DISLIPIDEMIAS Ms. Roberpaulo Anacleto Considerações • Na doença arterial coronária o principal mecanismo patogênico é a obstrução causada por uma placa aterosclerótica • Aterosclerose é uma doença crônica, difusa com complicações focais em diferentes leitos vasculares Considerações • A hipercolesterolemia é o maior fator de risco documentado para o desenvolvimento da aterogênese • A chave inicial do processo inicial de aterosclerose é a retenção subendotelial de apo lipoproteína B contendo lipoproteína Considerações • A resposta biológica a está retenção é caracterizada por: • Macrófagos cronicamente mal adaptados • Resposta inflamatória mediada – linfócitos T • Está resposta induz a mudanças nas células musculares lisas Base fisiopatológica • Tem base multifatorial tanto genética como ambiental, sendo difícil separar os componentes implicados na sua manifestação Sinais clínicos • Exame físico • Geralmente a primeira manifestação é a de doença aterosclerótica, especialmente DAC • Em alguns casos pode ocorrer • arco corneano em adolescente e adulto jovem • Em idosos é comum e tem pouca importância • xantelasma • xantomas eruptivos, tendinosos, tuberosos e túbero-eruptivos Sinais clínicos • Hipercolesterolemia familiar • Xantomas tuberosos tendíneos • Arco corneal • Xantelasmas • Hipertrigliceridemia • Xantomas eruptivos • Alterações retinianas Avaliação laboratorial • O perfil lipídico é definido pelas determinações bioquímicas • Colesterol total ou CT • Colesterol ligado à HDL ou HDL-colesterol (HDL-C) • Triglicerídeo ou TG • Colesterol ligado à LDL ou LDL-colesterol (LDL-C) • Após jejum de 12 a 14 horas Avaliação laboratorial • A determinação do perfil lipídico deve ser feita em indivíduos com dieta habitual, estado metabólico e peso estáveis por pelo menos duas semanas antes da realização do exame • Deve-se evitar • Ingestão de álcool – 72 horas • Atividade física vigorosa – 24 horas Classificação • A classificação fenotípica ou bioquímica considera os valores do CT, LDL-C, TG e HDL-C • Compreende quatro tipos principais: • Hipercolesterolemia isolada • Hipertrigliceridemia isolada • Hiperlipidemia mista • HDL baixo Classificação • Hipercolesterolemia isolada • Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dL) • Hipertrigliceridemia isolada • Elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL), • Reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL, IDL e quilomícrons Classificação • Hiperlipidemia mista • Valores aumentados de ambos • LDL-C (≥ 160 mg/dL) • TG (≥150 mg/dL) • Nos casos com TG ≥ 400 mg/dL, considerar-se-á hiperlipidemia mista se o CT for maior ou igual a 200 mg/dL Classificação • HDL-C baixo • Redução do HDL-C • Homens <40 mg/dL • Mulheres <50 mg/dL • Isolada ou em associação com aumento de LDL Colesterol ou de TG Dislipidemia secundária • Doenças • Obesidade ( CT , TG HDL ) • Diabetes ( TG, HDL ) • Hipotireoidismo ( CT , TG ) • Síndrome nefrótica ( CT , TG ) • Insuficiência renal crônica ( CT ) • Hepatopatias colestáticas crônicas ( CT ) Material cedido pelo Professor Murilo Bittencourt Dislipidemia secundária MEDICAMENTO CT TG HDL-C Diuréticos tiazídicos Beta bloqueadores (sem at. simpatomimética intrínseca ) – – Anticoncepcionais – Corticosteróides Estradiol (Transdérmico não altera TG ) – Ciclosporínas Inibidores de Protease – Estratificação de risco 1. Presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes 2. Escore de risco 3. Fatores agravantes 4. Metas terapêuticas e reavaliação do risco Doença aterosclerótica • O risco de doença aterosclerótica é estimado com base na análise conjunta de características que aumentam a chance de um indivíduo desenvolver a doença Doença aterosclerótica • O mais claro identificador de risco é a manifestação prévia da própria doença ou de seus equivalentes • Indivíduos assim identificados possuem risco maior do que 20% em 10 anos de apresentar novos eventos cardiovasculares Escore de risco • Pode-se estimar pelo Escore de Risco de Framingham (ERF) • Risco baixo (probabilidade menor que 10% de infarto ou morte por doença coronária no período de 10 anos) Escore de risco • Risco intermediário (probabilidade entre 10% e 20% de infarto ou morte por doença coronária no período de 10 anos), maior atenção deverá ser dada aos fatores agravantes Escore de risco • Risco alto (probabilidade maior do que 20% de infarto ou morte por doença coronária no período de 10 anos) Escore de Framingham • Idade • Gênero • Colesterol total • Colesterol HDL • Tabagismo • Pressão sistólica • Tratamento Fatores agravantes • A estimativa do risco de eventos coronarianos pelo ERF é menos precisa nos indivíduos de risco intermediário, na avaliação do risco cardiovascular de curto prazo e nos jovens e nas mulheres • Os critérios agravantes levam o indivíduo à categoria de risco imediatamente superior Influência • Perda de peso (5Kg) • LDL- C de 5 a 8% • TG 15% • Exercício regular • TG 24% • Não altera o Colesterol e LDL- C • HDL-C 8% Material cedido pelo Professor Murilo Bittencourt Influência • Dieta • Gordura saturada ( LDL- C de 8% a 10%) • Colesterol - 200mg/dia - (LDL- C de 3% a 5%) • Fibras solúveis 5 a 10g/dia (LDL- C de 3% a 5%) • Fitosteróis 2g/dia ( LDL- C 6% a 15%) Material cedido pelo Professor Murilo Bittencourt Medicamentos para Colesterolemia • Na hipercolesterolemia isolada, os medicamentos recomendados são as estatinas, que podem ser administradas em associação à ezetimiba, colestiramina e eventualmente a fibratos ou ácido nicotínico Medicamentos para Colesterolemia • Estatinas ou inibidores da HMG-CoA redutase • Sua inibição reduz o conteúdo intracelular de colesterol e, como consequência, há aumento do número de receptores de LDL nos hepatócitos que então removem mais VLDL, IDL e LDL da circulação para repor o colesterol intracelular Medicamentos para Colesterolemia –6% 20 mg Estatina 10 mg 0 10 20 –6% 30 40 % DE REDUÇÃO DO LDL-C –6% 40 mg 80 mg 50 Titulação em três etapas 60 •ATEROSCLEROSE • Fisiopatologia • e Manfestações Clínicas ATEROSCLEROSE Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, sistêmica e progressiva com múltiplos estágios caracterizada por um endurecimento e estenose da camada íntima com acúmulo de placa contendo partículas de lipoproteínas intra e extracelular e macrófagos. FISIOPATOLOGIA • Os estágios do desenvolvimento da aterosclerose Parede Arterial: estruturae função Adventícia -Vascularização -Inervação Media -Tônus Vascular Íntima Endotélio -Hemostasia vs trombose -Regulação do Tônus vascular -Regulação da permeabilidade vascular Endotélio Endotélio Moléculas de adesão Diferentes estágios do desenvolvimento da placa aterosclerótica Grau I Células espumosas Grau II Grau III Grau IV Grau V Grau VI Linha gordurosaLinha gordurosa Núcleo lipídico Núcleo lipídico Placa extracelular de placa aterosclerótica aterosclerótica complicada envolvido na (Rotura da placa, fibrose trombose, hemorragia) •Acúmulo de lípides Intra- e Extracelular •Formação de núcleo lipídico Assintomático Desenvolvimento da fibrose que circunda o núcleo lipídico •Crescimento da placa •Aterotrombose •Rotura da placa Eventos Clínicos eventuais Da placa para trombose, evento chave: rupturada placa Trombose oclusiva parcial Trombose oclusiva FISIOPATOLOGIA • O papel dos macrófagos Placa Vulnerável O papelchavedos macrófagosna inflamação daparedevascular Inflamação Recrutamento de outras células LDL Oxidada Fator tissular Diminuição da resistência da capa fibrótica Citocinas Macrófagos Céls musculares lisas Fibrinogênio como um fator de risco independente para aterosclerose Liberação dos mediadores inflamatórios por macrófagos Aumento da expressão do fibrinogênio B hepático Aumento da concentração plasmática de fibrinogênio Risco cardiovascular aumentado LDL Oxidada Macrófagos Risco Relativo Fibrinogênio (mg/dL) Fator tissular: O iniciadorda coagulaçãoe da trombogênesein vivo Plaquetas Plaquetas Fator Tissular Trombogênese Agressão Vascular Cél. Endotelial Fator Tissular FISIOPATOLOGIA • O papel das lipoproteínas aterogênicas LDL Oxidada e trombogênese Hipercoagulabilidad e Plaquetas Estimula expressão de Fator Tissular LDL Oxidada Inibição da fibrinólise Aumento da produção de PAI-1 FISIOPATOLOGIA • A influência dos fatores de risco Diabetes e aterosclerose Hiperglicemia CrônicaAcúmulo sangüíneo de proteínas glicadas Aumento da permeabilidade vascular Liberação de citoquinas IL-1, TNFα Aumento do LDL oxidada Leve proliferação de células musculares lisas Vasoconstr ição Ativação da coagulaç Tabagismo e aterosclerose Nicotina Citoquinas Radicais livres oxidativos Citotoxicidade direta Aumento da oxidação do LDL Inflamação Vasospasmo Dislipidemia e aterosclerose Aumento da expressão de moléculas de Aumento do LDL adesão Lp-B; C-III Aumento da captura das lipoproteínas Aumento da penetração do LDL