PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 1.PATOLOGIA NAS EDIFICAÇÕES – HISTÓRICO Tema recente –anos 60 e 70 Pavilhão de Exposições da Gameleira / Belo Horizonte –04/02/71 Elevado Paulo de Frontin/ Rio de Janeiro – 20/11/71 Introdução nos currículos das Escolas de Engenharia PATOLOGIA E TERAPIA Patologia das construções é o ramo da engenharia que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas, as origens e as consequências das deficiências das construções Patologia significa não atendimento ao desempenho desejado PATOLOGIA E TERAPIA Terapia das construções é o ramo da engenharia que trata da correção dos problemas patológicos apresentados pelas construções DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA Para que se tenha êxito nas medidas terapêuticas, é necessário que o estudo precedente, o diagnóstico do problema tenha sido bem conduzido O diagnóstico completo envolve vários aspectos: Sintomas: também chamados de lesões ou defeitos Mecanismo: os problemas patológicos são decorrentes dos chamados vícios construtivos. O conhecimento do processo é fundamental para a definição da terapia Exemplo: uma fissura em viga decorrente de flexão não pode ser simplesmente obturada, sob o risco de que ela volte a se manifestar em outro local O diagnóstico completo envolve vários aspectos: Origem: definição da fase do processo construtivo em que teve origem o fenômeno Causas: Deve ser identificado o agente causador do problema Consequências: O problema compromete a segurança da estrutura ou suas condições de higiene e funcionamento? SINTOMAS Os problemas patológicos, salvo raras exceções , apresentam manifestações externas características que permitem um início do estudo do problema. Os sintomas mais comuns nas estruturas de concreto são: as fissuras; as eflorescências; as flechas excessivas; as manchas; corrosão das armaduras; ninhos de concretagem(segregação) ORIGEM Definição da etapa do processo construtivo exemplo: fissura de momento fletor em viga: projeto inadequado ou qualidade inferior do aço? A identificação da origem do problema permite definir, para fins judiciais, quem cometeu a falha Definição da etapa do processo construtivo Para o concreto armado, as origens das patologias podem ser classificadas em: Deficiências de projeto; Deficiências de execução; Má qualidade dos materiais, ou emprego inadequado dos mesmos; Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes, etc); Uso inadequado da estrutura; Manutenção imprópria O nível de incidência de cada origem varia de país para país, conforme mostrado à seguir: Problemas patológicos. A durabilidade das edificações está ligada à qualidade e durabilidade apresentada nas mesmas, mas mesmo com todo avanço tecnológico dos últimos anos não tem havido uma redução dos problemas patológicos. FIGUEIREDO & O’REILLY(2003) citam que ”o ambiente hoje em dia émais agressivo que o de décadas atrás, além disso o aperfeiçoamento de técnicas de dimensionamento mais avançadas e portanto mais econômicas, também interferem negativamente na durabilidade das edificações”. Assim, FIGUEIREDO E O’REILLY(2003) concluem ainda que as estruturas de concreto armado contemporâneas estão cada vez mais vulneráveis ao aparecimento precoce de manifestações patológicas. CAUSAS Os agentes causadores dos problemas patológicos podem ser vários : Cargas; Variação de umidade; Variações térmicas intrínsecas e extrínsecas no concreto; Agentes biológicos, físicos e químicos; Incompatibilidade de materiais; Agentes atmosféricos; O ranking dos defeitos Falhas nas estruturas são raras. Perdem-se entre os 7% que as estatísticas chamam de outros defeitos. Mas a falta de um projeto hidráulico ou elétrico entra em destaque nessa lista que aponta onde se concentram os erros da construção. O ranking dos defeitos PATOLOGIAS COMUNS E SUAS CAUSAS Fissuras e trincas Por movimentações térmicas; Por movimentações higroscópicas; Por atuação de sobrecargas; Deformações excessivas da estrutura; Recalques de fundação; Retração de produtos à base de cimento; Alterações químicas dos materiais de construção; Hidratação retardada de cal; CONSEQUÊNCIAS Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao inicial exemplo: uma fissura de momento fletor pode dar origem à corrosão de armadura Flechas excessivas em vigas e lajes podem ocasionar fissuras em paredes As correções serão mais duráveis, mais fáceis e muito mais baratas quanto mais cedo forem executadas DIAGNÓSTICO E TERAPIA Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso seguir os seguintes procedimentos: Inspeção para mapeamento dos sintomas; O procedimento começa com a inspeção, onde se busca identificar os sintomas das patologias existentes na estrutura; através de um mapeamento dos sintomas realizado por um exame visual da estrutura. Recolhimento de dados e informações; Este procedimento em geral vem complementar os dados obtidos na inspeção e auxiliam na quantificação dos danos (medidas geométricas, evolução no tempo, bem como no conhecimento das condições prévias aos danos da edificação, avaliação da resistência do concreto). Conhecer o histórico da estrutura; Este histórico é parte fundamental na escolha da terapia e sua análise deve levar em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o projeto executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais utilizados (cimento, areia, aço, aditivo, relação água/cimento) e detalhes sobre o uso da estrutura (sobrecargas, ações acidentais). Realização de análises e ensaios; Em muitos casos o levantamento histórico e a inspeção não são suficientes, sendo necessário realizar análises e ensaios que permitam clarificar os sintomas, mecanismos e causas das patologias da estrutura. CÁNOVAS (1988) sugere ainda o organograma, mostrado na Figura 2.1,de atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico. Portanto, relativamente às condições da construção, pode-se ter duas situações distintas: A construção será reabilitada, recompondo-se as condições para as quais tinha sido desenvolvida; A construção será reforçada, tendo sua condição de suporte aumentada em relação à desenvolvida anteriormente CUSTOS DE RECUPERAÇÃO Os custos de recuperação variam em função do tempo de manifestação e detecção da patologia: Ainda na fase de projeto Durante a execução da construção Fase de utilização da construção –se houver manutenção preventiva Fase de utilização da construção –se necessária manutenção corretiva QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL A ORIGEM DOS PROBLEMAS Com a evolução tecnológica dos materiais de construção, das técnicas de projeto e execução, os edifícios se tornaram mais leves, com componentes estruturais mais esbeltos e mais solicitados. As conjunturas econômicas fizeram com que as obras fossem conduzidas com grande velocidade e poucos rigores no controle de materiais e serviços. Os trabalhadores mais qualificados se incorporaram aos setores industriais que melhor remuneram a mão de obra, em detrimento da construção civil. Esses fatos em conjunto, têm provocado a queda gradativa da qualidade das nossas construções, até o ponto de encontrarem-se edifícios que, nem tendo sido ocupados, já estão virtualmente condenados. A experiência revela que as obras de restauração ou reforço são em geral muito dispendiosas e nem sempre solucionam o problema de forma definitiva.