BENEFICIAMENTO E CONSERVAÇÃO DO PESCADO Dra Talita da Silva Espósito A contaminação pode ocorrer: No barco durante a pesca ou no transporte. Na evisceração ou filetamento. Na falta de refrigeração adequada. Na comercialização. No preparo A partir do momento que o pescado é capturado (morto), as bactérias de seu intestino começam a invadir sua musculatura provocando a decomposição. Portanto, para controle deste processo, deve-se manter o pescado sempre sob refrigeração para garantir a boa qualidade para que possa ser consumido. DETERIORAÇÃO DO PESCADO PROCESSOS Pele AUTÓLISE OXIDAÇÃO DE GORDURAS Brânquias ATIVIDADE DE MICRORGANISMOS Intestino AVALIAÇÃO DO FRESCOR MÉTODOS SUBJETIVOS ANÁLISE SENSORIAL MÉTODOS OBJETIVOS TESTES FÍSICOS E QUÍMICOS PESCADOS SÃO ALIMENTOS MUITO PERECÍVEIS pH ATIVIDADE DE ÁGUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA AÇÃO MICROBIANA COMERCIALIZAÇÃO DO PESCADO • A FORMA IN NATURA – PESCADO RECÉM-CAPTURADO, SUBMETIDO OU NÃO A REFRIGERAÇÃO E ADQUIRIDO PELO CONSUMIDOR AINDA EM SEU ESTADO CRU. – A REFRIGERAÇÃO DO PESCADO INTEIRO COMPREENDE APENAS A MANUTENÇÃO DO MESMO EM CONDIÇÕES DE RESFRIAMENTO OU CONGELAMENTO. • A INDUSTRIALIZAÇÃO – PESCADO QUE SOFRE UM PROCESSO MAIS ELABORADO DE MANUSEIO E PRESERVAÇÃO, TAIS COMO: (1) PREPARAÇÃO DE FILÉ, POSTA, CAMARÃO SEM CABEÇA, CAUDA DE LAGOSTA, SEGUIDA DE CONGELAMENTO E ESTOCAGEM POR LONGOS PERIODOS ATE POSTERIOR COMERCIALIZAÇÃO (2) PESCADO SALGADO (3) PESCADO SECO (4) PESCADO DEFUMADO (5) PESCADO ENLATADO (6) PESCADO EMBUTIDO... CONSUMO DE PESCADO NO MUNDO FAO/SOFIA (2006): • ESTIMATIVA 2005: UTILIZADA NO CONSUMO HUMANO: ~75% PRODUÇÃO, PRINCIPALMENTE, DE ÓLEO E RAÇÃO: ~25% • 51% ( DO PESCADO PROCESSADO) FORAM DESTINADOS À ALIMENTAÇÃO HUMANA NAS FORMAS CONGELADA, ENLATADA E CURADA. • MOSTRA UMA TENDÊNCIA A CONSUMO DE PRODUTOS DE “CONVENIÊNCIA” • DIFERENTE DE OUTROS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS, O PROCESSAMENTO NÃO AUMENTOU, NECESSARIAMENTE, O PREÇO FINAL DO PRODUTO, SENDO O PESCADO FRESCO, FREQUENTEMENTE, A FORMA MAIS CARA DO PRODUTO. CONSUMO DE PESCADO NO MUNDO • DISTRIBUIDO DE FORMA DESIGUAL • MARCANTES: CONTINENTE, NAÇÃO… - VARIAÇÕES RELACIONADAS A RENDA. • DIFERENÇAS GEOGRÁFICAS ESTÃO TAMBÉM EVIDENTES DENTRO DE UM MESMO PAIS, COM UM CONSUMO NORMALMENTE MAIOR EM ÁREAS COSTEIRAS. • O CONSUMO DE PESCADO NO MUNDO VARIA DE - 1Kg PER CAPITA A + DE 100 Kg PER CAPITA. CONSUMO DE PEIXE PER CAPITA 2/3 DO TOTAL FORAM CONSUMIDAS SÓ NA ÁSIA* 7 MILHÕES DE TON (8,2 Kg PER CAPITA) *33,1 MILHÕES DE TON SOMENTE NA CHINA (25,8 KG PER CAPITA) E 36,3 MILHÕES DE TON FORA DA CHINA (14,3 KG PER CAPITA). 0-2Kg/ANO 2-5 Kg/ANO 5-10 Kg/ANO 10-20Kg/ANO 20-30 Kg/ANO 30-60 Kg/ANO >60 Kg/ANO CONSUMO DE PESCADO NO BRASIL • O PESCADO NO BRASIL SITUA-SE ENTRE AS QUATRO FONTES DE PROTEÍNA ANIMAL PARA O CONSUMO HUMANO • AUMENTO DO CONSUMO PER CAPITA DE PESCADO (7,29%) • PASSOU DE 6,29 KG/HAB. EM 2006 PARA 6,75 KG/HAB. EM 2007 86 Kg PER CAPITA 6,29 Kg PER CAPITA 0-2Kg/ANO 2-5 Kg/ANO 5-10 Kg/ANO 10-20Kg/ANO 20-30 Kg/ANO 30-60 Kg/ANO >60 Kg/ANO CONSUMO DE PESCADO NO BRASIL • ESTUDIOSOS DA ÁREA SUGEREM QUE O MOTIVO DO BAIXO CONSUMO OU PEQUENO HÁBITO DO BRASILEIRO DE CONSUMIR PESCADO ESTÁ LIGADO DIRETAMENTE À COMERCIALIZAÇÃO MAL FEITA QUE JÁ VEM DE VÁRIOS ANOS. CONSUMO DE PESCADO NO BRASIL • APESAR DESSE BAIXO CONSUMO: CONSIDERÁVEL AUMENTO NO CONSUMO NOS FERIADOS RELIGIOSOS • O GOVERNO BRASILEIRO – MPA TENTANDO MUDAR ESSE QUADRO ESTRATÉGIAS ECONÔMICAS PARA INCENTIVAR O CONSUMO: “SEMANA DO PEIXE”. CONSUMO DE PESCADO NO BRASIL • AUMENTO NO HÁBITO DE INGERIR PEIXES: INTRODUÇÃO RECENTE DE SUSHI E SASHIMI • RESENDE (2004): EM BRASÍLIA-DF, DE 2001 PARA 2002: 20% DE AUMENTO NO CONSUMO DE PRATOS TÍPICOS DA CULINÁRIA JAPONESA • SINDICATO DE HOTÉIS, RESTAURANTES, BARES E SIMILARES: ATUALMENTE, EM SÃO PAULO, HÁ MAIS RESTAURANTES JAPONESES DO QUE CHURRASCARIAS. TECNOLOGIAS TRADICIONAIS UTILIZADAS PARA CONSERVAÇÃO DE PESCADOS REMOÇÃO DE VÍSCERAS E BRÂNQUIAS LAVAGEM E LIMPEZA APLICAÇÃO DE UM MÉTODO DE CONSERVAÇÃO REDUÇÃO DA UMIDADE 1 • SECAGEM 2 • SALGA 3 • DEFUMAÇÃO* REDUÇÃO DA TEMPERATURA 1 2 • REFRIGERAÇÃO • CONGELAMENTO DIMINUIÇÃO DO pH 1 • CONSERVAS PRODUTOS SECOS • É UTILIZADA DESDE A ANTIGUIDADE COMO ÚNICO MÉTODO DE CONSERVAÇÃO E AINDA SE EMPREGA PARA DESSECAR GRANDE QUANTIDADE DO PESCADO. • EFEITO CONSERVANTE: – – • ELIMINAÇÃO DA ÁGUA, POR EVAPORAÇÃO. INIBE O CRESCIMENTO DOS MICRORGANISMOS, A ATIVIDADE DE ALGUMAS ENZIMAS E DETERMINADAS REAÇÕES QUÍMICAS POR REDUÇÃO DA ATIVIDADE DE ÁGUA (AW). MÉTODO EFICAZ DE CONSERVAÇÃO: – – UMIDADE FINAL DO PRODUTO É < 10% E CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO ADEQUADAS. • O PESCADO COM POUCO CONTEÚDO DE GORDURA É O MAIS APROPRIADO PARA DESSECAR , POIS O PESCADO GORDUROSO PODE RANCIFICAR. • EM MUITOS CASOS, COMPLEMENTA ALGUM OUTRO PROCESSO DE CONSERVAÇÃO E, TEM PAPEL DE DESTAQUE NA FABRICAÇÃO DE PRODUTOS SALGADOS-SECOS E DEFUMADOS. • PODE SER: – – NATURAL OU MECÂNICA SECAGEM NATURAL DO PESCADO • AO AR LIVRE É EFETIVA E EFICAZ QUANDO: – A UMIDADE RELATIVA É BAIXA, – QUANDO HÁ CALOR SOLAR E MOVIMENTO DO AR. – UMIDADE MÉDIA: 50% – TEMPO DE CONSERVAÇÃO LIMITADO. • A PRINCIPAL VANTAGEM: – UTILIZA ENERGIA SOLAR GRATUITA. • PRINCIPAIS DESVANTAGEM: – É ALTAMENTE DEPENDENTE DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS. – SECAGEM TRADICIONAL INCONTROLADA DO PESCADO NOS TRÓPICOS: • GRANDES PROBLEMAS COM INFESTAÇÕES DE INSETOS, TANTO DURANTE COMO APÓS A SECAGEM, PROVOCANDO GRANDES PERDAS PESCA E SECAGEM DO BACALHAU - NORUEGA SECAGEM MECÂNICA DO PESCADO • HISTÓRICO: – TEVE INÍCIO EM 1940, NA INGLATERRA, MEDIANTE O USO DE SECADORES DOTADOS DE CONDIÇÕES TERMODINÂMICAS REGULÁVEIS. – PROJETADOS PARA REGIÕES ONDE AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS INADEQUADAS PARA TAL PROCESSO. • VANTAGENS: – REDUZ O CONTEÚDO DE UMIDADE DO PRODUTO ATÉ NÍVEIS ADEQUADOS PARA SUA CONSERVAÇÃO, E – DE ACORDO COM A [ÁGUA] PODEM SER CONSERVADOS À TEMPERATURA AMBIENTE • PRINCIPAL DESVANTAGEM: – OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS -ALTO CONSUMO DE ENERGIA, ENCARECENDO O PROCESSO E, EM MUITOS CASOS, O INVIABILIZA. PRODUTOS SALGADOS • UM DOS MÉTODOS MAIS ANTIGOS EMPREGADO PELO HOMEM PARA CONSERVAR OS ALIMENTOS. • PRINCÍPIO: REDUÇÃO DA ATIVIDADE DE ÁGUA (Aw) PELA DESIDRATAÇÃO PARCIAL E PELA CONCENTRAÇÃO DE SOLUTOS (SAL) NO INTERIOR DO PESCADO, • INIBINDO O CRESCIMENTO DE MUITAS BACTÉRIAS ALTERANTES E TAMBÉM ALGUMAS REAÇÕES ENZIMÁTICAS • FATORES QUE INFLUENCIAM O PROCESSO: – – – – • TAMANHO DO PESCADO CONTEÚDO DE GORDURA. PUREZA QUÍMICA DO SAL E TEMPERATURA ACONSELHA-SE: – – O USO DA MISTURA DE SAL GROSSO E FINO EM PARTE IGUAIS, ISENTO DE BACTÉRIAS HALÓFITAS E DE IMPUREZAS : • • A PRESENÇA DE IMPUREZAS RETARDA A PENETRAÇÃO DO SAL NOS TECIDOS (Ca, Mg), FAVORECE A RANCIFICAÇÃO (Cu) E PRODUZ AROMAS ANÔMALOS (MgSO4). EXISTEM 4 MÉTODOS PRINCIPAIS DE SALGA: – – – – SECA, ÚMIDAOU EM SALMOURA MISTA E COM FERMENTAÇÃO SALGA SECA • MÉTODO MAIS SIMPLES • CAMADAS ALTERNARDAS DE SAL E PEIXE • A SALMOURA FORMADA DURANTE O PROCESSO É ELIMINADA. • PRODUTO MAIS ESTÁVEL: CONTEÚDO DE UMIDADE < 50% E ~ 18% DE SAL. • VANTAGENS: – FAVORECE UMA MAIOR DESIDRATAÇÃO DO PESCADO – ADEQUADO PARA A OBTENÇÃO DE PESCADO SECO E/OU DEFUMADO. • DESVANTAGENS: – NÃO SE CONSERVA BEM A TEMPERATURAS SUPERIORES A 10°C. – CASO NÃO SEJA BEM MANIPULADO-A PENETRAÇÃO DE SAL NÃO UNIFORME (“OIL BURNT”- QUEIMADURA AMARELA DEVIDO A OXIDAÇÃO DE LIPÍDEOS CONTATO DO OXIGÊNIO COM O PRODUTO). SALGA ÚMIDA (OU EM SALMOURA) • A MATÉRIA-PRIMA IMERSA EM SALMOURA A UMA CONCENTRAÇÃO ADEQUADA COM AGITAÇÃO. • PENETRAÇÃO DE SAL É MAIS UNIFORME • EMPREGA-SE EM: – ESPÉCIES GORDAS E – COMO PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA QUE SERÁ TEMPERADA EM ESCABECHE OU DEFUMADA. SALGA MISTA • INICIALMENTE A SALGA SECA, EM TANQUES. • EM SEGUIDA: – APROVEITA-SE A ÁGUA DE DESIDRATAÇÃO PARA A SALGA ÚMIDA OU – PODE-SE SUBSTITUIR A SALMOURA ORIGINAL POR OUTRA. • EM ALGUNS CASOS: – PESOS NA PARTE SUPERIOR DA PILHA PARA PRESSIONAR – AS CAMADAS SUPERFICIAIS DE PESCADO E O SAL FIQUEM DENTRO DA SALMOURA. • MUITAS ESPÉCIES SALGADAS POR ESSE SISTEMA SÃO GORDAS • PROCURA-SE RETIRAR O OXIGÊNIO PARA QUE NÃO OCORRA RANCIFICAÇÃO • O BACALHAU (Gadus morhua) É A PRINCIPAL ESPÉCIE MAGRA QUE SE SALGA POR ESSE PROCESSO. SALGA COM FERMENTAÇÃO • EM ALGUNS CASOS DA SALGA MISTA: – MATÉRIA-PRIMA PEIXES PELÁGICOS, COMO A ANCHOVA (Engraulis encrasicholus) , – PRODUZ-SE, ALÉM DA SALGA, FERMENTAÇÃO OU MATURAÇÃO – A TEXTURA DO PESCADO ABRANDA PELA AÇÃO DE ENZIMAS INTESTINAIS E MICROBIANAS - AMOLECIMENTO DO PRODUTO E SURGIMENTO DE FORTES ODORES E SABORES. • AO FIM DO PROCESSO, O PESCADO PODE SER CORTADO EM FILÉS E ACONDICIONADO EM AZEITE COMO PRODUTO DE ALTO VALOR. • A ANCHOVA É A PRINCIPAL MATÉRIA-PRIMA PARA O ANCHOVADO, EMBORA, ÀS VEZES, EMPREGA-SE PESCADOS COM CARACTERISTICAS SIMILARES. PRODUTOS DEFUMADOS • TALVEZ SEJA O PROCEDIMENTO DE TRANSFORMAÇÃO MAIS ANTIGO, JÁ UTILIZADA PELO HOMEM PRÉ-HISTÓRICO. • DEPOSITA-SE NO PRODUTO UMA SÉRIE DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS (ÉSTERES, ALDEÍDOS, FENÓIS, ÁCIDOS ORGÂNICOS...) GERADAS DURANTE A COMBUSTÃO DA MADEIRA. • O PRODUTO ADQUIRE SABOR, COR E AROMA DIFERENTES DOS DA MATÉRIA-PRIMA DE ORIGEM, • MAIOR ESTABILIDADE: • – SUBSTÂNCIAS ANTIMICROBIANAS PROPORCIONADAS PELA FUMAÇA, COMO O FORMALDEIDO, E , – DECRÉSCIMO DA ATIVIDADE DE ÁGUA (Aw) DEVIDO À DESIDRATAÇÃO PARCIAL QUE SE PRODUZ. ATUALMENTE NÃO É UTILIZADO COMO MÉTODO DE CONSERVAÇÃO – TENDÊNCIA CRESCENTE: DEFUMAÇÕES LEVES, MENOS EFICAZES COMO MÉTODO DE LUTA CONTRA OS MICRORGANISMOS, PORÉM MAIS APETECÍVEIS POR SEU SABOR E AROMA MENOS ACENTUADOS. PRODUTOS DEFUMADOS • É O PROCESSO MAIS INDICADO PARA PESCADOS GORDUROSOS, PORQUE AS GOTÍCULAS DE GORDURA AUXILIAM A RETENÇÃO DOS COMPOSTOS DA FUMAÇA, NÃO SÓ OS AROMÁTICOS, COMO TAMBÉM OS QUE CONTRIBUEM PARA A CONSERVAÇÃO DO PRODUTO. • QUANDO SE UTILIZA PEIXES MAGROS, O ASPECTO EXTERNO E RENDIMENTO DO PRODUTO NÃO SÃO SATISFATÓRIOS. • • PRINCÍPIO: EXPOR O PESCADO À AÇÃO DO CALOR E DA FUMAÇA, PRODUZIDO POR UM FOGO LENTO DE UMA MISTURA DE LENHA, GRAVETOS E SERRAGEM. O TIPO DE COMBUSTÃO QUE A MADEIRA SOFRE NO FORNO DO DEFUMADOR PRODUZ MAIS DE 400 COMPONENTES VOLÁTEIS. • *DE PREFERÊNCIA SALGADO, E DESSECADO, POIS O PESCADO DEFUMADO SEM SALGA NÃO TEM BRILHO, E SEU ASPECTO É POUCO ATRAENTE PRODUTOS DEFUMADOS • PODE SER FEITA EM DEFUMADORES TRADICIONAIS OU MECÂNICOS. • PARA A PRODUÇÃO DE FUMAÇA, COSTUMA-SE DAR PREFERÊNCIA ÀS APARAS OU SERRAGEM DE MISTURA À BASE DE 50% DE MADEIRAS DURAS (FAIA, CARVALHO, AZINHEIRO, NOGUEIRA) E MADEIRAS MOLES (TÍLIA, CHOUPO, ÁLAMO). • AS MADEIRAS DURAS PROPORCIONAM BOA COR, MAS, UTILIZADAS EM EXCESSO, PRODUZEM AROMA DE RESINA. • QUANTO A TEMPERATURA DA FUMAÇA: – – • DEFUMAÇÃO A FRIO (TEMPERATURA ATÉ 40°C) E DEFUMAÇÃO A QUENTE (TEMPERATURA ATÉ 50-120°C). 4 FASES PRINCIPAIS: – PREPARAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA(LAVAGEM, CORTE E LIMPEZA) – SALGA (SECA OU ÚMIDA) – DESSECAÇÃO – DEFUMAÇÃO Quais são os diferentes métodos para defumar peixes? Qual é o melhor método de defumação? Como realçar a cor, sabor, aroma e a conservação dos peixes submetidos ao processo de defumação? Quais são os perigos ocasionados com o processo de defumação? Quais espécies e formas de apresentação do produto defumado são mais interessantes para a comercialização? COMPOSIÇÃO DA FUMAÇA Composição da fumaça Substâncias gasosas = fenóis, ácidos orgânicos, carbonilas Substâncias não voláteis = alcatrão, resinas, cinzas, fuligem Complexa, reativa e depende da madeira e TºC de queima Fatores que influenciam na composição da fumaça Temperatura de queima, ar , fluxo de fumaça, técnicas na geração de fumaça (lenta, fricção, ar quente,vapor seco superaquecido), tipo e quantidade de madeira queimada/tempo de queima, resfriamento TIPOS DE COMBUSTÍVEIS PARA A DEFUMAÇÃO Combustíveis provenientes de duas fontes: a) FONTE DE CALOR – madeira, carvão, elétrica, gás b) FONTE DE FUMAÇA – madeira (tronco, pedaços, serragem) líquida MADEIRA Utilizar - Madeira dura (cedro) Evitar - Madeira mole (pinho ou outras coníferas Madeiras impregnadas de cola (compensados) fuligem Madeiras mais indicadas sabor e aroma desagradável – frutíferas, eucalipto rosa, cedro Estocagem da madeira - locais protegidos de chuva Forma de utilização da madeira – pedaços, serragem, folhas f Fluxograma do Processo de defumação Limpeza Lavagem, descamação, evisceração, Corte (filetagem) e lavagem Sal Salmouragem ou Salga seca Salga úmida Lavagem em água corrente DRENAGEM Secagem Parcial A FRIO 25 a 35ºC DEFUMAÇÃO A QUENTE 50 A 85ºC Peixe Limpeza e lavagem Cortes (Filetagem) e limpeza Imersão na salmoura com fumaça líquida OU Salmouragem Pré-secagem Pré-secagem Imersão, Chuveiro ou Atomização Aplicação superficial da fumaça líquida Secagem em estufa com circulação de ar forçada Embalagem Acondicionamento e Estocagem - Fluxograma das etapas do processamento de defumação LÍQUIDA de pescado. FORMA DE COLOCAR OS PEIXES PARA DRENAGEM, SECAGEM E DEFUMAÇÃO CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS AO PRODUTO Produção do produto- disponibilidade regional Modo geral – qualquer peixe pode ser defumado Finalidade de escolher a espécie Espécie de peixe de água doce x água salgada Espécie de escama x couro Teor de lipídio – Gordo x magro FORMA DE APRESENTAÇÃO DO PRODUTO Diferentes formas - tamanho, produto desejado e preferência do consumidor Quanto ao tamanho Outras opções - acondicionados em óleo comestível em molho de tomate pescado defumado seco (Nigéria) Forma de apresentação de peixes defumados CONSIDERAÇÕES FINAIS PRODUTO DE QUALIDADE PROCEDÊNCIA DO PEIXE CUIDADOS NO ABATE E LIMPEZA APLICAÇÃO DE UMA ADEQUADA METODOLOGIA USO DE MADEIRA E SISTEMA DE QUEIMA (ADEQUADOS) ASPECTO VISUAL DO PRODUTO EMBALAGEM E ESTOCAGEM ADEQUADAS BOA ROTINA DE LIMPEZA DESINFECÇÃO (PROGRAMA SANITIZAÇÃO) IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA HACCP ºC 10 6,7 6,5 5,2 3,3 0 -8 -10 -12 -15 -18 -25 PRODUÇÃO DE TOXINAS EM Staphylococcus e Clostridium botulinum MULTIPLICAÇÃO DE Staphylococcus MULTIPLICAÇÃO DE Clostridium botulinum MULTIPLICAÇÃO DE Salmonella -0,5 A -2 EM Clostridium botulinum PRODUÇAO DE TOXINAS PESCADO RISCO: CRESCIMENTO E ATIVIDADE DE BACTÉRIAS CAUSADORAS DE INTOXICAÇÃO ALIMENTA RESFRIADO INÍCIO DESENVOLVIMENTO DE PSICRÓFILAS AERÓBICAS (Pseudomonas, Alteromonas, E ANAERÓBICAS FACULTATIVAS (Vibrio – DA MICROBIOTA INTESTINAL) MANUTENÇÃO DO PESCADO MULTIPLICAÇÃO DE BACTÉRIAS CONGELADO MULTIPLICAÇÃO DE LEVEDURAS MULTIPLICAÇÃO DE MOFOS REAÇÕES QUÍMICAS CONGELAMENTO (SUA VELOCIDADE É TÃO LENTA QUE SÃO CONSIDERADAS NULAS) Moraxella.. Técnicas mais antigas de preservação; 14% das capturas mundiais - salgados, defumados e desidratados ¨ Brasil – pescado destinado à salga - 29% ¨ Consumo médio per capita São Paulo - 15,3Kg/habitante/ano Rio de Janeiro - 16,4 Kg/habitante/ano Brasília - 12,8 Kg/habitante/ano Média nacional - 6,75 Kg/hab. em 2007 PRINCÍPIOS DA SALGA Consiste na remoção de parte da umidade dos tecidos, paralelamente à entrada de sal. Fatores que interferem na salga Teor de gordura Temperatura Tamanho ou espessura dos files pureza química do sal Métodos de salga salga seca salga úmida salga em salmoura salga mista -Tempo de processo de salga - varia de 3 a 15 dias, Fluxograma das etapas da salga de peixes LAVAGEM RETIRADA DA CABEÇA FILETAGEM EM ÁGUA CORRENTE PARA RETIRADA DE MUCO E IMPUREZAS DESCAMAÇÃO E EVISCERAÇÃO LAVAGEM CORTES RETIRADA DAS ESCAMAS CORTE VENTRAL E RETIRADA DAS VÍSCERAS SALGA SALGA SECA SALGA ÚMIDA TANQUES DE CURA PILHAS PRENSAGEM EMBALAGEM EM CAIXAS DE MADEIRA E ESTOCAGEM REFRIGERADA SECAGEM ESTOCAGEM EMBALAGEM EMBALAGEM EM CAIXAS DE MADEIRA E ESTOCAGEM À TEMPERATURA AMBIENTE EMBALAGEM DIRETA AM SALMOURA (20%) 1. Introdução Produção -1977 - 0,80% e 1980 - 0,91% total de peixes (defumação) -1999 - 2% da produção mundial de pescados (NUNES,1999) -1999 - salmão cultivado (Escócia) - 70.000 tm 19.000 -Brasil - restrito (não competindo com os produtos Pesquisas - agulha, pargo, tilápia, surubim, pacu e carpa Perda da água e ação da fumaça e temperatura - barreiras físicas e químicas Produtos defumados - variação na concentração de sal, cor, textura e forma de apresentação. Segurança de Alimentos = Alimentos sem Perigos à Saúde do Consumidor Agravos leves/médios Agravos severos Morte Perda de clientes Divulgação pela mídia Prejuízo por perda do produto Custos hospitalares Custos com processos, multas e indenizações Fechamento da empresa Nacional • Portaria MS no 1.428, de 1993 • Portaria MAA no 23, de 1993 • Portaria MAA no 40, de 1997 • Portaria MAA no 46, de 1998 Internacional • Codex alimentarius • FDA • USDA - 1997 • Mercosul • Comunidade Européia • Canadá, Japão Maior segurança e qualidade dos produtos; Maior competitividade; Atendimento às exigências do mercado; Fator de “marketing”; Ampliação de mercado, incluindo exportação; Atendimento a eventuais ações judiciais; Atendimento à legislação.