“A iniciação cristã é um desafio que devemos encarar com decisão, coragem e criatividade, visto que em muitas partes a iniciação cristã tem sido pobre a fragmentada. Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristo e convidando-as para seu seguimento ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora”.(DAp.287) É o tempo dos primeiros contatos com a comunidade, onde se faz o primeiro ou um novo anúncio do mistério de Cristo, no diálogo com a pessoa, sua cultura e experiência religiosa. O anúncio querigmático deve manter uma linguagem capaz de provocar no coração dos ouvintes e destinatários aquela compulsão provocada por Pedro, quando se dirigia à assembleia reunida (At 2, 14- 36). Esse anúncio provoca uma pergunta: “Irmãos, e nós, o que devemos fazer?” (At 2, 37). A resposta a essa pergunta provoca uma experiência de fé em Jesus Cristo. Constatamos: grande número de batizados, mas não evangelizados. Grande número de pessoas que ainda não conheceram Jesus Cristo. Necessário que descubramos novos caminhos e novos métodos para a ação evangelizadora. O essencial em qualquer método e ação evangelizadora é a experiência de fé e o testemunho do evangelizador e da comunidade cristã. É uma exigência e uma necessidade que a Palavra do Evangelho se torne Palavra encarnada na vida daqueles que abraçaram a fé em Jesus como o Cristo, e o anunciam missionariamente. “O homem do terceiro milênio não crerá tanto nos mestres quanto nas testemunhas. Caso creia nos mestres será porque eles testemunham...” (Paulo VI) A novidade do querigma há de expressar a novidade de um encontro que transforma e dá sentido à existência dos discípulos missionários. O evangelizador deve encontrar uma linguagem que interpele o ouvinte em seu coração, o entusiasme e o atraia a uma adesão firme e apaixonada a Jesus Cristo. A morte redentora de Cristo e sua ressurreição são componentes fundamentais do anúncio querigmático. O querigma interpela e realiza um diálogo. O Senhor que vem ao encontro e fala e a pessoa que livremente o acolhe, o ouve e o segue! Reafirmando: o querigma é anúncio de Jesus Cristo. Ele só pode ser feito mediante uma profunda e contagiante experiência de Deus. O conteúdo do anúncio não é uma simples explicitação de conceitos, é, antes, uma experiência que toca a liberdade, reorienta as escolhas e dá sentido verdadeiro à vida. O querigma é a porta da catequese, ainda que não possa ser separado dela e da pregação, particularmente aquela feita na homilia. A acolhida do querigma, pelo poder do Espírito Santo, produz a salvação e a mudança nas pessoas e faz delas proclamadoras desse mesmo querigma até aos confins da terra. Nasce assim o discípulo missionário: alguém fascinado pelo amor de Cristo, desejoso de corresponder a este amor e apaixonado por transmiti-lo aos outros, incansável no trabalho de sua promoção e anúncio. Aqueles que são contagiados pela ressurreição de Cristo e dela participam, por meio da fé e do batismo, formam o corpo que tem por cabeça o próprio Senhor Jesus e por alma o Espírito Santo. A Igreja, hoje, precisa contar com homens e mulheres que, como os primeiros discípulos, vivam uma forte experiência que envolva toda a vida e lhe dê sentido. O evangelizador ajuda a introduzir os outros na fé cristã, nos mistérios de Cristo e da Igreja (é um mistagogo). Aderindo a Jesus Cristo o discípulo assume como norma de conduta o exemplo e o caminho do Mestre. Nas diversas circunstâncias da vida, o Evangelho deverá orientar o seu agir. O que acolhe o anúncio torna-se discípulo e, por isso, necessariamente, missionário. Jesus garante que não estaremos sós: o Espírito Santo nos guia, ilumina e acompanha. Anunciar a fé não é tarefa opcional; Olhar a realidade com os olhos de discípulo missionário; Uma formação integral e processual; Formação bíblico-doutrinal; Cultivar uma enraizada paixão por Cristo; Alegria de ser discípulo missionário no anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. A inscrição, introdutores, padrinhos e madrinhas, a família O tempo do pré-catecumenato é caracterizado pela acolhida daqueles que querem viver o processo de preparação para a vida cristã. As pessoas são recebidas pelo (a) catequista, acompanhadas por um introdutor, entram em contato com a comunidade e fazse o primeiro anúncio. A comunidade toda no seu modo de viver e se relacionar deve ser facilitadora desse processo inicial. Deve ter um jeito de casa acolhedora, de família de irmãos que se amam e se ajudam mutuamente, tornandose cativante e atraente. Lembremos as palavras de Bento XVI: A Igreja cresce por atração, como Cristo que trai tudo para si, com a força do seu amor. (DAp 159) Como fazemos inscrições? Além das exigências burocráticas, como acolhemos quem chega? O que já anunciamos aí? Onde se fazem as inscrições? A catequese deve ocupar-se um pouco mais cuidadosamente do tempo da inscrição, para que ela seja também para pais, responsáveis e catequizandos, um momento querigmático e evangelizador. Superando a mentalidade “escolar”, a inscrição também deve ser feita num clima acolhedor, orante, e porque não missionário? Introdutores: trata-se de uma pessoa que tem uma tarefa específica no início do processo da IVC que é acompanhar os interessados em percorrer o caminho da Iniciação. Deve ser alguém que cultiva sua vida de fé, já plenamente iniciado na vida cristã, ativo na comunidade, pessoa de oração (Palavra e Eucaristia), fiel à Igreja, com grande capacidade para ouvir e dialogar. Os introdutores devem ser preparados para essa missão, devem ser bem formados no que se refere à pessoa, mensagem e missão de Jesus Cristo, para que tenham solidez, convicção e entusiasmo para este tempo dedicado á Evangelização. (cf. IVC 127-130) Devem ser pessoas que conheçam o candidato, que testemunhem a sinceridade de quem busca a Iniciação e o acompanhe pelo resto da vida. Deve se superar a escolha apenas por amizade, mas sobretudo considerando o testemunho cristão dos mesmos. os pais cristãos são os primeiros e principais educadores de seus filhos na fé, na esperança e no amor. Para a Igreja, a família exerce um papel essencial na evangelização, na catequese, na vida da comunidade. Na atual situação, os pais passam a integrar o processo de catequese com adultos para aprofundar sua iniciação e sua vida cristã. Aqui cabe um trabalho orgânico com a pastoral familiar, que muito irá colaborar com a evangelização das famílias e estas por sua vez, com o processo da iniciação à vida cristã de seus filhos. É muito importante visitar as famílias, ir ao encontro das pessoas, ao seu ambiente habitual, ser uma igreja em saída, como nos pede o Papa Francisco. (cf. IVC 133-139)