Personagem
As pessoas envolvidas na narrativa, os seres que realizam ou
sofrem as ações narradas são chamados de personagens.
Na historia de Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, o lobo é
um dos personagens e até fala. Por mais que na realidade
pareça um absurdo, no mundo ficcional isso é perfeitamente
possível. Nas fábulas, isso também acontece. Os
personagens são em geral animais que pensam, sentem e
agem
como
os
seres
humanos.
Além de pessoas e animais, nas narrativas encontramos
fadas, bruxas, deuses, entre outros seres, que participam dos
acontecimentos narrados. Até a morte pode ser personagem.
Nos textos narrativos, temos personagens principais – os
protagonistas, que tem forte atuação durante toda a história –
e
secundários.
Embora possam ser considerados “seres de papel”, por
nascerem da criação ficcional, mitos personagens se
destacam por sua complexidade, apresentando dimensões
psicológicas, social e moral.
Narrador
Na narrativa temos a voz do narrador, que conta a história.
Não se deve confundir essa voz com o autor. O narrador é
uma criação, portanto um ser ficcional, um elemento da ficção.
São infindáveis as possibilidades narrativas. O narrador pode
ser tanto um personagem como um observador somente.
Sendo um personagem protagonista, o narrador conta os
eventos que ele viveu ou presenciou na forma de um “eu”.
Pode também ser um personagem secundário e se posicionar
fora dos fatos narrados. Conta, então, os acontecimentos
como uma testemunha. Já como observador apenas, o
narrador, não participando das ações narradas, conta a
história vista de fora também. Pode se apresentar, nesse caso,
como um deus, que tudo vê, tudo sabe, até o que se passa no
interior dos personagens. Pode também se limitar ao que se
vê, se ouve e se sabe de fora, não penetrando na interioridade
dos personagens. Há ainda narradores que intervêm na
história, tecem comentários, são intrusos.
Enredo
O enredo é construído pela sequência dos
eventos.
Os fatos podem ser narrados na ordem em
que acontece a história, ou seja, numa
sequência cronológica. No entanto, nem
sempre o narrador obedece à ordem de
acontecimento dos fatos. Pode contar a
história em ordem inversa, em idas e
vindas.
Espaço
Todos os eventos narrados se ambientam
num determinado “cenário”. Podem se
passar em uma paisagem exterior (espaço
físico ou social) ou acontecer na
paisagem interior (espaço psicológico).
Nesse
caso,
os
efeitos
dos
acontecimentos são vivenciados no
espaço
interior
do
personagem,
abarcando seus pensamentos e seus
sentimentos.
Tempo
Numa narrativa, o tempo pode se evidenciar, por
exemplo, no andamento (lento ou acelerado) dos
acontecimentos,
na
sequencia
temporal
apresentada ( seguindo ou não ordem
cronológica), na abrangência de um curto ou de
um longo período de tempo, na localização dos
fatos
em
outra
época.
Em algumas narrativas, explora-se o tempo
psicológico:
os
personagens
vivenciam
subjetivamente o tempo dos acontecimentos.
Tempo cronológico é o que contamos no
relógio:
meses/dias/horas/minutos/segundos
Tempo psicológico é aquele que é vivido,
interior, dentro da nossa consciência.
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