons (mp=938,27 MeV/c2), elétrons (me = 0,511 MeV/c2) e fótons (m =0) • em 1932: foi descoberto o nêutron por Chadwick (mn=939,565 MeV/c2), 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 7 Unidades de energia e massa • Unidade de energia 1 eV = 1,6 x 10 –19 J – 1MeV 106 eV (megaeletronvolt) – 1GeV 109 eV (gigaeletronvolt) – 1TeV 1012 eV (teraeletronvolt) • Unidade de massa 1eV/c2 ( E=mc2 ) – 1eV/c2 1,78 x 10-36 kg 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 8 Novas partículas foram descobertas a partir de 1932 • Em 1928, Paul Dirac introduziu o conceito de antipartícula, ao escrever a equação relativística para o elétron (teoria) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 9 A primeira antipartícula: o pósitron • Carl Anderson observou a primeira antipartícula em experimento com radiação cósmica em 1933 um pósitron (antielétron) (experimento) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 10 Neutrinos • Ainda em 1930 Wolfgang Pauli sugere a existência dessas partículas neutras, de massa nula, para explicar o espectro de energia dos elétrons emitidos no decaimento radioativo beta (teoria) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 11 Ainda os neutrinos • Cowan (dir.) e Reines detectaram os neutrinos muitos anos mais tarde em uma série de experimentos realizados entre 1953 e 1956 (experimento) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 12 Os mésons • Em 1933 Hideki Yukawa propõe a existência de partículas com massa Melétron < M < Mpróton , para explicar as forças nucleares (teoria) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 13 Ainda os mésons • Em 1937, Carl Anderson e Seth Neddermeyer e, independentemente, Street e Stevenson observam partícula com massa intermediária na radiação cósmica penetrante (experimento) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 14 Será o méson de Yukawa?? • O comportamento desta partícula ao atravessar a matéria não era conforme o previsto teoricamente! (experimento) • As partículas positivas sofrem desintegração (+ e+ + …) • As partículas negativas causam desintegração do núcleo atômico 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 15 Solução do problema dos mésons: • Em 1947, Tanikawa e Sakata & Inoue e, independentemente, Marshak e Bethe propõem a Teoria dos dois mésons (teoria) decai Méson mais pesado (Yukawa) + ... Méson mais leve (observado) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 16 Comprovação experimental: • Em 1947, Lattes, Occhialini e Powell comprovam a existência do dois tipos de mésons e o decaimento do pesado no leve (experimento) • Donald Perkins comprova também em 1947 (experimento) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 17 Como ficou? • Méson pesado : (píon), massa=139,57 MeV/c2 • “Méson” leve : (múon), massa= 105,658 MeV/c2 , comportamento semelhante ao do elétron • + + + … • - causa desintegração do núcleo • 0 previsão (teoria) Kemmer e descoberta experimental Steinberger, Panofsky e Steller 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 18 Por “economia”: … • + + + (+ + ) • - - + (- + anti ) • - e- + + • + e+ + + 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 19 Situação aproximada em 1947: • Eram conhecidas partículas “leves”: • elétron e- , e+ • múon -, + • neutrino • LÉPTONS não interagem fortemente ! spin semi-inteiro 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 20 E ainda os hádrons : interagem fortemente • próton • nêutron • píon bárions: spin semi-inteiro mésons: spin inteiro 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 21 Léptons • São férmions (spin ½) • Sofrem interação eletromagnética quando têm carga elétrica; • Sofrem interação fraca (sempre!) • Não sofrem interação forte! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 22 Hádrons • Sofrem interação forte; • Sofrem interação eletromagnética, quando têm carga elétrica; • Sofrem interação fraca (sempre); • Podem ser bárions (spin semi-inteiro) ou mésons (spin inteiro) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 23 A partir de 1947: mais partículas foram sendo detetadas • • • • • • • • Mais mésons (todos com spins inteiros e instáveis) pion massa 140 GeV/c2 kaon K massa 500 GeV/c2 eta massa 550 GeV/c2 rô massa 770 GeV/c2 omega massa 783 GeV/c2 kaon estrela K massa 890 GeV/c2 etc….. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 24 e mais bárions foram detetados: • • • • • • • e mais bárions (instáveis, com exceção do próton): próton & nêutron (p,n) m = 940 MeV/c2 delta m = 1232 MeV/c2 sigma m 1190 MeV/c2 lambda m 1115 MeV/c2 “cascata” m 1320 MeV/c2 etc.. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 25 Uma profusão de “partículas elementares” • Elementares ??? • Situação análoga : na Química , com os vários elementos químicos. • Solução na Química: Mendeleev e a Tabela Periódica! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 26 Procuram-se regularidades • Algumas palavras adicionais sobre os káons: • Primeiras observações em 1944 LeprinceRinguet & L’Heritier e em 1947, por Rochester & Butler, na radiação cósmica K0 + + - e em 1949 com Powell, observando K+ + + + + -. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 27 Comportamento dos káons • Apresentavam um comportamento “estranho”: • Eram facilmente produzidos (escala de tempo 10-23 s) • Seus decaimentos eram lentos (escala de tempo 10-10 s) • MECANISMOS DIFERENTES! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 28 Não apenas mésons “estranhos”… • Também bárions “estranhos” foram observados : • 0 p+ + - (1951) • + p+ + 0 (1953) • - 0 + - (1954) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 29 Como entender? • A. Païs sugere esquema para produção em pares de partículas estranhas: • - + p+ • - + p+ • - + p+ K+ + K0 + 0 K0 + S=+1 S= -1 S: número quântico de estranheza, conservado na produção 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 30 ESTRANHEZA • Gell-Mann e Nishijima (1953) introduzem o número quântico ESTRANHEZA (S) para descrever este atributo observado experimentalmente • S é conservado na produção de partículas observada! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 31 Agrupamentos em famílias • Em 1961, Gell-Mann e também Ne’eman agrupam bárions e mésons em “famílias”; • “The Eightfold Way” 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 32 Octeto de bárions (spin ½) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 33 Decupleto de bárions (spin 3 /2) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 34 Primeiro sucesso do modelo: • A partícula - ainda não havia sido descoberta experimentalmente!! • O esquema previu a sua existência, sua massa, sua carga, seu spin e sua estranheza.. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 35 E ainda o “octeto” de mésons: 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 36 O Modelo a Quarks • Essas regularidades indicam que há uma sub-estrutura por trás… • Proposição de Gell-Mann em 1964 e também Zweig: todos os hádrons são constituídos de quarks.. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 37 Os quarks : 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 38 Os quarks • • • • • aparecem em três “sabores” : u up d down s strange todos têm spin ½ (logo são férmions) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 39 A cada quark corresponde um anti-quark • Os seus números quânticos são opostos aos dos quarks correspondentes , por exemplo, a carga elétrica e o número quântico de estranheza são opostos… 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 40 Os três anti-quarks 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 41 E onde estão as partículas observadas nos experimentos?? • São todas interpretadas como estados ligados de quarks e/ou antiquarks • Bárions q q q • Antibárions (antiq)(antiq)(antiq) • Mésons q(antiq) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 42 Exemplos • p uud ( ); carga +2/3+2/3-1/3 = +1 • n udd ( ); carga +2/3-1/3-1/3 = 0 • + uud (); carga +2/3+2/3-1/3 = +1 • ++ uuu (); carga +2/3+2/3+2/3 = +2 • - sss (); - ddd • + u d ( ); carga +2/3-1/3 = 1 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 43 E como se explicam os multipletos?? • Combinamos cada quark com cada um dos três antiquarks… • Obteremos o “octeto” mais um : noneto de mésons 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 44 A composição dos mésons 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 45 E para os bárions: começamos com qq 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 46 e acrescentamos o 3º. quark: 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 47 Mas, no ínterim, no setor dos léptons…. • Em 1962, Lederman, Schwartz e Steinberger identificam que há dois tipos de neutrinos: um que acompanha o elétron, e um que acompanha o múon nos processos fracos • dois tipos de neutrinos : e 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 48 Assim a família dos léptons fica: • Partículas: • e• e • • • temos também suas respectivas antipartículas • até agora temos duas gerações de léptons 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 49 Então a situação em 1964 era: • quatro léptons (mais quatro antiléptons) • três quarks (mais três antiquarks) • todos com spin ½. • essas eram as verdadeiras partículas elementares! Mas…. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 50 Já antes de 1974: • Várias propostas teóricas de um 4º. quark! • Em novembro de 1974 foi descoberta uma nova partícula (um méson) por S.C. Ting (Brookhaven) e B. Richter (Stanford) batizada J/ e interpretada como (c antic) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 51 O 4º. quark abre possibilidades: • bárions charmosos (1975) => c+ = udc e c++ = uuc • mésons charmosos (1976) => • D0 = c (anti u) e D+ = c (anti d) • mésons estranhos charmosos (1977) = c (antis) => F+ 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 52 Novas combinações são possíveis: Bárions com spin ½ , envolvendo combinações dos quarks u,d,s,c. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 53 mais bárions….. Bárions com spin 3/2 , envolvendo combinações dos quarks u,d,s,c. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 54 mais mésons…. mésons com spin 0 , envolvendo combinações dos quarks u,d,s,c e seus antiquarks. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 55 e ainda mais mésons….. mésons com spin 1 , envolvendo combinações dos quarks u,d,s,c e seus antiquarks. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 56 Então,…. • Em 1975, Martin Perl e sua equipe descobrem um 5º. lépton (tau) • Massa m= 1777 MeV/c2 • Previsão lógica : há também um neutrino que acompanha o tau recém confirmado no Fermilab. , , 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 57 Agora chegamos em três gerações de léptons: e, e 1ª. geração , 2ª. geração , 3ª. geração 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 58 léptons 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 59 mas também…. • Em 1977 é descoberto outro méson pesado, o upsilon , interpretado com o estado ligado de (b antib) envolve o 5º. sabor de quark!!! • b quark bottom ou beauty • m 9460 MeV/c2 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 60 Novas combinacões: • bárion contendo um quark b : b=udb (1981) • méson contendo quark b : B0= b (antid) e B- = b (antiu) (1983); • 1994 => a existência do 6º. quark => o top foi comprovada experimentalmente, com massa =174,3 GeV/c2! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 61 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 62 e chegamos também em três gerações de quarks: • up u u,d • down d s,c • strange s • charm c b,t • bottom b • top t 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 63 Interações entre as partículas elementares • Eletromagnéticas • Fortes • Fracas 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 64 Mediadores das Interações são todos bósons • Interação Eletromagnética Fótons γ • Interação Forte Glúons • Interação Fraca W+ , W- e Z0 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 65 Interações entre quarks • Precisamos lembrar que os quarks têm spin ½ e portanto são férmions; • Conseqüentemente, quando quarks interagem deve ser obedecido o Princípio de Exclusão de Pauli ! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 66 Segundo o Princípio de Exclusão de Pauli : • dois férmions idênticos não podem estar no mesmo estado quântico; • ou ainda, dois férmions idênticos não podem ter todos os números quânticos iguais. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 67 O Princípio de Exclusão de Pauli na Física Atômica • também é aplicado aos elétrons nos átomos; • cada elétron nos átomos é caracterizado por quatro números quânticos : n, ℓ , mℓ e ms ; • dois elétrons de um átomo não podem ter os quatro números iguais. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 68 Os quatro números quânticos para os elétrons atômicos: • n = 1,2,3,4,…. • ℓ = 0,1,2,3,..n-1 (os estados s, p, d, f,..) • mℓ = - ℓ , - ℓ +1, …., ℓ –1, ℓ • ms = +1/2 () ou -1/2 () 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 69 Como então ficarão os estados ligados qqq?? • Esses estados aparecem na formação dos bárions. • O estado fundamental (o estado de mais baixa energia, com n=1) caracteriza-se por um momento angular orbital total nulo, ou seja, é um estado do tipo 1s (em que ℓ =0 e mℓ =0); neste estado não há movimento orbital relativo entre os quarks e todos os quarks têm mℓ i=0. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 70 E quanto ao número quântico de spin? • Poderia existir um estado em que os spins dos três quarks se somem paralelamente, de modo a termos o número quântico de spin total 3/2; nesse caso, o número quântico magnético ms poderá ser 3/2,1/2, 1/2 ou –3/2. • Se fôr, por exemplo, ms = -3/2, então cada quark teria msi = -1/2: ms = -3/2 = ms1+ ms2 +ms3 = (-1/2)+ (-1/2)+ (-1/2) ( ). 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 71 Conclusão : • Logo poderiam existir estados em que todos os três quarks idênticos teriam com os mesmos números quânticos, violando o Princípio de Exclusão de Pauli !!!! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 72 Este é exatamente o caso dos bárions que estão nos vértices do decupleto : 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 73 Qual é a saída para não violar o Princípio de Exclusão ? • Os três quarks precisam ter algum número quântico diferente; • Este novo número quântico precisa ser ligado a alguma nova propriedade : esta propriedade foi chamada de COR (Greenberg, 1964). 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 74 Qual é a idéia?? • os três quarks idênticos teriam a propriedade COR diferente e logo devem existir três cores; • como não temos uma manifestação explícita dessa propriedade, as três cores se “adicionam” de modo a neutralizar a cor (o estado ligado será sem cor, ou “branco”) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 75 Três estados ou cargas de cor • • • • Azul Vermelho Verde Se tivermos um bárion formado por um quark azul, um vermelho e um verde, o bárion será neutro de cor incolor. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 76 Portanto resolvemos o nosso problema com o Pauli: • Os três quarks, embora idênticos, têm um atributo diferente : sua carga de cor é diferente . • - = ddd • ++ = uuu • - = sss • Por extensão, todos os quarks podem existir em três estados de cor diferentes. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 77 Analogia com o Eletromagnetismo • Átomo (neutro) = Núcleo (carga elétrica positiva) + elétrons (carga elétrica negativa); • No átomo cargas elétricas opostas se atraem e se neutralizam. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 78 Ainda a analogia com o Eletromagnetismo • Bárion (incolor) = estado ligado de quarks (com carga de cor); • No bárion, cargas de cor diferentes se atraem e se “neutralizam”. • Antibárion (incolor) = estado ligado de antiquarks (com anticor); 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 79 Analogia com adição de cores primárias 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 80 Álgebra das cores: 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 81 Ainda a álgebra das cores 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 82 Força Forte • Carga elétrica fonte da força eletromagnética; • Carga de cor fonte da força entre os quarks (força forte). 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 83 Interação Eletromagnética • entre partículas com carga elétrica, mediante a troca de fótons; 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 84 Ou ainda • Troca de dois fótons: 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 85 Interação Forte • entre partículas com carga de cor, mediante a troca de glúons; 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 86 Porém a analogia não é perfeita : há diferenças • No Eletromagnetismo há apenas uma carga elétrica, que pode ser + ou - ; • Na interação forte há três cargas de cor: vermelha, azul e verde, que se atraem entre si; • Além disso, cada cor atrai a sua anticor: cores “opostas” se atraem. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 87 Portanto • Quarks de cor vermelho e antivermelho se atraem; • Quarks de cor verde e antiverde se atraem; • Quarks de cor azul e antiazul se atraem. • ISTO É BOM! VEJA QUE EXISTEM MÉSONS !!! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 88 Outras diferenças • O fóton mediador da interação eletromagnética NÃO tem carga elétrica; • O glúon mediador da interação forte CARREGA carga de cor. • Na realidade, o glúon carrega uma carga de cor e uma carga de anticor; • Existem OITO estados de cor para glúon e falamos em oito glúons mediadores. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 89 Conseqüência dos glúons terem cor • Os glúons podem interagir entre si, interação sem análogo para o caso eletromagnético. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 90 Liberdade Assintótica e Confinamento • A força entre os quarks é tal que, quanto mais se tenta separá-los , maior é a força que os atrai confinamento ! • A força é tal que quarks com cor estão confinados em mésons e bárions incolores e acreditamos que não conseguimos separálos. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 91 Uma conseqüência da autointeração dos glúons • A interação entre dois quarks é tanto mais intensa quanto MAIOR for a distância entre eles (confinamento); • A interação entre dois quarks é tanto menos intensa quanto MENOR for a distância entre eles (liberdade assintótica); • é exatamente o contrário do que se espera olhando o caso eletromagnético !!!! 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 92 Equivalentemente, • Quarks confinados em hádrons = não se poderia observar quarks livres e não se poderia observar a carga de cor manifesta. • As experiências confirmam essas descrição. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 93 Separação de um átomo de hidrogênio • A força entre elétron e próton no átomo de hidrogênio é proporcional a 1/r2 ; • A energia para separar os constituintes é finita (13,6 eV); • Se a força tendesse a zero quando r mais lentamente do que 1/r2 , a energia para ionizar o átomo seria INFINITA e teríamos confinamento. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 94 Separação de um méson em quark e antiquark • Quando tentamos separar o quark do antiquark, a interação forte entre eles aumenta, a densidade de energia na região entre eles aumentará e haverá a produção de um novo par quarkantiquark. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 95 Representação • Linhas de força entre o quark e o antiquark em um méson: 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 96 Tentativa de separar quarkantiquark • Resultará novo par quark-antiquark 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 97 Ou ainda em um bárion: • Se tentarmos separar um quark u de um próton, aparecerá um novo par q-antiq. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 98 Resultado: • Não iríamos separar o quark u dos outros dois quarks, mas acabaríamos com um méson e um bárion, por exemplo, um + e um nêutron; • Há uma analogia com a interação magnética, quando tentamos separar os pólos norte e sul de um ímã. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 99 Evidências experimentais sobre quarks, glúons e carga de cor • Experimentos de e-e+ produzindo hádrons e jatos: quarks e cor. • Experimentos de espalhamento inelástico profundo de elétrons altamente energéticos por prótons ou nêutrons: quarks de valência e quarks de mar, além de glúons. 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 100 Teorias de Campo para a Interação Forte • Idéias básicas surgiram entre 1966 e 1973; • Cromodinâmica Quântica Perturbativa; • Cromodinâmica na Rede(não-perturbativa) 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 101 O Modelo Padrão e além… 8a Oficina de Fisica Moderna – IFGW 13/12/2003 Carola Dobrigkeit Chinellato 102