Profa. Kelly Tafari Catelam Operações Unitárias Tecnologia em Biocombustíveis IFSP Matão Nomenclatura A = inerte B = soluto S, C = solvente F = alimentação E = extrato R = refinado ou rafinado E, R, S e F = vazões mássicas Adição do solvente C Na extração líquido-líquido o soluto (B) inicialmente dissolvido em um solvente (A), também chamado de portador, se transfere para um solvente (S) denominado solvente de extração. A adição do solvente de extração em quantidade adequada promove a formação de duas fases líquidas. Extração Líquido-Líquido Mistura líquida A +B Após atingir o equilíbrio Mistura Líquida C+B Duas fases coexistem em equilíbrio Mistura líquida A +B 3 Estágio de Equilíbrio Líquido-Líquido Ternário Extração Líquido-Líquido Ternária Neste caso: • Nós criamos duas fases líquidas introduzindo um solvente (C) para uma mistura líquida de um solvente portador (A) e um soluto (B) •O Solvente de (C) e portador (A) têm muito pouca solubilidade um em relação ao outro. Extração Líquido-Líquido Alimentação de Solvente S, C Alimentação de Líquido F, A, B Saída de líquido Rico em Solvente E, A, B, C Saída de Líquido Rico em Portador R, A, B, C Define-se o rafinado como a fase que sai rica em portador. Define-se o extrato como a fase que sai rica em solvente. 4 Extração Líquido-Líquido A técnica de extração por solvente é justificada quando, por qualquer circunstância, a destilação for inadequada. Por exemplo: - Soluto for sensível ao calor - Apresentar concentração muito baixa; - Separação for difícil por razões termodinâmicas; Nestes casos a extração poderá ser apropriada. Na extração, a facilidade da separação não é determinada pela volatilidade relativa, mas sim pelo coeficiente de distribuição. O coeficiente de distribuição é uma razão entre concentrações. K=coeficiente de distribuição= concentração de B em E= C1 concentração de B em R C2 5 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA. • A temperatura faz a região de duas fases se expandir ou contrair e dependendo do sistema, pode inclusive haver mudança do tipo de sistema para outro. • Idealmente, a temperatura de extração deve ser tão alta ou tão baixa que o solvente seja totalmente imiscível com o rafinado e totalmente miscível com o extrato. • Isto pode ser antieconômico, por exemplo, essa temperatura pode ser tão baixa que exija a utilização de materiais especiais ou tão elevada que exija a operação em uma pressão muito alta para manter os componentes líquidos. • Pode se prever o efeito da temperatura em um sistema ternário pelo efeito da mesma em cada sistema binário individualmente. • Em geral, uma redução da temperatura do sistema se traduz por uma diminuição na zona de miscibilidade e um 6 aumento de seletividade do solvente. ESCOLHA DO SOLVENTE. NA escolha do solvente existem vários princípios que podem ser usados como regra: - fatores que caracterizam a separação; - fatores importantes para o funcionamento do equipamento de extração; - fatores econômicos. 7 A) Fatores que caracterizam a separação: Seletividade - se traduz como a facilidade que o solvente tem de dissolver determinado componente em detrimento de outro. ( fração _ massica _ de _ B _ em _ E ) / ( fração _ massica _ de _ A _ em _ E ) ( fração _ massica _ de _ B _ em _ R) / ( fração _ massica _ de _ A _ em _ R) • deve ser sempre maior que 1. Se =1 não podemos efetuar a separação. B) Fatores importantes para o funcionamento do equipamento: DENSIDADE: • A diferença de densidade entre as fases contatadas é essencial e deve ser a maior possível. Viscosidade • Deve-se escolher um solvente de viscosidade baixa a fim de se evitar o arraste de gotículas da fase dispersa e aumentar a capacidade dos extratores. • Quanto < a viscosidade Menores potenciais para bombeamento e agitação, rápida extração, rápida separação e altas taxas de transferência de calor e massa. 10 Fatores Econômicos - O solvente não deve ser caro, tóxico, inflamável, corrosivo e instável quimicamente. - Deve ter baixo ponto de fluidez e alto ponto de fulgor. - Deve ser possível sua recuperação (separação de solvente, do extrato e do rafinado). - O solvente e o soluto não devem formar azeótropos. Analogia entre Extração e Destilação Extração Condensador total Destilação Tambor de refluxo F VN Overhead vapor Estágios da seção de Retificação 1 2 Refluxo Alimentação Estágios da seção de Stripping ! 2 Destilado Estágio de alimentação Refervedor parcial Fundos 12 D N-1 N Boilup N C LN Solvente VC Estágio de Equilíbrio LíquidoSe o solvente e portador tiverem um pouco de solubilidade um no outro, então o rafinado terá uma quantia pequena de solvente e o extrato terá uma Líquido Ternário concentração pequena de portador: Extração Líquido-Líquido Alimentação de solvente S, XC(S),T, P Alimentação de líquido F, XA(F), XB, T, P Saída de Extrato E, XA (E), XB (E), XC (E), T, P Saída de Rafinado R, XA (R), XB (R), XC (R), T, P O rafinado é a fase que sai rica em portador. O extrato é a fase que sai rica em solvente. 13 Se o solvente e soluto não tiverem nenhuma solubilidade um com o outro, então o rafinado não conterá nenhum solvente e o extrato não terá soluto contido Estágio de Equilíbrio Líquido-Líquido Ternárionele. Todo Solvente sai no Extrato Extração Líquido-Líquido Alimentação de Solvente Saída de Extrato S, XC(S),T, P E, XB (E), XC (E), T, P Alimentação de Líquido Saída de Rafinado F, XA(F), XB, T, P R, XA (R), XB (R), T, P Todo soluto sai no Rafinado O rafinado é a fase que sai rica no soluto. O extrato é a fase que sai rica em solvente. 14 Diagramas de Fase Ternários C É conveniente construir diagramas de fase ternários em um Triângulo de Gibbs (mostrado a direita). Note que as variáveis para estes diagramas são apenas a composição, sendo a pressão e temperatura constantes. A 15 B As composições são lidas como segue: Desenhe três linhas no ponto de composição paralelas às linhas de composição. Leia as composições nos três eixos. Nota: Só duas frações molares são necessárias (use a terceira para checar). As composições podem ser frações de moles ou frações de massa. [20% C, 20% B, 60% A] C [94% C, 3% B, 3% A] [33% C, 33% B, 33% A] [30% C, 70% B] [100% A] A B 16 Exemplos Purificação de biodiesel Separação do biodiesel da glicerina Purificação do Biodiesel O biodiesel pode ser definido como sendo um monoalquil éster de ácidos graxos derivado de fontes renováveis, como óleos vegetais e gorduras animais, obtidos através do processo de transesterificação. Além dos ésteres, a corrente de saída do reator de transesterificação contém a glicerina (subproduto da reação), excesso de álcool, água e poucas quantidades do catalisador. De acordo com o grau de solubilidade destes compostos, pode-se ter como efeito que quantidades consideráveis de ésteres (biodiesel) fiquem na fase rica em glicerina e que a fase rica em ésteres contenha uma importante quantidade de impurezas. Devido a este comportamento torna-se necessário entender os equilíbrios de fases líquido-líquido formados com as misturas envolvidas para poder proceder com a purificação do biodiesel. Tais dados não são encontrados na literatura atualmente, assim, inviabilizam o real entendimento da separação de fases bem como a construção de plantas virtuais e a realização de simulações computacionais OBRIGADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!