Instituto Junguiano da Bahia Curso de Pós Graduação Lato-Sensu em Arteterapia Junguiana Disciplina: Expressão Artística Música Profa. Diana Santiago Histórico da Musicoterapia Grécia Foram os gregos os primeiros a aplicar a música como recurso terapêutico de maneira sistemática para curar ou prevenir doenças. Histórico da Musicoterapia • Na Grécia Antiga: Platão: música para saúde da mente e do corpo e para vencer as angústias fóbicas. Aristóteles:descrevia os efeitos benéficos da música nas emoções incontroláveis. (Leinig,1977; Benenzon, 1985; Costa, 1989; Sekeff, 2002) Histórico da Musicoterapia Pitágoras: Construiu a teoria da “música das esferas”, que se caracterizava pela relação do indivíduo com o chamado som cósmico, que possibilitava ao mesmo sintonia com o ritmo da vida e com a harmonia do macrocosmo. (Leinig,1977; Benenzon, 1985; Costa, 1989; Sekeff, 2002;Weber, 2004). Histórico da Musicoterapia Idade Média: hegemonia do cristianismo e da Igreja Católica, como representante do Estado, opondo-se às práticas de saúde anteriores. O tratamento dos doentes passou a ser de responsabilidade das ordens religiosas. A doença mental era encarada como possessão demoníaca, sendo tratada através do exorcismo feito pelos padres. Dessa forma, o uso da música como recurso terapêutico, praticamente desapareceu. ( Leinig, 1977;Costa, 1989) Histórico da Musicoterapia • Com o fim da Idade Média e com início do Renascimento, a cultura da Grécia clássica é ressuscitada em todo o seu vigor, inundando todos os campos do conhecimento. • Neste século, a utilização da música como terapia também ressurge, integrada à medicina da época. • No século XVI, o médico, músico e astrólogo Paracelso entende que os “loucos” eram doentes e que necessitavam de tratamento médico, humano, espiritual e musical. ( Costa, 1989) Histórico da Musicoterapia • No século XVII, a música torna-se quase exclusivamente recomendada para as doenças classificadas hoje como psiquiátricas. • Neste século, os estudiosos começam a entender que a música era capaz de reproduzir emoções, e que os intervalos musicais podiam influenciar de maneira direta o estado da mente. ( Costa, 1989; Ruud, 1990) Histórico da Musicoterapia • Nos séculos XVIII e XIX - livros e tratados sobre doença mental e a utilização da música como recurso terapêutico, com os seguintes enfoques: - música para problemas nervosos como: melancolia e histeria. - músicas estimulantes para os apáticos e músicas sedativas para os agitados. - música como distração que alivia. ( Sekeff, 2002; Costa,1989) Histórico da Musicoterapia • No século XX : II Guerra Mundial, Estados Unidos e GrãBretanha. • Em 1944, inicia-se o primeiro programa de formação em Musicoterapia na Michigan State University (EUA). • Em 1946, o primeiro curso de graduação em Musicoterapia na Universidade de Kansas, (EUA). (Costa, 1989; Benenzon, 1985; GASTON, 1982;Maranto ,1993; Baranow,1999). Histórico da Musicoterapia Brasil: • 1972 – primeiros cursos de graduação em Musicoterapia - Conservatório Brasileiro de Música, Rio de Janeiro - Faculdade de Artes de Curitiba (FAP), Paraná Influências da Música • A música produz aumento/diminuição da energia muscular (Diserens e Fine, 1939). • Músicas familiares com memória positiva, produzem efeito de prazer e relaxamento (MacClelland, 1979). • Tomaino (1998), observou que ao iniciar uma música, imediatamente, temos uma resposta motora emocional (alerta, alegria, tristeza, etc). Influências da Música • A música ajuda na redução do stress pré-operatório. (Toledo, 2002) • A música ajuda na redução da ansiedade e da insônia. (Standley,1986) • A música interfere nas funções neurovegetativas como a respiração: acelerando ou alterando sua regularidade e acelerando batimentos cardíacos. (Spintge, Dron e Pratt, 1992) Influências da Música • A música estimula a organização motora através do ritmo musical. (Spintge, Dron e Pratt, 1992) • Os sons estimulam a liberação de serotonina, um neurotransmissor, envolvido nas sensações de prazer e relaxamento. (Sampaio, 2000) • A música tem uma ligação direta com a nossa memória afetiva. ( Pinho, 2005) • Vibroacústica, aplicação de determinados sons ou vibrações sonoras provocam diminuição significativa da ansiedade, de estados de excitação psíquica, aumento do sono e da circulação sanguínea. (Butler, 1999) Musicoterapia (1) “Musicoterapia é a utilização da música e/ou seus elementos ( som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. Musicoterapia (2) A Musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento.” Federação Mundial de Musicoterapia(1996) Definição de Musicoterapia pela WFMT “ Musicoterapia é a utilização profissional da música e seus elementos, para a intervenção em ambientes médicos, educacionais e cotidiano com indivíduos, grupos, famílias ou comunidades que procuram otimizar a sua qualidade de vida e melhorar suas condições físicas, sociais, comunicativas, emocionais , intelectual, espiritual e de saúde e bem estar. A investigação, a educação, a prática e o ensino clínico em musicoterapia são baseados em padrões profissionais de acordo com contextos culturais, sociais e políticos “ (WFMT, 2011). “Somos, às vezes, desafiados por um som, impulsionados por um ritmo ou atraídos por uma melodia. Somos puxados pela música para fora de nós mesmos e levados a interagir com o outro, pelo prazer que nos causa fazer música ou partilhar esta experiência” (Barcellos, 1992) Bush(1995) nos conta no seu livro um episódio muito interessante do encontro da musicoterapeuta Margaret Tilly chefe da terapia musical da Langley Porter Clinic em San Francisco, com Jung em 1956 : “a medida que Tilly ia tocando ao piano, Jung estava ficando visivelmente emocionado e comovido. Relatou não entender direito o que estava acontecendo com ele naquele momento, mas pedia para que ela tocasse mais e fazia uma pergunta depois da outra, para tentar compreender, o que Tilly estava fazendo. Dizia repetidas vezes, “não me conte , mostre-me! Tilly relatou ao piano vários dos seus casos clínicos e suas intervenções musicais. No final ele disse: “isso abre caminhos inteiramente novos para a pesquisa, caminhos com os quais eu nunca havia sonhado; não por causa do que você me disse, mas devido àquilo que eu senti e experimentei. Eu sinto que, de agora em diante, a música deveria ser uma parte essencial de todas as análises. Isso atinge o profundo trabalho arquetípico com os pacientes. É notável!” (Bush,1995, p.80). Slides elaborados pela Profa. Mariana Caribé