PRAGAS DO CAFEEIRO
INTRODUÇÃO
• Dentro do conceito de cafeicultura racional o controle às pragas do
cafeeiro ocupa lugar de destaque.
• O cafeeiro é atacado por muitas pragas, que, se não combatidas
devidamente, ocasionam grandes prejuízos e em muitos casos
limitam a produção.
• O cafeeiro hospeda normalmente muitos insetos. Dentre eles
merecem destaque especial, a broca-do-café e o bicho-mineiro
pelos prejuízos que freqüentemente causam à produção.
• A broca destrói os frutos, podendo causar a perda total da
produção em anos favoráveis à praga.
• O bicho-mineiro, provoca o desfolhamento e a redução da área
foliar, podendo causar perdas de mais de 50% na produção,
prejuízos esses já constatados no Estado de Minas Gerais. (REIS;
SOUZA; MELO, 1978)
• O grau da importância das pragas varia com as diferentes regiões
cafeeiras do país;
• O Bicho Mineiro, a Broca e Cochonilhas são problemas
destacados, praticamente em todas as regiões onde se cultiva o
café;
• Ataques de ácaros vermelhos e bichos mineiros têm se
intensificado com a utilização de fungicidas cúpricos, para o
controle da ferrugem do cafeeiro.
• Tem se notado ainda, o aparecimento de outras pragas atacando o
café, como diversas espécies de lagartas, provavelmente
decorrentes do desequilíbrio biológico, causado pela grande
utilização de produtos químicos.
• Sabe-se das muitas possibilidades e vantagens do controle
biológico, mas ainda não se dispõe de informações suficientes para
sua aplicação prática. São dotados, entretanto, nas recomendações
de controle químico, cuidados necessários para a preservação dos
inimigos naturais.
• O controle às pragas deve ser feito quando o seu nível
populacional pode ocasionar dano econômico, encaixando-se
dentro do sistema de “Manejo de Pragas”.
SISTEMA DE MANEJO DE PRAGAS
• Os sistemas de manejo de pragas visam desenvolvimento de uma estratégia
global de ação, que lança mão de um elenco de táticas de controle, tais como :
químicos, biológicos, culturais, e uso de variedades resistentes .
• Recomenda-se observar atentamente as épocas de controle e usar os
defensivos recomendados nas dosagens certas, para evitar problemas de
resíduos dos produtos nos frutos e para não causar desequilíbrios biológicos.
• É importante reconhecer os insetos e ácaros que atacam o cafeeiro e
distinguir as pragas para controlá-las adequadamente.
AS CONDIÇÕES MAIS ASSOCIADAS ÀGRAVIDADE DE
PRAGAS NA CAFEICULTURA BRASILEIRA SÃO :
• Clima seco – baixa umidade,alta insolação e altas temperatura
(bicho mineiro e ácaro ).
• Lavouras adensadas , sombreadas ou em faces sombrias ( broca
do fruto ).
• Lavouras novas ou em espaçamento abertos ( bicho mineiro ).
• Lavouras implantadas em áreas de solos de arenito,
principalmente em área antes com café ( cochonilhas das raízes ).
• Áreas próximas a matas ( cigarras ).
PRAGAS DAS RAÍZES
CIGARRAS DO CAFEEIRO
• Quesada gigas (Olivier, 1790)
• Fidicina pronoe (Walker, 1850)
• Carineta fasciculata (Germar, 1830)
Descrição
• Nos últimos anos, este inseto tem
aumentado a sua importância, e segundo
alguns, seria devido à utilização de áreas
de cerrado.
• Existem diversas variedades de cigarras
dos gêneros Quesada e Fidicina. A
principal diferença entre elas é o tamanho.
• As ninfas do gênero Quesada medem de 20
a 35 mm, o período de revoada, ou de
acasalamento, que ocorre de agosto a
dezembro
• As ninfas do gênero Fidicina medem de 18
a 20 mm, iniciam a cópula nos meses de
novembro e encerram o período em
março.
• São insetos cuja fase imatura de ninfa
móvel é vivida no solo, agindo
despercebidamente nas raízes das plantas.
• Apresentam um aparelho bucal em
formato de estilete, por onde as ninfas
sugam a seiva das raízes, eliminando o
excesso de água.
• A umidade do solo, mesmo em épocas de
clima seco, é um indício da ação das
cigarras. (GALLO et al., 1988)
• Possuem, em geral, coloração escura,
verde oliva a marrom; as asas são
transparentes com algumas manchas
escuras, podem apresentar pilosidade
bastante intensa no abdome.
• Os machos possuem órgãos emissores de
sons que atraem as fêmeas.
• A fêmea coloca os ovos no interior da
casca dos ramos do cafeeiro por
intermédio de seu ovipositor em
disposição linear após a eclosão, surgem
as formas jovens que penetram no solo,
as vezes a grandes profundidades,
fixando-se nas raízes onde sugam a seiva
da planta.
• A duração da fase ninfal é geralmente longa
(um ano).
• Terminado o período ninfal, abandonam as
raízes que sugam e, por orifícios circulares,
saem do solo.
• Posteriormente, se fixam a um suporte, que
pode ser o próprio tronco do cafeeiro, e
iniciam sua fase ninfa imóvel. A duração
dessa fase é de aproximadamente 48 horas,
quando ocorre o rompimento do dorso do
inseto, por onde sai a cigarra adulta.
• Em seguida rompe-se o tegumento na região
dorsal do tórax e emergem os adultos,
deixando a exúvia. A emergência dos adultos
inicia-se em setembro-outubro (Q. Gigas., F.
pronoe,),) e fevereiro ( C. Fasciculata)
(GALLO et al., 1988).
Prejuízos
• De acordo com Rena et al. (1984) as cigarras podem causar prejuízos
totais às lavoras atacadas.
• Para perceber a alta nocividade desses insetos basta considerar que as
plantas sofrem um bombeamento de seiva nas raízes, em virtude de
centenas de ninfas das cigarras.
• As plantas perdem folhas com queda precoce de flores e frutos; as
extremidades dos ramos secam, causando sensível diminuição da
produção, em lavouras novas entre 6 e 10 anos. São registradas, em
ataques intensos, até 400 ninfas por cova, o que pode levar a planta a
morte (GALLO et al., 1988).
• Reis e Souza (1986) afirmam que os sintomas característicos das ninfas Q.
Gigas nas raízes manifestam-se na parte aérea das plantas, pelo
definhamento, clorose nas folhas das extremidades dos ramos, queda
precoce das folhas, resultando em ramos desnudos, com a permanência de
folhas somente nos ápices. No período chuvoso, as lavouras atacadas,
recebendo os tratos culturais normas, exibem um desenvolvimento
vegetativo normal, não apresentando definhamento tão visível, mas no
período seco, os sintomas tornam-se característicos.
• Devido a sucção de seiva,
pelas
ninfas,
a
planta
apresenta: clorose nas folhas
da extremidade dos ramos
(semelhante a deficiências
nutricionais).
Controle
Controle cultural
• Consiste na eliminação do cafezal infestado e plantio de novos cafeeiros
somente após dois a três anos.
• Os cafezais em formação não são atacados pelas cigarras, porque na plantas
ainda novas o sistema radicular não é suficientemente desenvolvido e a parte
aérea não apresenta ainda o formato do arbusto para abrigar e atrair o inseto
adulto. (REIS; SOUZA, 1986)
Controle biológico
• Observou-se em 1980 que ninfas moveis das cigarras no solo apresentavam-se
mortas, mumificadas, com o corpo recoberto por um fungo de coloração
esverdeada, muitas vezes em associação com um líquen ramificado, localizado
em parte generalizadas do corpo, principalmente na cabeça e apêndices,
identificado como Metarhizium anisopliae (Metschnikoff, 1879).
• Após o isolamento do fungo de ninfas parasitadas coletadas no campo, ele foi
multiplicado em laboratório, sendo a suspensão de esporos pulverizada em
ninfas vivas, grandes, da espécie Quesada gigas, criadas em mudas de cafeeiros.
• Trinta dias após a pulverização das ninfas vivas, estas se apresentavam mortas,
totalmente envolvidas pelo micélio e esporos do fungo.
Controle químico
• É recomendada a aplicação de adubo, para que a planta volte a receber
nutrientes.
• A aplicação de produtos químicos para o combate das ninfas deve ser feito
em períodos chuvosos, para que haja uma melhor absorção pelo solo.
• Outro fator que influencia a aplicação é o período de revoada das cigarras.
O controle químico deve coincidir com a época em que as ninfas descem ao
solo para se instalarem nas raízes. (GALLO et al., 1988)
• É o mais eficiente. Deve ser feito através do uso de inseticidas líquidos ou
granulados sistêmicos de solo.
• A época da aplicação é muito importante para o sucesso do controle. Para
as espécies do gênero Quesada as aplicações devem ser feitas a partir de
setembro, estendendo-se até dezembro. Para as espécies menores o
controle deve ser iniciado em dezembro, estendendo-se até março. Iniciar
o controle quando se constatar a presença de aproximadamente 15 a 20
ninfas por cova de café.
• É importante observar que a eficiência desses produtos depende da
umidade do solo. Na ocasião da aplicação o solo deverá estar livre de ervas
daninhas.
COCHONILHA DA RAIZ
Dysmicocus crytus (Hempel, 1918)
(Homopetera-Pseudococcidae)
• A cochonilha-da-raiz do cafeeiro é um
inseto sugador, de coloração rosa, que
tem apresentado maior infestação em
solos arenosos ou areno-argilosos.
• pode estar localizada a uma profundidade
de até 50 cm.
• O
aparecimento
da
praga
está
relacionado altas temperaturas, com
variação de 20ºC a 25ºC.
• A locomoção da cochonilha entre as raízes
pode ocorrer através de formigas ou por
enxurradas.
• A cochonilha da raiz do cafeeiro na fase
adulta mede de 2,5 a 3 mm de
comprimento por 1,5 a 2 mm de largura.
• Excreta um líquido açucarado, que
condiciona o desenvolvimento de um
fungo do gênero Bornetina, formando
assim uma cripta sobre a colônia.
• A sucessão de criptas, também
chamadas pipocas, se apresenta com
aspecto de nodosidade das raízes, e
servem para alojar o inseto.
• Os sintomas de ataques são mais
evidentes no inverno, quando há
problemas de falta d'água e de menor
circulação da seiva.
• Os sintomas da infestação são
amarelamento na parte aérea de
plantas em fase de formação ou o
definhamento de cafeeiros adultos.
• Em plantas jovens, o ataque pode
resultar em morte.
• Isso também pode ocorrer se o inseto
atacar a raiz principal da planta,
provocando, assim, a destruição dos
tecidos.
• A cochonilha também pode se alojar em raízes secundárias ou terciárias
e, além de destruir os tecidos, impede a absorção de nutrientes pela
planta.
• Segundo os dados de Nakano (1972), o inseto pode dar até 5 gerações
anuais. Em um período de 52 dias cada indivíduo pode dar origem a
outros 253.
• Reprodução partenogenética.
Prejuízos
• Uma cova de café com cinco anos de idade, com a raiz principal
completamente atacada, pode perder o equivalente a 6.044 frutos
do café cereja ou 0,84kg de café beneficiado.
• Essas cochonilhas podem destruir raízes secundárias e terciárias e
destruir seus tecidos, impedindo assim a assimilação de nutrientes
pela planta. Atacando raiz principal, podem causar também a
morte da planta pela destruição da raiz. (NAKANO, 1972)
Controle
• Como a cochonilha da raiz inicia seu ataque em “reboleira”, o controle é
feito na área atacada e em plantas ao redor (faixa de segurança).
• Aplica-se inseticida sistêmico granulado em sulco, a 10cm de
profundidade, à distância de 20cm do tronco do cafeeiro, empregando-se
dissulfotom a 5% ou forato a 5% ou aldicarbe a 10%, nas dosagens de 100g,
100g e 50 g/cova, respectivamente.
• Esses produtos devem ser aplicados na época das chuvas, a fim de
propiciar a dispersão do inseticida no solo para atingir as raízes. Não
devem ser aplicados próximo da época da colheita.
• O melhor controle dessa cochonilha é feito através do uso de fosfeto de
alumínio, equivalente em fosfina (Gastoxin, Phostec), colocado ao redor
do tronco das plantas, a 20 cm de profundidade, por meio de um cano de
½ polegada. Como o produto é fumigante, deverá ser aplicado na época
da seca.
• Também poderão ser usados inseticidas sistêmicos líquidos como o
Carbofuran (Furadan 350 SL) - 6 ml do produto comercial por cova,
PRAGAS DOS RAMOS E DAS FOLHAS
COCHONILHAS DA PARTE AÉREA
• São insetos sugadores de seiva que se
instalam na parte aérea das plantas.
Geralmente iniciam seus ataquem em
“reboleiras” e, se não forem controladas,
podem tomar a lavoura.
• As formas jovens ou ninfas das cochonilhas
movimentam-se nas plantas antes de se
fixarem para a alimentação. Devido a esta
movimentação e ao diminuto tamanho que
possuem, são facilmente arrastadas pelo
vento e as águas das chuvas, sendo o vento o
principal veículo de disseminação.
COCHONILHA VERDE
Coccus viridis (Green, 1889)
• A cochonilha verde é um inseto oval, achatado,
tendo 2 a 3 mm de comprimento.
• Encontrado normalmente em ramos e folhas
novas, ao longo da nervura principal.
• Após sua fixação, o inseto perfura as folhas com
seu aparelho bucal e inicia a sucção da seiva.
• O seu período de postura é de 50 dias e cada
fêmea é capaz de colocar 150 ovos, neste período.
• Sua reprodução sexuada ou partenogênica.
• É uma importante praga em viveiro de mudas,
onde, se não controlada, será posteriormente
levada ao campo. Ocorre com maior freqüência
no período chuvoso, nos meses de novembro a
janeiro.
COCHONILHA PARDA
Saissetia coffeae (Walker, 1852)
• Inseto de forma hemisférica, medindo aproximadamente
3,5 mm de comprimento por 2mm de altura e 2mm de
largura.
• Sua coloração é marrom escura.
• Vive nos ramos, folhas e frutos do cafeeiro.
• Apresenta reprodução partenogenética.
• É praga polífaga que ataca inúmeras espécies vegetais.
COCHONILHA BRANCA
Planococcus citri (Risso, 1813)
• A cochonilha branca é um inseto de forma oval, com 3 a 5mm de
comprimento.
• As formas jovens possuem coloração rosada, e as adultas castanhoamraelada.
• Caracteriza-se por apresentar, lateralmente, 17 apêndices de cada lado, de
coloração branca pulverulenta e outros dois apêndices terminais maiores que
os laterais.
• Localizam-se nos ramos mais novos, folhas, botões florais e
preferencialmente frutos, desde os estágios chumbinho à maduro, instalandose na base dos mesmos e nos pedúnculos.
• O ataque na lavoura é facilmente reconhecido face à secreção de uma
substância lanuginosa, de cor branca, que serve para proteger os ovos junto
ao corpo do inseto.
• Sua capacidade de ovoposição é cerca de 400 ovos e seu ciclo evolutivo
completo é de 25 dias em média. Reprodução sexuada.
• A época de maior incidência tem sido a partir de março, com as primeiras
estiagens: o ataque muitas vezes prolonga-se até o início da estação chuvosa.
Prejuízos causados pelas cochonilhas
• Os prejuízos diretos são causados pela sucção contínua da seiva que
acarretam o depauperamento da planta, principalmente em lavouras
novas.
• Em lavouras adultas, as colônias instalam-se nas rosetas, sugando os
frutos em formação, os quais caem, reduzindo drasticamente a
produção, conforme a intensidade da infestação.
• Também causa prejuízos indiretos, em virtude do excesso de secreção
açucarada que cai nas folhas e serve de substrato para o
desenvolvimento da fumagina ou “pó-de-café”, Capnodium sp., fungo
que reveste a folhagem em camada preta, prejudicando a fotossíntese
e a respiração da planta, principalmente em viveiros.
Controle das cochonilhas
Controle biológico
• Reis e Souza (1986) afirmam que as cochonilhas têm muitos inimigos
naturais, o que geralmente mantém a população da praga em
equilíbrio, não sendo necessária outra medida de controle.
• As cochonilhas são predadas pela joaninha Azya luteipes Mulsant,
1850 (Coleóptera-Coccinellidade).
• Tanto os adultos, quanto as larvas são predadores das cochonilhas,
principalmente a verde e a branca.
• As larvas da joaninha são brancas, com cerca de 7mm de
comprimento, revestidas por secreção cerosa de cor branca e
filamentosa.
• Os adultos medem cerca de 4mm de comprimento, possuem dorso
convexo e de coloração preta-azulada; apresentam nos élitros densa
pilosidade cinza com duas manchas circulares pretas.
• As cochonilhas também são parasitadas por microhimenópteros.
• Dos fungos entomopatogêncios destacam-se o Cephalosporium lecanii,
o Verticillium lecanni e o Acrostalagmus albus.
• O uso indiscriminado de fungicidas pode causar um desequilíbrio
biológico e favorecer surtos desses insetos.
Controle químico
• Como as cochonilhas iniciam seus ataques em “reboleiras”, as
pulverizações devem atingir inclusive uma faixa de segurança ao redor.
• O controle pode ser feito eficazmente com inseticidas fosforados; porém a
mistura de óleo emulsionável a 1% com esses inseticidas proporciona um
controle mais eficiente das cochonilhas.
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Produtos e dosagens (REIS; SOUZA; MELO, 1978)
óleos emulsionáveis - 1000 ml/ 100 litros de água
malatiom 50% CE
- 300 ml/100 litros de água
diazinom 60% CE
- 150 ml/100 litros de água
dimetoato 50% CE - 200 ml/100 litros de água
metidatiom 40% CE - 200 ml/100 litros de água
Recomenda-se pulverizar somente as plantas atacadas e as vizinhas destas.
Os mesmos produtos podem ser usados quando o ataque ocorrer em
mudas em viveiros.
Reis e Souza (1986) advertem que não é comum o uso de fungicidas para
controlar a fumagina, pois controlando-se as cochonilhas, a secreção
desaparecerá, eliminando assim, a fumagina.
PRAGAS DAS FOLHAS
LAGARTAS
• As lagartas, que são a fase jovem de borboletas e mariposas, não são
consideradas pragas perigosas para os cafeeiros.
• Somente causam problemas quando ocorre um desequilíbrio biológico,
provocado por fatores climáticos ou pelo uso indiscriminado de
defensivos, que resulta no desaparecimento de seus predadores naturais.
• Existem diversas espécies de lagartas, dentre as quais estão a lagarta
urticante, a lagarta dos cafezais, a lagarta cabeluda, a taturana do
cafeeiro e a graveto, também conhecida como mede palmo.
• A lagarta urticante é a espécie que mais preocupa os produtores. Além
de ser voraz e destruir folhas e brotos, ela aparece sempre em grande
número. As lagartas também têm representado perigo para colhedores,
pois muitas delas tem efeito urticante, provocando queimaduras.
• As principais lagartas que ocorrem são:
Eacles imperialis magnifica (Walker, 1856)
Automeris spp
Lonomia (periga) circunstans (Walker 1855).
Descrição
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Lagartas urticantes, Lonomia circunstans, merecem cuidados, pois
vivem agrupadas e são encontradas em grande número.
São escuras, urticantes e com intensos prolongamentos em todo o corpo.
Durante o dia têm o hábito de ficar agrupadas na base da planta ou no
solo sob esta, não se alimentando.
À noite, as lagartas sobem para as plantas e vão se alimentar.
São vorazes, gregárias e com rápida locomoção.
As lagartas, pelo grande número, destroem as folhas e brotos,
principalmente a partir da parte superior da planta.
Os insetos adultos são mariposas, possuindo as fêmeas cerca de 60mm de
envergadura e os machos 50mm.
As fêmeas, além de serem maiores, possuem coloração cinza e os machos
avermelhada. Ambos possuem uma linha transversal nas asas.
Eacles imperialis magnifica,
lagarta dos cafezais.
• São grandes, medindo cerca de l00mm
de comprimento, de coloração variável
entre o verde, o alaranjado e o
marrom.
• Não são urticantes.
• Os adultos são mariposas grandes, de
coloração amarela e com pontos
escuros nas asas, mais numerosos nos
machos.
Além
das
pontuações,
possuem
também
uma
faixa
transversal nas asas.
• As fêmeas são maiores e possuem até
135mm de envergadura, sendo que os
machos possuem cerca de l00mm.
• Possuem
coloração
parda
e
locomovem-se imitando o movimento
de medir palmos.
• Megalopyge lanata, lagarta cabeluda (também é conhecida como
bicho de fogo, lagarta de fogo ou taturana)
• Mede cerca de 70mm de comprimento por 18 de largura;
• Possui coloração branca e apresenta o corpo segmentado e coberto
com tufos de pelos longos e finos de coloração castanha.
• Os insetos adultos são mariposas com cerca de 60mm de
envergadura, coloração clara, acinzentada e com as asas
manchadas.
• Oxydia sp., vulgarmente conhecida como mede palmo ou graveto,
• As lagartas apresentam cerca de 50mm de comprimento, quando
completamente desenvolvidas;
Prejuízos
• As lagartas alimentam-se de folhas, são vorazes e, se ocorrerem em
grande quantidade;
• Podem ser prejudiciais ao cafeeiro, principalmente aos mais novos e
com menos folhas.
• Além da redução na área foliar e produção, podem ser citados
também como prejuízos a não aceitação por parte dos colhedores de
café das lavouras infestadas por lagartas, devido ao efeito urticante
que a maioria possui, o que causa queimaduras.
• A lagarta rosca ataca durante a noite e pode causar grandes prejuízos
em viveiros ou plantações novas, pois roletam as plantas na região do
colo, e eventualmente no ápice da planta, causando o tombamento e
morte das mudas.
Controle
Controle Biológico
• Normalmente as lagartas não se constituem em pragas, devido ao alto
grau de parasitismo que apresentam.
• Já foram encontradas parasitando lagartas, moscas da família
Tachinidae, Belvosia bicinta Robineau & Desduoidy, 1830,Belvosia
potens (Wideman, 1830) e Pararrhinactia parva Town bem como
microhimenópteros do gênero Apanteles.
• O inseticida microbiano Bacilus thuringiensis (Thuricide HP) na
dosagem de 250-500g/ha tem sido usado com eficiência no controle das
lagartas.
• As lagartas que atacam o cafeeiro são controladas biologicamente por
seus inimigos naturais (parasitos e predadores), os quais são
encontrados nos cafezais, à procura de seus hospedeiros (lagartas).
• Visto que o uso indiscriminado de inseticidas, visando controlar outras
pragas, elimina os inimigos naturais das lagartas (insetos úteis), tendo
como conseqüência, surtos destas e também de outras lagartas que
geralmente não atacam o cafeeiro, podendo causar prejuízos, já que se
alimentam das folhas.
Controle químico
• Deve-se pulverizar somente os talhões infestados
• Se o ataque ocorrer em “reboleira”, pulverizar também uma faixa de
segurança ao redor dela.
• O controle das lagartas pode ser feito através de inseticidas
organofosforados como o Triclorfon (Dipterex 500: 1 l/ha) inseticidas
biológicos como o Bacillus thuringiencis (Dipel PM: 250-500 g/ha) e mais
comumente através de inseticidas piretróides.
• Especificamente para a lagarta rosca, a aplicação do inseticida deverá ser
dirigida para a região do colo da planta, local visado pela praga.
• O controle químico pode ser feito através de inseticidas fosforados aos
quais se adiciona óleo mineral miscível ou emulsionável a 1,0-1,5% (Assist,
Spinner, Sunspray E, Triona, Dytrol, Iharol, Natur’l óleo, Nimbus, etc.).
Esse óleo ajuda a penetração do inseticida e a matar a cochonilha por
asfixia. No caso de cochonilha branca deve-se dar preferência a inseticidas
com efeito fumigante.
BICHO MINEIRO
Perileucoptera coffeella (Guérin & Mèneyille, 1842)
Descrição
• Praga de origem africana , constatada no Brasil a
partir de 1851, quando aqui entrou ,
provavelmente
através de mudas de café ,
provinientes das Antilias e da ilha de Bourbon.
• Atualmente encontra –se em disseminada por
todas regiões cafeeira do país.
• É a praga que mais preocupa os cafeicultores do
Brasil;
• Ao nascer, as pequenas lagartas passam
dos ovos diretamente para o interior
das folhas, ficando alojadas entre a
epiderme superior e inferior.
• Dentro da folha, as larvas se alimentam
formando as galerias, ou minas.
• A ação do bicho mineiro pode provocar
uma desfolha de 70%.
• A
conseqüente
diminuição
da
fotosssíntese ocasiona a queda de
produção.
• A perda de produtividade do cafeeiro
atingido pode ser de até 50%.
• É uma praga monófaga, atacando
somente o cafeeiro.
• Pode-se encontrar, em uma lesão, uma
ou mais lagartas. (a presença de mais de
uma lagarta é devido à coalescência de
lesões).
• Finalizando o período larval, a lagarta
deixa de alimentar-se e sai pela
epiderme superior da folha, abrindo
uma tampa na extremidade da lesão.
• Ao sair, desce por meio de um fio de
seda por ela produzido e vai construir
o casulo nas folhas geralmente na
página inferior.
• Antes de passar para a fase crisálida,
constrói uma teia em forma de X, que
servirá de fixação e proteção ao casulo;
• Finalizando a fase de crisálida, emerge
o adulto.
• A lesão ou mina é caracterizada por
um centro preto, resultado do acúmulo
de suas excreções e com o contorno
castanho-claro.
• A epiderme superior de uma lesão
destaca-se facilmente, sendo comuns
lesões velhas sem epiderme superior,
que se desprendeu naturalmente.
• O Bicho Mineiro na fase adulta é uma mariposa de cerca de 6,5 mm de
envergadura e 2,2 mm de comprimento
• A parte superior das asas anteriores tem coloração branco-prateada, com
mancha circular preta, de halo amarelado em cada ponta.
• As mariposas do bicho-mineiro são microlepidópteros de hábitos
crepuscular-noturnos.
• Para visualizá-las, basta agitar a folhagem do cafeeiro, a fim de que saiam
voando.
• Durante o dia as mariposas escondem-se na folhagem, instalando-se na
página inferior das folhas do cafeeiro, ou de outros vegetais.
• A tarde ou ao anoitecer deixam o abrigo e iniciam a postura, na página
superior das folhas do cafeeiro.
• A ocorrência do bicho mineiro está condicionada a diversos fatores:
climáticos - temperatura e chuva principalmente; condições da lavoura lavouras mais arejadas têm maior probabilidade de serem intensamente
atacadas; presença ou ausência de inimigos naturais como parasitos,
predadores e patógenos.
• Há diferenças quanto à época de ocorrência entre as regiões cafeeiras,
porém, de modo geral, as maiores populações têm sido encontradas nos
períodos mais secos do ano, com início em junho e cume em outubro,
sendo menor antes e após esses meses.
• Há casos em que a população aumenta em março-abril em decorrência
de veranicos no mês de janeiro e/ou fevereiro.
• Após a constatação da ferrugem (Hemileia vastatrix Berk & Br.) no
Brasil em 1970, o bicho mineiro passou a ser considerado a principal
praga da cultura, superando mesmo a broca do café, Hypothenemus
hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera-Scolytidae), e isto foi devido às
condições necessárias para o controle da ferrugem, tais como
espaçamentos maiores para permitir o uso de máquinas e propiciar
arejamento às plantas, que são condições adversas à doença, porém
ideais para o inseto. As práticas culturais, como as pulverizações de
fungicidas, já foram também correlacionadas com o aumento da
população do bicho mineiro (PAULINI et al., 1976).
Prejuízos
• Esta praga até 1970 era considerada problema apenas no período seco do
ano e os cafeicultores conviviam com ela sem grandes problemas.
• A partir de então, a praga passou a ocorrer indiscriminadamente no
período seco e chuvoso, passando a ser, em determinadas regiões, o
principal problema fitossanitário do café.
• Esses prejuízos resultam da redução da capacidade fotossintética pela
destruição das folhas e principalmente pela queda destas folhas.
• Os sintomas são mais visíveis na parte alta da planta, onde se observa um
grande desfolhamento, quando o ataque é intenso.
• Cafeeiros conduzidos em espaçamentos mais largos têm tendência a uma
maior infestação da praga.
• O inseto é prejudicial ao cafeeiro somente na fase larval.
• Quando adulto, causa prejuízos indiretos (nessa fase ocorre a fecundação
da fêmea, de cujos ovos surgirão as lagartas)
• As lagartas possuem aparelho bucal mastigador, enquanto os adultos o
têm sugador-maxilar, dotado de uma espirotromba, que se desenrola por
ocasião da alimentação.
• O bicho-mineiro pode causar prejuízos à produção e a longevidade dos
cafeeiros.
• Para produzir frutificação normal, a planta precisa de sua folhagem
durante o processo da diferenciação das gemas florais por ocasião das
floradas.
• Ocorrendo a floração e conseqüente fecundação haverá produção de
frutos.
• Para o desenvolvimento normal destes, após a fecundação, é preciso que a
planta possua enfolhamento suficiente, pois os frutos necessitam dos
nutrientes que são sintetizados nas folhas pela fotossíntese.
• Se o enfolhamento é insuficiente, haverá pouca disponibilidade de
nutrientes e os frutos não se desenvolverão satisfatoriamente, em prejuízo
da produção.
• O ataque do bicho-mineiro aumenta normalmente a partir de julhoagosto, quando via de regra as condições climáticas lhe são mais
favoráveis, atingindo o máximo em outubro;
• Pode ocorrer um drástico desfolhamento das plantas, que ficam sem
folhagem ou com folhagem rala e mais ou menos dilacerada por ocasião
das floradas.
• Devido à desfolha causada pela praga,
os ramos, antes protegidos, ficam
também desnudos, e por esse motivo
secam facilmente ante a incidência
direta dos raios solares, com perda dos
frutos.
• Os ramos secos não terão função na
planta, que por isso se enfraquece.
• Com o surgimento da nova folhagem,
a lavoura terá péssimo aspecto devido
à associação de ramos secos com a
folhagem nova.
• Tem-se observado maiores prejuízos
quando o ataque se dá no período de
maior intensidade pluvial.
• Os prejuízos causados pelo Bicho
Mineiro variam principalmente pela
intensidade, duração do ataque e
época de ocorrência.
• A planta, sofrendo desfolhas drásticas
anualmente, enfraquece (a exigência
para a reposição das folhas perdidas,
leva à exaustão.
Controle
• Um dos fatores que beneficiam o aparecimento da praga são as lavouras
arejadas.
• Em princípio o controle da praga deve ser feito de maneira preventiva
pisando a forma larval, antes que a população atinja seu ponto máximo.
• Com o controle, reduz-se a quantidade de insetos; haverá
conseqüentemente uma menor porcentagem de folhas minadas e,
portanto, pode-se esperar um enfolhamento melhor no período das
floradas.
• Normalmente, devem ser feitas duas pulverizações no cafezal, com
intervalo de 30 dias, a primeira das quais em julho.
• A quantidade de água a ser utilizada por hectare depende do
equipamento utilizado. Recomenda-se que em lavouras que tenham mais
de 2,5 anos de idade se use o pulverizador costal motorizado, ou acoplado
ao trator, ou o de tração animal.
• Em viveiros, o controle do bicho-mineiro pode ser feito com os mesmos
produtos na proporção de 200 a 250 ml por 100 litros de água, em
pulverização sobre as mudas.
Controle cultural
• A eliminação de ervas daninhas dos cafezais contribui para a diminuição
da praga;
• É recomendada capina racional dos mesmos.
• Evitar utilização de cobertura morta e culturas intercalares.
Controle biológico
• Após a constatação cada vez maior da praga, muitos trabalhos de
controle foram realizados, principalmente com produtos químicos.
• Entretanto, durante a realização desses trabalhos, observações paralelas
demonstraram que havia um controle biológico natural através de
parasitos, predadores e patógenos.
Predadores
• Entre os agentes que promovem o controle biológico, os predadores,
podem ser considerados os mais eficientes, pois necessitam predar mais
de um indivíduo para sua sobrevivência e tornam-se assim grandes
inimigos naturais.
• Para o bicho mineiro já foram identificados diversos predadores, todos
da ordem Hymenoptera e da família Vespidae.
• A eficiência dos predadores no controle ao bicho mineiro pode ser feita
observando-se folhas minadas que, após haver a predação, têm a
epiderme superior e/ou inferior, correspondente à área da lesão,
totalmente dilacerada. Estas dilacerações são realizadas pela vespa para
retirar a lagarta que lhe serve de alimento.
• O controle biológico pelas vespas predadoras pode ser considerado
eficiente, desde que não seja observada nas lavouras uma porcentagem
superior a 30% de folhas minadas intactas, ou seja, que não apresentem
rasgaduras produzidas pelas vespas, nos meses de junho a julho.
• Esta porcentagem deve ser obtida em folhas do terço médio e superior
das plantas, visto que a distribuição do bicho mineiro nas plantas de café
é de cima para baixo na 3ª, 4ª ou 5ª folhas do ramo.
• Quando ocorrerem mais de 30% de folhas minadas intactas, deve-se
recorrer ao controle químico pois, neste caso, o predatismo, ou seja, o
controle biológico, não está sendo isoladamente suficiente.
• Vê-se que por si só o controle biológico nem sempre é suficiente e, caso
o nível de 30% mencionado seja atingido, deve-se lançar mão de
outros meios de controle, pois se as condições nos meses de agosto,
setembro e outubro forem favoráveis ao bicho mineiro, os prejuízos
podem chegar aos níveis já mencionados anteriormente, ou seja,
acima de 50% de decréscimo na produção.
• As vespas predadoras do bicho mineiro predam também larvas de
outros insetos, e a época de ocorrência depende de abundância de
presas, sendo este um dos motivos pelos quais não se recomenda o uso
indiscriminado de defensivos, principalmente na época de maior
atividade dos insetos, que é o verão.
Controle químico
• Medidas de controle químico somente devem ser tomadas após ser
observada nas lavouras uma porcentagem de ataque do bicho mineiro
superior a 30% de folhas.
• Não deve ser feita aplicação indiscriminada de inseticidas, pois poderá
ocorrer desequilíbrio devido à eliminação dos inimigos naturais,
causando explosões populacionais da praga ou surtos indesejáveis de
lagartas que normalmente são controladas biologicamente por parasitos
encontrados em abundância nas lavouras.
• Quando se usa constantemente inseticidas em pulverização,
principalmente piretróides, os parasitos são eliminados, mas os
piretróides podem causar desequilíbrio em favor do ácaro vermelho. O
controle químico deve ser feito somente nos talhões ou parte dos talhões
mais infestados, a fim de auxiliar na preservação dos inimigos naturais.
• Normalmente bastam duas pulverizações no período junho-agosto, mas
em algumas regiões há também necessidade do controle em abril. Para o
controle do pico de abril pode ser usado um inseticida granulado, se
houver umidade no solo, aplicado em fevereiro ou março.
O controle químico pode ser realizado através de dois sistemas
básicos: pulverização foliar e aplicação via solo.
a) Pulverização foliar
• Uso de produtos inseticidas organo-fosforados, carbamatos,,
piretróides.
Inseticidas organofosforados:
• Ethion - Ethion 500 Rhodia Agro: 1,0 a 1,2 l/ha
• Parathion metílico - Folidol 600: 1,0 a 1,5 l/ha
• Dimetoato - Tiomet 400 CE: 1,0 a 1,5 l/ha
Inseticidas carbamatos:
• Cartap
- Cartap BR 500: 0,8 a 10 l/há
- Thiobel 500: 0,8 a 1,0 l/há
•
•
•
•
•
Inseticidas piretróides:
Permethrin - Ambush 500 CE: 100 a 150 ml/ha
- Piredan: 120 a 150 ml/ha
- Pounce 384 CE: 120 a 150 ml/ha
- Valon 384 CE: 120 a 150 ml/ha
- Talcord 250 CE: 100 a 200 ml/ha
Cypermethrin - Ripcord 100: 100 a150 ml/ha
- Sherpa 200: 50 a 80 ml/ha
- Arrivo 200 CE: 50 a 70 ml/ha
- Cyptrin 250 CE: 40 a 70 ml/ha
- Nortrin 250 CE: 40 a 70 ml/ha
Alfacypermethrin - Fastac 100: 100 a 150 ml/ha
Zetacypermethrin - Fury 180 EW: 35 ml/ha
Deltamethrin - Decis 25 CE: 150 a 250 ml/ha
• Para plantas jovens pode-se considerar a regra de uso da mesma
concentração de calda inseticida, ou seja diluindo-se a dose indicada para
a lavoura adulta em 400 litros de água.
• O controle via foliar é feito basicamente através da mortalidade das
larvas, dentro das minas nas folhas, embora os tratamentos possam
acarretar também a morte parcial das mariposas (adultos).
• Deste modo, é importante que os produtos possuam ação sistêmica ou
mesmo de profundidade, para atingir as larvas dentro das folhas.
• Alguns produtos apresentam ação ovicida (Cartap).
• Normalmente são necessárias duas a três aplicações, com intervalo de 30
a 40 dias para um controle eficiente do bicho mineiro, em condições
normais de ataque para os inseticidas organofosforados, carbamatos e
derivados de uréia. Para os piretróides uma ou duas aplicações com
aplicações com intervalo de 50 a 60 dias. Em regiões quentes onde o ciclo
evolutivo da praga é bem mais curto, esse intervalo pode cair pela
metade.
• O acompanhamento da praga, pela verificação da presença de minas com
larvas vivas, é a base para avaliar a necessidade de novas aplicações.
• O período residual de controle via foliar normalmente é pequeno. Os
inseticidas fosforados e carbamatos têm uma ótima ação de profundidade,
matando as lagartas no interior das lesões (efeito de choque) mas
apresentam curto efeito residual (25 a 30 dias).
• Os inseticidas peretróides, ou suas misturas, ao contrário, apresentam maior
efeito residual (50-60 dias) e nenhuma ação de profundidade. Por esta razão,
quando a praga já estiver instalada e com níveis elevados de infestação,
recomenda-se o uso de misturas de inseticidas fosforados ou carbamatos com
inseticidas piretróides em pulverização.
• É sempre bom lembrar que quando se usam inseticidas piretróides
recomenda-se associar um inseticida fosforado para evitar desequilíbrio que
favoreça o aparecimento de ácaros. O uso de óleos emulsionáveis na dosagem
de 0,5 a 1,0% proporciona alta adesividade dos produtos nos tecidos vegetais,
aumentando a eficiência das pulverizações e diminuindo as perdas por
lavagem da água das chuvas.
b) Aplicação via solo
• Uso de produtos organofosforados ou carbamatos, formulados em grânulos e
veiculados em argila ou areia. Podem também ser usados inseticidas
sistêmicos via líquida. Nesse sistema o controle deve ser feito
preventivamente, pois é necessário um período de 30 a 40 dias para a
liberação, absorção e translocação dos ingridientes ativos, em níveis
adequados, até a folhagem.
• A aplicação deve ser cuidadosa pelo fato de os produtos, no geral, serem
extremamente tóxicos.
• Alguns produtos novos, derivados do ácido nicotínico, estão apresentando
bons resultados e menor toxicidade ao meio ambiente. Exemplo:
Imidacloprid (Premier) e Thiametoxan (Actara).
• Para facilitar a exposição, vamos dividir esse item em três tópicos:
a) Inseticidas granulados sistêmicos
• Terbufós
- Counter 50 G: 60 a 80 kg/ha
- Counter 150 G: 15 a 20 kg/ha
• Carbofuran - Carboran Fersol 50 g: 60 a 80 kg/ha
- Diafuran 50: 60 a 80 kg/ha
- Furadan 50 G: 60 a 80 kg/ha
- Furadan 100 G: 20 a 30 kg/ha
- Ralzer 50 GR: 60 a 80 kg/ha
• Phorate
- Granutox 50 G: 60 a 80 kg/ha
- Granutox 150 G: 20 a 30 kg/ha
• Aldicarb - Temik 150: 20 a 25 kg/ha
• Thiametoxan - Actara: 25 a 40 kg/ha
• Esses produtos devem ser enterrados sob a saia do cafeeiro, em sulcos, dos
dois lados da planta quando se usam granuladeiras mecânicas, em dois ou
quatro pontos quando se usa matraca, no período de novembro a
fevereiro, pois o uso desses produtos exige umidade do solo que garanta a
sua absorção pela planta. Podem ser feitas uma ou duas aplicações no
intervalo de 60 a 90 dias. O solo deve estar livre de ervas daninhas e de
alta porcentagem de matéria orgânica não decomposta na região de
aplicação.
• O inseticida Aldicarb, devido à sua alta solubilidade, pode ser aplicado no
final da estação chuvosa, dilatando assim o período de controle. Os
demais inseticidas deverão ser aplicados até dezembro, pois são menos
solúveis e necessitam de maior umidade e tempo para serem absorvidos e
distribuídos pela seiva das plantas para toda a parte aérea do cafeeiro.
Nos cafezais irrigados não há restrições.
b) Inseticidas sistêmicos via líquida
• Carbofuran - Furadan 350 SC: 9 a 12 l/ha
• Imidacloprid - Premier: 1,3 a 1,6 kg/ha
• Esses produtos devem ser diluídos em água e aplicados sobre a saia dos
cafeeiros dirigidos às proximidades do caule. Quando se pretende
controlar as cigarras ou mosca das raízes concomitante ao bicho mineiro,
aplicar no período de outubro a dezembro. Quando se quer estender o
controle do bicho mineiro exclusivamente usá-lo no mês de fevereiro.
c) Controle associado da ferrugem e bicho mineiro
• É feito através da mistura de fungicidas e inseticidas granulados
sistêmicos em aplicação única, no período de outubro a dezembro,
enterrado sob a saia do cafeeiro, da mesma maneira como foi
recomendado para os inseticidas granulados sistêmicos:
• Disulfoton + triadimenol
- Baysiston: 30 a 70 kg/ha
• Disulfoton + Cyproconazole - Altomix: 103,2: 30 a 70 kg/ha
- Altomix 104: 30 a 70 kg/ha
• Thiametoxan + Cyproconazole - Verdadero 20 GR: 30 kg/ha
• Em certos casos, dependendo da época de ocorrência da praga e da umidade
do solo, é conveniente associar aplicações de solo com uma complementação
foliar mais tarde.
• Como ação complementar, tem-se observado que, nos meses de preparo para
a colheita, a operação de “sopração” tem apresentado redução considerável
de pupas do bicho mineiro nas folhas caídas.
• As doses recomendadas variam conforme a densidade de plantio e idade do
cafezal.
• O monitoramento da praga é essencial para a tomada de decisões para o seu
controle.
• É extremamente vantajosa a integração dos métodos culturais, biológicos e
químicos para que se tenha maior sucesso no controle do bicho mineiro.
• A alternância no uso de inseticidas é sempre recomendável para se evitar o
aparecimento de resistência da praga a esses produtos.
ÁCARO BRANCO
Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904)
Descrição
• É um ácaro polífago ou heterófago,
atacando dentre outras culturas o
algodoeiro, o feijoeiro, o mamoeiro e a
seringueira.
• Recebe alguns nomes vulgares como:
ácaro branco, ácaro tropical, ácaro do
chapéu do mamoeiro, ácaro das
rasgaduras das folhas e ácaro do
bronzeamento das folhas (REIS, 1974).
• É muito pequeno, não sendo visto
facilmente sem o auxílio de lentes de
aumento.
• Somente é notado quando as plantas
atacadas apresentam sintomas típicos.
• Os machos são menores que as fêmeas e de corpo estreito, com a
extremidade afilada; apresentam quatro pares de pernas, sendo que o
quarto par não é usado na locomoção, permanecendo estendido para
trás e servindo de órgãos sexuais auxiliares.
• São mais ativos que as fêmeas, têm pernas mais compridas e são
comumente vistos carregando as pupas, hábito que auxilia a
disseminação da praga e garante a propagação da espécie, pois as
fêmeas, logo que se tornam adultas, são copuladas.
• Localizam-se de preferência nos tecidos novos das plantas,
abrigando-se dos raios solares na página inferior das folhas, onde
realizam o ataque.
• Foi relatado por CHIAVEGATO et al. (1974) atacando cafeeiros pela
primeira vez no Brasil, no Estado do Espírito Santo, e atualmente já
tem sido encontrado atacando cafeeiros em outros Estados.
Prejuízos
• Atacam as folhas e ramos dos ponteiros que em ataques
intensos passam a apresentar os sintomas característicos do
ataque de P. Latus.
• Folhas novas se enrolam e secam ou permanecem
rudimentares, podendo apresentar rasgaduras.
• Tornado-se deprimidas na parte central com os bordos
voltados para baixo
• O crescimento desuniforme do limbo foliar, evolui para
necroses e rasgaduras.
Controle
• Se ocorrer grande área infestada pelo ácaro, o controle pode ser
feito utilizando-se o clorobenzilato a 25% CE, na dosagem de 150200ml/100 litros de água.
• O endossulfam a 35% CE, na dosagem de l,5 a 2,0l/ha, que é usado
para o controle da broca, também apresenta eficiência no controle
do ácaro branco.
ÁCARO VERMELHO
Oligonychus (O.) ilicis (Mc Gregor, 1919)
(Acari-Tetranychidae)
Descrição
• O ácaro vermelho do cafeeiro vive na
parte superior das folhas (epiderme
superior).
• A fêmea, de aspecto avermelhado, tem
0,5 mm de comprimento e chega a
depositar, a cada postura, de 10 a 15
ovos.
• O ácaro vermelho se alimenta das folhas
do cafeeiro, furando as células e sugando
seu conteúdo.
• Com a ação da praga, a folha perde seu
brilho e apresenta um aspecto
bronzeado.
• Em alguns casos, podem ser observadas pequenas teias, nas quais
ficam grudadas poeira e ciscos.
• Apesar de pequenos, os ácaros podem ser vistos a olho nu.
• Foi descrito pela primeira vez na Carolina do Sul, EUA, atacando
azevim americano, em 1917.
• Posteriormente, foi encontrado atacando plátano.
• É também praga de coníferas, azálea, camélia e nogueira nos Estados
Unidos; chá, arroz, loureiro, azevim no Japão, além do café no Brasil
e diversas outras culturas (JEPPSON, 1975).
• O ataque do ácaro ocorre geralmente em reboleiras e, se as condições
forem favoráveis ao ácaro e o controle não for feito no inicio da
infestação, poderá atingir toda a lavoura.
• O uso em excesso de fungicidas cúpricos no controle da ferrugem do
cafeeiro pode causar um desequilíbrio que trará como conseqüência
grande aumento da população do ácaro.
Prejuízos
• Devido ao grande número de ácaros, que
raspam a epiderme das folhas, ocorre
uma
redução
na
capacidade
fotossintetizadora das plantas atacadas.
• Em período de seca, com estiagem
prolongada, as condições são propícias
ao desenvolvimento do ácaro.
• Podendo causar desfolha do cafeeiro.
• Nas lavouras novas, em formação,
podem retardar o seu desenvolvimento..
Controle
Controle biológico
• Em folhas de cafeeiro são encontrados ácaros predadores
pertencentes à família Phytoseiidae e coleópteros do gênero
Stethorus;
• Juntamente com outros predadores mantêm baixa a
população de ácaro vermelho em condições normais de
clima e manejo da lavoura.
Controle químico
• O controle químico da praga pode ser feito com acaricidas.
• Porém, o ácaro tem se beneficiado com práticas de combate
a outras pragas e doenças.
• Estudos comprovaram que fungicidas utilizados no controle
da ferrugem aumentaram a população do ácaro vermelho.
• Da mesma forma, produtos químicos utilizados no combate
ao bicho mineiro também causam um desequilíbrio e
favorecem o aparecimento da praga, pois os predadores
naturais são eliminados.
• Chuvas pesadas paralisam o ataque e propiciam às plantas
condições de vegetação e recuperação, não sendo necessária
nenhuma medida de controle.
PRAGAS DOS FRUTOS
BROCA
Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867)
(Coleoptera-Scolytidae)
Descrição
• A broca do café é considerada uma
das principais pragas do cafeeiro,
atacando frutos em qualquer estádio
de maturação.
• É originária da África, onde foi
citada pela primeira vez no ano de
1901, no Congo Belga.
• No Brasil, foi introduzida no Estado
de São Paulo, provavelmente antes
de 1922, pois já neste ano
verificaram-se intensos ataques desse
inseto.
• O adulto da broca do café é um besourinho
de cor preta, luzidio, medindo a fêmea cerca
de l,65mm de comprimento por 0,73mm de
largura.
• O macho é menor, e possui cerca de l,18mm
de comprimento por 0,51mm de largura,
corpo é subcilíndrico, ligeiramente recurvado
para a frente.
• Os élitros possuem e escamas filiformes, no
que difere da falsa broca, Hypothenemus
obscuras (Fabricius, 1801) que possui cerdas
espatuladas, mais largas e com cinco a seis
estrias longitudinais.
• A falsa broca alimenta-se somente da polpa
do fruto bem seca, não atingindo os
cotilédones e não se constitui numa praga.
• Os machos da broca do café possuem as asas
membranosas rudimentares, não voam e
permanecem constantemente dentro dos
frutos, onde se realiza a fecundação das
fêmeas.
• O número de fêmeas é maior que o de machos, sendo a razão sexual de
10:1, ou seja, dez fêmeas para cada macho.
• Ao ser fecundada, a fêmea perfura o fruto e faz uma galeria de
aproximadamente 1 mm, até atingir a semente.
• Onde faz a postura, que resultará no aparecimento de larvas.
• As larvas serão responsáveis pela destruição total ou parcial da semente.
• A fecundidade média das fêmeas é de 74 ovos (31 a 119 ovos) e a
longevidade média, de 156 dias (81 a 282 dias).
• A fêmea coloca 2 ovos por dia e o numero de ovos por câmara
dificilmente ultrapassa a 20. O período médio de incubação dos ovos é de
7,6 dias (4 a 16 dias). O período larval é de 13,8 dias em média (9 a 20
dias) e o período pupal de 6,3 dias em média (4 a 10 dias).
• O número de gerações, em nossas condições, pode chegar até a 7 por ano,
sendo que 4 a 5 evoluem no período de novembro-dezembro a julhoagosto.
• O ciclo evolutivo médio da praga é de 27,7 dias (17 a 46 dias).
• O ataque do pequeno besouro pode ocorrer em qualquer estágio de
desenvolvimento do fruto: verde, maduro ou seco.
• Ocorre queda de frutos, mas via de regra não ovopositam por
estarem nos frutos muito aquosos.
• O ataque se acentua na fase de granação e maturação.
Prejuízos
• Altas infestações diminuem a porcentagem de grãos perfeitos e
aumentam a de grãos perfurados, de escolha e de grãos quebrados,
determinando, em conseqüência, uma sensível perda de peso além do
ruim aspecto e sabor.
• Outro prejuízo atribuído a broca é aquele referente a queda de frutos.
• A inferiorização do tipo é também um dos prejuízo, pois a cada 5 grãos
perfurados atribui-se um defeito.
• Um lote de café pode passar do tipo 2 ou 3 para o tipo 7 ou 8, devido
exclusivamente ao ataque da praga.
• Observa-se, portanto, que além de se ter menor quantidade de café
devida a redução do peso e à queda de frutos, consegue-se menor preço
pelo produto devido à perda da qualidade.
• Os resultados da infestação são o mau aspecto e do sabor prejudicado.
• Em casos de grande infestação, a perda de peso pode ser superior a
20%, ou seja, mais de 12 quilos por saca de 60 quilos.
• O grão brocado também é inferiorizado na classificação do tipo do café,
que é determinado pelo número de defeitos existentes em amostras.
Controle
• O produtor pode controlar a ação da praga tendo alguns cuidados. É
necessário que colheita e limpeza sejam bem feitas, de maneira que frutos
não permaneçam na árvore e no chão.
• Evitando que a broca sobreviva na entressafra para infestar
posteriormente a nova frutificação.
• Outro detalhe importante é iniciar a colheita pelos talhões mais afetados,
pois a praga tem grande poder de infestação.
• Mesmo após armazenado, o café brocado pode contaminar os cafés
sadios.
• Recomenda-se iniciar o controle da broca, quando se encontrar
aproximadamente 5% dos frutos broqueados, da primeira florada.
• Isto ocorre geralmente no mês de novembro na Zona da Mata e em
janeiro, no Sul de Minas.
• A fim de que o controle seja iniciado na época correta, deve-se proceder a
amostragens periódicas dos frutos, nos vários talhões da lavoura,
começando-se pelas partes mais baixas e úmidas.
• O controle deve iniciar-se pelas partes mais atacadas da lavoura.
• Lavouras velhas e fechadas requerem maiores cuidados, pois em tais
condições são mais favoráveis as condições de infestação.
Controle biológico
• O controle biológico da broca do café por meio da vespa de Uganda
tornou-se o principal programa de estudos e observações pelos cientistas
do Instituto Biológico, que ainda não tinham uma opinião conclusiva
sobre o método, ainda que já tivesse sido experimentado pelos
holandeses em Java.
• Enquanto isso o repasse continuava a ser considerado pelos cientistas
como a melhor e mais segura medida de combate à praga.
• Outra forma de controle biológico é feita com um fungo que tem tido
considerável sucesso.
• A tecnologia Embrapa é responsável pelo desenvolvimento em
laboratório de um dos inimigos naturais da broca-do-café, a principal
praga que ataca o cafeeiro.
• O fungo Beauveria bassiana é capaz de controlar biologicamente a
incidência da broca, substituindo gradativamente o uso de agrotóxicos.
• Em fase de multiplicação, o fungo está sendo aplicado em lavouras
experimentais da Embrapa Rondônia e os resultados são extremamente
satisfatórios. Ganha a natureza e ganha o produtor.
Controle Cultural
• A colheita do café deve ser muito bem feita, evitando-se deixar
frutos nas plantas e no chão, nos quais a broca poderia sobreviver
na entressafra para infestar posteriormente a nova frutificação.
• É recomendável fazer o “repasse” ou a catação dos frutos
remanescentes da colheita.
• A colheita deve ser iniciada pelos locais ou talhões mais infestados
da lavoura, pois a broca apresenta grande capacidade de
reprodução e em anos de alta infestação, os últimos talhões
colhidos são os que apresentam maiores níveis de infestação.
• Deve-se
também
eliminar
cafeeiros
não
explorados
comercialmente, como por exemplo talhões velhos e já
improdutivos, com o intuito de reduzir fontes de broca.
Controle químico
• O controle químico, mais utilizado no Brasil, deve ser iniciado quando
se constatar a presença da broca em 3 a 5% dos frutos das primeiras
floradas.
• O nível de infestação deve ser avaliado a partir de amostras de frutos
de diferentes talhões.
• A fim de que o controle seja iniciado na época correta, deve-se
proceder a amostragens periódicas dos frutos, nos diversos talhões da
lavoura, começando pelas partes mais baixas e úmidas.
• O controle deve ser iniciado pelas partes mais atacadas da lavoura.
• Na maioria das vezes, o controle não é feito em toda a lavoura, mas
limitado a alguns talhões.
• Mesmo após o controle, a inspeção deve continuar e quando a
infestação alcançar os índices recomendados, fazer o controle
novamente, respeitando os limites de carência dos defensivos.
• Lavouras velhas e fechadas requerem maiores cuidados, pois em tais
condições são mais favoráveis ao ataque da broca.
MOSCA DAS FRUTAS
Ceratitis capitata (Wied., 1824)
Anastrepha fraterculus
Descrição
• A larva depositada pela mosca adulta se instala nas raízes e inicia
perfurações nos tecidos.
• Essa ação impede a absorção de nutrientes pela planta e também
precede o ataque de fungos e bactérias.
• Um dos sintomas da infestação é a deficiência nutricional.
• Em relação à produtividade, o estudo aponta que a redução da
produção dos cafeeiros depende do grau de infestação e a idade da
lavoura.
• Plantas mais velhas apresentam recuperação deficiente.
• O controle da mosca da raiz do cafeeiro deve ser feito com inseticidas.
• A mosca também está presente em lavouras dos Estados do Espírito
Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e outros.
• Os insetos adultos (moscas) medem de 4 a 5 mm de comprimento por 10
a 12 mm de envergadura; o tórax, na parte dorsal, e branco
acinzentado com manchas pretas brilhantes; as asas são transparentes
com faixas amarelas e castanhas.
• Os adultos de Anastrepha são ligeiramente maiores que os da Ceratitis
acima descritos e, apresentam coloração amarela e ainda apresentam
um S característico nas asas.
• O período de pré-oviposição e de 11 dias.
• Atacam o café cereja e colocam os ovos introduzindo o ovipositor na
parte mais tenra do fruto e, por meio de movimentos circulares, as
fêmeas alargam neste ponto a cavidade da polpa formando uma
câmara, colocando nesta os ovos, de pé e em numero de 2 a 5.
• Os ovos têm aspecto característico de uma pequena banana e são de
coloração branco amarelada. Após a eclosão surgem as larvas que são
retilíneas e com a extremidade posterior truncada e a anterior afilada.
• O período larval é de cerca de 6 a 9 dias, em média, findo o qual
passam a pupa no solo, aprofundando-se mais ou menos de acordo com
a consistência do mesmo. Após 10 a 21 dias surgem os adultos. O ciclo
evolutivo completo é, em média, de 25 a 30 dias, podendo dar até 9
gerações por ano e cada fêmea põe, durante a sua vida, uma média de
250 ovos.
Prejuízos
• Na cultura do café estes insetos embora se alimentem da polpa do café
cereja não atacando as sementes, podem prejudicar a qualidade da
bebida e constituir foco de infestação para pomares.
• Podem, também, causar o apodrecimento e queda de frutos.
Controle
Controle Cultural
• Pode ser feito o controle mediante apanha dos frutos no estado de
cereja e seu imediato despolpamento e beneficiamento, eliminando
assim, todas as larvas.
Controle biológico
• Existem diversos inimigos naturais podem auxiliar na redução da
praga, destacando-se certos microhimenópteros.
Controle Químico
• Nas propriedades onde existirem culturas de café e citros, pode-se
iniciar o tratamento das “moscas das frutas” com aplicações de
inseticida, juntamente com iscas nos cafezais.
MOSCA DO MEDITERRÂNEO
Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824)
(Diptera-Tephritidae)
Descrição
• Entre as moscas das frutas que ocorrem em café, a espécie predominante
é a C. Capitata.
• GARCIA (1981)afirma que o hospedeiro preferencial dessa espécie em
relação aos citros é o café.
• MALAVASI (1977) destaca dentre todos os hospedeiros da mosca, o café,
pela grande população que este apresenta, apesar de não lhe causar
problemas.
• Os insetos adultos, moscas, de C. capitata medem de 4 a 5mm de
comprimento por l0 a 12mm de envergadura, apresentando asas
transparentes com faixas amarelas e castanhas.
Prejuízos
• Por atacarem somente a polpa do café, os prejuízos que causam
são o apodrecimento e a queda de frutos, o que prejudica a
qualidade do café.
• Os maiores prejuízos são indiretos
• Os cafezais são focos de infestação de moscas das frutas para os
pomares de frutíferas como de citros, pêssego, goiaba, manga,
onde apresentam significativa importância econômica.
Controle
• Normalmente não se recomenda o controle da mosca das frutas em café.
• Uma prática que deve ser adotada é evitar o plantio de citros ou outra
frutífera explorada comercialmente próximo aos cafezais.
• Observações relatadas por SALGADO (1979) mostram que exemplares
de C. capitata, coletados em frutos de cafeeiros tratados com cobre para o
controle da ferrugem causada por Hemileia vastatrix, não se
reproduziram normalmente
• SALGADO (1979) concluiu que o cobre exerce influência negativa em
algumas das fases de desenvolvimento de C. capitata, podendo, de acordo
com a dose de cobre recebida na alimentação, influir na viabilidade dos
ovos, no desenvolvimento das larvas e na fertilidade das fêmeas através
do atrofiamento dos ovários e na longevidade dos adultos que é
diminuída.
• O uso de oxicloreto de cobre em pulverizações para o controle da
ferrugem pode interferir no processo de desenvolvimento e postura de C.
capitata, podendo haver um decréscimo da viabilidade larval média em
cerca de 25%, pupal em cerca de 13% e postura média em torno de 43%.
MOSCA SULAMERICANA
Anastrepha fraterculus (Wiedmann, 1830)
(Diptera-Tephritidae)
Descrição
• Os adultos de Anastrepha fraterculus são ligeiramente maiores
que os da Ceratitis capitata;
• apresentam coloração amarela e um desenho em forma de “S”
característico nas asas.
• Os prejuízos e as medidas de controle são semelhantes aos da
mosca do Mediterrâneo, C. capitata.
PRAGAS DO CAFÉ ARMAZENADO
CARUNCHO DAS TULHAS
Araecerus fasciculatus (De Geer, 1775)
(Coleoptera-Anthribidae)
Descrição
• É uma importante praga de grãos de café armazenado.
• Inicialmente atacava somente café em coco e sua importância se
restringia às tulhas das fazendas;
• Se adaptou ao café beneficiado, assim se constituindo em temível
praga dos armazéns de café.
• O ataque inicial é no campo e continua no armazém.
• O adulto do caruncho é um pequeno besouro, com cerca de 5mm de
comprimento e 3mm de largura.
• Quando ainda novo apresenta coloração castanho-clara e
posteriormente se torna acinzentado ou pardo.
• Nos élitros apresenta três manchas alongadas e de cor amarelada.
• Toda a superfície dos élitros apresenta manchas puntiformes claras e
escuras, sem alinhamento definido.
• A cor pode variar de tom, conforme o meio em que o inseto se encontra.
• É um inseto polífago, podendo atacar além do café armazenado, o
cacau, o feijão, o milho e frutos secos além de outros, ao contrário da
broca do café que é praga específica.
• O ciclo evolutivo do caruncho das tulhas em frutos de café, em
condições normais, varia de 46 a 62 dias, sendo da postura à eclosão das
larvas de 5 a 8 dias, de larva a pupa de 35 a 45 dias e de pupa a adulto
de 6 a 9 dias.
• As larvas inicialmente se alimentam de mucilagem e posteriormente
penetram nas sementes.
• Após o nascimento do adulto, este rói a casca do café, abrindo um furo
circular, de 3 a 4mm de diâmetro, para sua saída ao exterior.
Prejuízos
• O caruncho danifica o café seco em todas as suas formas: coco,
despolpado e beneficiado.
• Destrói geralmente uma parte das sementes dos grãos de café, não
sendo entretanto alterados a cor, o aroma e o sabor, prestando-se
portanto ainda à torrefação.
• Em conseqüência do ataque pode causar até 30% de quebra no peso do
café armazenado em um período de seis meses.
• Os maiores danos são causados em armazéns com temperatura e
umidade elevadas.
Controle
• Como se trata de uma praga de armazéns, uma medida que auxilia no
controle é a limpeza e remoção de restos de café armazenado antes da
entrada da nova safra.
• As demais medidas de controle recomendadas são curativas ou
preventivas.
• Segundo o INSTITUTO BRASILEIRO DO CAFÉ (1981), o controle
ao caruncho nos armazéns com café pode ser feito com fumigação dos
blocos e nebulizações quinzenais com malatiom.
TRAÇA DO CAFÉ
Auximobasis coffeaella Busck, 1925
(Lepidoptera-Blastobasidae)
Descrição
• As traças são pequenas mariposas que medem cerca de 11 a 13mm
de envergadura.
• Possuem a cabeça e o tórax esbranquiçados, o mesmo acontecendo
com as asas anteriores, só que estas possuem escamas escuras,
notadamente ao longo da margem costal.
• As lagartas, quando completamente desenvolvidas, medem l0mm
de comprimento e possuem coloração parda ou levemente
castanha.
• Transformam-se em crisálidas dentro de um casulo de seda, ao
qual podem estar aderidos detritos ou excrementos.
• Excrementos presos às teias caracterizam seu ataque.
Prejuízos
• Alimentam-se quase que exclusivamente da casca dos frutos.
• Esta traça não ataca grãos ou sementes perfeitas, porém destrói
completamente as sementes quebradas.
• Os frutos perfurados pela broca do café ou pelo caruncho podem
ser completamente destruídos pela traça, pois ela aproveita o
orifício para sua penetração nas sementes.
• A presença de casulos e excrementos na sacaria e nos grãos
prejudica a exportação.
Controle
• As medidas de controle do caruncho são eficientes contra a traça.
Fim
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PRAGAS DO CAFEEIRO-29-09 (2819703)