SINONÍMIA: => SÍNDROME DO LACTENTE CHIADOR. => SÍNDROME DO BEBÊ CHIADOR. => “WHEEZING BABY OR INFANT”. Tosse e sibilância são sintomas respiratórios muito comuns em crianças e podem ser a expressão clínica de uma grande variedade de problemas localizados nas vias respiratórias, mas também podem estar associadas a patologia não respiratórias. J. Bras. Pneumol. vol.34 no.6 São Paulo June 2008 a sibilância é motivo de procura por atendimento médico em serviços de urgência Principalmente em <1 ano Várias podem ser as causas de sibilância nessa faixa etária e, embora a asma seja a mais comum, deve ser sempre diagnóstico de exclusão. J. Bras. Pneumol. vol.34 no.6 São Paulo June 2008 Crianças <2 anos e que manifestam pelo menos 3 episódios de sibilância, em espaço de 6 meses, são denominados "lactentes sibilantes". J. Bras. Pneumol. vol.34 no.6 São Paulo June 2008 Pelo menos 20% das crianças <2 anos de idade apresentam sibilância transitória. › em parte relacionada ao tamanho das vias aéreas, predeterminado geneticamente, › à coexistência de infecções virais das vias aéreas superiores, › à exposição passiva ao tabagismo materno › a fatores genéticos J. Bras. Pneumol. vol.34 no.6 São Paulo June 2008 30 a 60% dos lactentes apresentam sibilância nos 3 primeiros anos de vida As infecções virais, sobretudo as pelo vSR têm sido os principais fatores infecciosos relacionados ao aparecimento de sibilância em crianças, sobretudo não atópicas J. Bras. Pneumol. vol.34 no.6 São Paulo June 2008 SIBILANTES PRECOCES: < 2 anos de idade “sibilantes transitórios” “sibilantes persistentes” SIBILANTES TARDIOS: idade > 6 anos de Um estudo nacional realizado em São Paulo documentou prevalência de sibilância recente (1 ou + episódios nos últimos 12 meses) de 11% entre crianças de 6 a 11 meses e 14,3% entre as de 12 a 23 meses.(5) Em coorte de crianças com risco elevado de desenvolverem asma, na cidade de São Paulo, documentamos que ao final de 30 meses de acompanhamento 52% dessas crianças apresentavam-se com quadro de sibilância recorrente. Massas mediastinais Refluxo Gastro Esofágico Lactente chiador Sibilância induzida por vírus Lactente sibilante Bebê chiador Asma alérgica Bronquite asmática Imunodeficiência Fibrose Cística Anomalias - Trato Respiratório Insuficiência Cardíaca Resistência ao fluxo aéreo Complacência pulmonar ( ) e da caixa torácica ( ) Suporte cartilaginoso da traquéia relativamente mais fraco Maior número de glândulas mucosas Menor número de alvéolos ( 20 milhões ao nascimento e 300 milhões aos 8 anos) Imaturidade imunológica relativa. GENÉTICOS: alveolização e desenvolvimento pulmonar AMBIENTAIS: tabagismo passivo / poluição GÊNERO MASCULINO BAIXO PESO AO NASCER / PREMATURIDADE DESMAME PRECOCE CRECHE / INSTITUCIONALIZAÇÃO EXPOSIÇÃO ALERGÊNICA IMATURIDADE IMUNOLÓGICA RELATIVA CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA BAIXA Imunopatologia da Asma - A IL4 Ag IL 13 Th2 LB inflamação tem um papel crítico na patogênese da asma. IgE Anticorpos IgE ligados à membrana do mastócito IL5 Rantes Mediadores pré-formados Histamina Mastócito LTC4 broncoconstrição Mediadores neoformados CysLTs, PGs, PAF LTC4 Alérgenos Eosinófilos ECP MBP Lesão epitelial Células T Vírus/Poluentes CysLTs=leucotrienos cisteínicos; PGs=prostaglandinas; PAF=fator ativador de plaquetas Modificado de Casale TB, Amin BV Clin Rev Allergy Immunol 2001;21(1):27-49; Kay AB N Engl J Med 2001;344:30-37. Reação de hipersensibilidade do tipo I mastócit o Manifestações Inflamatórias Características na Asma Broncoconstrição pela ação do músculo liso Edema LTC4 LTD4 CysLT1 Hipersecreção de muco Infiltração de céls. inflamatórias Hiperresponsividade das vias aéreas CysLT1 = Receptor tipo de leucotrieno cisteínico A inflamação tem um papel crítico na patogênese da asma › Inicia-se após exposição ao alérgeno › Está associado a expressão de CD 54 (ICAM-1) que é o principal receptor para rinovírus – é uma molécula de adesão › Infiltrado celular composto por esosinófilos, mastócitos, linfócitos T e mononucleares › Moléculas de adesão e mediadores inflamatórios também possuem importante papel Asma brônquica: Prevalência mundial Asma UK Austrália Canadá Brasil USA África do Sul Alemanha França Argentina Algéria China Rússia 0 5 10 15 20 25 30 35 40 % prevalência The International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISSAC) Steering Committee. Worldwide variation in prevalence of asthma symptoms: The International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISSAC). Eur Respir J Asma brônquica: Impacto na saúde pública do Brasil Controle inadequado da asma morbidade e alto impacto sócio-econômico Internações por asma no Brasil Mortalidade aumenta em países em desenvolvimento 18,7% das causas respiratórias; 2,6% de todas as internações 5-10% das causas respiratórias J. Bras. Pneumol. vol.28 supl.1 São Paulo June 2002. IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo de Asma. J Bras. Pneumol. 32(Supl 7): S447-74, 2006. ANAMNESE: - idade e modo de início dos sintomas - padrão dos sintomas: frequência, intensidade e repercussão clínica - antecedentes pessoais / familiares - ambiente: cigarro EXAME FÍSICO: Ectoscopia geral Obstrução alta Obstrução baixa Esforço respiratório –TIC, TSC, BAN, RFE< outros Asculta respiratória Sibilos, roncos, estertores, ... EXAMES LABORATORIAIS › Hemograma › Sinais inflamatórios e infecciosos › Dosagem de Igs e outros imunológicos › Ig E específicas EXAMES RADIOLÓGICOS › Rx tórax › Rx cavum › Rx seios da face ??????? › TC de Tórax componentes OUTROS EXAMES › EED E pHmetria esofágica › Teste de suor › ECG E Eco cardio › Broncoscopia EXAME DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA ASMA : diagnóstico de exclusão no 1º ano de vida BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA / BRONQUIOLOPATIA PÓS-VIRAL / BRONQUIOLITE OBLITERANTE SIBILÂNCIA INDUZIDA POR AGENTES INFECCIOSOS: Vírus S Respiratório ; Micoplasma; Clamídia; P. jiroveci; U. urealyticum. SÍNDROMES ASPIRATIVAS / DRGE ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO DISPLASIA BRONCOPULMONAR ALERGIA ALIMENTAR SÍNDROME DE LOEFFLER TOXOCARÍASE VISCERAL MASSAS MEDIASTINAIS ANOMALIAS DA ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA FIBROSE CÍSTICA DISCINESIA CILIAR IMUNODEFICIÊNCIAS TUBERCULOSE DOENÇAS CARDÍACAS: => Congênitas: CIV, PCA,TGV, CoAo, EAo. => Adquiridas: Miocardites, Miocardiopatias dilatadas. ANOMALIAS VASCULARES MAIORES MENORES pais com asma alergia alimentar (leite, ovo) dermatite atópica sibilância fora de “gripes” sensibilização a inalantes eosinofilia ( ≥ 4% ) 1 Critério Maior e/ou 2 Menores → ASMA lactente sibilante transitório → risco de 60% lactente sibilante persistente → risco de 75% Rodrigues et al. Doenças Respiratórias. Pediatria – USP, 2008 MAIORES MENORES pais com asma diagnóstico médico de RA dermatite atópica sibilância fora de “gripes” eosinofilia ( ≥ 4% ) 2 Critérios Maiores 1 Critério Maior e 2 Menores IV DiretrizesBrasileiras para o Manejo da Asma 2006 MAIS FREQÜENTES ASMA BRONQUIOLITE VIRAL INFECÇÃO VIRAL SD. ASPIRATIVAS e DRGE MENOS FREQÜENTES CORPO ESTRANHO FIBROSE CÍSTICA DOENÇA CARDÍACA BO DBP ANEL VASCULAR IMUNODEFICIÊNCIA ANOM. TRAQUEOBRÔNQUICA CUIDADOS GERAIS : Orientações à família CONTROLE DE AMBIENTE : - Profilaxia da HRB futura - “ Pais fumantes-filhos tossidores” ATUALIZAÇÃO DO CALENDÁRIO VACINAL CONTROLE DIETÉTICO: - Nunca alimentar deitado - Cuidado com o estado nutricional CRISE AGUDA: beta agonista de curta duração + brometo de ipratrópio(sinergismo). CORTICOTERAPIA INALATÓRIA: sintomas contínuos ou mais 2x/semana; Crises mais 2x/mês; Crises grave; Função pulmonar anormal intercrise; Suspeita de asma (critérios); Sibilância persistente após alta de UTI. ANTILEUCOTRIENOS: período sibilância recorrente pós VSR. intercrise e ACOMPANHAMENTO A LONGO PRAZO POR ESPECIALISTA COM A FINALIDADE DE: * DIAGNÓSTICO PRECOCE; * TRATAMENTO ADEQUADO; * AVALIAÇÃO CLÍNICA REGULAR; * VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES PULMONARES PROGRESSIVAS. Fatores genéticos Ambiente e estilo de vida como indutores da asma Infecção;cigarro;nutrição Poluentes;irritantes;exercício; mudança climática;stress PRACTALL CONSENSUS REPORT 2008 Controle ambiental Uso escalonado de medicação › Step up › Step down Uso de múltiplos medicamentos Corticóides (oral e inalatório) › Beta2 de ação prolongada Salmeterol Formoterol › Beta2 de alívio › Antileucotrieno Imunoterapia III CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA Classificação quanto a Gravidade 1 2 3 4 Persistente Grave Persistente Moderada Persistente Leve Intermitente Classificação de acordo com: • Sintomas diurnos • Atividades • Crises • Sintomas noturnos • Uso de beta-2 de alívi • PFE/VEF1 Classificação da gravidade da asma IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma Intermitente * leve Persistente moderada grave Sintomas Raros Semanais Diários Diários ou contínuos Despertares noturnos Necessidade de b2 para alívio Raros Rara Mensais Eventual Semanais Diária Quase diários Diária Nenhuma Presente nas exacerbações Presente nas exacerbações Contínua Afeta atividade e sono >80% predito <20-30% Afeta atividade e sono Frequentes Limitação de atividades Exacerbações VEF1 ou PFE Variação VEF1 ou PFE Rara >80% predito <20% 60-80% predito > 30% <60% predito > 30% Classificar o paciente sempre pela manifestação de maior gravidade. * Pacientes com asma intermitente mas exacerbações graves devem ser classificados como tendo asma persistente moderada J Bras Pneumol. 2006;32 (Supl). Avaliação do Controle - IV Diretrizes Brasileiras Níveis de controle da asma Características Controlada Parcialmente controlada Não controlada (pelo menos 1 em qualquer semana) Sintomas diurnos Limitação de atividades Nenhum ou mínimo* 2 ou mais/semana Nenhuma Presente em qualquer momento Despertares noturnos Nenhum Pelo menos 1 Necessidade de medicação de resgate Nenhuma 2 ou mais / semana Normal < 80% predito ou do melhor individual, se conhecido Nenhuma 1 ou mais por ano Função Pulmonar (PEF ou FEV1) Exacerbação J Bras Pneumol. 2006;32 (Supl). 3 ou mais parâmetros presentes em qualquer semana 1 em qualquer semana Manejo escalonado baseado no controle Controlada Parcialmente controlada Não controlada Aumentar Nível de controle Reduzir Etapas do tratamento Exacerbação Tratamento Manter e encontrar a menor etapa para o controle Considerar escalonamento para ganho de controle Escalonar até obter controle Tratar como exacerbação Aumentar Reduzir ETAPA 1 ETAPA 2 IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma-2006 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5 Manejo escalonado baseado no controle Reduzir ETAPA 1 Aumentar Etapas do tratamento ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5 Educação em asma, controle ambiental Β2-agonista de ação rápida se necessário Opções de controle Selecione um Selecione um Adicione um ou mais Adicione um ou ambos Baixa dose de CI Baixa dose de CI+LABA Média ou alta dose de CI+LABA Corticóide Oral (dose baixa) Antileucotrienos Média ou alta dose de CI Antileucotrienos Tratamento com anti-IgE Baixa dose de CI+anti-leucotrienos Teofilina de liberação lenta Baixa dose de CI+teofilina de liberação lenta IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo de Asma. J Bras Pneumol. 32(Supl 7): S447-74, 2006. Corticosteróides na asma: Biodisponibilidade oral (efeitos sistêmicos) dos corticóides inalados Beclometasona 20% Flunisolida 21% Triancinolona 10,6% Budesonida 11% Fluticasona 1% Mometasona <1% 10 a 50% 50 a 80% J. Pediatr. (Rio J.) vol.82 no.5 supl.0 Porto Alegre Nov. 2006. IV Diretrizes Brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol 2006. Corticosteróides na asma: Dispositivos inalatórios Inaladores de pó são mais fáceis/eficientes do que aerosol dosimetrado – “bombinha” – exceto se uso de espaçadores IV Diretrizes Brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol 2006 Correlação Epidemiológica entre Asma e Rinite Alérgica- Vias aéreas unidas – um novo conceito RA + Asma Rinite alérgica isolada 80% dos pacientes com asma têm RA Asma isolada Adaptado de The Workshop Expert Panel. Management of Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma (ARIA) Pocket Guide. A Pocket Guide for Physicians and Nurses. 2001; Bousquet J and the ARIA Workshop Group J Allergy Clin Immunol 2001;108(5):S147-S334; Sibbald B, Rink E Thorax 1991;46:895-901; Leynaert B et al Am J Respir Crit Care Med 2000;162:1391-1396. Avaliação alérgica › Deve ser feita em todos os pacientes › Visa detectar e orientar o paciente frente os › › › › alérgenos mais aventados no seu processo alérgico Visa também terapéutica específica como a imunoterapia Testes cutâneos de resposta imediata Aeroalérgenos são os mais comuns Alérgenos alimentares são pouco comuns Os aeroalérgenos estão mais envolvidos como os desencadeantes da asma: › Os domiciliares sendo os mais importantes – ácaros, animais domésticos, insetos, fungos ou derivados de plantas Ácaros – D fariane, D pteronysinus, B tropicalis › Os externos mais relacionados são também os fungos e pólens Poluentes – não são considerados como alérgenos mais são importantes agentes exacerbadores da asma sendo assim considerado como irritantes Mudanças de temperatura – também funcionam como irritantes da mucosa nasal e brônquica Cheiros fortes e fumaça – também são irritantes Tratamento na crise › O2 › B2 inalado – 10 a 20 gotas – na criança 1 gota para cada 3 Kg › Ipratrópio – 20 gts no adulto e 10 gts na criança › Aminofilina › Corticosteróides sistêmico Predinisona – 1 mg por Kg de peso Hidrocortisona – 200 md dose ou 10 mg por Kg de peso Metilprednisolona – 40 a 80 mg dose › Manter o corticóide inalatório › Adrenalina – 0,3 ml no adulto e 0,1 ml na criança – SC › ATB