MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO Departamento de Competitividade Industrial Arranjos Produtivos Locais II INTERAGRO Paulo Ramalho Coordenação-Geral de APL’s Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Florianópolis-SC, 5 de maio de 2010. Caracterização O Arranjo Produtivo Local (APL) é uma aglomeração de empresas(*) que atuam em torno de uma atividade produtiva principal, e de empresas correlatas e complementares como fornecedores de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, em um mesmo espaço geográfico, com identidade cultural local e vínculo, mesmo que incipiente, de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e outros atores locais, incluindo instituições públicas e privadas. (*) Formais e informais Termo de Referência do GTP APL Ter um nº significativo de empreendimentos no território e de indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante. Compartilhar formas percebidas de cooperação e algum mecanismo de governança. Pode incluir pequenas e médias empresas. Premissas – Reconhecimento de que políticas de fomento aos empreendimentos de micro e pequeno porte são mais efetivas quando direcionadas a grupos de empresas. – Local passa a ser visto como um eixo orientador. – De promoção econômica e social – indução do desenvolvimento local. – Descentralização da produção Relações entre conjuntos de empresas e destes com outros atores. Fluxos de conhecimento, em particular, em sua dimensão tácita. Processos de aprendizado para as capacitações produtivas, organizacionais e de inovação A proximidade geográfica e a identidade histórica, institucional, social e cultural como fontes de diversidade, ademais das capacidades especificas da localidade e de cooperação, criam vantagem competitiva . Novas Formas de Olhar o Espaço Produtivo Além da tradicional visão baseada na organização individual – O APL estabelece uma ponte entre o território e as atividades econômicas, mas não se restringe aos cortes espaciais clássicos. Focaliza um grupo de diferentes agentes e atividades conexas – Empreendimentos e organizações de P&D, educação, treinamento, promoção, financiamento, etc. Cobre o espaço que simboliza o locus real – Onde ocorre o aprendizado, são criadas as capacitações produtivas e fluem os conhecimentos tácitos. Enfatiza a participação de agentes locais e de atores coletivos e a coordenação – Associação empresarial e organização e coordenação das atividades produtivas. Objetivo Estimulo aos processos locais de desenvolvimento, através da promoção da competitividade e da sustentabilidade dos empreendimentos no território do APL. Busca-se assim: – O Desenvolvimento Econômico – A redução das desigualdades sociais e regionais – A inovação tecnológica – O crescimento do nível de emprego e renda – A redução da taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas – O aumento da produtividade e competitividade – Surgimento de lideranças no contexto local/regional. – Os APL’s poderem agir como “lobby”. Política Nacional de APL’s – Brasil O Governo Federal organizou o tema Arranjos Produtivos Locais (APL) por meio das seguintes medidas: Incorporação do tema no âmbito do PPA 2004-2007 e PPA 2008-2011; e Instituição do Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL) 957 Arranjos Produtivos Locais no Brasil (2005) 267 APL’s priorizados pelo GTP APL: Nº de empreendimentos: 295.141 Nº de empregos: 2.820.409 Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais – GTP APL Criação: Portaria Interministerial nº 200, de 02/08/2004, reeditada em 24/10/2005, 31/10/2006 e 28/04/2008. Justificativa: Necessidade de articulação das ações governamentais para que seja dado apoio integrado a APLs. Composição: 33 instituições governamentais e nãogovernamentais. Secretaria Técnica: Lotada na estrutura organizacional do MDIC, na Secretaria do Desenvolvimento da Produção/SDP. Desenvolvimento Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Integração Ministério da Integração Nacional Ciência e Tecnologia Ministério da Ciência e Tecnologia Planejamento Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Trabalho Ministério do Trabalho e Emprego Minas e Energia Ministério de Minas e Energia Educação Ministério da Educação Turismo Ministério do Turismo Fazenda Ministério da Fazenda Agricultura Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Desenvolvimento Agrário Ministério do Desenvolvimento Agrário Ambiente Ministério do Meio Ambiente GTP APL Estratégia de Atuação Integrada: Instalação dos Núcleos Estaduais Compostos por entidades dos diversos segmentos da sociedade capazes de planejar e executar os programas governamentais, da seguinte forma: • Pelo menos um representante do Governo Estadual. • Pelo menos um representante do Sistema S. • Pelo menos um representante de uma instituição financeira. • Pelo menos um representante do setor empresarial. • Pelo menos um representante do Sistema C&T. • Pelo menos um representante dos trabalhadores. Período 2006-2007 27 Núcleos Estaduais Instalados Ampliação do debate sobre o tema Mobilização dos atores institucionais e locais Emergência de abordagens inovadoras e exitosas APLs Prioritários – Santa Catarina 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. APL de Calçados de São João Batista (1 município); APL de Madeira e Móveis do Oeste (8 municípios); APL Metal-Mecânico do Norte (11 municípios); APL Têxtil e de Confecções do Vale do Itajaí (17 municípios); APL de Móveis de São Bento do Sul (3 municípios). APL TIC (Grande Florianópolis, Joinville, Blumenau) APL Fruticultura e Vitinicultura (São Joaquim) APL Malacocultura (Grande Florianópolis) Câmara Catarinense de Apoio aos APL Leite (Oeste Catarinense) Arranjos Produtivos APL Cerâmica Vermelha (Sul do Estado Locais Estratégia de Atuação Integrada - Metodologia: Plano de Desenvolvimento Preliminar – PDP • A função do PDP é expressar, em único documento, o esforço de reflexão e de articulação local, que contemple informações a respeito: • • Dos desafios dos APL’s e suas oportunidades de negócios; • Dos investimentos que precisam ser fortalecidos para que busquem resultados para o desenvolvimento sustentável das localidades. Das ações que estão sendo implementadas ou que precisam ser desenvolvidas com vistas a transformar as oportunidades em investimentos; e Eixos estruturantes (5): Tecnologia e Inovação; Formação e Capacitação; Governança e Cooperação; Capacidade Produtiva; Acesso a Mercado. APLs Catarinense Principais Gargalos Produção: Financiamento e Investimento: • • • • . Baixos investimentos em modernização, Controle da qualidade (normatização). design e capacitação. Inovação tecnológica. • Deficiência de capital de giro. Redução do tempo de manufatura. • Capitalização insuficiente.. Desperdícios produtivos. • • • • Desarticulação da cadeia produtiva. Capacidade de produção. Instalações inadequadas. Custo de produção. • • • • Elos auxiliares no mercado. Promoção comercial. Economias externas. Terceirização e benchmarket. Inovação e Tecnologia: •Assistência técnica insuficiente. •Atendimento do pós venda. •Convênios com universidades. •Certificação, testes laboratoriais de materiais 15 Atuação do GTP APL • • • • • Cruzamento das Ofertas das Instituições com as demandas dos Planos – Construção de instrumentos de apoio; Desenvolvimento de um Sistema de Captação de Informações, dos Núcleos Estaduais e instituições de apoio – Rede de Gestão do Conhecimento; Filtragem de Ações dos Planos de Desenvolvimento – foco da atuação do GTP APL; Integração da abordagem a outras iniciativas do Governo Federal; Identificação da necessidade de implementação de Projetos Estratégicos – estruturação produtiva e solução de gargalos tecnológicos. Atuação do GTP APL • Manter o tema na agenda pública: • • • Incentivo à organização institucional em torno do tema: • • Participação em eventos nacionais e internacionais sobre o tema; Realização de eventos nacionais: Seminários de Inovação; Seminários de Crédito; Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais. Oficinas de Orientação aos Núcleos Estaduais. Facilitação das informações e ações para os Arranjos: • • Divulgação de programas, editais e eventos aos Núcleos Estaduais; Recebimento e consolidação dos Planos de Desenvolvimento: Ações por APL; Ações por Estado; Ações por tipo (Eixos Estruturantes). Estudo de Caso APL Lácteo São Luis de Montes Belos - Goiás Exemplos de Atividades Realizadas: Curso Técnico em Bovinocultura de Leite (pós Ensino Médio) • Duração de um ano e meio. • Objetivo de Formar Técnicos Para Produção Leiteira. Curso de Tecnologia em Laticínios •Duração de 3 anos •Objetivo de Formar Mão de Obra Para a Pequena Indústria de laticínios Construção de um Laticínio Escola •Pró Genética Leite •Laboratório de Biotecnologia Aplicada à Pecuária de Leite •Central de Coleta de Sêmen e Embrião •Objetivo de Distribuição Gratuita de Sêmen para melhoria Genética 18 Arranjos Produtivos Locais Conclusão/Desafios Trabalhar com a ótica de desenvolvimento produtivo local, a partir das especificidades de cada território, exige das instituições dois aprendizados centrais – mudanças: • Atuação a partir do protagonismo local –– não há um modelo único. • Cooperação – trabalhar juntos – cultura-atitude. Arranjos Produtivos Locais: Inovação, Desenvolvimento e Sustentabilidade Novas Formas de Olhar o Espaço Produtivo Risco: Moda – Fazer Mais do Mesmo 19 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria do Desenvolvimento da Produção Departamento de Competitividade Industrial MIGUEL JORGE Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ARMANDO DE MELLO MEZIAT Secretário do Desenvolvimento da Produção MARCOS OTÁVIO BEZERRA PRATES Diretor do Departamento de Competitividade Industrial – MDIC [email protected] Florianópolis - SC, 5 de maio de 2010 20