Qualquer sangramento cuja origem seja proximal ao ângulo de Treitz (transição duodenojejunal) A HDA é 3 vezes mais freqüente que a HDB com prevalência estimada de 170 casos por 100.000 habitantes por ano nos EUA. As apresentações mais comuns são hematêmese e melena. Melena≠enterorragia: Melena ocorre tanto na HDA como na HDB. Enterorragia é mais freqüente em HDB e quando ocorre na HDA significa perda de mais de 1.000 ml de sangue. Hematoquezia: sangue misturado às fezes. ATLS Vias aéreas/ventilação Cateter O2/IOT Dois acessos venosos periférios calibrosos Coleta de exames: Hb/Ht, INR, TTPA, Tipagem sanguínea Monitorização (ECG, satO2, PA, diurese) Classificação do choque hemorrágico Hemoderivados: manter Ht entre 25 e 30% Passagem de SNG A suspeita médica de hemorragia digestiva está correta em apenas 40% dos casos. Avaliar sinais e sintomas de doença hepática e hipertensão portal Pesquisa de dispepsia, uso de AINES, abuso de álcool. Pesquisar uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários. Interrogar sobre transfusões prévias, reações a elas e se o paciente aceita o procedimento. Inibidores da secreção cloridropéptica Evitar antiácidos e sucralfato Na suspeita de hemorragia varicosa iniciar droga vasoativa que reduz o fluxo esplâncnico (manter por 2 a 5 dias) Terlepressina 2mg EV de 4/4 horas→1mg 4/4h Octreotide 100mcg EV bolus → 50 mcg/h Somatostatina 250mcg EV bolus → 250 a 500mcg/h Necessidade avaliada pelos sinais vitais e exames laboratoriais da admissão Manter Ht entre 25 e 30% Concentrado de hemáceas: Adultos: 1UI aumenta 3% do Ht e 2g/dL do Hb se o sangramento esta controlado. Crianças: 10 ml/Kg Plasma fresco quando INR > 1,7 : 10 a 20mL/Kg de peso ou 1UI para cada 5 bolsas de concentrados de hemáceas. Plaquetas quando a contagem <50.000 com sangramento ativo ou na suspeita de disfunção plaquetária: Adultos: 1UI /10Kg de peso ou 1 aférese (=7 plaquetas de sangue total) Crianças:10 mL/Kg de peso Cálcio conforme exame de controle (anticoagulantes com citrato) Identifica a causa Realiza hemostasia Estratifica risco de sangramento Urgência: nas 24h da admissão do pcte Emergência: nas 6h da admissão Tendência: encurtar os tempos entre a admissão e a EDA para 12 e 3h respectivamente. Hemorragia Varicosa X Hemorragia não varicosa Maior gravidade Mortalidade de até 50% no primeiro episódio Cessa espontaneamente em apenas 40% dos casos Pacientes hepatopatas: 1. Coagulopatia/plaquetopenia 2. Hipertensão portal 3. Hiperfluxo esplâncnico 4. 60% desenvolvem varizes de esofago 5. 35% desses pacientes sangram, 50% morrem 1. 2. 3. 4. Preditores do risco de sangramento: Classificação de Child-Pugh Calibre das varizes Presença de red spots à endoscopia Medidas de gradiente de pressão de veia porta - veias supra hepáticas (difícil realização) Evitar hiperhidratação, manter Ht entre 25 e 30% Maior impacto da utilização de drogas vasoativas Lavagem gástrica (?) EDA precoce Endoscopia: 1. Ligadura elástica 2. 3. 4. Esclerose com diferentes agentes Obliteração com cianoaclirato (prótese autoexpansível) ? Experiência da equipe local Insucesso de 10% nas primeiras 24h : 1. Nova EDA 2. Balão 3. Arteriografia 4. Cirurgia 300 a 350ml de ar na porção gástrica 30mmHg na porção esofágica 700g de tração IOT Aspiração contínua da saliva Retirada sempre acompanhada de nova EDA pelo risco de ressangramento 1. 2. Radiologia intervencionista: Obliteração de varizes sangrantes. Derivação portosistêmica intra hepática (TIPS) transjugular. Cirurgia: 1. Emergência: transecção esofágica 2. Derivação portocava calibrada 3. Derivação mesentérico-cava 4. Derivação esplenorenal distal (Warren) 5. Desconexão ázigo portal com esplenectomia (DAPE) Profilaxia secundária (40% de ressangramento nas primeiras 6 semanas): 1. Ligadura elástica → escleroterapia 2. Encefalopatia 3. Infecções ( PBE, ITU, PNM) Ulceras pépticas gastroduodenais Esofagites Neoplasias Mallory-Weiss Angiodisplasias Hemobilia Lesão de Dieulafoy Hemosuccus pancreáticus Fístula aorto duodenais 80% de parada espontânea 14% de ressangramento a despeito do tratamento Endoscopia controla o sangramento em 90% dos casos e reduz o ressangramento 6 a 8% de mortalidade Grande avanço nos métodos diagnósticos e terapêuticos, pouco impacto na mortalidade Importância da faixa etária Condições clínicas de base Vigência de anticoagulação Estratificar risco clínico Estratificar risco endoscópico Fator / Pontos 0 1 Idade <60 60-80 Pulso <100 >100 PA sistólica >100mmHg Normal, MalloryWeiss 3 >80 <100mmHg Comorbidades Nenhuma Endoscopia 2 ICO,ICC Todos os outros dx Neoplasias, úlceras com coágulos recentes, vaso visível, Sangramento ativo IRC, hepatopatia, neoplasia metastática Pontos Risco Ressangramento Mortalidade ≤2 Baixo <5% <1% 3a7 Médio ≥8 Alto 52% 30% 50 a 70% das hemorragias não varicosas Erosão de parede lateral Arterial Classificação de Forrest: Forrest I : Define sangramento ativo (55%) IA: em jato IB: em babação Forrest II: Define sangramento recente: IIA: vaso visível (43%) IIB: coágulo aderido (22%) *IIC: coágulo escuro Forrest III: Define ausência de sinais de sangramento (5%) Endoscopia digestiva alta: Associar métodos de hemostasia 1. Injeção 2. Térmico 3. Mecânico Crescente utilização do hemoclipe Pesquisa de H.pylori Repetir o exame: nova tentativa no caso de ressangramento ou exame incompleto. 1. 2. Procedimento hemostático exige IBP: Omeprazol 80mg EV em bolus Omeprazol 8mg/h EV por 72h 1% das hemorragias digestivas Tipos ulcerados são os mais propensos Primeiro sintoma das neoplasias gástricas precoces encontradas no Brasil Maioria por refluxo gastroesofágico crônico Raramente causa sangramentos graves Hérnias paraesofágicas encarceradas onde as úlceras surgem por isquemia do segmento gástrico herniado ou do esôfago comprimido Vômitos, vômitos, vômitos... vômitos com sangue Lacerações da junção esofagogástrica Pesquisar a causa dos vômitos: pancreatite aguda, intoxicação exógena,quimioterapia, gestação A lesão de Dieulafoy é pouco comum Sangramento de uma a. submucosa localizada na parte proximal do estômago (=fundo ou corpo proximal) Menor média de idade Sangramento volumoso Podem acometer todo o TGI Isoladas ( >incidência em renais crônicos) Associadas a síndromes ( CREST, OslerWeber-Rendu) Geralmente sangramento em babação Lesão superficial da mucosa Sangramento digestivo lento Menos de 5% dos casos= hematêmese ou melena As causas mais comuns são: 1. AINES 2. Álcool 3. Estresse severo Sangramento das vias biliares Traumatismo hepático Neoplasia maligna do fígado, pâncreas ou vias biliares Manipulação por endoscopia, radiologia intervencionista ou cirurgia Tríade de Sandbloom: 1. Icterícia 2. HDA 3. Cólicas biliares 1. 2. Sangramento persistente ou segundo ressangramento: Radiologia intervencionista Cirurgia Quando a segunda intervenção endoscópica falha Persistência da hemorragia com instabilidade hemodinâmica Necessidade de hemotransfusão maior ou igual à volemia calculada para o paciente dentro das 24h iniciais após admissão Portadores de comorbidades graves, com mais de 60 anos, que chegam com instabilidade hemodinâmica Úlceras de difícil acesso com o endoscópio Úlceras com vaso calibroso como as localizadas na parede posterior do duodeno ou pequena curvatura do corpo proximal Úlceras grandes, profundas e calosas