Emprego “científico” ou
emprego para cientistas ?
Situação e perspectivas do
mercado de trabalho para
doutorados em Portugal
Margarida Fontes
INETI
Conferência Emprego Científico em Portugal: Que Futuro ? – 19 Maio 2004
Margarida Fontes - INETI
Políticas formação recursos humanos
 Investimento elevado na formação avançada de
recursos humanos em C&T:
Bolsas dout. CIENCIA e PRAXIS (1990/99): 5050
Bolsas dout. POCTI (2000/01): 1449
Doutoramentos entre 1970-2002: 10.746 (30% estrang.)
dos quais em Ciências e Engenharia: 68%
Doutores C&E população 25-34 (2001): 0.03 (EU15=0.05)
 Expectativa: motor processo desenvolvimento:

Expansão da base científica nacional

Desenvolvimento tecnológico empresarial
2
Margarida Fontes - INETI
Resultados ?
Aumento do “stock” de doutorados com impacto
positivo na capacidade científica nacional mas...
 Crescente dificuldade absorção jovens cientistas
pelas carreiras tradicionais: docente / investigação
 Baixa empregabilidade no sector empresarial
 Precariedade e baixa qualidade do emprego
 Incidência limitada de auto-emprego: sobretudo de
empreendedorismo tecnológico
 Sugere sub-utilização dos recursos formados...
... potencial de frustração e “modelos negativos”
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Situação mercado trabalho: Europa
 Dificuldades comuns à Europa e US
  nº doutorados (anos 90) mas  anos recentes
 Reacção a ausência de emprego adequado ?
 Rigidez do mercado académico:



Diminuição da oferta lugares
Prazos muito longos para obter lugares de “quadro”
Multiplicação post-docs e contratos a prazo
 Mercado não-académico: grau de adequação da
formação às competências requeridas
 Desajustamento entre oferta e procura ?
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Margarida Fontes - INETI
Portugal:
Mercado trabalho para doutorados
Nº doutorados na população residente (2001): 13.272
 Actividades docente e de investigação



Ensino superior
Investigação no sector público ou IPSFL
Investigação em empresas
 Actividades relacionadas com I&D



Actividades de “interface” C&T
Criação empresas base tecnológica (NEBT)
Gestão actividades C&T (público / privado)
 Outras actividades utilizando competências
 Emigração qualificada - c/ expectativa de retorno ?
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Docência e I&D
no sector público
Conferência Emprego Científico em Portugal: Que Futuro ? – 19 Maio 2004
Margarida Fontes - INETI
Actividade docente ensino superior
Evolução do Pessoal docente Ensino Superior Universitário
1996:  5000 doutorados
 Aumento nº doutorados
 … mas estabilização nº
docentes
 Progressão carreira vs.
novos recrutamentos
Ensino Sup. Politécnico
1997: 156 doutorados (11%)
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Actividade I&D no sector público
Recursos humanos I&D doutorados
Ensino Superior
Estado
IPSFL
Total doutorados
% doutorados/total
Total Investigadores
1999
3033
671
648
4352
31,6%
13757
Coincide com docência
2001
3623
772
832
5227
34,8%
15002
tmca
7%
9% 1600
13%
10%
4%
 Ambiguidade sobre tipo de emprego:


Carreira ? docente, investigação, técnica
Vínculo precário ? bolsas e contratos a termo
 Crescimento, mas a que nível ? Ausência de dados...
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Docência e I&D sector público:
perspectivas
 Ensino superior




Estabilização número alunos
Recrutamento E.S. Público – limitado
Novas medidas – “entrada de fora do sistema” ?
Possibilidades E.S. Privado e Politéncnico
 Investigação sector público




Congelamento admissões Lab. Estado mas...
...necessidade rejuvenescimento quadros!
Lab. Associados – financiamento ?
Dignificar o estatuto: contratos vs. bolsas
Meta 2010: I&D = 3% PIB (2/3 empr.) 2001: 0.84 (0.17)
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I&D no sector empresarial
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Actividades de I&D nas empresas
Nº empresas c/ I&D: 556 (1999)
Financiam 32.4% da Despesa I&D (2001)
[EU15=56.1]
Empregam 15.5% Rec. Humanos I&D (2001) [EU15=49.7]
Doutorados: informação escassa e pouco fiável
 IPCTN: Doutorados em empresas (1999): 113



Dados de estudos parcelares sugerem alguma subavaliação
Não inclusão de pequenas empresas de base tecnológica
…mas globalmente valores muito baixos!
 Investigadores empresas (1999): 3328 (ETI: 1994)  3%D.
 Programa Emprego doutores e mestres: 75 casos em 7 anos
(quantos ficaram?)
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Actividades de I&D nas empresas
 Globalmente: baixo emprego doutorados
 Poucas empresas com actividade I&D
 Poucos doutorados por empresa
 Intenções de recrutamento baixas (inquérito)
 Perspectivas
 Especialização: procura tenderá manter-se baixa
 NEBT: ainda pouco significativas
 Políticas públicas (propostas CLA): associar emprego
a investimentos públicos e a contrapartidas de
privatizações; reforço incentivos fiscais à I&D

Novos modelos formação: doutoramento na empresa
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Empresas: como vêm empregados PGs
 Muitas vezes não procuravam um PG à partida - mas
recrutaram devido às competências
 Recrutam ou treinam mais mestres que doutores
 Sobretudo em tarefas técnicas mas tb gestão
 Espera-se que liderem mudanças organizacionais
(especial/ o 1º recrutado)
 Doutorados vistos como “gatekeepers”
 Não introduzem alterações nas políticas de RH
 Consideram que estão bem aproveitados
 Receptivas ao recurso a quadros PGs externos
Projecto Integração PGs em empresas - Inquérito Empresas (1998)
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Empresas: factores resistência
 Necessidade – nesta fase muitas empresas necessitam
sobretudo de licenciados
 Dúvidas relacionadas c/ características indivíduos:


Imagem negativa – excessivamente “académico”
Demasiado especializado e pouco flexivel integração
 Dúvidas relacionadas com a empresa:



Obstáculos financeiros
Capacidade para identificar qualificações necessárias
Capacidade para ocupar efectivamente e/ou coordenar
 Dúvidas sobre uso de quadros externos


Precaridade do vínculo à empresa (efectividade)
Retenção conhecimento / confidencialidade
Projecto Integração PGs - Inquérito Empresas (1998)
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Outras Actividades
Conferência Emprego Científico em Portugal: Que Futuro ? – 19 Maio 2004
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Actividades relacionadas com I&D
 Actividades de “interface”:



Vistas como alternativa (bolseiros inquiridos)
Reforço actividade infraestruturas tecnológicas
Actividades de “gatekeeping” em empresas
 Gestão de C&T


Prioridades; diagnóstico; políticas; monitorização
Dep. Governamentais; Infraestruturas C&T; Empresas?
 Criação de Empresas de Base Tecnológica



Aplicação de conhecimentos ou resultados I&D
Combina conhecimentos tecnológicos e de gestão
Requisito: motivação e capacidade empreendedora
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Margarida Fontes - INETI
Outras actividades: uso competências
 Estudos sobre mercado de trabalho apontam para:

Potencial em carreiras “não científicas” no qual
preparação e conhecimentos podem ser relevantes

Aplicação de capacidades, forma de pensar, métodos
de trabalho, em vez de conhecimento especializado
 Requisitos: formação integrando maior leque de
competências (versatilidade) e mais aberta ao exterior
 Caso português:

Necessidade de criar cultura científica e contexto
mais favorável ao desenvolvimento tecnológico
 Um papel para os doutorados ?
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Margarida Fontes - INETI
Conclusão: saídas profissionais para
doutorados
 Dignificação do estatuto dos jovens cientistas na
investigação pública: criação de emprego (vs. bolsas)
 Emprego de doutorados pelas empresas:
 Associado à valorização da I&D e da inovação …
 Mecanismos: aumentar percepção das vantagens
 Consciencialização dos jovens cientistas em relação às
perspectivas de carreira e actividades a desempenhar
 Abertura p/ outras carreiras que valorizem capacidades:
 Valorizar / incentivar actividades “não científicas”, mas
onde jovens doutorados podem ter papel importante
 Reconfigurar formação: desenvolver competências
adicionais; aumentar exposição ao exterior
 Facilitar mobilidade entre áreas/carreiras
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Margarida Fontes - INETI
Procura-se emprego compatível...
Bióloga
Jovem, dinâmica, criativa, responsável e à-vontade para trabalhar em grupo.
Licenciada pela FCUP (ramo cient./tecnol) e Mestrado pelo ICBAS (tese parasit./crust./mol. – tremátodes digénios). Estágio profissionalizante no IPIMAR.
Experiência laboratorial: MO-MEV-BM. Aceito emprego compatível.
Resposta ao nº ------------ jornal Expresso ----------------------------
15-05-04
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Os Empreendedores - Conferencia 2004