André Amorim
Os estoques costumam manter uma participação
significativa no total dos investimentos ativos da
maior parte das empresas industriais e comerciais.
Não se deve nunca desprezar a necessidade de
manter volumes adicionais em estoques (estoque de
segurança), como forma de atender a certos
imprevistos, geralmente não controláveis, na curva
da demanda da atividade produtiva.
• Aspectos Básicos dos Estoques
Os materiais, mercadorias ou produtos mantidos fisicamente
disponíveis pela empresa, na expectativa de ingressar no ciclo de
produção, de seguir seu curso produtivo normal, ou de serem
comercializadas.
• Classificação do Estoque:
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Mercadorias e produtos acabados;
Produtos em elaboração;
Matérias-primas e Embalagens;
Materiais de consumo e Almoxarifado.
• Mercadorias de Produtos Acabados:
Refere-se a tosos os itens adquiridos de terceiros (mercadorias) ou
fabricados pela própria empresa (produtos acabados) em condições
de serem, respectivamente, revendidos ou vendidos.
• Produtos em elaboração:
Inclui todas as matérias-primas e demais custos (diretos e indiretos)
relativos ao estágio de produção em que os produtos se encontram
em determinada data.
• Matérias-primas e embalagens:
Consiste de todos os matérias adquiridos pela empresa e disponíveis
para sua incorporação e transformação no processo produtivo e
acondicionamento dos produto acabado visando à remessa ao
cliente.
• Material de consumo e Almoxarifados:
Todos os itens destinados ao consumo industrial, matérias de
consumo de escritório, material de propaganda etc.
Demanda:
 Conforme comentado, a previsão das vendas de produtos (ou
mercadorias) constitui um dos principais fatores de definição do
volume a ser mantido em estoque. A este aspectos deve-se aliar,
ainda, os padrões de sazonalidade das vendas. Por exemplo, o
estoque de produtos terminados de demanda continua é, em
média, superior aquele que apresenta uma demanda cíclica
(produtos de estações, por exemplo, cujos volumes variam
bastante durante o ano).
Natureza:
 Neste caso inclui-se, além da perecibilidade, a obsolescência do
produto. Por exemplo, empresas que trabalham com produtos de
moda (roupas e tecidos etc.) ou que estejam sujeitos a mudança
tecnológicas rápidas (como determinados aparelhos eletrônicos)
procuram manter volumes menores estocados, do que os
daqueles cujos produtos não estão sujeitos a essas influencias
(por exemplo, indústrias que trabalham com temais preciosos).
Economia de escala:
 Para muitas empresas, um alto nível de produtos poderá gerar
importantes reduções (econômicas) nos custos unitários dos
produtos acabados, determinadas, fundamentalmente, por maior
diluição dos custos de despesas fixos nas unidades fabricadas.
Essa forma de barateamento de custos, conhecida como economia
de escala, pode economicamente justificar a manutenção de
maiores estoques de produtos acabados que em vez de serem
produzidos todos os meses, e pequenas quantidades, o são uma,
duas ou três vezes por ano, em lotes maiores.
Investimento Necessário:
 Especial atenção deve ser atribuída aos estoques mais caros de
produtos acabados, não só no que se refere a seus custos de
produção (ou de aquisição) como também às condições mais
onerosas que devem existir para mantê-los armazenados
(instalações adequadas, segurança, espaço físico etc).
Investimentos mais elevados em estoques supõem uma demanda
maior por fonte de financiamento, as quais podem exercer
influências negativas no risco e na rentabilidade da empresa. A
esse fator deve-se associar ainda, a liquidez dos produtos, isto é,
a capacidade que apresentam de serem convertidos em dinheiro
em curto espaço de tempo. Evidentemente, produtos de maior
liquidez (metais preciosos, por exemplo), mesmo que caros,
poderão ser suportados em níveis mais elevados nos estoques.

Importante fator que exerce influência sobre o nível desses
estoques consiste na extensão do ciclo de produção, ou seja, no
tempo despendido em fabricar uma unidade do produto. É natural
que, quanto maior se apresentar esse prazo, mais elevadas serão
as necessidades de investimentos nesse tipo de estoque. Já
aperfeiçoamentos tecnológicos no processo de produção
permitem reduções nos prazos de fabricação e,
consequentemente, no volume desses estoques.
Prazo de entrega:
 Compreende o período de tempo desde a formulação do pedido
até seu efetivo recebimento. Materiais que necessitam de algum
processamento parcial, ou que apresentam algum risco de
interrupção no fluxo de entrega, por exemplo, demandam
estoques maiores que cubram o risco envolvido no prazo de
chegada de novos pedidos. Deve-se acrescentar ainda o
conhecimento e o relacionamento da empresa com o mercado
fornecedor, os quais podem agilizar os pedidos mediante
abreviações no tempo gasto em pesquisas de preços, menor
formalização em ter os pedidos de crédito aprovados etc.
Níveis de reposição:
 Refere-se à intensidade com que determinados materiais são
requisitados no processo de produção. Quanto maior o volume de
produção, esperam-se como contrapartida necessidades mais
elevadas de matérias-primas estocadas. Se a produção se efetuar
de forma continua, os estoques tenderão também a assumir
volumes permanentes, o que faz supor volumes de matériasprimas estocados por mais tempo. Da mesma forma, empresas
que trabalham com produtos de estação (conservas alimentícias,
por exemplo) necessitam estocar maiores quantidades de
matérias-primas para poder atender a sua produção na
entressafra. Na verdade, em todas as situações exemplificadas,
está envolvido o risco da falta de matérias disponíveis para o
atendimento do fluxo de produção considerado.
Natureza física:
 Consiste principalmente no grau de perecibilidade apresentado
pela matéria-prima. Materiais deterioráveis pela ação do tempo,
por exemplo, devem ter seus estoques bem reduzidos. A esse
fator deve-se incluir, ainda, os aspectos de moda e evolução
tecnológica rápida, conforme já comentados.

O volume de investimento nesse tipo de estoque varia de uma
empresa para outra em função, principalmente, de suas
características básicas e peculiaridades operacionais e
administrativas. Por exemplo, empresa que oferecem alimentação
a seu pessoal, ou cujos ativos fixos requerem manutenções mais
constates, costumam manter esses estoques em volumes mais
elevados. Normalmente, no entanto, esses volumes são volumosos
em termos físicos (inúmeras variedades de itens estocados), mas,
em termos de montante investido, representam poucos para a
empresa, não lhe sendo dispensada uma preocupação maior.
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