SEMINÁRIO PARA CANDIDATOS AO DIACONATO MINISTRANTE: Pastor Ewerton Santos DIÁCONO (do grego, diãkonos, servidor, “oficial da igreja”). Significa servente, servidor, servo, não apenas no sentido de “servir as mesas”, mas também no sentido de distribuir víveres. IMPORTANTE O ministério do diacono foi o primeiro trabalho ministerial instituído pela Igreja, com a missão de “servir as mesas” (At 6:2). Servir as mesas tem a ver com as coisas materiais a exemplo da assistência social e da filantropia. Exemplos: Mesa do Senhor, mesa das viúvas, mesa da visitação, mesa do pastor. Tal serviço não pode ser feito por qualquer pessoa, pois é um “importante negócio” (At 6:3b). 1 A RAZÃO DA ESCOLHA DO MINISTÉRIO DIACONAL. “Naqueles dias, crescendo o número dos discípulos...” (At 6:1), o trabalho social/filantrópico estava tomando o tempo dos apóstolos em servir na pregação e no ensino da palavra de Deus (At 6:2b). A idéia (ou indicação) partiu dos apóstolos: “Escolhei, irmãos, dentre vós [não podem ser pessoas estranhas], sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria...” (At 6:3). Isto posto, podemos inferir que para servir como diácono, tem-se que ser cheio do Espírito Santo e de sabedoria, e estar entre os melhores da igreja. 1 —> Porque sete diáconos: Existem a esse respeito, várias correntes e opiniões dentre as quais citaremos duas: 1°) O número sete era considerado “sagrado” ou “verdadeiro”. 2°) Tratava-se de uma representação eqüitativa dos grupos que compunham a cúpula da igreja cristã: três, representando o grupo hebraico; três, representando o grupo helenista. Havia, ainda, um, representando o grupo dos prosélitos. Na escolha, prevaleceu a opinião dos apóstolos. II QUALIFICAÇÃO DOS DIÁCONOS - QUALIDADES DOS DIÁCONOS (I Tm 3.2 – 8) 1. Honesto (I Tm 3. 2) 2. Marido de uma (só) mulher (I Tm 3. 2) 3. Não cobiçoso de torpe ganância (I Tm 3. 3) 4. O governo da casa (I Tm 3.4) 5. O governo dos filhos (I Tm 3.4) 6. Não de língua dobre (I Tm 3.8) 7. Não dado a muito vinho, ou melhor, não dado ao vinho (I Tm 3.8) IV – BASES PARA O SUCESSO DIACONAL: Ter boa reputação: 1. BOA REPUTAÇÃO: Isso significa que os Diáconos não deveriam ter-se envolvido em qualquer escândalo que lançasse qualquer reflexo adverso sobre sua moralidade e honestidade. Deveriam ser conhecidos como homens de interesses humanitários, que promovessem o seu ofício e apresentassem soluções eqüitativas aos muitíssimos problemas. A palavra “Diácono” dá-nos a entender que teriam de ser indivíduos testados, ou, segundo o que o sentido original entende, que lhes “tivesse sido dado testemunho” Os Diáconos, devem ser, portanto, homens de boa conduta em todos os seus procedimentos, para que sejam exemplos de um íntegro servo de Deus. Ser Cheios do Espírito Santo 2. CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO: Aqueles Diáconos, pois, deveriam ter sido participantes da experiência pentecostal, não menos que os Apóstolos. Devem ter experimentado pessoalmente a promessa feita por Jesus de que aos seus seguidores seria dado o poder mediante a operação direta do Espírito Santo em sua vidas. É evidente que os dons espirituais estão em foco neste contexto. Os Diáconos precisam ser homens operosos, dotados de habilidades, sendo homens destacados na comunidade cristã, como homens de Deus, ativos no seu ministério. Deve-se notar que um dos indivíduos assim selecionados foi Estevão, homem “cheio de graça e poder” (At. 6.8), o qual fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Possuir Sabedoria 3. CHEIOS DE SABEDORIA: Naturalmente, essa qualidade era resultado direto do poder habitador do Espírito Santo. O Diácono que é realmente cheio do poder de Deus, que permite que o Espírito Santo opere abundantemente em sua vida, é um homem cheio de sabedoria, que sabe rejeitar as murmurações e como cuidar delas. Sabe também cuidar dos que são dados à calúnia e a traição por palavras. A sabedoria dos Diáconos precisa ser prática, dando eles exemplos de discrição, além da aptidão pelas coisas e soluções práticas. Falando de maneira geral, os Diáconos precisam ser homens que cuidem tanto das necessidades físicas como espirituais de muitíssimas pessoas, motivo pelo qual devem ser homens qualificados. III RESPONSABILIDADE Devem ser os primeiros a chegar ao templo nos dias de culto. Verificar se os serventes colocaram tudo em ordem: serviços de som, iluminação, etc. Verifica se os banheiros (WCs) estão em ordem. Os diáconos, em um certo sentido, são os “olhos” do pastor: não fiscais, mas, auxiliares. Evitam que o pastor perca o controle na hora do culto, levando- lhe problemas. Culto de Santa Ceia: a) Verificar se está tudo em ordem; b) Verificar se o pão e o vinho são suficientes; c) Verificar se há água para lavar as mãos e se as toalhas estão em ordem. Dia de batismo: a) Organizar os candidatos em fila. Selecionar os irmãos da terceira idade e as irmãs grávidas e coloca- los à parte; b) Verificar se as capas para o batismo são suficientes. Ordem no culto: a) Evitar que as crianças fiquem correndo dentro da nave do templo; c) Procurar lugar para que os mais velhos, especialmente os da terceira idade, tomem assento. Levá-los ao WC. De igual modo proceder com os visitantes. Não esqueça que você foi separado para diacono, a fim de servir na igreja local (sua igreja). IV OS QUE SERVIREM BEM COMO DIÁCONO Veja o que acontece àqueles que servirem bem como diácono: ‘Adquirirão para si uma boa posição”. Isto não significa que o diácono será consagrado ao ministério de presbítero, ao de evangelista ou ao de pastor. A chamada divina para o ministério é de Deus. (Ef 4:11, 12), não tendo, necessariamente, que ser iniciada pelo diaconato, que é um ministério material para “servir as mesas”, como acima foi dito. Dentre os nossos pastores pioneiros, no início da obra no Brasil, alguns nunca foram diáconos, não obstante, serviram como evangelistas e pastores. Dentre os “sete” que foram indicados, e em seguida separados pelos apóstolos, dois se destacaram: a) Filipe, como um grande evangelista (At 8:5-13, 26- 40; 21:9); b) Estevão, grande pregador e mestre (At 7), foi o primeiro mártir do cristianismo. Quanto aos outros cinco, nada se sabe a respeito, tão somente que serviram bem. V OBSERVAÇÃO E SUBMISSÃO DOS DIACONOS Toda e qualquer atividade do diácono está submissa ao pastor que preside, como também ao ministério da igreja. O (diácono deve ser amigo do pastor, como seu colaborador; nunca um concorrente ou um adversário. Ser submisso não é ser um servo menos importante, é aprender a aceitar as orientações. Este é o papel do diácono fiel e cheio do Espírito Santo. Na hora do culto, onde está o diácono? Sentado no púlpito? Púlpito não é lugar de diácono, a não ser que o tal seja designado por seu pastor para outra missão. Diácono não pode dar bênção apostólica, não pode batizar, não pode celebrar casamento, não pode ministrar Santa Ceia e não pode realizar a consagração de obreiros. Qualquer dúvida consulte o seu pastor presidente, como convém proceder, e ele orientar-lhe-á (At 6:4). A separação dos ‘sete’ primeiros diáconos em Atos 6 era importante em, principalmente, duas coisas: a) Era um testemunho público à Igreja de que esses homens tinham antecedentes de perseverança na piedade e na obediência à direção do Espírito Santo (1 Tm 3:1-10). b) Era um ato de separar aqueles homens para a obra de Deus e um testemunho de sua disposição em aceitar a responsabilidade divina. VI DISCIPLINA O Diácono pode ser corrigido: > Por exortação. > Por suspensão de suas atividades. > Por desligamento. “Que o Senhor nos dê da Sua graça” O DIÁCONO E SUAS A TRIBUIÇÕES 1 O Diácono Porteiro ou Recepcionista O porteiro deve ser o primeiro a chegar ao templo, para ter tempo de fazer sua oração, e preparar-se para o trabalho. O porteiro é aquele que guarda a porta e que no pode abandonar seu posto. Ele é um sentinela que deve estar atento, principalmente para com os que entram no templo. E nunca deixa seu posto, por qualquer razão, salvo em situações inadiáveis, e mesmo assim, após ter um substituto. O porteiro tem de estar preparado psicologicamente e espiritualmente diante de certas surpresas, pois as pessoas têm temperamentos e índoles diferentes; Por isso é necessário o autocontrole, bom senso, iniciativa, coragem e muita prudência. V - FUNÇÕES PRECÍPUAS DOS DIÁCONOS 1 - Ajudar o Pastor na distribuição da Santa Ceia; 2 - Coletar as ofertas e dízimos; 3 - Ajudar na tesouraria, contando dinheiro, conferindo ofertas e donativos, bem como escriturando talões de dízimos e ofertas; 4 - Auxiliar na limpeza do Templo, na conservação do mesmo e das demais instalações; 5 - Fiscalizar o funcionamento de aparelhos sanitários, de som, e outros; 6 - Cooperar na ordem do Culto, assistindo às pessoas que vêm ao Templo; 7 - Fazer levantamento de locais de instalações de meios de evangelização 8 - Ajudar a fazer cotação de preços de mercadorias ou material para a Igreja local; 9 - Averiguar com o Pastor ou Presbítero, as necessidades do trabalho; 10 - Fiscalizar, no horário do Culto, a segurança do Templo e de veículos estacionados nas imediações, pertencentes ao povo da Congregação; 11 - Visitar e levantar necessidades de membros da Igreja local; 12 - Auxiliar o Pastor no controle do patrimônio da Igreja local; 13 - Atender as convocações do Pastor para o trabalho da Igreja 14 - Dedicar-se a uma vida espiritual digna que lhe ofereça possibilidade de crescer na confiança e conquista de outros cargos na Igreja. O porteiro deve vestir-se elegantemente, pois a primeira impressão que o visitante tem da igreja começa pelo porteiro É importante ter a barba bem feita, cabelos cortados e penteados. Evitando, se possível, perfumes muito fortes; Enquanto a congregação estiver orando, permaneça atento e não feche os olhos. Vigiar enquanto os outros estão orando é um piedoso exercício; Esteja sempre preparado para ajudar as pessoas enfermas, deficientes e idosas, principalmente se houver escadas no templo, e peça ajuda a outro diácono, se necessário; Recepcionista, lembre-se que você pode contribuir para a conversão do visitante. Não é somente o que prega que ganha almas. Você com sua simpatia pode amenizar o sofrimento do pecador visitante. É função do recepcionista, identificar os visitantes crentes ou não crentes para as apresentações. O recepcionista é aquele que recebe as pessoas de uma forma extremamente cordial, logo após o porteiro. II O Diácono Servindo a Santa Ceia Observe, antes de mais nada, se o templo está limpo, e os bancos alinhados. Qualquer modificação no arranjo do mobiliário deve ser feita antes do início da Ceia; Verifique se os elementos — o pão e o suco de uva — foram providenciados, e que a mesa da Santa Ceia esteja devidamente preparada, bem como se os recipientes estão devidamente limpos. Não os deixe faltar. Procure saber com antecedência se, no dia da Ceia, haverá alguma igreja visitante. Em caso positivo: faça uma provisão extra. Antes da celebração da Ceia, busque saber, junto ao seu pastor, se há alguma recomendação especial Se você for o chefe dos diáconos, reúna-se com os seus pares, e transmita-lhes as últimas instruções. Lembre-se: o diaconato é um trabalho de equipe. Requer-se, pois, de cada diácono, entrosamento, disciplina e espírito de cooperação, para que a Ceia seja distribuída de uma forma homogênea; Assegure-se de que toda a igreja esteja devidarnente acomodada; Não permita que as crianças circulem no santuário. Mantenha-as num lugar seguro, arejado e tranqüilo. E que sejam vigiadas por um adulto respdnsável; Esteja certo de que, durante o ato, nenhum estranho se infiltre no templo. Tratando-se de visitantes de outras igrejas e denominações, identifique-os para que eles também usufruam da comunhão. Não é recomendável a permanência de pessoas com trajes indecorosos durante a celebração da Ceia do Senhor. De forma cortês, mas firme, explique-lhes as normas observadas no lugar. Dê toda a assistência ao celebrante a fim de que este, no transcorrer do ato, não venha a sentir-se isolado ou estressado, Esteja sempre atento; ao menor sinal de seu pastor, ou do celebrante, apresente- se; Conscientize-se de sua responsabilidade. Você verá que, com a sua ajuda e prontidão, a Santa Ceia alcançará seu principal objetivo: edificar o povo de Deus e guiando-o às regiões celestiais Quanto à vestimenta, apresente-se com roupa impecavelmente limpa e passada. Feche o paletó para evitar que a gravata toque no pão ou no vinho. Mantenha as unhas sempre cortadas e limpas. A higiene das mãos é um requisito indispensável. Evite desodorantes e fragrâncias fortes, pois o contato mais próximo com outras pessoas, poderá causar reação alérgica; Esteja sempre barbeado, pois além de elegante, transmite uma boa impressão; Estando resfriado, ou gripado, ou tossindo, não sirva a Ceia. Quando estiver distribuindo os elementos da ceia, evite cantar, por razões óbvias; Ao servir o pão, recite-lhe, de forma solene: “Em memória do corpo do Senhor”; Ao servir o vinho, recite-lhe, de forma solene: “Em memória do sangue do Semi hor”; Não deixe esvaziar a bandeja do pão, quando tiver uns quatro pedaços, volte ao púlpito para reabastecer; Seja solícito, havendo algum acidente, como cair o pão ou o vinho, seja o primeiro a tomar as providências. Lembre-se que você é quem serve. Servir a Santa Ceia é uma elevadíssima honra. Busquemos ser um obreiro zeloso em todos os detalhes. III O Diácono Recolhendo as ofertas Ao passar tirando a ofertas e dízimos, diga: “Que Deus o abençoe!’ Certamente o ofertante ficará satisfeito. Encare, o recolhimento de ofertas como um ato de adoração. Este é um ato cultual, não um rito mercantilista; Não constranja ninguém a contribuir. Ao passar por uma pessoa, e verificar que esta não se acha com a oferta na mão, não insista. Desvie discretamente a salva; Evite entrar entre os bancos, para evitar tocar nas pernas dos irmãos, principalmente das irmãs. Afinal, o diácono tem de ser cavalheiro e cortês. É importante que haja entrosamento entre os diáconos para que inicie o recolhimento ao mesmo tempo, evitando que um diácono fique sozinho, por muito tempo, na nave da igreja. De preferência, que todos entrem ao mesmo tempo na tesouraria da igreja Caso houver necessidade da contagem das ofertas, que esta tarefa seja feita por, pelo menos, três ou quatro, a fim de que nenhuma suspeição seja levantada contra os servidores da igreja. É importante que os diáconos que não estiverem tirando as ofertas, fiquem em cada corredor e portas para evitar surpresas desagradáveis Detectado o intruso, este deverá ser abordado por, pelo menos, dois diáconos. Observando o cuidado para evitar o tumulto, atrapalhando o bom andamento do culto; Sempre que possível, os diáconos observadores acompanhe até a tesouraria os demais companheiros que estão com as salvas, e logo retornem para suas atividades; -- No caso de uma abordagem à mão armada, não reaja. Porte-se com prudência e vigilância. De sua atitude sábía, depende a vida de muitos inocentes. Evite entregar o troco ainda na nave da igreja. Espere até o horário para a entrega das salvas na tesouraria, solicite a diferença e posteriormente faça à entrega a pessoa interessada. “Observações finais” Todo o trabalho diaconal, principalmente dentro do templo, requer a necessidade do uso do “crachá” para melhor identificar o diacono Nos dias de grandes eventos, quando o templo fica superlotado, é necessário que todos tenham a atenção redobrada. Todo o diácono não escalado, deve estar pronto para atuar em qualquer setor que houver necessidade. Daí a necessidade de estar sempre em coidições aptas para o trabalho. Manter a postura corporal e pessoal é sinal de disposição para o serviço do Senhor. Sempre é bom evitar rodas de conversas, mesmo que o assunto seja de cunho religioso. Sempre é bom manter a discrição com relação aos demais irmãos, principalmente com o sexo oposto. Sempre é bom saber da programação dos eventos da igreja, para poder informar, quando preciso, as pessoas. Diácono, quer dizer: servo, assistente, servente, responsabilidade, compromisso, amor, gratidão pela salvação, pronto a obedecer, fidelidade, pronto a ouvir as ordens. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. (1 Co 15:58)