CRIANÇAS EM CASA DE PASSAGEM: VIVÊNCIA DE ESTUDANTES DA SAÚDE AUTORES: Nelson P.K.C.;Leite R.C.B.;Macêdo D.S. ;Oliveira C.O.P; ORIENTADORES: Rocha N.S.P.D; Souza L.M.F - Hosped Resumo . Palavras - Chaves: Saúde,criança,abrigo,profissionais Introdução: Discussão: As Casas de Passagens são espaços confortáveis que atendem crianças e adolescentes de 0 a 18 anos A análise dos desenhos realizados pelas crianças mostrou um perfil otimista, eram de casas, em situação de risco pessoal ou social. Essas casas acolhem menores de direitos violados e vítimas de: árvores, famílias, demonstrando que apesar das carências e traumas sofridos, elas possuem sonhos, abuso, exploração sexual, menores de rua sem vínculo familiar, maus tratos, negligência extrema. amam, esperam ter uma vida feliz e constituir família. Para nós estudantes da graduação, sair do ambiente hospitalar e confrontar com um cenário de prática em que a criança apresenta extrema vulnerabilidade, é algo indescritível e desafiador para a nossa formação. Esta vivência possibilita uma Materiais e Métodos: Baseados na aplicação de questionário estruturado em: ficha individual, perguntas dirigidas ás crianças abrigadas e perfil estrutural da casa. As crianças também foram solicitadas a realizarem um desenho com tema livre que será posteriormente analisado por psicólogos. formação ética humanista e a superação de pré-conceitos, cristalizados na nossa cultura. A privação de laços afetivos durante a infância, junto à fragilidade na materialização dos seus direitos, acaba por interferir no processo integral do crescimento e desenvolvimento da criança e na estrutura psicológica, isso foi comprovado na prática. Conclusão: A violência doméstica contra crianças e adolescentes é uma realidade inegável, sendo responsável Resultados: As crianças foram receptivas em relação às perguntas e todas realizaram a tarefa do por altas taxas de morbimortalidade, apresentando-se, portanto, como um grave problema de saúde desenho. Demonstraram, em sua maioria, estarem satisfeitas com o abrigo, no entanto apresentam pública em nosso país, não podendo deixar de ser reconhecida e entendida como um fenômeno, carência afetiva em relação aos seus familiares, poucos não freqüentam a escola e grande parte articulado à fragilidade das políticas públicas e a violência estrutural e social a que os sujeitos, suas espera voltar ao convívio familiar. famílias e a sociedade em que vivem estão expostos. Proteger a criança e o adolescente propiciarlhes as condições para o seu pleno desenvolvimento, no seio de uma família e de uma comunidade, ou prestar-lhes cuidados alternativos temporários, quando afastados do convívio com a família de origem, são, antes de tudo e na sua essência, para além de meros atos de generosidade, beneficência, caridade ou piedade, o cumprimento de deveres para com a criança e o adolescente e o exercício da responsabilidade da família, da sociedade e do Estado. Figura 01: Desenhos realizados pelas crianças da casa de passagem II Dia de festa na casa de passagem II: Fonte: Oliveira, 2009 Dia de festa na casa de passagem II Fonte: Oliveira, 2009 Referências: 1. UNICEF. Brasil Situação da Infância Brasileira 2006. [20 p]. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/Pags_020_039_Violencia2.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2009. Figura 02: Imagem do dia da aplicação do questionário Fonte: Nelson, 2009. 2. CAVALCANTE, Lília Ieda Chaves, MAGALHÃES; Celina Maria Colino; PONTES, Fernando Augusto Ramos. Abrigo para crianças de 0 a 6 anos: um olhar sobre as diferentes concepções e suas interfaces. Revista Mal-estar e Subjetividade, Fortaleza, v 7, n 2, p. 329-352, set 2007.