O DAM e o DAF convidam os doutrinadores
e os atendentes fraternos para mais uma
atividade de atualização.
TEMA: COMO DIALOGAR COM ENCARNADOS E
DESENCARNADOS
Facilitadora: Ivete Bello
Dia: 27/09/2014
Local: Salão Doutrinário
Horário: das 09:30 às 11:30h
A doutrina espírita tem nos ensinado que a
individualidade permanece após a morte física.
É natural, pois, que os interesses e conflitos
permaneçam os mesmos.
Para nos comunicarmos bem com aqueles que já estão
no plano espiritual, e que chegam às reuniões
mediúnicas para serem atendidos, devemos utilizar os
mesmos mecanismos que utilizamos com os encarnados.
A 1ª. regra básica para um bom atendimento é
desenvolvermos a capacidade de ouvir, escutando.
Ouvir é a percepção dos sons que o outro está
expressando com a fala.
Escutar é bem mais complexo: É tentar captar com a
alma a verdade por trás das palavras, penetrando na
realidade do interlocutor, quer ele esteja nos chegando
através do atendimento fraterno ou dos diversos
trabalhos mediúnicos para ser doutrinado.
Para escutarmos com a alma, um instrumento valioso
deve ser utilizado: A INTUIÇÃO.
Entretanto, aquele que está treinando sua
capacidade de escutar deve usar a intuição com
sensatez , sem impetuosidade, verificando em tempo
hábil a necessidade de passar ou não o que lhe vem
através da intuição.
Para escutarmos assim, fazendo com que o diálogo
seja proveitoso, o amor fraterno deve entrar no
contexto, pois o interesse verdadeiro de escutar o ser
necessitado nasce da certeza de que este ser é filho de
DEUS como nós, tão merecedor quanto nós de
descobrir o caminho do equilíbrio a partir da solução
de seus conflitos.
Dificilmente o atendente fraterno ou o
doutrinador surge pronto, irretocável.
Quando trabalha naturalmente, com mais
propriedade significa que provavelmente já
trouxe
de
outras
experiências
reencarnatórias a prática de bem escutar e
do uso adequado da palavra.
 No
início, e depois também, devemos ser
humildes. Admitir as nossas dificuldades e
aceitar ajuda da espiritualidade e dos
encarnados. Entregar-se
ao serviço de
socorro ao próximo, confiante na ajuda
espiritual, mas fazendo a sua parte, ou seja,
estudando e buscando viver as lições de
JESUS , dos bons espíritos, esforçando-se em
fazer a sua autotransformação.
Se o pré-requisito é escutar com a alma, esta tarefa
será permanente, não apenas com aqueles que vem
para a entrevista ou para a doutrinação.
É preciso treinar constantemente: com familiares,
com companheiros do trabalho profissional ou
religioso, com estranhos na rua, com aqueles que nos
perturbam com seus desequilíbrios.
Você faz isso ?
Onde?
Com quem?
Como?
Para se escutar bem, devemos exercitar a
paciência, a tolerância, a compreensão das
limitações do outro.
 Por sermos criaturas ainda imperfeitas, a
tendência natural é querermos que o outro
pense e sinta como nós, esquecendo-nos que,
por mais que sejamos todos filhos de DEUS, no
nosso caminhar, fizemos escolhas diversas, o
que nos faz criaturas diferentes no pensar e no
sentir.
Aceitar o outro como ele é, sem
julgamentos,
significa
que
já
compreendemos o que significa o amor
fraternal.
Você já ama fraternalmente seu irmão?
Quem?
Como?
Sabemos tudo isso, mas na hora do exercício surgem
as dificuldades, principalmente, quando não nos
perdoamos pelas falhas cometidas, julgando-nos com
rigidez.
Se ainda não aprendemos a nos amar, como vamos
amar ao “estranho” que nos surge pedindo socorro?
Vê-se, então, que para ajudar ao outro primeiro temos
de nos ajudar.
E essa ajuda vem do aconselhamento de Sócrates ao
nos recomendar: “Conhece-te a ti mesmo”.
Quem se propõe a trabalhar como
atendente fraterno ou doutrinador, será
indispensável investir, intensamente, no
autoconhecimento, ajudando primeiro, a si
mesmo e, depois, reunir condições para
ajudar os atendidos encarnados ou
desencarnados a equacionarem seus
conflitos, o que possibilitará a cada um,
encontrar o fio da meada que os levarão à
felicidade interna , para a qual o homem foi
criado.
Se o atendente fraterno ou o doutrinador,
(terapeutas que são), não trabalhar em si os
conteúdos que são trazidos pelo atendidos e
o que ainda existe em si daquela realidade,
ou o que poderia aprender com aquela
situação exposta, seu trabalho terá um
resultado monótono e seus aconselhamentos
repetitivos e, até inadequados, não
expressarão a sua verdade interna (podendo
ser desmascarado).
Quem escolhe ser atendente fraterno ou
doutrinador, escolhe acelerar seu processo de
evolução espiritual com as questões que lhe
são trazidas e que ainda fazem parte de sua
realidade direta ou indiretamente, sendo
convidados a trabalhar esses conteúdos com
mais intensidade, introjetando o que de bom
lhe chega e refletindo o que fazer para
modificar em si o que ainda não está a
contento.
Convite ao Diálogo Fraterno
Vamos analisar agora as diversas lições que o diálogo
fraterno com encarnados e desencarnados pode nos
proporcionar.
Essas lições nos chegam através de nossos diversos
núcleos existenciais, cujo destaque principal, é a família.
É na família que fortalecemos os laços afetivos já
existentes, mas é também nela que “fazemos as pazes com
os inimigos enquanto caminhamos com eles”. Daí ser o
núcleo principal dos conflitos, onde um bom diálogo pode
ajudar muito.
Quando o diálogo não é a prática escolhida e os
conflitos se ampliam, eles perduram no plano
espiritual. O importante é buscarmos a solução
ainda no plano físico.
E os conflitos sempre vem parar nas mãos do
atendente fraterno , como problemas entre:
Pais e filhos, irmãos, marido e mulher, escolhas
sexuais, obsessão, mediunidade e tantos outros.
Não é muito diferente a clientela do
doutrinador, embora as situações abordadas
possam trazer mais informações, já que no
plano espiritual, o atendido pode conhecer
seu passado e o das pessoas envolvidas no
seu contexto. Raros são os desencarnados
que chegam ignorantes de tudo, nesses casos
pode
ocorrer
que
estejam
recémdesencarnados.
No atendimento fraterno, quando se faz
necessário mais informações sobre o atendido,
busca-se um atendimento espiritual.
O atendente fraterno e o doutrinador vão
administrar conflitos.
Os conflitos dos encarnados e dos
desencarnados têm como base o apego. Lembrar
que o maior apego é
não querer fazer
mudanças.
O trabalho do atendente fraterno ou do doutrinador,
para ter eficácia, consiste em escutar atento à intuição
para descobrir por trás da queixa do ser encarnado ou
desencarnado qual é o seu apego.
A partir de então, através de um diálogo fraterno,
mostrar-lhe como o apego impede a pessoa de ver a
realidade e prosseguir a caminhada.
Nas questões das amizades e dos familiares, o
apego se fantasia de amor. Entretanto, o amor
verdadeiro não aprisiona, liberta.
Ao lado do desapego, trabalhar com o assistido, o
respeito mútuo , começando pelo respeito a si
próprio.
Sabemos que cada caso traz suas particularidades.
Escutar o outro respeitando a sua dor é de suma
importância para decodificar-se, acertadamente, a
realidade que se apresenta escondida por trás das
palavras do espírito encarnado ou desencarnado.
Você respeita o ser que está atendendo?
Como?
O atendente fraterno, bem como o
doutrinador, tem que se colocar como
educador, ensinando e aprendendo com as
lições, lembrando que a educação não se faz de
fora para dentro, mas de dentro para fora.
Assim, não se vai impor rumos, mas ajudar a
descobrí-los.
Bibliografia: A Codificação e as
obras complementares