Doenças oportunistas em HIV Sistema respiratório Guilherme Benevides Rehme Priscilla Vicente Lista Rafael Roger de Brito Raquel Dias Greca Sarah Angélica Maia 30% 60% 70% 90% 100% Doente de AIDS Teste sorológico + Doenças oportunistas CD4 < 350 Contagem de Linfócitos CD4+ A contagem de CD4+ ainda é um excelente indicador do risco de o paciente infectado vir a desenvolver uma infecção oportunista ou uma neoplasia, além de ser um componente essencial de abordagem diagnóstica. CD4+ Qualquer contágio CD4+ < 200 Pneumonia bacteriana Pneumonia por Pneumocystis Pneumonia por Mycobacterium tuberculosis. Pneumonia por Cryptococcus neoformans Linfoma nao Hodgkin Pneumonia Intersticial nao especifica Hipertensao Pulmonar DPOC CD4+ < 100 CD4+ < 50 Complexo Micobacterium avium- disseminada Histoplasma Pneumonia porcapsulatumToxoplasma gondii disseminada Coccidioides immitisSarcoma de Kaposi disseminada Pseudomonas aeruginosa Pneumonia po Aspergillus Pneumonia por CMVdisseminada Infecções oportunistas Bacterianas Micobacterianas Fúngicas Virais/Parasitarias Streptococcus pneumonias Mycobacterium tuberculosis Pneumocystis jirovecii Citomegalovirus Haemophilus sp Mycobacterium kansasii Cryptococcus neoformans Toxoplasma gondii Pseudomonas aeruginosa Complexo Histoplasma capsulatum Mycobacterium avium Staphylococcus aureaus Coccidioides immitis Klebsiella pneumoniae Aspergillus sp Pneumonias bacterianas • 100x mais incidente em pacientes com AIDS do que na população geral da mesma idade • Agentes mais comuns: – S. pneumoniae – H. influenzae – S. aureus – Agentes atípicos Pneumonias bacterianas Quadro clínico laboratorial e radiológico Quadro clínico 1. Febre + taquicardia reflexa Exame físico 2. Calafrios e/ou suor 1. Inspeção: FR, tiragem, expansibilidade 3. Tosse produtiva 2. Palpação: FTV 4. Respiração curta 3. Percussão: macicez 5. Dor torácica 4. Ausculta: estertores crepitantes 6. Sintomas gastrointestinais 7. Outros: fadiga, cefaléia, mialgia e artralgia Exames complementares 1. RX e TC de tórax 2. Hemograma – leucocitose com desvio à esquerda 3. Hemocultura – bacteremia 4. Gasometria arterial Pneumonias bacterianas Quadro clínico laboratorial e radiológico Broncopneumonia H. Influenzae Pneumatocele S. aureus Pneumonias bacterianas Tratamento Antimicrobianos empíricos • Amoxicilina • Trimetoprim-sulfametoxazol (TMP/SMX) (VO/EV) • Amoxicilina + clavulanato • Cefalexina • Macrolídeos e doxiciclina Infecção por Gram negativo • Cefuroxima • + gentamicina, ceftriaxona ou quinolonas (ciprofloxacinaofloxacina Infecção por S. aureus • TMP/SMX • Cefuroxima • Amoxicilina + clavulanato • Oxacilina • + Gentamicina • Vancomicina Infecção por Nocardia • Sulfadiazina • Infecção por R. equi • Eritromicina + rifampicina • Vancomicina Micobacterioses Tuberculose • Mycobacterium tuberculosis acomete paciente HIV+ com qualquer contagem de CD4+ • Há 3 formas em que o paciente pode ser acometido: • Primeiro – indivíduo com infecção latente por M. tuberculosis e que adiquire o HIV • Segundo – pessoas com HIV estao com maior risco de contrair nova infecção por tuberculose • Terceiro – adultos jovens com tuberculose e infecção por HIV transmitem a doença as pessoas com quem vivem Tuberculose Quadro Clínico • Clássicos – tosse, febre e sudorese. • Sintomas comuns – mal estar, fadiga, perda de peso, dor torácica não pleurítica e dispnéia. Diagnóstico • Rx de tórax é essencial - padrão fibronodular das zonas apicais para cavitação em bases, padrão pneumônico atípico, com cavitação rara, infiltrado intersticial ou miliar, adenopatia hilar ou paratraquela e derrames pleurais volumosos. • Específico – é feito com esfregaços e cultas de escarro. Detecção de BAAR Tuberculose Tuberculose Tratamento • Em pacientes com AIDS é semelhante ao padronizado para paciente sem AIDS • Terapia para tuberculose é de 6 meses para paciente HIV positivo Tuberculose Tuberculose Quimioprofilaxia HIV (+) assintomáticos (fazer RX sempre): Contatos ID - PPD (+) - Sequelas no RX PPD (-) com CD4 <350 ou Lct.Tot. <1000 Micobacterioses Micobactérias Não Tuberculosas • Micobacterium Avium e Kansasii são causadores de doença pulmonar em pacientes HIV+. • Micobacterium Avium acomete mais os indivíduos com contagem de CD4+ <50. Micobacterioses Micobactérias Não Tuberculosas Quadro Clínico Micobacterium Kansasii – tosse, febre, sudorese,hemoptise e dor torácica. Micobacterium Avium – tosse e fadiga intermitentes durante meses, com ou sem produção de escarro ou dor torácica. Diagnóstico PPD (derivado protéico purificado) Isolamento da micobacteria em biopsia Rx varia de normal a nódulos e similar a tuberculose 2 a 3 amostras positivas de escarro 1 amostra alveolar broncoscópica positiva Micobacterioses Micobactérias Não Tuberculosas Tratamento Identificando o M. avium e M. kansasii determina o tipo de terapia antimicrobiana Há suscetibilidade do M. avium à claritromicina. Casos iniciais quase sempre são sensíveis a macrolídeos Há suscetibilidade do M. kansasii à rifampicina Micobacterioses Micobactérias Não Tuberculosas Tratamento M. avium dura 18 meses no total M. kansasii dura 1 ano, até que apresente culturas negativas M. avium M. kansasii Claritromicina 500mg/dia Isoniazida 300mg/dia Etambutol 15mg/kg/dia Rifampicina 600mg/dia Etambutol 15mg/kg/dia INFECÇÕES FÚNGICAS Fúngicas Pneumocystis jirovecii Cryptococcus neoformans Histoplasma capsulatum Coccidioides immitis Aspergillus sp Pneumocistys jirovecii • Fungo unicelular associado a pneumonia • Frequente em indivíduos HIV+ • Episódios moderados e graves tem taxa de mortalidade alta mesmo com tratamento efetivo • Sintomas inespecíficos e progressivos; hipoxemia associada Pneumocistys jirovecii Sintomas típicos: Tosse não produtiva Sensação de constrição retroesternal Febre Úlceras orais Dispnéia Ausculta pulmonar: pode ser NORMAL! Estertores são um achado tardio. Pneumocistys jirovecii Manifestações atípicas: Pneumotórax Cavitações Febre de origem indeterminada Infecção extrapulmonar Pneumocistys jirovecii Investigação clínica: Provas de função pulmonar Raio-x de tórax Tomografia Computadorizada Desidrogenase Láctica (LDH) Contagem de células CD4 (<200células/mm³) Pneumocistys jirovecii Pneumocistys jirovecii Diagnóstico: Lavado broncoalveolar Biópsia transbrônquica Indução do escarro Pneumocistys jirovecii Tratamento: Trimetoprim-sulfametoxazol Pendamidina Trimetrexato Corticosteróides Histoplasma capsulatum • Fungo dimórfico • Esporos presentes nas fezes de morcegos e pombos contaminam os solos e podem ser transportados pelo ar Histoplasma capsulatum • Infecção pulmonar aguda Febre Calafrios Cefaléia Tosse improdutiva Dor torácica pleurítica ou subesternal Mal estar e mialgia Artralgia, eritema nodoso e eritema multiforme - ↑ mulheres Histoplasma capsulatum • Raio-x: Pode ser normal Infiltrados focais, com ou sem adenopatia mediastinal hilar Lesões curam formando padrão em “chumbo grosso” (opacificações miliares difusas) Histoplasma capsulatum • Infecção pulmonar crônica Febre Sudorese noturna Mal estar Hemoptise Dispnéia Histoplasma capsulatum • Lesão inicial: Pneumonite intesticial • Lesão tardia: Reorganização do tecido com proeminência de células gigantes; cavitação progressiva Histoplasma capsulatum • Histoplasmose disseminada Febre e calafrios Mal estar Perda de peso Úlceras de mucosas (↑ orofaringe) Hepatoesplenomegalia Histoplasma capsulatum Diagnóstico • Cultura ou esfregaço de escarro • Estudos histopatológicos e colorações especiais do tecido pulmonar obtidos por broncoscopia Histoplasma capsulatum Tratamento: • Anfotericina B por via IV (dose total de cerca de 1.000 mg) de curta duração • Cetoconazol oral (400mg/dia por 3 a 6 meses) • Ou intraconazol oral (200 a 400mg/dia durante 3 a 6 meses. Cryptococcus neoformans • GENERALIDADES: • Fungo frequente em solos úmidos. • Alimenta-se de resíduos orgânicos e fezes de pássaros, principalmente pombos. • Causador da Criptococose. • As manifestações mais comuns são a pneumonia e a meningite. • São infecções fúngicas oportunistas nos portadores de HIV. Cryptococcus neoformans • Infecção: inalação de esporos, frequentemente em detritos de pombos. • Mecanismo da doença: leveduras multiplicam-se no pulmão e quando o indivíduo está imunocomprometido, disseminam-se pelo sangue, principalmente para o cérebro, resultando em inflamação das meninges. Cryptococcus neoformans • - Sinais e Sintomas (Forma Pulmonar): Assintomática Emagrecimento Febre baixa Tosse Astenia Dor torácica inespecífica Raramente há presença de estertores e sinais de atrito pleural Cryptococcus neoformans • - - Diagnóstico: Exame de escarro ou lavado bronquico Pesquisa de fungos, BAAR e células neoplásicas Investigar contato com fezes ressecadas de aves Explorar causas predisponentes como AIDS, diabetes, neoplasias, linfomas, sarcoidose, uso de corticóides, etc. Pesquisa direta do fungo Cultura Histopatologia Inoculação em animal Reação imunológica Exame radiológico e tomográfico (condensações pneumônicas em base, nodulações miliares e formas tumorais, empiema, cavitação e calcificação. Cryptococcus neoformans • Tratamento: - O tratamento é com o fármaco antifúngico anfotericina B, ou com derivados de azol, como itraconazol. - Tratamento supressivo para pacientes imunodeprimidos, com fluconazol 200mg/dia. Coccidioides immitis • GENERALIDADES: • Fungo dimórfico atípico. • Causador da Coccidioidomicose • Infecção: Inalação de esporos presentes no solo seco • Mecanismo da doença: patógeno se multiplica nos pulmões. Em 1% dos casos, nos imunodeprimidos, desenvolve manifestações sistêmicas após disseminação por via hematogênica do fungo, com formação de granulomas que resultam em ulcerações da pele e dores articulares e ósseas. Coccidioides immitis • Diagnóstico: - 60% assintomático ou sintomas de IVAS. - Febre, astenia, anorexia, sudorese, dor torácica, tosse, artralgia, exantema e eritema nodoso. - Infiltrado alveolar - Derrame pleural - Linfadenmegalias hilares - Cavitações (AIDS) - Lesões fibrondulares com retração e cavidade em àpices - Exame de escarro ou lavado bronquico - Pesquisa de fungos, BAAR e células neoplásicas - Pesquisa direta do fungo - Cultura - Histopatologia - Inoculação em animal - Reação imunológica Coccidioides immitis • Tratamento: • - O tratamento é com o fármaco antifúngico anfotericina B. Também podem ser usados os derivados do azol, como fluconazole. • Aspergillus sp. • Generalidades: - O A.fumigatus é a causa mais frequente de aspergilose, mas outros como A.flavus, A.niger, A.nidulans ou A.terreus também causam a doença. - A manifestação mais frequente é a aspergilose pulmonar. - Sinais e Sintomas: - Os micélios crescem em bolas, denominadas aspergilomas, geralmente assintomáticos excepto pela hemoptise (tosse com sangue) ocasional. - Expectoração, tosse e falta de ar. - Em doentes com SIDA/AIDS, o fungo não é controlado no pulmão e dissemina-se pelos órgãos de forma rápida. A aspergilose cerebral, cardíaca ou da medula óssea resultam quase sempre em morte se não tratadas, devido a hemorragias e enfartes múltiplos nos órgãos. Aspergillus sp. • Diagnóstico: - A expectoração é observada ao microscópio, mas a cultura pode ser necessária para a identificação. A sorologia, com detecção de anticorpos específicos contra o fungo é usada também. Aspergillus sp. • Tratamento: - O tratamento é com o fármaco politicísticoantifúngico anfotericina B, ou com derivados de azol, como itraconazol. Infecções virais/parasitárias Toxoplasmose É uma das infecções mais freqüentes, geralmente reagudização de infecção crônica latente, resultante da reativação de cistos persistentes. Local mais freqüente: SNC. Quadro clínico inclui: Infiltrado intersticial bilateral Derrame pleural Dispnéia Febre Mialgia Toxoplasmose Diagnóstico Sorologia Reação de Sabin-Feldman- Ac específicos, toxoplasma vivo. TC, Raio-X Biópsia Pulmonar PCR Isolamento do parasito de sangue ou outros fluidos corporais apenas possível infecção aguda *Obs: Nenhum teste isoladamente estabelece o diagnóstico de certeza Toxoplasmose Toxoplasmose Tratamento Pirimetamina- 75 mg/dia até 3º dia seguido de 25mg/dia 1x/dia. Sulfadiazina: 75 a 100mg/dia em 4 tomadas. Alternativa: Clindamicina- 1,8 a 3,6g/dia VO Ácido folínico- 15mg/dia VO Prevenção Evitar carnes mal passadas, frutas e verduras bem lavadas. Evitar contato com material contaminado por fezes de gato Lavar as mãos após o manuseio de carne crua, gatos e terra Usar luvas em jardinagem Citomegalovírus No pulmão provoca pneumonia intersticial focal ou difusa. CMV como o único patógeno responsável pelo quadro de pneumonia é raro geralmente associado com P. carinii tendo pior prognóstico. Quadro clínico inclui: Febre Tosse Dispnéia Dores e mal-estar geral Perda de peso Citomegalovírus O diagnóstico requer: Quadro clínico Radiológico de pneumonia progressiva Presença de células com inclusões intranucleares ou intracitoplasmáticas em líquido de lavado broncoalveolar Material de biópsias pulmonares Ausência de outro patógeno responsável Citomegalovírus Tratamento Ganciclovir: 5mg/kg EV 12/12 horas por 14 dias. Em casos de resistência ou intolerância: Foscarnet 60mg/kg, EV de 8/8 horas. REFERÊNCIAS