LEITURA
“Todos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para vislumbrar
o que somos e onde estamos. Lemos para compreender.
Não podemos deixar de ler. Ler, como respirar, é nossa
função essencial.”
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura.
Textos escritos não são nossa
única fonte importante de
informações.
As competências e a leitura de
mundo
“Ler o mundo significa mais do que ser
capaz de ler um texto. É necessário aprender
outras linguagens além da escrita. Gráficos,
estatísticas, desenhos geométricos, pinturas,
desenhos e outras manifestações artísticas,as
formas de expressão formais e coloquiais –
tudo deve ser lido e tem códigos e símbolos
específicos de decifração.”
(Nova escola, edição 154.)
Ronaldo Gorducho.
Humberto Pessoa.
O beijo. Gustav Klimt.
Habilidades de leitura
• Identificação
• Levantamento de
hipóteses
• Análise
• Comparação
• Inferência
• Relação
• Observação
•
•
•
•
•
•
Explicação
Memorização
Interpretação
Justificativa
Conclusão
Etc.
PROCEDIMENTOS DE LEITURA
O LEITOR: UM CAÇADOR DE INDÍCIOS.
1. A fala de Hagar é a primeira
informação de que você dispõe
para dar início ao raciocínio: os
chifres denotam importância.
2. No último quadrinho, quando
Helga é apresentada, podemos
observar o tamanho dos chifres
que ela usa.
3. Ora, se os chifres denotam
importância e os de Helga são
maiores do que os de Hagar,
infiro (concluo) que ela é mais
importante do que ele.
INFERÊNCIA
• INFERIR algo pode ser definido como o
processo de raciocínio segundo o qual se
conclui alguma coisa a partir de outra já
conhecida.
• As informações obtidas na leitura do texto
devem ser confrontadas com o conhecimento
que você tem da realidade. É esse o processo
analítico que permite a elaboração de
conclusões a partir do que se infere do texto.
A CONVERSA ENTRE TEXTOS:
INTERTEXTUALIDADE
•
•
1.
2.
3.
É a relação que se estabelece entre dois textos,
quando um deles faz referência a elementos
existentes no outro.
Esses elementos podem dizer respeito
ao conteúdo: por exemplo, matérias jornalísticas que
se reportam a notícias veiculadas anteriormente;
textos literários ou não-literários que se referem a
temas ou assuntos contidos em outros textos.
à forma: ligada à tipologia textual (como textos que
“imitam” a linguagem bíblica, jurídica, etc.) ou que
procuram imitar o estilo de um autor.
ou mesmo à forma e ao conteúdo.
• A propaganda ao lado foi
veiculada para a
divulgação de um projeto
ambiental.
• A propaganda vale-se da
intertextualidade para
expor a poluição das
praias: faz referência ao
poema “No meio do
caminho”, de Carlos
Drummond de Andrade.
Os subentendidos
Será frequente em sua vida de
leitor encontrar textos em que nem tudo
que importa para a compreensão esteja
nele registrado.
Em outras palavras, há textos em
que o não foi escrito também deve ser
levado em consideração para que ele
possa
ser
verdadeiramente
compreendido.
São
os
pressupostos
e
os
implícitos.
Pressuposto
•
• O que é?
•
Circunstância ou fato considerado como antecedente necessário de outro.
• O exemplo:
• João parou de beber.
Para aceitar o que foi afirmado no exemplo (o fato de João ter deixado de beber), é
preciso que tomemos como certa uma outra informação que, embora não dita na
frase, é necessária para que seu conteúdo seja verdadeiro. Essa informação é o
pressuposto de que partimos no momento de elaborar nosso raciocínio.
E qual seria o pressuposto deste exemplo? Só há uma possibilidade: se João parou
de beber, tenho que partir do pressuposto de que João bebia.
Se João nunca bebeu, a afirmação deixa de ser válida. É por esse motivo que o
pressuposto deve ser considerado como um “antecedente necessário” de algo que é
dito.
Veja outro exemplo:
O primeiro quadrinho nos dá
uma informação aparentemente simples.
Há um pressuposto óbvio para que uma
afirmação como essa seja aceita: o
marido da Irma bebia.
No segundo quadrinho, a
personagem com quem Helga falou
responde: “Sinto muito... Quando é o
enterro?”. Ora, essa não é uma
continuação esperada para a informação
que acabou de ser dada. Helga, porém,
não demonstra qualquer surpresa e
responde à amiga naturalmente.
O pressuposto de que partem
as duas mulheres e que constitui o
humor da tira é que o marido de Irma
não pararia de beber nunca, a não ser
que estivesse morto.
Implícito
•
• O que é?
É algo que está envolvido naquele contexto, mas não é revelado, é apenas sugerido.
• O exemplo:
Observe a fala do primeiro quadrinho. A personagem
Helga faz uma afirmação acerca das mulheres. Do que ela diz,
podemos concluir que não há um grande homem sem que haja uma
grande
mulher
que
o
apoie,
que
o
sustente.
Ao ouvir isso, Hagar estranha a posição em que se
encontra. No segundo quadrinho, é ele que está atrás de Helga,
sua esposa. À pergunta feita “E como eu estou atrás de você?”,
Helga
responde
com
um
enigmático
“adivinha”.
Se aceitamos a afirmação de que atrás de todo grande
homem há sempre uma mulher, e, ao mesmo tempo, notamos que
Hagar é quem anda atrás de Helga, somos levados a explicitar o
subentendido lógico: ele não é um grande homem, por isso não
anda na frente de sua esposa. A fala de Helga funciona como um
reforço para esse implícito. Na verdade, o que ela faz é sugerir
que Hagar faça o mesmo tipo de raciocínio que fizemos para
chegar à conclusão desejada (por ela, é claro): ele não é um
grande homem.
O contexto também é importante para a compreensão
dos implícitos: sabemos que eles são marido e mulher; que, como
um viking, Hagar deseja se impor como a pessoa mais importante
de sua família, etc.
Download

PROCEDIMENTOS DE LEITURA