Acção Personagens Espaço Tempo Narrador A acção é constituída por sequências narrativas (acontecimentos) provocadas ou experimentadas pelas personagens, que se situam num espaço e decorrem num tempo, mais ou menos, extenso. Central: consiste nas sequências narrativas com maior relevância dentro da história e, que por isso, detêm um tratamento privilegiado no universo narrativo. Secundária: a sua importância depende da acção principal, em relação à qual possui menor relevância. A acção é fechada quando se conhece o desenlace da história; e é aberta quando se verifica o contrário. As sequências narrativas, que fazem parte da acção, variam em número e seguem, normalmente, a estrutura: - Situação inicial (introdução); - Peripécias e ponto culminante (desenvolvimento); - Desenlace (conclusão). As acções podem aparecer articuladas de três maneiras diferentes: - encadeamento; - alternância; - encaixe. Encadeamento: as sequências narrativas seguem uma ordem cronológica, em que o final de cada uma é o ponto de partida da seguinte. Seq. Inicial Apresentação Seq. 1 Seq. 2 o Desenvolvimento Seq. (…) Seq. final Conclusão Alternância: uma vez que a escrita é linear, não é possível contar várias histórias em simultâneo. Daí que sejam narradas alternadamente, ou seja, uma história é interrompida para dar lugar a outra(s) de origem diversa, que, por sua vez, fica(m) em suspenso, cedendo o seu lugar e assim sucessivamente. Alternância Hist. 1 Hist. 2 Hist. 3 Hist.4 Encaixe: uma história é introduzida no interior da que estava a ser narrada, a qual é, por isso, interrompida, prosseguindo mais tarde: narrativa encaixada Narrativa principal Este tipo de articulação sequencial pode ter diferentes funções: - Efeito de retardamento do desenlace; - Justaposição temática (por exemplo, o conto exemplar engastado na história primitiva); - Explicação casual: pode explicitar as motivações que presidiram ao comportamento de uma personagem. No Cavaleiro da Dinamarca existem diversos encaixes: História de Vanina e Guidobaldo, narrada pelo mercador de Veneza; História de Giotto e História de Dante e Beatriz, narrado por Filipo, um trovador amigo do Banqueiro de Averardo de Florença; História de Pêro Dias, narrada pelo capitão amigo do Flamengo de Génova. Delimita as seguintes partes da narrativa: Situação inicial (ou introdução); Desenvolvimento; Desenlace (ou conclusão). Delimita agora os diversos momentos (ou sequências) que compõem o desenvolvimento. Explica o modo de organização desses momentos (encadeamento? encaixe? alternância? ). Classifica o conto no que diz respeito à delimitação da acção (é uma narrativa fechada ou aberta?). Justifica. A personagem é uma entidade ficcional, dotada de um retrato físico (características físicas observadas) e psicológico (maneira de ser/pensar), e à qual é, normalmente, atribuído um nome. Personagem principal / protagonista / herói - O seu desempenho é fundamental para o desenvolvimento da acção, na qual possui um papel central. Personagem secundária: desempenha um papel menos importante do que o herói no desenvolvimento dos acontecimentos. Figurante: assume um papel irrelevante na economia da obra, cabendo-lhe a função de ilustrar um espaço - social , uma profissão, uma ideologia. Modelada: trata-se de uma personagem dinâmica, complexa, provida de densidade psicológica, cujo comportamento é passível de se modificar ao longo da acção. Plana: ao contrário da modelada, é estática, sem grande densidade psicológica e o seu comportamento não sofre modificações ao longo da acção, sendo previsível. Personagem - tipo: representa um estatuto social, cultural, económico, profissional, com as qualidades e defeitos que lhe são associados. Física – feita através de traços fisionómicos, vestuário… Psicológica – através de traços psicológicos, de carácter, de comportamento… Social – através do grupo social a que pertence. Caracterização directa – as características da personagem são proferidas directamente: Autocaracterização: é a própria personagem que refere os seus traços característicos; Heterocaracterização: os traços distintivos da personagem são apresentados pelo narrador e/outros personagens. Caracterização indirecta – é o resultado de deduções feitas a partir de atitudes, comportamentos, reacções, actos de fala… da personagem ao longo da acção. Indica as personagens intervenientes, referindo o relevo que têm na acção. O rei era “moço e valente”. Regista todos os outros elementos de caracterização directa do rei. Regista igualmente os elementos de caracterização directa do irmão do rei. A apresentação que é feita desta personagem está de acordo com o(s) acto(s) que executa. Justifica. Lê atentamente o 6º parágrafo. Para a aia, o rei era a representação terrena da divindade. Aponta a frase que, nesse parágrafo, nos transmite esta ideia. Como definirias os conceitos de vida e morte para a aia? Procura estabelecer uma relação entre esses princípios que orientavam a vida da aia, os sentimentos que a ligavam ao pequeno príncipe, e a entrega do próprio filho à morte. Atendendo aos traços característicos da aia, parece-te lógica a sua atitude final ? Expõe, claramente, o teu raciocínio. Com base nos elementos que o conto te fornece sobre a personagem, elabora um pequeno texto de caracterização da protagonista. Neste conto, o conflito entre a personagem é também um conflito de valores intemporais. Que personagens defendem valores conotados com o Bem? E com o Mal? Identifica esses valores, através dos substantivos abstractos que os designam. O espaço não se resume apenas ao lugar onde o(s) evento(s) se realiza(m), possuindo também uma dimensão social e psicológica importante para a interpretação textual. Espaço Físico: consiste no espaço físico (geográfico; interior e exterior) onde os acontecimentos ocorrem. As referências ao espaço físico conferem verosimilhança à história narrada. Espaço Social: consiste no ambiente social vivido pelas personagens e cujos traços ilustram a atmosfera social (características culturais, económicas, políticas,…) em que se movimentam. Espaço Psicológico: corresponde às vivências íntimas, pensamentos, sonhos, estado de espírito, memórias, reflexões… das personagens e que caracterizam o ambiente a elas associado. As sequências narrativas ocorrem durante um tempo que pode ser, mais ou menos extenso e que abarca várias acepções. Cronológico: consiste no tempo durante a qual a acção se desenrola, e em que surgem marcas objectivas da passagem das horas, meses, anos… Histórico: consiste no época ou período da história em que desenrolam as sequências narrativas. Psicológico: trata-se de um tempo subjectivo, directamente relacionado com as emoções, a problemática existencial da personagens, ou seja, a forma como estas sentem a passagem do tempo, vivendo momentos felizes e/ou infelizes. O narrador, à semelhança de qualquer outra personagem, é uma entidade fictícia, que tem a função de contar a história. Participante como personagem (discurso na primeira pessoa). Participante como observador (discurso na primeira/terceira pessoa). Não participante (discurso na terceira pessoa). Objectivo: o narrador é imparcial relativamente ao que conta, não emitindo juízes de valor; Subjectivo: O narrador defende uma posição/opinião face ao que conta, proferindo explícita ou implicitamente, juízos de valor, comentários, orientações ideológicas,…