AS CARTAS
AOS
CORÍNTIOS
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
A cidade de Corinto
A fundação da antiga cidade de Corinto perde-se no
tempo, calcula-se que foi em torno a mil anos antes de
Cristo. Era uma cidade famosa por seus vasos pintados e
bronze trabalhado; um importante centro marítimo e
comercial.
Estrada de Corinto
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Em 146 aEC, o cônsul
Lucius Mummius arrasou
completamente a antiga
cidade para suprimir uma
rival comercial do novo
porto de Delos do qual os
romanos dominavam todo
o mar Egeu.
Canal de Corinto
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Um século mais tarde, em 46 aEC, Júlio César, após sua
vitória sobre Pompeu, mandou reconstruir a cidade com o
nome de “Laus Julia Corinthus”. Seus primeiros habitantes
foram romanos, sobretudo soldados das legiões vencidas
em Farsola. A eles, logo se juntaram povos provenientes de
outras vilas da Grécia e de outras partes do império. A
princípio a nova Corinto vivia da exploração das ruínas da
antiga cidade de onde retiravam muitos tesouros. Mas, por
causa de sua excelente posição geográfica, entre dois mares,
a nova cidade prosperou. Também, o porto de Delos, seu
concorrente, entrou em declínio na guerra contra Mitridates
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Corinto estava situada a 8 km do istmo que une o Peloponeso ao
continente. Era formada por duas partes; a cidade alta ou
Acrópole e a cidade baixa. A Acrópole estava situada sobre o
monte chamado Acrocorinto com 573 m de altura. Era habitada
apenas por soldados e por pessoas que trabalhavam nos templos
ali construídos, tais como o da deusa Fortuna, do Sol, de Ísis e
Osíres e, sobretudo, o grande templo de “Afrodite Pândemos”,
ou “Vênus de todo o povo”.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
A cidade baixa era a parte habitada pelos civis. Estava situada entre
dois portos:
O porto de Lecaion ou Laqueu, a oeste, no golfo de Corinto. Recebia
os navios vindos da Itália, Espanha e norte da África.
O porto de Cencre ou Cencréia, a leste, a 10 km ao oriente, no Golfo
Saronico, em direção de Atenas no mar Egeu.
Os dois portos eram unidos pelo Diolkos, uma estrada para navios
com 9 km de extensão. Por ela, através de um engenhoso sistema de
transporte, os navios eram transferidos de um mar a outro. Esse meio
de transporte conferia uma extraordinária vida à cidade. Estava
sempre cheia de marinheiros, capitães e soldados. Os impostos e as
taxas eram uma preciosa fonte de riquezas; o comércio prosperava e
Corinto tornou-se uma cidade rica e célebre. Era a terceira cidade do
Império, depois de Roma e Alexandria.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Por isso, no ano 27 aEC, foi elevada à categoria
de capital da Província Senatorial da Acaia,
suplantando sua rival Atenas. Nela morava o
procônsul romano.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Além dos dois portos, Corinto era dominada pelo templo de Afrodite
Pândemos, situado na Acrocorinto com suas mil sacerdotisas
(hieródulas), ou prostitutas sagradas. Os historiadores não estão de
acordo sobre a natureza das cerimônias realizadas neste templo. Para
uns a prostituição sagrada era uma prática constante. Para outros,
acontecia apenas nas grandes festas da deusa.
Além do culto de Afrodite, Corinto abrigava uma multidão de deuses
e cultos: Ísis e Osíres, Cibele da Frígia, Esculápio – deus da medicina,
Posseidon ou Netuno – deus do mar, cujo templo estava situado no
istmo. Todos os anos eram celebrados os ‘jogos ístmicos’ em honra de
Posseidon. Havia, ainda, o culto do imperador.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Na época de São Paulo, Corinto
contava com aproximadamente 500
mil habitantes dos 2/3 eram escravos.
Outros estudiosos afirmam que eram
em torno a 250 mil pessoas. Temos
dificuldade em saber exatamente,
pelo fato que os escravos não eram
contados.
Corinto
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Cicero chamou Corinto de “Farol de toda a Grécia”. Mas a
cidade não gozava de boa fama. Os antigos escritores, diziam
que nela dominavam a riqueza e a luxúria. Os atenienses
difamavam sua imagem por causa de sua licenciosidade e
corrupção moral. Inclusive formaram-se expressões com seu
nome, como: “menina coríntia” para dizer prostituta; “viver à
moda coríntia” indicava um modo dissoluto de viver.
Ali vivia também uma importante colônia de judeus que
provavelmente habitavam na região do porto de Lecaion. Foi
entre eles que Paulo começou a evangelização de Corinto.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
2. A evangelização de Corinto
Paulo chegou em Corinto pelos anos 50/51, vindo de Atenas (At 17,32) em
sua segunda viagem missionária. Dois acontecimentos nos permitem
datar com certa precisão a permanência de Paulo na cidade:
At 18,2: diz que chegando a Corinto, Paulo foi morar com Áquila e
Priscila, “chegados a pouco tempo da Itália...” depois do decreto do
imperador Cláudio, que expulsou de Roma todos os judeus. Esse edito
de Cláudio foi emanado no 12º ano de seu governo, que corresponde
aos anos 49/50 dC.
b) At 18,12-17: narra o comparecimento de Paulo diante do procônsul da
ACaia, Galião que era irmão de Sêneca. Ora, pode-se determinar com
precisão o governo de Galião em Corinto, entre a primavera de 51 e 52
dC.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Portanto, Paulo esteve em Corinto
do final do ano 50 até a primavera
de 52.
Corinto
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Ao chegar à cidade, Paulo foi morar
com Áquila e Priscila (At 18,2),
negociantes
de
tecidos
que
mantinham comércio em Corinto e
Éfeso. Paulo começou a trabalhar
com eles, fabricando o cilício – um
grosso tecido de pele de cabras.
Não sabemos se Áquila e Priscila já
eram cristãos ou foram convertidos
por Paulo.
Conforme seu costume, Paulo trabalhava toda a semana e aos
sábados pregava na sinagoga. Somente após a chegada de Silas
e Timóteo de Tessalônica, trazendo ajuda financeira, sobretudo
dos filipenses (2Cor 11,9; Fl 4,15-16), é que Paulo dedicou-se
inteiramente à evangelização.
Suas pregações na sinagoga surtiram algum efeito. Alguns
judeus se converteram, entre eles o chefe da sinagoga chamado
Crispo (At 18,8).
Porém, diante da resistência dos judeus, Paulo abandonou a
sinagoga e passou a pregar na casa de um certo Tício Justo
(Titus Justus), talvez um prosélito de origem latina, cuja casa
estava ao lado da sinagoga (At 18,7).
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Logo surgiu uma comunidade cristã, formada em sua
grande maioria por gregos convertidos e alguns judeus,
eram pessoas muito humildes (1Cor 1,26-29; 12,2). Paulo
permaneceu em Corinto 18 meses. E nesse espaço de
tempo evangelizou também a região circunvizinha,
assim que na 2Cor se fala das Igrejas da ACaia. Foi,
também, durante essa sua estadia em Corinto, que Paulo
escreveu as duas cartas aos Tessalonicenses. O que deu
coragem e certeza a Paulo em sua missão foi uma visão
do Senhor(cf. At 18,9-10).
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
O êxito da evangelização de Paulo, moveu os judeus a
acusá-lo no tribunal do procônsul Galião (At 18,12ss).
Talvez a acusação fosse de pregar uma religião ilícita, “um
culto contrário à lei”. Porém, Galião não viu crime nenhum
na ação de Paulo e o deixou livre (At 18,15).
Paulo partiu de Corinto em companhia de Áquila e Priscila
em direção de Éfeso (At 18,18), deixando uma comunidade
numerosa e florescente. Era a primeira grande comunidade
cristã chamada a viver em um contexto grego-romano, e é
fácil imaginar as dificuldades que teve de enfrentar.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Após a partida de Paulo, esteve em Corinto um homem
chamado Apolo, um judeu de Alexandria convertido ao
cristianismo (At 18,24-28). Era um homem brilhante e
eloqüente, versado nas Escrituras. Suas pregações foram
importantes para a Comunidade e muitos passaram a
preferi-lo em vez de Paulo. Mas Apolo não apoiava essa
atitude e por isso não quis voltar mais a Corinto (1Cor 16,12).
Também o apóstolo Pedro visitou a comunidade como
afirma Dionísio de Corinto.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Tudo isso concorreu para o crescimento e fortalecimento dos cristãos de
Corinto. Era uma comunidade viva e repleta de carismas. Mas logo
apareceram os antigos vícios do paganismo. Consciente desse perigo, Paulo,
durante sua permanência em Éfeso, na sua terceira vigem apostólica,
escreveu uma carta aos coríntios (1Cor 5,9-13). Essa carta se perdeu, embora
alguns autores acreditam que uma parte dela estaria em 2Cor 6,14-7,1.
Algum tempo depois, enviou Timóteo à Corinto (1Cor 4,17). Este “vos
recordará as minhas normas de vida em Cristo Jesus”. Não sabemos mais
nada sobre essa viagem.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Ainda em Éfeso, Paulo recebeu
uma delegação da Igreja de
Corinto, composta por Fortunato,
ACaio e Estefanes que traziam
uma carta da própria comunidade
pedindo esclarecimentos sobre
vários assuntos. Ao mesmo
tempo, foi informado pelos da
“casa de Cloé” sobre as desordens
e divisões que haviam na
comunidade.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Baseado nesses dados, Paulo escreveu a segunda carta aos
coríntios, que hoje é, para nós, a Primeira Coríntios. Nela
comenta sobre os problemas da comunidade e responde à
carta recebida. Provavelmente a carta de Paulo foi levada pela
própria delegação que viera de Corinto. Não sabemos como a
carta foi recebida. Porém, os problemas nela abordados não
aparecem na outra carta.
Logo depois, Paulo enviou Tito à Corinto para preparar a
coleta para Jerusalém já planejada em 1Cor 16,1-4. Porém,
com a chegada de novos pregadores, provavelmente
judaizantes, a situação tinha mudado na comunidade cristã. A
autoridade e a pregação de Paulo eram contestadas.
Informado da situação, Paulo resolve ir pessoalmente a
Corinto.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Em alguns textos das duas cartas aos Coríntios, podemos descobrir o
desenrolar dos fatos:
a) Conforme 1Cor 16,5-9, o plano de Paulo era permanecer em Éfeso até
Pentecostes; depois ir à Macedônia e de lá a Corinto onde passaria o
inverno e provavelmente faria a coleta para as Igrejas da Palestina. Com
a nova situação, mudam-se os planos.
b) Conforme 2Cor 1,15-16, Paulo prefere ir diretamente de Éfeso a Corinto;
de lá visitar a Macedônia; retornar a Corinto onde faria a coleta e
partiria para a Palestina.
c) De fato, Paulo esteve em Corinto, onde foi contestado e ofendido
gravemente, provavelmente não pela comunidade, mas pelos
judaizantes. Porém, os cristãos pareciam estar do lado dos novos
pregadores. Paulo ficou muito pouco tempo em Corinto, e em vez de ir
à Macedônia como se propusera (2Cor 1,15-16), retornou imediatamente
a Éfeso.
d) De lá escreveu sua terceira Carta aos Coríntios, conhecida como “Carta
em lágrimas” (2Cor 2,4). Essa carta também está perdida.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
e) Tito retornou a Corinto, talvez levando a “Carta em lágrimas”.
f) Paulo pretendia permanecer em Éfeso, aguardando a volta de Tito.
Porém, a revolta dos ouvires de Éfeso contra Paulo (At 19,23-41),
obrigou-o a partir para a Macedônia.
g) Tito, voltando de Corinto, encontrou Paulo na Macedônia e lhe
trouxe boas notícias. A comunidade estava outra vez do lado de Paulo
(2Cor 7,6-16). Então, de algum lugar da Macedônia, talvez Filipos, Paulo
escreveu sua quarta carta aos coríntios, que é a nossa Segunda
Coríntios.
h) Provavelmente o próprio Tito voltou a Corinto levando a carta e
preparou a chegada de Paulo. Esse chegou na cidade no inverno de
57/58 onde ficou três meses (At 20,6). Ali escreveu a carta aos Romanos.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
3. Primeira Carta aos Coríntios
Essa é a resposta às informações recebidas em Éfeso, trazidas
pelos da “casa de Cloé” (1Cor 1,11) e também uma resposta às
perguntas feitas pela própria comunidade por meio da carta
trazida pela delegação.
Provavelmente os da “casa de Cloé”, informaram Paulo sobre
as desordens e divisões existentes na comunidade. A resposta
de Paulo pode ser identificada nos capítulos 1-6.
A carta trazida pelos representantes da comunidade pedia
também explicações sobre vários argumentos da vida
comunitária: matrimônio e virgindade, permissão de comer as
carnes imoladas aos ídolos, ressurreição, etc. A resposta a estes
pontos está nos capítulos 7-15.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
a) Divisão da Carta:
A maioria dos biblistas considera que Paulo ordenou a Carta
com base às informações e as perguntas que vieram de
Corinto. Na primeira parte (1,10–6,20) corrige os abusos dos
quais foi informado que havia na comunidade; depois (cc. 7–
14) dá a sua resposta a alguns pontos que foram pedidos por
escrito (7,1; cf. 8,1; 12,1) e por último enfrenta o problema da
ressurreição final (c. 15).
Porém, existem alguns biblistas que pensam que Paulo tenha
ordenado a Carta seguindo a retórica grega. Preferimos
seguir a primeira hipótese.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
b) Estrutura:
I. 1,1-9 Saudações e agradecimento
1) 1,10–6,20
Alguns comportamentos negativos
1) 1,10–4,21: a divisão em partidos
a) 1,10-17:
introdução
b) 1,18–3,4:
a verdadeira sabedoria
c) 3,5–4,21:
os pregadores cristãos
2) 5,1–6,20:
Três abusos graves
a) 5,1-13:
b) 6,1-12:
c) 6,12-20:
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
o incestuoso
brigas entre cristãos
a fornicação
II - 7,1–14,40
Orientações e Conselhos
1) 7,1-40 Matrimônio e virgindade
a) 7,1-16:
os esposos cristãos
b) 7,17-24:
cada um permaneça na sua condição
c) 7,25-40:
as virgens, os celibatários e as viúvas
2) 8,1–11,1
a) 8,1-13:
As carnes sacrificadas aos ídolos
liberdade cristã e atenção aos irmãos mais
pobres
b) 9,1-27:
o exemplo de Paulo
c) 10,1-13: os israelitas e a tentação da idolatria
d) 10,14–11,1: orientações práticas
3) 11,2–14,40
As assembléias comunitárias
a) 11,2-16: o véu das mulheres
b) 11,17-34: a Ceia do Senhor
c) 12,1–14,40: os carismas
- 12,1-31: a sua função da Igreja, corpo de Cristo
- 13,1-13: “Hino ao Amor”
- 14,1-40: orientações práticas
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
III – 15,1-58 A Esperança cristã
1) 15,1-34
A ressurreição final
2) 15,35-53 Características do corpo ressuscitado
3) 15,54-58 Hino triunfal
16,1-24
Epílogo e pós-escrito
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
c) Mensagem
Muitos pontos chamam a atenção nesta Carta, que tem
uma finalidade ligada à vida prática. Talvez o mais
importante é que a salvação tem uma dimensão
comunitária. Paulo enfrenta os problemas, em três
dimensões: análise da situação, o confronto com os
dados essenciais da fé e enfim propõe as soluções
possíveis.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Alguns eixos fundamentais para entender a Carta:
a) O Deus, Pai de Jesus Cristo: Deus é o Criador de tudo por
meio da sua sabedoria (1,21). É Ele que dá vida a tudo e ao qual
os que crêem devem orientar a sua vida. Tudo vem dele e nós
devemos viver para Ele (8,6).
b) O Cristo da cruz: É parte fundamental do anúncio Paulino.
Por força desta morte cruenta, Jesus se torna nossa Páscoa (5,7); o
Cordeiro imolado pelos nossos pecados (15,3). Mas seu sentido
só se compreende pela sua ressurreição. Por isso “Jesus é o
Senhor” (12,3). Dele vem a sabedoria (2,10-16).
c) O Espírito Santo: É Ele que guia a comunidade mediante o
dom dos carismas (12,7-11). Deus Pai continua sua obra através
da ação do Espírito para a salvação de toda a humanidade.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
d) A comunidade dos santos: a comunidade cristã é o povo de
Deus, daqueles que são santificados em Cristo Jesus (1,2). A
Igreja é o templo de Deus (3,9), e sua característica é a unidade,
mesmos com funções diversas dos seus membros, mas que não
pode dilacerar o corpo de Cristo (1,13). Nela se entra pelo
batismo (1,13-15; 10,2; 12,13) e este corpo se torna visível na Ceia
do Senhor, onde deve haver solidariedade (11,23-29), porém se
necessário deve excluir aqueles que são causa da sua destruição
(5,11), porém esta é uma função medicinal (5,5).
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
e) A moral paulina: O Apóstolo exige dos membros da Igreja
um elevado comportamento moral e ético, sobretudo na
questão sexual, onde se deve viver o amor recíproco entre
homem e mulher (6,16), este deve ser vivido no âmbito da
família (7,3-6). A consciência determina as linhas práticas do
comportamento baseadas na fé cristã. Não se deve
escandalizar os estrangeiros. E a vida deve ser vivida na
espera escatológica... Portanto, o amor deve guiar as relações
entre os membros da comunidade.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
4. Segunda Carta aos Coríntios
Esta Carta para ser bem entendida deve ser colocada no âmbito das
polêmicas afrontadas por Paulo na comunidade. Porém, pode supor
que os problemas enfrentados na Primeira Carta já tenham sido
superados.
Paulo fala da sua viagem à Macedônia para encontrar Tito (1,13).
Depois inicia um discurso apologético sobre o seu ministério
apostólico, defendendo-se dos “falsos apóstolos”. Paulo se diz
“cheio de consolação” mesmo vivendo no meio das tribulações por
causa do anúncio do Evangelho. Na Carta Paulo fala da sua famosa
coleta em favor dos pobres de Jerusalém.
Alguns autores acreditam que os capítulos 10-13 dessa carta seriam
na realidade a “carta em lágrimas”.
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
a) Estrutura da 2Coríntios:
1,1-11
Saudações e agradecimento
I - 1,12–7,16
Uma crise já superada
1) 1,12–2,13: Os fatos passados: a visita; uma ofensa
recebida; a carta amarga
2) 2,14–7,4:
A auto-defesa de Paulo
a) 2,14-17:
introdução
b) 3,1–4,6:
o ministério da nova aliança
c) 4,7–5,10:
em vista da glória futura
d) 5,11–6,2:
o ministério da reconciliação
e) 6,3–7,4:
o comportamento do Apóstolo
3) 7,5-16: Conclusão dos fatos passados. O encontro com
Tito
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
II - 8,1,–9,15 As coletas para os pobres de Jerusalém
1) 8,1-24:
A comunhão no serviço dos santos
2) 9,1-15:
Por uma eucaristia de todas as Igrejas
III - 10,1–13,10 Segunda defesa do apostolado
1) 10,1-11:
A acusação de fraqueza
2) 10,12-18: A acusação de ambição
3) 11,1–12,18: O elogio do Apóstolo
4) 12,19–13,10: Expectativa de uma próxima visita
13,11-13
Epílogo e saudação final
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Créditos
•
•
•
•
Coordenação geral da Produção: Irmã Bernadete Boff, fsp
Texto: Padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Arte do power point: Irmã Matilde Aparecida Alves, fsp
Irmã Ivonete Kurten,fsp
Bianca Russo
Fotos: Arquivo Paulinas – Proibida a reprodução e cópia de
imagens - Direitos reservados
Texto do padre Antônio Luiz Catelan Ferreira
Download

Carta aos Coríntios