PROF. MSC. CHRISTIAN LAMEIRA Farmacêutico-Bioquímico AULA IV Tem por objetivo conhecer os constituintes químicos ou avaliar sua presença nas espécies vegetais de interesse farmacêutico. É importante quando não dispomos de estudos químicos sobre a espécie de interesse. Então a análise fitoquímica preliminar pode indicar os grupos de metabólitos secundários relevantes na mesma. Desenvolvido, de modo geral, em etapas principais e complementares: Escolha da planta a ser estudada; Levantamento bibliográfico da mesma; Coleta e identificação botânica; Prospecção preliminar da sua composição química; Isolamento e purificação dos constituintes químicos; Muitos fatores devem ser levados em consideração quanto a espécie a ser estudada, entre elas: Interesse farmacêutico; Origem da planta; Levantamento etnobotâncio e bibliográfico da espécie. Qualquer espécie escolhida deve ser identificada botanicamente. Importante para diferenciar espécies vegetais de mesmo nome comum. Coleta do material botânico. Diversos espécimes devem colhidos. Registrar o local, a hora e a data da coleta. Etapa fundamental dentro do estudo fitoquímico, deste modo algumas precauções são necessárias. Evitar locais poluídos; Coletar material sadio; Coletar material enxuto (sempre que possível); Identificar bem as plantas; Colher sem destruir; Colher sempre em local permitido; Respeitar as espécies protegidas; Não misturar espécies diferentes. Depende do material a ser utilizado (fresco ou desidratado). Material fresco tem a vantagem de evitar a presença de substâncias oriundas do metabolismo de fenecimento do vegetal. O material desidratado, tem a vantagem de maior estabilidade química. A estabilização impede a ação enzimática, evitando a alteração de seus componentes químicos. Pode ser feita com a imersão do material em etanol em ebulição, ou ainda, com a secagem em alta temperatura (acima de 60oC) em curto tempo de exposição. A moagem tem por finalidade reduzir mecanicamente o material vegetal em pequenas frações, preparando-o para a extração. A extração deve ser feita com o solvente mais seletivo possível, que é dependente da polaridade da substância que se deseja extrair. SOLVENTE SUBSTÂNCIA A EXTRAIR Éter de petróleo, hexano Lipídeos, ceras, pigmentos, furanocumarinas Tolueno, diclorometano, clorofórmio Alcalóides, antraquinonas, óleos voláteis, glicosídeos cardioativos Acetato de etila, n-butanol Flavonóides, cumarinas Etanol, metanol Heterosídeos Solução hidroalcoólica, água Saponinas, taninos Água acidificada Alcalóides Água alcalinizada Saponinas Turbo-extração: baseia-se na extração com simultânea redução do tamanho da partícula, através de alta rotação (5000 a 20000 RPM). Maceração: operação realizada em recipiente fechado e em temperatura ambiente, por determinado período. Digestão Maceração Dinâmica Remaceração Percolação: material vegetal moído é colocado em recipiente cônico ou cilíndrico (percolador). Infusão: extração feita pela permanência do material, em certo tempo, em água quente e recipiente fechado. Decocção: extração feita pela contato do material, em certo tempo, em água em ebulição e em recipiente fechado. Extração sob Refluxo: submeter o material vegetal à extração com solvente em ebulição, em equipamento dotado de condensador. Extração em Aparelho de Soxhlet: extração feita com solventes voláteis. O solvente no balão evapora e sobe pelo braço do aparelho, condensando-se no refrigerador e gotejando sobre o cartucho de papel de filtro. O recipiente possui um pequeno braço retorcido (sifão), que retorna ao balão. Ao encher o recipiente até a altura da dobra do sifão, o solvente, contendo parte da substância dissolvida, volta ao balão completamente através do sifão. O solvente evapora novamente, deixando a substância dissolvida no balão. O processo se repete até que todo o material tenha sido extraído. A caracterização do grupo de substâncias presentes no vegetal só é possível após a extração com solvente adequado. A caracterização destas substâncias são conseguidas pela realização de reações químicas que resultem no desenvolvimento de cor e/ou de precipitado. As caracterizações das substâncias devem ser feitas nas frações obtidas por screening fitoquímico. Depende da natureza da mistura a fracionar e das propriedades do extrato obtido. O método mais utilizado é o fracionamento cromatográfico baseados nas propriedades separativas mais adequadas. O tipo de cromatografia mais utilizado é a de adsorção, sendo o adsorvente mais comum a sílicagel. A determinação da estrutura molecular das substâncias é feito pela química orgânica, através de técnicas espectrocópicas, nas regiões do UV visível, infravermelho e na região da radiofrequência (ressonância magnética) e espectroscopia de massa. A substância deve apresentar a maior pureza possível que é avaliada pela determinação do ponto de fusão e de ebulição e do comportamento em CCD.