Avelino A. Rodrigues da Silva “...a capacidade de a empresa colaborar com a sociedade, considerando seus valores, normas e expectativas para o alcance de seus objetivos. No entanto, o simples cumprimento das obrigações legais, previamente determinadas pela sociedade, não será considerado como comportamento socialmente responsável, mas como obrigação contratual óbvia, aqui também denominada obrigação social.” Oliveira (1984, p.205) Segundo Schwartz e Carroll (2003; 2007) para atingir o status de paradigma, deve o conceito de RS manter uma relação de integração e complementaridade entre a ética empresarial, cidadania corporativa, gestão de stakeholders e sustentabilidade. Tsoutsoura (2004); Orlitzky, Schmidt, Rynes (2003); e Arantes (2006) levantaram a hipótese de que as empresas socialmente responsáveis teriam resultados superiores aos das demais empresas em função das suas ações sociais. Segundo pesquisa realizada por, estudos empíricos a relação entre a Responsabilidade Social e o desempenho financeiro entre os anos de 1996 e 2000, num total de 422 companhias na California, chegou-se à conclusão que a relação é positiva. Seu estudo diz que se pode ter confiança nessa associação, mas ela faz parte de um ciclo vicioso. As companhias mais bem sucedidas financeiramente gastam mais porque têm recursos para isso, mas a Responsabilidade Social ajuda-lhes também a transformar-se numa empresa sucedida financeiramente. Pesquisou o Investimento em RS e sua relação com o desempenho Econômico das Empresas baseada na valorização das ações de empresas segundo o índice Dow Jones de ustentabilidade (DJSI) em comparação ao índice Dow Jones geral (DJGI), no período de Dezembro de 1993 a Dezembro de 2005. Concluiu que houve uma maior a valorização de ações das empresas que investiram em ações socialmente responsáveis, além de adotarem a sustentabilidade como prática inserida no negócio. Empresas citadas como modelo de Responsabilidade Social no anuário Guia de Boa Cidadania Corporativa da Revista Exame no período de 2001 a 2004. foram retirados do periódico “Balanço Anual da Gazeta Mercantil” os indicadores econômicofinanceiros por setor e ramo de atividade de todas as empresas ali listadas, separando-se os dados das empresas modelo de Responsabilidade Social, para posteriormente fazer-se a comparação entre as empresas consideradas ou não modelo de Responsabilidade Social. Para realização do teste, admitiu-se as seguintes hipóteses: (H0) As médias dos indicadores das empresas modelo de Responsabilidade Social são iguais às médias das empresas não modelo de Responsabilidade Social. (H1) apresenta que as médias das empresas modelo de Responsabilidade Social são diferentes das médias das não modelo de Responsabilidade Social. FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001) 29% dos índices apurados predominou o “aceita a hipótese Ho”, e em 71% dos índices predominou “rejeita a hipótese Ho” FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2002) Os resultados evidenciados em 2002 contrariaram a teoria de que a Responsabilidade Social necessariamente traz melhores resultados e novamente e a atuação socialmente responsável não fez com que as empresas que assim atuam obtivessem melhores resultados frente às demais empresas dos mesmos setores. FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2003) No ano de 2003, em 100% dos índices econômico-financeiros apurados predominou “aceita a hipótese Ho”, mostrando que os resultados das empresas modelo de Responsabilidade Social foram semelhantes aos das empresas não modelo de Responsabilidade Social, contradizendo DE LUCA (2005), FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2004) Supõe-se que, assim como em 2001, a Responsabilidade Social pode ter sido um fator que levou as empresas que destacam por essa atuação a terem resultados econômicofinanceiros superiores aos daquelas que não são modelo de Responsabilidade Social, corroborando Tsoutsoura (2004), Orlitzky, Schmidt, Rynes (2003) e Arantes (2006). FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001 a 2004) Observa-se que em 7 dos 8 indicadores avaliados, foi apresentada a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias das empresas modelo de Responsabilidade Social foram semelhantes as das empresas não modelo de Responsabilidade Segundo o censo do IBGE, em 2000, o Brasil possuía 24,6 milhões de pessoas com deficiência, o que representa 14,5% da população. Deste contingente, 15 milhões tinham entre 15 e 59 anos, idade produtiva, porém apenas 51% estavam trabalhando. Outro dado apontado pelo censo é que 23% das pessoas com deficiência com idade de atuar no mercado de trabalho sobreviviam com uma renda mensal de até um salário mínimo. Se a legislação que prevê cotas em empresas com mais de cem empregados realmente fosse cumprida, considerando o percentual mínimo de 2% de reserva de vagas, haveria apenas 600 mil postos de trabalho. É entender que esse público possui competências, capacidade para trabalhar e colaborar com o crescimento da organização. Falta empowerment de grupos populacionais desfavorecidos e das pessoas com deficiência para ir às ruas, mostrar que existe, se qualificar. A família precisa entender que o indivíduo com deficiência é capaz, tem que ir para a escola e se profissionalizar como qualquer outro indivíduo. Para mim, responsabilidade social é um modelo de gestão. A empresa tem que adotar a responsabilidade social como uma de suas estratégias de administrar. Responsabilidade social é unir o seu negócio à área social. Não é caridade. Envolve acionistas, fornecedores, consumidores, todo o público que está diretamente ou indiretamente ligado com o negócio daquela organização. Melissa Bahia Não tem dedução no Imposto de Renda, mas paga-se uma multa se não contratar autuada pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT), pelo Ministério Público do Trabalho. Depois que a multa é paga o destino do dinheiro não é divulgado ou o cálculo é complicadíssimo. A lei é um incentivo, mas é restrita - traz obrigatoriedade, mas não trabalha a consciência do empresário. Obriga a contratar, mas não se exige nenhum preparo dos outros funcionários. O empregador não é obrigado a comprar equipamentos adaptados. E aí? Como trabalhar? A lei não especifica condições para a pessoa trabalhar. SILVA, Degmar Augusta da. Responsabilidade Social Não É Filantropia. Fonte: http://www.artigonal.com/meio-ambienteartigos/responsabilidade-social-nao-e-filantropia370697.html. Acesso em 20/09/2012. Jornal Correio da Bahia. Entrevista Responsabilidade Social não é Caridade - 15/10/2006 . Fonte: http://www.bengalalegal.com/melissa. Filho e GUIMARÃES. Empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social: um estudo comparativo dos indicadores econômico-financeiros no período de 2001 a 2004. 2005. Acesso em 20/09/2012.