FACULDADES INTEGRADAS DO TAPAJÓS
“O estudo da Amazônia para o progresso da humanidade”
Profª. Neuzivan Lima
SANTARÉM – PARÁ
Só depois de muito tempo fui entender aquele homem / Eu queria ouvir muito
/ Mas ele me disse pouco
Quando se sabe ouvir não precisam muitas palavras / Muito tempo eu levei
prá entender que nada sei / Que nada sei...
Só depois de muito tempo comecei a entender / Como será o meu futuro?
Como será o seu?
Se meu filho nem nasceu / Eu ainda sou o filho / Se hoje canto essa canção
/ O que cantarei depois? Cantar depois / O quê?
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção / O que cantarei depois?
Só depois de muito tempo comecei a refletir / Dos meus dias de paz e dos
meus dias de luta
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção / O que cantarei depois? Cantar depois / O quê?
1.1 Na antiguidade
1.1.1 Sócrates (470 – 399 a.C.): a procura da verdade
empreendida por Sócrates está centrada no ponto de
vista do ser.
 O método socrático (indutivo) envolve duas fases:
• Ironia: consiste em fazer perguntas ao
interlocutor que o obriguem a justificar, seu ponto
de vista.
• Maiêutica (parto):
é a mudança de novos
conceitos baseados em argumentação racional.
1.1.2 Platão (428 – 347 a.C.): faz distinção entre o mundo
sensível e o mundo inteligível ou das idéias.
• O mundo das idéias: o mundo dos seres verdadeiros,
unos, são idênticos a si mesmos e permanentes porque
não estão sujeitos a mudanças.
O mundo das idéias gerais e das essências imutáveis
pode ser atingido através da contemplação e da
depuração dos enganos dos sentidos.
O mundo das idéias é regido pela ciência.
• O mundo sensível: é acessível aos sentidos, mas, sendo
o mundo da multiplicidade e do movimento, é ilusório, é
sombra, é cópia do verdadeiro mundo.
O mundo dos sentidos é regido pela opinião.
Nosso espírito se eleva das coisas múltiplas e sensíveis
para as idéias unas e imutáveis por meio de um
movimento dialético.
1.1.3 Aristóteles (384 – 322 a.C.): critica a teoria de Platão,
principalmente a divisão entre um mundo sensível e um
mundo inteligível.
 Distingue 3 tipos de saber:
• A experiência ou conhecimento sensível: é um
conhecimento que se forma por familiaridade com cada
coisa, é imediato e concreto e só nos permite chegar ao
conhecimento do individual.
• A técnica ou o saber fazer: é o conhecimento dos meios
a serem usados para se chegar aos fins desejados.
• A sabedoria: é o único tipo de conhecimento a
determinar as causas e princípios; a única a poder dizer o
quê as coisas são, por que são e demonstrá-las.
• A sabedoria inclui as ciências particulares e a filosofia
primeira, posteriormente chamada de metafísica.
1.2. Na Idade Média
Para o pensador medieval o problema principal era o da
conciliação ente fé e razão.
1.2.1 A Patrística: a tarefa da filosofia desenvolvida pelos
padres da igreja (donde o nome Patrística) é o de
encontrar justificativas racionais para as verdades
revelantes, ou seja, conciliar razão e fé.
 Santo Agostinho (354 – 430) parte da alma, da realidade
íntima do homem, que se eleva à razão e, por fim, a Deus,
que a ilumina, dando-lhe o conhecimento das verdades
eternas e permitindo-lhe que pense corretamente.
 A razão fica subordinada à fé e à verdade revelada.
 O homem, sem fé, sem a iluminação divina, está
condenado ao erro a ilusão; o conhecimento da verdade
só se dá por meio da fé.
1.2.2 A Escolástica: a filosofia continua mantendo relação
com a religião: são ainda os problemas teológicos que
levam a questões filosóficas.
 No período pré-tomista, o principal problema tratado é o
dos universais, isto é, do valor dos conceitos, das idéias
para o conhecimento.
 Santo Tomás de Aquino, no século XIII, adapta a
filosofia
de
escolástica.
Aristóteles
Admite
o
ao
pensamento
conhecimento
cristão
sensível
da
e
o
intelectual, sendo que o intelectual pressupõe o sensível.
1.3 Na Idade Moderna
 A teoria do conhecimento volta-se para a relação entre
o pensamento e as coisas, a consciência e a realidade; em
suma o sujeito e o objeto do conhecimento.
1.3.1 O racionalismo: o francês René Descartes procura o
fundamento do verdadeiro conhecimento. Estabelece a
dúvida como método de pensamento rigoroso.
 A medida que duvida descobre que mantém a
capacidade de pensar. Por essa via, estabelece a primeira
verdade que não pode ser colocada em dúvida: se duvido,
penso; se penso, existo.
“PENSO, LOGO EXISTO”
 Para Descartes, o conhecimento sensível é a causa do
erro e de ser afastado. O conhecimento verdadeiro é
puramente intelectual, parte das idéias inatas e controla
as investigações filosóficas, científicas e técnicas.
Para
o
racionalismo,
a
fonte
do
conhecimento verdadeiro é a razão
operando por si mesmo, sem o auxílio da
experiência sensível e controlando a
própria experiência sensível.
1.3.2 O empirismo: para Locke, todas as nossas idéias
provêm de duas fontes: a sensação e a reflexão.
 A sensação apreende impressões vindas do mundo
externo.
 A reflexão é o ato pelo qual o espírito conhece suas
próprias operações.
Para o empirismo, a fonte de todo e
qualquer
conhecimento
é
a
experiência
sensível,
responsável
pelas idéias da razão e controlando o
trabalho da própria razão.
O conhecimento é o produto de uma
relação entre duas realidades distintas: de
um lado, um sujeito cognoscente, e, de
outro, um objeto cognoscível.
Quando o sujeito conhece a essência do
objeto pode reconstruí-lo teoricamente e
dar-lhe um novo significado.
Sujeito Cognoscente
Objeto Cognoscível
Objeto Reconstruído
Há duas maneiras de conhecermos um objeto,
de nos apropriarmos mentalmente dele, que é
pelos sentidos e pelo pensamento.
A ignorância tolhe as possibilidades de avanço
para melhor, mantêm-nos prisioneiros das
circunstâncias. O conhecimento liberta: permite
que
atuemos
para
modificar
as
circunstâncias em nosso benefício.
 Conhecimento Religioso
 Conhecimento Filosófico
 Conhecimento Popular/Senso Comum
 Conhecimento Científico
Conhecimento Religioso (teológico)
É produto da fé humana, entendendo Fé como firme
fundamento dos fatos que não se esperam e aprova
os acontecimentos que não se vêem.
• Valorativo – apoiado em doutrinas com preposições
sagradas;
• Inspiracional – revelado pelo sobrenatural;
• Sistemático – como obra de um criador divino;
• Não Verificável – são atos de fé;
• Infalível – verdades indiscutíveis;
• Exato – aspira ser a manifestação da verdade imutável.
Conhecimento Filosófico
Ocorre nas trocas de idéias.
• Valorativo – tem como ponto de partida as hipóteses
filosóficas baseadas na experiência e não na
experimentação;
• Racional – por admitir que a razão é a verdadeira fonte
do conhecimento;
• Sistemático – por suas hipóteses e enunciados visarem
a uma representação coerente com a realidade;
• Não Verificável – por entender que as hipóteses
filosóficas não necessitam de confirmação ou refutação;
•
Infalível e Exato - já que os enunciados dos seus
postulados não podem ser submetidos a testes de
laboratórios.
Conhecimento Popular/Senso Comum
“É o saber que preenche a nossa vida diária e que se
possui sem o haver procurado ou estudado, sem
aplicação de um método e sem se haver refletido sobre
algo” (BABINI, 1957, p. 21)
• Valorativo – baseado em ânimo e emoções, os valores do
sujeito impregnam o objeto do conhecimento;
• Reflexivo – não pode realizar formulação geral;
• Assistemático – a organização da experiência não visa a
sistematização das idéias;
• Verificável – possível perceber o que ocorre no cotidiano;
•
Falível - uma vez que não consegue uma generalização
das possibilidades;
•
Inexato - por não ocorre uma exatidão das ações
desenvolvidas a respeito do objeto de estudo.
Conhecimento Científico
O conhecimento científico atende ao propósito da Ciência,
que é desvendar a realidade.
• Factual – lida com ocorrências ou fatos;
• Contingente – como base na experimentação e não apenas
na razão;
• Sistemático – saber logicamente ordenado, formando um
sistema de idéias;
• Verificável – hipóteses podem ser testadas;
•
Falível - não definitivo absoluto ou final;
• Aproximadamente Exato novas proposições e técnicas
podem reformular as teorias existentes.
Apesar da separação metodológica entre os tipos de
conhecimento popular, filosófico, religioso e
científico, estas formas de conhecimento podem
coexistir na mesma pessoa.
“Conhecer significa estar consciente do poder
do conhecimento para produção da vida
material, social e existencial da humanidade.”
(MORIN, 1993.)
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