Indicadores de Gênero e as Pesquisas Domiciliares II Encontro Nacional de Produtores e Usuários de Informação Sociais, Econômicas e Territoriais Rio de Janeiro, 21 de agosto, 2006 Vera Soares UNIFEM Relações de Gênero Estão presentes no cotidiano – nos espaços público e privado Homens e mulheres interatuam seguindo modelos e expectativas sociais, cumprindo papeis que são assignados Relações de gênero – normas, leis prescrições – relações de poder e autoridade Contribuição de homens e mulheres é diferenciada e valorizada diferentemente para o conhecimento da realidade continuação As políticas e o marco jurídico regulam as relações na sociedade Há reconhecimento da contribuição masculina Assimetrias e desigualdades tendem perpetuar-se e exacerbar-se – quando as desigualdades sociais, marginalidade e exclusão social estão mais enraizadas É preciso conhecer outras dimensões que se entrecruzam – relações raciais As estatísticas e relações de gênero É necessário reconhecer e entender as expressões sociais das relações de gênero, e das relações cruzadas com raça; Não se percebe a real participação e situação real dos homens e das mulheres – imagens de gênero A percepção dos papeis de gênero é influenciada por estereótipos e concepções tradicionais Os registros administrativos, os censos e as pesquisas domiciliares são determinantes Continuação – estatísticas e gênero A produção estatística acaba por invisibilisar as mulheres Não capturam as diferenças, Têm papel importante no reconhecimento, nas mudanças. Dar visibilidade; possibilidade de mensuração. A estatísticas é uma das principais ferramentas para dar visibilidade as desigualdades de gênero – permite dimensionar a magnitude das desigualdades Indicadores de gênero Indicador é um dado que reúne uma grande quantidade de informação Dá uma indicação de mudança no tempo e em relação a uma norma, compra com um referente; tem vínculo com temas, dimensões ou conceito As estatísticas apresentam dados, fatos da realidade Indicadores de gênero – captura mudanças no tempo das relações de gênero – nos aproximam da situação de gênero e de sua interpretação Continuação – indicadores.. Limitações – dizem pouco do porque das relações e pouco também como modificar. Identificam questões chaves Indicadores sensíveis a gênero se referem: A posição que ocupam as mulheres em relação aos homens, também entre as mulheres; O empoderamento das mulheres; O avanço da condição das mulheres nos âmbitos público e privado Continuação - indicadores Indicadores de gênero servem: Sensibilizar os que fazem e planejam as políticas publicas Contribuem para construir mudanças Medir e avaliar o efeito das ações publicas, prevenir efeitos Gerar novas idéias para maior equidade Monitorar e avaliar – controle social Pesquisas de domicílios São freqüentes Tem muitas perguntas, temas e ha módulos específicos Tem problemas de sub-representação A unidade de analise é o domicilio – mas tem limitação Permitem comparações com o tempo Estratégia do UNIFEM e parceiras para incorporar gênero nas estatísticas - convite Promover a desagregação por sexo da informação em diferentes fontes; Elaborar diagnósticos setoriais; Seminários setoriais entre produtores Reprocessamento de dados e usuários Gerar bancos de dados com enfoque de gênero Produzir sistemas de informação Promover a recoleção de dados sobre temas emergentes: uso do tempo, violência, pobreza Criação de novos indicadores Exemplo com PNAD Retrato das desigualdades Trabalho e gênero – formas, tempo e contribuições sócio-econômicas Gráfico 8- Proporção de mulheres de 40 anos ou mais de idade que nunca fizeram exame clínico de mama, segundo raça/cor, 2003 60,0 50,0 40,0 brancas 30,0 negras Brasil 20,0 10,0 0,0 Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste Gráfico 9- Proporção de mulheres com 40 anos de idade ou mias que nunca fez exame clinico de mamas, por escolaridade, raça/cor. Brasil 2003 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 brancas negras Brasil Menos de 1 a 4 anos 5 a 8 anos 1 ano 9 a 11 anos 12 anos ou mais Medias de anos de estudos - pessoas com mais de 15 anos de idade 8,0 porcentagem da população 7,5 7,0 6,5 6,0 brancos 5,5 negros 5,0 homens brancos 4,5 homens negros 4,0 mulheres brancas mulheres negras 3,5 3,0 anos 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 Proporção de domicílios em assentamentos subnormais, segundo cor/raça e sexo do chefe Brasil, 2003 6,4 5,3 4,9 4,5 3,5 3,0 2,6 Branco 2,4 Negro Homem Mulher Homem Branco Mulher Branca Homem Negro Mulher Negra Uso do tempo Gráfico Jornadas Médias para o Mercado de Trabalho e para Reprodução Social segundo Raça/Cor e Região Geográfica - Hom ens Brasil, 2003 Brasil Centro-Oeste Centro-Oeste Sul Sul Negra Brasil Sudeste Sudeste Nordeste Nordeste Norte Norte Brasil Brasil Centro-Oeste Centro-Oeste Sul Branca Branca Negra Gráfico Jornadas Médias para o Mercado de Trabalho e para Reprodução Social segundo Raça/Cor e Região Geográfica - Mulheres Brasil, 2003 Sudeste Sul Sudeste Nordeste Nordeste Norte Norte 0 10 Jornada para o Mercado de Trabalho 20 30 40 50 Jornada para a Reprodução Social Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, microdados, Rio de Janeiro: IBGE. Elaboração Claudio Salvadori Dedecca, Projeto Trabalho e Gênero no Brasil: formas, tempo e contribuição sócio-econômica, Unifem-Pnud. 60 0 10 Jornada para o Mercado de Trabalho 20 30 40 50 Jornada para a Reprodução Social Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, microdados, Rio de Janeiro: IBGE. Elaboração Claudio Salvadori Dedecca, Projeto Trabalho e Gênero no Brasil: formas, tempo e contribuição sócio-econômica, Unifem-Pnud. 60 Uso do tempo Gráfico Jornadas Médias para o Mercado de Trabalho e para Reprodução Social segundo Raça/Cor e Posição na Fam ília - Mulheres Brasil, 2003 Negra Total Filho(a) Cônjuge Chefe Branca Total Filho(a) Cônjuge Chefe 0 10 20 Jornada para o Mercado de Trabalho 30 40 50 60 Jornada para a Reprodução Social Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, microdados, Rio de Janeiro: IBGE. Elaboração Claudio Salvadori Dedecca, Projeto Trabalho e Gênero no Brasil: formas, tempo e contribuição sócio-econômica, Unifem-Pnud. 70 Uso do tempo Gráfico Jornadas Médias para o Mercado de Trabalho e para Reprodução Social segundo Sexo e Posição na Ocupação - Mulheres Brasil, 2003 T otal Sem rendimento Próprio uso ou auto-construção Demais ocupados pelo setor publico Empregados no setor publico Empregador mais de 5 empregados Empregador menos de 5 empregados Empregados em estab mais 5 empregados Empregados em estab ate 5 empregados Outros autônomos cp loja, oficina, etc ou veículo autom Domestica Ocupados Agrícolas 0 Jornada para o Mercado de T rabalho 10 20 30 40 50 60 Jornada para a Reprodução Social Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, microdados, Rio de Janeiro: IBGE. Elaboração Claudio Salvadori Dedecca, Projeto Trabalho e Gênero no Brasil: formas, tempo e contribuição sócio-econômica, Unifem-Pnud. 70 Uso do tempo Gráfico Jornadas Médias para o Mercado de Trabalho e para Reprodução Social segundo Sexo e Região Geográfica Brasil, 2003 Brasil Feminino Centro-Oeste Sul Sudeste Nordeste Norte Brasil Masculino Centro-Oeste Sul Sudeste Nordeste Norte 0,0 10,0 Jornada para o Mercado de Trabalho 20,0 30,0 40,0 50,0 Jornada para a Reprodução Social Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, microdados, Rio de Janeiro: IBGE. Elaboração Claudio Salvadori Dedecca, Projeto Trabalho e Gênero no Brasil: formas, tempo e contribuição sócio-econômica, Unifem-Pnud . 60,0 Enfoque de gênero nas estatísticas Não se trata somente de desagregar por sexo; Não somente o tamanho, estrutura e características socio-demograficas dos domicílios É preciso entender a falta de autonomia nas decisões; ausência controle do corpo; e sua sexualidade; violência domestica – são as condições que potencializam as assimetrias social e de gênero O significado e o exercício da chefia da família – toma de decisões; administração dos gastos; contribuição econômica possibilidades A reprodução humana acontece nas estruturas básicas da sociedade: família e domicílios Família e domicilio têm papel diferente As mulheres em geral ocupam papel de subornidação Ha poucos estudos e estatísticas das relações homem – mulher dentro da família e domicílios – mas é preciso entender as mudanças que ocorrem nas famílias e nos domicílios possibilidades Como a esfera do privado – família e domicílios se relacionam e como estao intimamente ligado ao público – as diferentes formas de arranjos domésticos A heterogeneidade nos domicíliosassimetria nas relações familiares Invisibilidade do trabalho domestico e papel central na reprodução Acesso diferenciado aos recursos Convite para explorarmos as informações estatísticas que temos disponíveis e identificar lacunas para a compreensão da realidade de homens e mulheres, da sua contribuição social, dos efeitos das discriminações cruzadas. A igualdade ainda é uma meta da esperança