PRAGAS DO CAFEEIRO INTRODUÇÃO • Dentro do conceito de cafeicultura racional o controle às pragas do cafeeiro ocupa lugar de destaque. • O cafeeiro é atacado por muitas pragas, que, se não combatidas devidamente, ocasionam grandes prejuízos e em muitos casos limitam a produção. • O cafeeiro hospeda normalmente muitos insetos. Dentre eles merecem destaque especial, a broca-do-café e o bicho-mineiro pelos prejuízos que freqüentemente causam à produção. • A broca destrói os frutos, podendo causar a perda total da produção em anos favoráveis à praga. • O bicho-mineiro, provoca o desfolhamento e a redução da área foliar, podendo causar perdas de mais de 50% na produção, prejuízos esses já constatados no Estado de Minas Gerais. (REIS; SOUZA; MELO, 1978) • O grau da importância das pragas varia com as diferentes regiões cafeeiras do país; • O Bicho Mineiro, a Broca e Cochonilhas são problemas destacados, praticamente em todas as regiões onde se cultiva o café; • Ataques de ácaros vermelhos e bichos mineiros têm se intensificado com a utilização de fungicidas cúpricos, para o controle da ferrugem do cafeeiro. • Tem se notado ainda, o aparecimento de outras pragas atacando o café, como diversas espécies de lagartas, provavelmente decorrentes do desequilíbrio biológico, causado pela grande utilização de produtos químicos. • Sabe-se das muitas possibilidades e vantagens do controle biológico, mas ainda não se dispõe de informações suficientes para sua aplicação prática. São dotados, entretanto, nas recomendações de controle químico, cuidados necessários para a preservação dos inimigos naturais. • O controle às pragas deve ser feito quando o seu nível populacional pode ocasionar dano econômico, encaixando-se dentro do sistema de “Manejo de Pragas”. SISTEMA DE MANEJO DE PRAGAS • Os sistemas de manejo de pragas visam desenvolvimento de uma estratégia global de ação, que lança mão de um elenco de táticas de controle, tais como : químicos, biológicos, culturais, e uso de variedades resistentes . • Recomenda-se observar atentamente as épocas de controle e usar os defensivos recomendados nas dosagens certas, para evitar problemas de resíduos dos produtos nos frutos e para não causar desequilíbrios biológicos. • É importante reconhecer os insetos e ácaros que atacam o cafeeiro e distinguir as pragas para controlá-las adequadamente. AS CONDIÇÕES MAIS ASSOCIADAS ÀGRAVIDADE DE PRAGAS NA CAFEICULTURA BRASILEIRA SÃO : • Clima seco – baixa umidade,alta insolação e altas temperatura (bicho mineiro e ácaro ). • Lavouras adensadas , sombreadas ou em faces sombrias ( broca do fruto ). • Lavouras novas ou em espaçamento abertos ( bicho mineiro ). • Lavouras implantadas em áreas de solos de arenito, principalmente em área antes com café ( cochonilhas das raízes ). • Áreas próximas a matas ( cigarras ). PRAGAS DAS RAÍZES CIGARRAS DO CAFEEIRO • Quesada gigas (Olivier, 1790) • Fidicina pronoe (Walker, 1850) • Carineta fasciculata (Germar, 1830) Descrição • Nos últimos anos, este inseto tem aumentado a sua importância, e segundo alguns, seria devido à utilização de áreas de cerrado. • Existem diversas variedades de cigarras dos gêneros Quesada e Fidicina. A principal diferença entre elas é o tamanho. • As ninfas do gênero Quesada medem de 20 a 35 mm, o período de revoada, ou de acasalamento, que ocorre de agosto a dezembro • As ninfas do gênero Fidicina medem de 18 a 20 mm, iniciam a cópula nos meses de novembro e encerram o período em março. • São insetos cuja fase imatura de ninfa móvel é vivida no solo, agindo despercebidamente nas raízes das plantas. • Apresentam um aparelho bucal em formato de estilete, por onde as ninfas sugam a seiva das raízes, eliminando o excesso de água. • A umidade do solo, mesmo em épocas de clima seco, é um indício da ação das cigarras. (GALLO et al., 1988) • Possuem, em geral, coloração escura, verde oliva a marrom; as asas são transparentes com algumas manchas escuras, podem apresentar pilosidade bastante intensa no abdome. • Os machos possuem órgãos emissores de sons que atraem as fêmeas. • A fêmea coloca os ovos no interior da casca dos ramos do cafeeiro por intermédio de seu ovipositor em disposição linear após a eclosão, surgem as formas jovens que penetram no solo, as vezes a grandes profundidades, fixando-se nas raízes onde sugam a seiva da planta. • A duração da fase ninfal é geralmente longa (um ano). • Terminado o período ninfal, abandonam as raízes que sugam e, por orifícios circulares, saem do solo. • Posteriormente, se fixam a um suporte, que pode ser o próprio tronco do cafeeiro, e iniciam sua fase ninfa imóvel. A duração dessa fase é de aproximadamente 48 horas, quando ocorre o rompimento do dorso do inseto, por onde sai a cigarra adulta. • Em seguida rompe-se o tegumento na região dorsal do tórax e emergem os adultos, deixando a exúvia. A emergência dos adultos inicia-se em setembro-outubro (Q. Gigas., F. pronoe,),) e fevereiro ( C. Fasciculata) (GALLO et al., 1988). Prejuízos • De acordo com Rena et al. (1984) as cigarras podem causar prejuízos totais às lavoras atacadas. • Para perceber a alta nocividade desses insetos basta considerar que as plantas sofrem um bombeamento de seiva nas raízes, em virtude de centenas de ninfas das cigarras. • As plantas perdem folhas com queda precoce de flores e frutos; as extremidades dos ramos secam, causando sensível diminuição da produção, em lavouras novas entre 6 e 10 anos. São registradas, em ataques intensos, até 400 ninfas por cova, o que pode levar a planta a morte (GALLO et al., 1988). • Reis e Souza (1986) afirmam que os sintomas característicos das ninfas Q. Gigas nas raízes manifestam-se na parte aérea das plantas, pelo definhamento, clorose nas folhas das extremidades dos ramos, queda precoce das folhas, resultando em ramos desnudos, com a permanência de folhas somente nos ápices. No período chuvoso, as lavouras atacadas, recebendo os tratos culturais normas, exibem um desenvolvimento vegetativo normal, não apresentando definhamento tão visível, mas no período seco, os sintomas tornam-se característicos. • Devido a sucção de seiva, pelas ninfas, a planta apresenta: clorose nas folhas da extremidade dos ramos (semelhante a deficiências nutricionais). Controle Controle cultural • Consiste na eliminação do cafezal infestado e plantio de novos cafeeiros somente após dois a três anos. • Os cafezais em formação não são atacados pelas cigarras, porque na plantas ainda novas o sistema radicular não é suficientemente desenvolvido e a parte aérea não apresenta ainda o formato do arbusto para abrigar e atrair o inseto adulto. (REIS; SOUZA, 1986) Controle biológico • Observou-se em 1980 que ninfas moveis das cigarras no solo apresentavam-se mortas, mumificadas, com o corpo recoberto por um fungo de coloração esverdeada, muitas vezes em associação com um líquen ramificado, localizado em parte generalizadas do corpo, principalmente na cabeça e apêndices, identificado como Metarhizium anisopliae (Metschnikoff, 1879). • Após o isolamento do fungo de ninfas parasitadas coletadas no campo, ele foi multiplicado em laboratório, sendo a suspensão de esporos pulverizada em ninfas vivas, grandes, da espécie Quesada gigas, criadas em mudas de cafeeiros. • Trinta dias após a pulverização das ninfas vivas, estas se apresentavam mortas, totalmente envolvidas pelo micélio e esporos do fungo. Controle químico • É recomendada a aplicação de adubo, para que a planta volte a receber nutrientes. • A aplicação de produtos químicos para o combate das ninfas deve ser feito em períodos chuvosos, para que haja uma melhor absorção pelo solo. • Outro fator que influencia a aplicação é o período de revoada das cigarras. O controle químico deve coincidir com a época em que as ninfas descem ao solo para se instalarem nas raízes. (GALLO et al., 1988) • É o mais eficiente. Deve ser feito através do uso de inseticidas líquidos ou granulados sistêmicos de solo. • A época da aplicação é muito importante para o sucesso do controle. Para as espécies do gênero Quesada as aplicações devem ser feitas a partir de setembro, estendendo-se até dezembro. Para as espécies menores o controle deve ser iniciado em dezembro, estendendo-se até março. Iniciar o controle quando se constatar a presença de aproximadamente 15 a 20 ninfas por cova de café. • É importante observar que a eficiência desses produtos depende da umidade do solo. Na ocasião da aplicação o solo deverá estar livre de ervas daninhas. COCHONILHA DA RAIZ Dysmicocus crytus (Hempel, 1918) (Homopetera-Pseudococcidae) • A cochonilha-da-raiz do cafeeiro é um inseto sugador, de coloração rosa, que tem apresentado maior infestação em solos arenosos ou areno-argilosos. • pode estar localizada a uma profundidade de até 50 cm. • O aparecimento da praga está relacionado altas temperaturas, com variação de 20ºC a 25ºC. • A locomoção da cochonilha entre as raízes pode ocorrer através de formigas ou por enxurradas. • A cochonilha da raiz do cafeeiro na fase adulta mede de 2,5 a 3 mm de comprimento por 1,5 a 2 mm de largura. • Excreta um líquido açucarado, que condiciona o desenvolvimento de um fungo do gênero Bornetina, formando assim uma cripta sobre a colônia. • A sucessão de criptas, também chamadas pipocas, se apresenta com aspecto de nodosidade das raízes, e servem para alojar o inseto. • Os sintomas de ataques são mais evidentes no inverno, quando há problemas de falta d'água e de menor circulação da seiva. • Os sintomas da infestação são amarelamento na parte aérea de plantas em fase de formação ou o definhamento de cafeeiros adultos. • Em plantas jovens, o ataque pode resultar em morte. • Isso também pode ocorrer se o inseto atacar a raiz principal da planta, provocando, assim, a destruição dos tecidos. • A cochonilha também pode se alojar em raízes secundárias ou terciárias e, além de destruir os tecidos, impede a absorção de nutrientes pela planta. • Segundo os dados de Nakano (1972), o inseto pode dar até 5 gerações anuais. Em um período de 52 dias cada indivíduo pode dar origem a outros 253. • Reprodução partenogenética. Prejuízos • Uma cova de café com cinco anos de idade, com a raiz principal completamente atacada, pode perder o equivalente a 6.044 frutos do café cereja ou 0,84kg de café beneficiado. • Essas cochonilhas podem destruir raízes secundárias e terciárias e destruir seus tecidos, impedindo assim a assimilação de nutrientes pela planta. Atacando raiz principal, podem causar também a morte da planta pela destruição da raiz. (NAKANO, 1972) Controle • Como a cochonilha da raiz inicia seu ataque em “reboleira”, o controle é feito na área atacada e em plantas ao redor (faixa de segurança). • Aplica-se inseticida sistêmico granulado em sulco, a 10cm de profundidade, à distância de 20cm do tronco do cafeeiro, empregando-se dissulfotom a 5% ou forato a 5% ou aldicarbe a 10%, nas dosagens de 100g, 100g e 50 g/cova, respectivamente. • Esses produtos devem ser aplicados na época das chuvas, a fim de propiciar a dispersão do inseticida no solo para atingir as raízes. Não devem ser aplicados próximo da época da colheita. • O melhor controle dessa cochonilha é feito através do uso de fosfeto de alumínio, equivalente em fosfina (Gastoxin, Phostec), colocado ao redor do tronco das plantas, a 20 cm de profundidade, por meio de um cano de ½ polegada. Como o produto é fumigante, deverá ser aplicado na época da seca. • Também poderão ser usados inseticidas sistêmicos líquidos como o Carbofuran (Furadan 350 SL) - 6 ml do produto comercial por cova, PRAGAS DOS RAMOS E DAS FOLHAS COCHONILHAS DA PARTE AÉREA • São insetos sugadores de seiva que se instalam na parte aérea das plantas. Geralmente iniciam seus ataquem em “reboleiras” e, se não forem controladas, podem tomar a lavoura. • As formas jovens ou ninfas das cochonilhas movimentam-se nas plantas antes de se fixarem para a alimentação. Devido a esta movimentação e ao diminuto tamanho que possuem, são facilmente arrastadas pelo vento e as águas das chuvas, sendo o vento o principal veículo de disseminação. COCHONILHA VERDE Coccus viridis (Green, 1889) • A cochonilha verde é um inseto oval, achatado, tendo 2 a 3 mm de comprimento. • Encontrado normalmente em ramos e folhas novas, ao longo da nervura principal. • Após sua fixação, o inseto perfura as folhas com seu aparelho bucal e inicia a sucção da seiva. • O seu período de postura é de 50 dias e cada fêmea é capaz de colocar 150 ovos, neste período. • Sua reprodução sexuada ou partenogênica. • É uma importante praga em viveiro de mudas, onde, se não controlada, será posteriormente levada ao campo. Ocorre com maior freqüência no período chuvoso, nos meses de novembro a janeiro. COCHONILHA PARDA Saissetia coffeae (Walker, 1852) • Inseto de forma hemisférica, medindo aproximadamente 3,5 mm de comprimento por 2mm de altura e 2mm de largura. • Sua coloração é marrom escura. • Vive nos ramos, folhas e frutos do cafeeiro. • Apresenta reprodução partenogenética. • É praga polífaga que ataca inúmeras espécies vegetais. COCHONILHA BRANCA Planococcus citri (Risso, 1813) • A cochonilha branca é um inseto de forma oval, com 3 a 5mm de comprimento. • As formas jovens possuem coloração rosada, e as adultas castanhoamraelada. • Caracteriza-se por apresentar, lateralmente, 17 apêndices de cada lado, de coloração branca pulverulenta e outros dois apêndices terminais maiores que os laterais. • Localizam-se nos ramos mais novos, folhas, botões florais e preferencialmente frutos, desde os estágios chumbinho à maduro, instalandose na base dos mesmos e nos pedúnculos. • O ataque na lavoura é facilmente reconhecido face à secreção de uma substância lanuginosa, de cor branca, que serve para proteger os ovos junto ao corpo do inseto. • Sua capacidade de ovoposição é cerca de 400 ovos e seu ciclo evolutivo completo é de 25 dias em média. Reprodução sexuada. • A época de maior incidência tem sido a partir de março, com as primeiras estiagens: o ataque muitas vezes prolonga-se até o início da estação chuvosa. Prejuízos causados pelas cochonilhas • Os prejuízos diretos são causados pela sucção contínua da seiva que acarretam o depauperamento da planta, principalmente em lavouras novas. • Em lavouras adultas, as colônias instalam-se nas rosetas, sugando os frutos em formação, os quais caem, reduzindo drasticamente a produção, conforme a intensidade da infestação. • Também causa prejuízos indiretos, em virtude do excesso de secreção açucarada que cai nas folhas e serve de substrato para o desenvolvimento da fumagina ou “pó-de-café”, Capnodium sp., fungo que reveste a folhagem em camada preta, prejudicando a fotossíntese e a respiração da planta, principalmente em viveiros. Controle das cochonilhas Controle biológico • Reis e Souza (1986) afirmam que as cochonilhas têm muitos inimigos naturais, o que geralmente mantém a população da praga em equilíbrio, não sendo necessária outra medida de controle. • As cochonilhas são predadas pela joaninha Azya luteipes Mulsant, 1850 (Coleóptera-Coccinellidade). • Tanto os adultos, quanto as larvas são predadores das cochonilhas, principalmente a verde e a branca. • As larvas da joaninha são brancas, com cerca de 7mm de comprimento, revestidas por secreção cerosa de cor branca e filamentosa. • Os adultos medem cerca de 4mm de comprimento, possuem dorso convexo e de coloração preta-azulada; apresentam nos élitros densa pilosidade cinza com duas manchas circulares pretas. • As cochonilhas também são parasitadas por microhimenópteros. • Dos fungos entomopatogêncios destacam-se o Cephalosporium lecanii, o Verticillium lecanni e o Acrostalagmus albus. • O uso indiscriminado de fungicidas pode causar um desequilíbrio biológico e favorecer surtos desses insetos. Controle químico • Como as cochonilhas iniciam seus ataques em “reboleiras”, as pulverizações devem atingir inclusive uma faixa de segurança ao redor. • O controle pode ser feito eficazmente com inseticidas fosforados; porém a mistura de óleo emulsionável a 1% com esses inseticidas proporciona um controle mais eficiente das cochonilhas. • • • • • • • Produtos e dosagens (REIS; SOUZA; MELO, 1978) óleos emulsionáveis - 1000 ml/ 100 litros de água malatiom 50% CE - 300 ml/100 litros de água diazinom 60% CE - 150 ml/100 litros de água dimetoato 50% CE - 200 ml/100 litros de água metidatiom 40% CE - 200 ml/100 litros de água Recomenda-se pulverizar somente as plantas atacadas e as vizinhas destas. Os mesmos produtos podem ser usados quando o ataque ocorrer em mudas em viveiros. Reis e Souza (1986) advertem que não é comum o uso de fungicidas para controlar a fumagina, pois controlando-se as cochonilhas, a secreção desaparecerá, eliminando assim, a fumagina. PRAGAS DAS FOLHAS LAGARTAS • As lagartas, que são a fase jovem de borboletas e mariposas, não são consideradas pragas perigosas para os cafeeiros. • Somente causam problemas quando ocorre um desequilíbrio biológico, provocado por fatores climáticos ou pelo uso indiscriminado de defensivos, que resulta no desaparecimento de seus predadores naturais. • Existem diversas espécies de lagartas, dentre as quais estão a lagarta urticante, a lagarta dos cafezais, a lagarta cabeluda, a taturana do cafeeiro e a graveto, também conhecida como mede palmo. • A lagarta urticante é a espécie que mais preocupa os produtores. Além de ser voraz e destruir folhas e brotos, ela aparece sempre em grande número. As lagartas também têm representado perigo para colhedores, pois muitas delas tem efeito urticante, provocando queimaduras. • As principais lagartas que ocorrem são: Eacles imperialis magnifica (Walker, 1856) Automeris spp Lonomia (periga) circunstans (Walker 1855). Descrição • • • • • • • Lagartas urticantes, Lonomia circunstans, merecem cuidados, pois vivem agrupadas e são encontradas em grande número. São escuras, urticantes e com intensos prolongamentos em todo o corpo. Durante o dia têm o hábito de ficar agrupadas na base da planta ou no solo sob esta, não se alimentando. À noite, as lagartas sobem para as plantas e vão se alimentar. São vorazes, gregárias e com rápida locomoção. As lagartas, pelo grande número, destroem as folhas e brotos, principalmente a partir da parte superior da planta. Os insetos adultos são mariposas, possuindo as fêmeas cerca de 60mm de envergadura e os machos 50mm. As fêmeas, além de serem maiores, possuem coloração cinza e os machos avermelhada. Ambos possuem uma linha transversal nas asas. Eacles imperialis magnifica, lagarta dos cafezais. • São grandes, medindo cerca de l00mm de comprimento, de coloração variável entre o verde, o alaranjado e o marrom. • Não são urticantes. • Os adultos são mariposas grandes, de coloração amarela e com pontos escuros nas asas, mais numerosos nos machos. Além das pontuações, possuem também uma faixa transversal nas asas. • As fêmeas são maiores e possuem até 135mm de envergadura, sendo que os machos possuem cerca de l00mm. • Possuem coloração parda e locomovem-se imitando o movimento de medir palmos. • Megalopyge lanata, lagarta cabeluda (também é conhecida como bicho de fogo, lagarta de fogo ou taturana) • Mede cerca de 70mm de comprimento por 18 de largura; • Possui coloração branca e apresenta o corpo segmentado e coberto com tufos de pelos longos e finos de coloração castanha. • Os insetos adultos são mariposas com cerca de 60mm de envergadura, coloração clara, acinzentada e com as asas manchadas. • Oxydia sp., vulgarmente conhecida como mede palmo ou graveto, • As lagartas apresentam cerca de 50mm de comprimento, quando completamente desenvolvidas; Prejuízos • As lagartas alimentam-se de folhas, são vorazes e, se ocorrerem em grande quantidade; • Podem ser prejudiciais ao cafeeiro, principalmente aos mais novos e com menos folhas. • Além da redução na área foliar e produção, podem ser citados também como prejuízos a não aceitação por parte dos colhedores de café das lavouras infestadas por lagartas, devido ao efeito urticante que a maioria possui, o que causa queimaduras. • A lagarta rosca ataca durante a noite e pode causar grandes prejuízos em viveiros ou plantações novas, pois roletam as plantas na região do colo, e eventualmente no ápice da planta, causando o tombamento e morte das mudas. Controle Controle Biológico • Normalmente as lagartas não se constituem em pragas, devido ao alto grau de parasitismo que apresentam. • Já foram encontradas parasitando lagartas, moscas da família Tachinidae, Belvosia bicinta Robineau & Desduoidy, 1830,Belvosia potens (Wideman, 1830) e Pararrhinactia parva Town bem como microhimenópteros do gênero Apanteles. • O inseticida microbiano Bacilus thuringiensis (Thuricide HP) na dosagem de 250-500g/ha tem sido usado com eficiência no controle das lagartas. • As lagartas que atacam o cafeeiro são controladas biologicamente por seus inimigos naturais (parasitos e predadores), os quais são encontrados nos cafezais, à procura de seus hospedeiros (lagartas). • Visto que o uso indiscriminado de inseticidas, visando controlar outras pragas, elimina os inimigos naturais das lagartas (insetos úteis), tendo como conseqüência, surtos destas e também de outras lagartas que geralmente não atacam o cafeeiro, podendo causar prejuízos, já que se alimentam das folhas. Controle químico • Deve-se pulverizar somente os talhões infestados • Se o ataque ocorrer em “reboleira”, pulverizar também uma faixa de segurança ao redor dela. • O controle das lagartas pode ser feito através de inseticidas organofosforados como o Triclorfon (Dipterex 500: 1 l/ha) inseticidas biológicos como o Bacillus thuringiencis (Dipel PM: 250-500 g/ha) e mais comumente através de inseticidas piretróides. • Especificamente para a lagarta rosca, a aplicação do inseticida deverá ser dirigida para a região do colo da planta, local visado pela praga. • O controle químico pode ser feito através de inseticidas fosforados aos quais se adiciona óleo mineral miscível ou emulsionável a 1,0-1,5% (Assist, Spinner, Sunspray E, Triona, Dytrol, Iharol, Natur’l óleo, Nimbus, etc.). Esse óleo ajuda a penetração do inseticida e a matar a cochonilha por asfixia. No caso de cochonilha branca deve-se dar preferência a inseticidas com efeito fumigante. BICHO MINEIRO Perileucoptera coffeella (Guérin & Mèneyille, 1842) Descrição • Praga de origem africana , constatada no Brasil a partir de 1851, quando aqui entrou , provavelmente através de mudas de café , provinientes das Antilias e da ilha de Bourbon. • Atualmente encontra –se em disseminada por todas regiões cafeeira do país. • É a praga que mais preocupa os cafeicultores do Brasil; • Ao nascer, as pequenas lagartas passam dos ovos diretamente para o interior das folhas, ficando alojadas entre a epiderme superior e inferior. • Dentro da folha, as larvas se alimentam formando as galerias, ou minas. • A ação do bicho mineiro pode provocar uma desfolha de 70%. • A conseqüente diminuição da fotosssíntese ocasiona a queda de produção. • A perda de produtividade do cafeeiro atingido pode ser de até 50%. • É uma praga monófaga, atacando somente o cafeeiro. • Pode-se encontrar, em uma lesão, uma ou mais lagartas. (a presença de mais de uma lagarta é devido à coalescência de lesões). • Finalizando o período larval, a lagarta deixa de alimentar-se e sai pela epiderme superior da folha, abrindo uma tampa na extremidade da lesão. • Ao sair, desce por meio de um fio de seda por ela produzido e vai construir o casulo nas folhas geralmente na página inferior. • Antes de passar para a fase crisálida, constrói uma teia em forma de X, que servirá de fixação e proteção ao casulo; • Finalizando a fase de crisálida, emerge o adulto. • A lesão ou mina é caracterizada por um centro preto, resultado do acúmulo de suas excreções e com o contorno castanho-claro. • A epiderme superior de uma lesão destaca-se facilmente, sendo comuns lesões velhas sem epiderme superior, que se desprendeu naturalmente. • O Bicho Mineiro na fase adulta é uma mariposa de cerca de 6,5 mm de envergadura e 2,2 mm de comprimento • A parte superior das asas anteriores tem coloração branco-prateada, com mancha circular preta, de halo amarelado em cada ponta. • As mariposas do bicho-mineiro são microlepidópteros de hábitos crepuscular-noturnos. • Para visualizá-las, basta agitar a folhagem do cafeeiro, a fim de que saiam voando. • Durante o dia as mariposas escondem-se na folhagem, instalando-se na página inferior das folhas do cafeeiro, ou de outros vegetais. • A tarde ou ao anoitecer deixam o abrigo e iniciam a postura, na página superior das folhas do cafeeiro. • A ocorrência do bicho mineiro está condicionada a diversos fatores: climáticos - temperatura e chuva principalmente; condições da lavoura lavouras mais arejadas têm maior probabilidade de serem intensamente atacadas; presença ou ausência de inimigos naturais como parasitos, predadores e patógenos. • Há diferenças quanto à época de ocorrência entre as regiões cafeeiras, porém, de modo geral, as maiores populações têm sido encontradas nos períodos mais secos do ano, com início em junho e cume em outubro, sendo menor antes e após esses meses. • Há casos em que a população aumenta em março-abril em decorrência de veranicos no mês de janeiro e/ou fevereiro. • Após a constatação da ferrugem (Hemileia vastatrix Berk & Br.) no Brasil em 1970, o bicho mineiro passou a ser considerado a principal praga da cultura, superando mesmo a broca do café, Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera-Scolytidae), e isto foi devido às condições necessárias para o controle da ferrugem, tais como espaçamentos maiores para permitir o uso de máquinas e propiciar arejamento às plantas, que são condições adversas à doença, porém ideais para o inseto. As práticas culturais, como as pulverizações de fungicidas, já foram também correlacionadas com o aumento da população do bicho mineiro (PAULINI et al., 1976). Prejuízos • Esta praga até 1970 era considerada problema apenas no período seco do ano e os cafeicultores conviviam com ela sem grandes problemas. • A partir de então, a praga passou a ocorrer indiscriminadamente no período seco e chuvoso, passando a ser, em determinadas regiões, o principal problema fitossanitário do café. • Esses prejuízos resultam da redução da capacidade fotossintética pela destruição das folhas e principalmente pela queda destas folhas. • Os sintomas são mais visíveis na parte alta da planta, onde se observa um grande desfolhamento, quando o ataque é intenso. • Cafeeiros conduzidos em espaçamentos mais largos têm tendência a uma maior infestação da praga. • O inseto é prejudicial ao cafeeiro somente na fase larval. • Quando adulto, causa prejuízos indiretos (nessa fase ocorre a fecundação da fêmea, de cujos ovos surgirão as lagartas) • As lagartas possuem aparelho bucal mastigador, enquanto os adultos o têm sugador-maxilar, dotado de uma espirotromba, que se desenrola por ocasião da alimentação. • O bicho-mineiro pode causar prejuízos à produção e a longevidade dos cafeeiros. • Para produzir frutificação normal, a planta precisa de sua folhagem durante o processo da diferenciação das gemas florais por ocasião das floradas. • Ocorrendo a floração e conseqüente fecundação haverá produção de frutos. • Para o desenvolvimento normal destes, após a fecundação, é preciso que a planta possua enfolhamento suficiente, pois os frutos necessitam dos nutrientes que são sintetizados nas folhas pela fotossíntese. • Se o enfolhamento é insuficiente, haverá pouca disponibilidade de nutrientes e os frutos não se desenvolverão satisfatoriamente, em prejuízo da produção. • O ataque do bicho-mineiro aumenta normalmente a partir de julhoagosto, quando via de regra as condições climáticas lhe são mais favoráveis, atingindo o máximo em outubro; • Pode ocorrer um drástico desfolhamento das plantas, que ficam sem folhagem ou com folhagem rala e mais ou menos dilacerada por ocasião das floradas. • Devido à desfolha causada pela praga, os ramos, antes protegidos, ficam também desnudos, e por esse motivo secam facilmente ante a incidência direta dos raios solares, com perda dos frutos. • Os ramos secos não terão função na planta, que por isso se enfraquece. • Com o surgimento da nova folhagem, a lavoura terá péssimo aspecto devido à associação de ramos secos com a folhagem nova. • Tem-se observado maiores prejuízos quando o ataque se dá no período de maior intensidade pluvial. • Os prejuízos causados pelo Bicho Mineiro variam principalmente pela intensidade, duração do ataque e época de ocorrência. • A planta, sofrendo desfolhas drásticas anualmente, enfraquece (a exigência para a reposição das folhas perdidas, leva à exaustão. Controle • Um dos fatores que beneficiam o aparecimento da praga são as lavouras arejadas. • Em princípio o controle da praga deve ser feito de maneira preventiva pisando a forma larval, antes que a população atinja seu ponto máximo. • Com o controle, reduz-se a quantidade de insetos; haverá conseqüentemente uma menor porcentagem de folhas minadas e, portanto, pode-se esperar um enfolhamento melhor no período das floradas. • Normalmente, devem ser feitas duas pulverizações no cafezal, com intervalo de 30 dias, a primeira das quais em julho. • A quantidade de água a ser utilizada por hectare depende do equipamento utilizado. Recomenda-se que em lavouras que tenham mais de 2,5 anos de idade se use o pulverizador costal motorizado, ou acoplado ao trator, ou o de tração animal. • Em viveiros, o controle do bicho-mineiro pode ser feito com os mesmos produtos na proporção de 200 a 250 ml por 100 litros de água, em pulverização sobre as mudas. Controle cultural • A eliminação de ervas daninhas dos cafezais contribui para a diminuição da praga; • É recomendada capina racional dos mesmos. • Evitar utilização de cobertura morta e culturas intercalares. Controle biológico • Após a constatação cada vez maior da praga, muitos trabalhos de controle foram realizados, principalmente com produtos químicos. • Entretanto, durante a realização desses trabalhos, observações paralelas demonstraram que havia um controle biológico natural através de parasitos, predadores e patógenos. Predadores • Entre os agentes que promovem o controle biológico, os predadores, podem ser considerados os mais eficientes, pois necessitam predar mais de um indivíduo para sua sobrevivência e tornam-se assim grandes inimigos naturais. • Para o bicho mineiro já foram identificados diversos predadores, todos da ordem Hymenoptera e da família Vespidae. • A eficiência dos predadores no controle ao bicho mineiro pode ser feita observando-se folhas minadas que, após haver a predação, têm a epiderme superior e/ou inferior, correspondente à área da lesão, totalmente dilacerada. Estas dilacerações são realizadas pela vespa para retirar a lagarta que lhe serve de alimento. • O controle biológico pelas vespas predadoras pode ser considerado eficiente, desde que não seja observada nas lavouras uma porcentagem superior a 30% de folhas minadas intactas, ou seja, que não apresentem rasgaduras produzidas pelas vespas, nos meses de junho a julho. • Esta porcentagem deve ser obtida em folhas do terço médio e superior das plantas, visto que a distribuição do bicho mineiro nas plantas de café é de cima para baixo na 3ª, 4ª ou 5ª folhas do ramo. • Quando ocorrerem mais de 30% de folhas minadas intactas, deve-se recorrer ao controle químico pois, neste caso, o predatismo, ou seja, o controle biológico, não está sendo isoladamente suficiente. • Vê-se que por si só o controle biológico nem sempre é suficiente e, caso o nível de 30% mencionado seja atingido, deve-se lançar mão de outros meios de controle, pois se as condições nos meses de agosto, setembro e outubro forem favoráveis ao bicho mineiro, os prejuízos podem chegar aos níveis já mencionados anteriormente, ou seja, acima de 50% de decréscimo na produção. • As vespas predadoras do bicho mineiro predam também larvas de outros insetos, e a época de ocorrência depende de abundância de presas, sendo este um dos motivos pelos quais não se recomenda o uso indiscriminado de defensivos, principalmente na época de maior atividade dos insetos, que é o verão. Controle químico • Medidas de controle químico somente devem ser tomadas após ser observada nas lavouras uma porcentagem de ataque do bicho mineiro superior a 30% de folhas. • Não deve ser feita aplicação indiscriminada de inseticidas, pois poderá ocorrer desequilíbrio devido à eliminação dos inimigos naturais, causando explosões populacionais da praga ou surtos indesejáveis de lagartas que normalmente são controladas biologicamente por parasitos encontrados em abundância nas lavouras. • Quando se usa constantemente inseticidas em pulverização, principalmente piretróides, os parasitos são eliminados, mas os piretróides podem causar desequilíbrio em favor do ácaro vermelho. O controle químico deve ser feito somente nos talhões ou parte dos talhões mais infestados, a fim de auxiliar na preservação dos inimigos naturais. • Normalmente bastam duas pulverizações no período junho-agosto, mas em algumas regiões há também necessidade do controle em abril. Para o controle do pico de abril pode ser usado um inseticida granulado, se houver umidade no solo, aplicado em fevereiro ou março. O controle químico pode ser realizado através de dois sistemas básicos: pulverização foliar e aplicação via solo. a) Pulverização foliar • Uso de produtos inseticidas organo-fosforados, carbamatos,, piretróides. Inseticidas organofosforados: • Ethion - Ethion 500 Rhodia Agro: 1,0 a 1,2 l/ha • Parathion metílico - Folidol 600: 1,0 a 1,5 l/ha • Dimetoato - Tiomet 400 CE: 1,0 a 1,5 l/ha Inseticidas carbamatos: • Cartap - Cartap BR 500: 0,8 a 10 l/há - Thiobel 500: 0,8 a 1,0 l/há • • • • • Inseticidas piretróides: Permethrin - Ambush 500 CE: 100 a 150 ml/ha - Piredan: 120 a 150 ml/ha - Pounce 384 CE: 120 a 150 ml/ha - Valon 384 CE: 120 a 150 ml/ha - Talcord 250 CE: 100 a 200 ml/ha Cypermethrin - Ripcord 100: 100 a150 ml/ha - Sherpa 200: 50 a 80 ml/ha - Arrivo 200 CE: 50 a 70 ml/ha - Cyptrin 250 CE: 40 a 70 ml/ha - Nortrin 250 CE: 40 a 70 ml/ha Alfacypermethrin - Fastac 100: 100 a 150 ml/ha Zetacypermethrin - Fury 180 EW: 35 ml/ha Deltamethrin - Decis 25 CE: 150 a 250 ml/ha • Para plantas jovens pode-se considerar a regra de uso da mesma concentração de calda inseticida, ou seja diluindo-se a dose indicada para a lavoura adulta em 400 litros de água. • O controle via foliar é feito basicamente através da mortalidade das larvas, dentro das minas nas folhas, embora os tratamentos possam acarretar também a morte parcial das mariposas (adultos). • Deste modo, é importante que os produtos possuam ação sistêmica ou mesmo de profundidade, para atingir as larvas dentro das folhas. • Alguns produtos apresentam ação ovicida (Cartap). • Normalmente são necessárias duas a três aplicações, com intervalo de 30 a 40 dias para um controle eficiente do bicho mineiro, em condições normais de ataque para os inseticidas organofosforados, carbamatos e derivados de uréia. Para os piretróides uma ou duas aplicações com aplicações com intervalo de 50 a 60 dias. Em regiões quentes onde o ciclo evolutivo da praga é bem mais curto, esse intervalo pode cair pela metade. • O acompanhamento da praga, pela verificação da presença de minas com larvas vivas, é a base para avaliar a necessidade de novas aplicações. • O período residual de controle via foliar normalmente é pequeno. Os inseticidas fosforados e carbamatos têm uma ótima ação de profundidade, matando as lagartas no interior das lesões (efeito de choque) mas apresentam curto efeito residual (25 a 30 dias). • Os inseticidas peretróides, ou suas misturas, ao contrário, apresentam maior efeito residual (50-60 dias) e nenhuma ação de profundidade. Por esta razão, quando a praga já estiver instalada e com níveis elevados de infestação, recomenda-se o uso de misturas de inseticidas fosforados ou carbamatos com inseticidas piretróides em pulverização. • É sempre bom lembrar que quando se usam inseticidas piretróides recomenda-se associar um inseticida fosforado para evitar desequilíbrio que favoreça o aparecimento de ácaros. O uso de óleos emulsionáveis na dosagem de 0,5 a 1,0% proporciona alta adesividade dos produtos nos tecidos vegetais, aumentando a eficiência das pulverizações e diminuindo as perdas por lavagem da água das chuvas. b) Aplicação via solo • Uso de produtos organofosforados ou carbamatos, formulados em grânulos e veiculados em argila ou areia. Podem também ser usados inseticidas sistêmicos via líquida. Nesse sistema o controle deve ser feito preventivamente, pois é necessário um período de 30 a 40 dias para a liberação, absorção e translocação dos ingridientes ativos, em níveis adequados, até a folhagem. • A aplicação deve ser cuidadosa pelo fato de os produtos, no geral, serem extremamente tóxicos. • Alguns produtos novos, derivados do ácido nicotínico, estão apresentando bons resultados e menor toxicidade ao meio ambiente. Exemplo: Imidacloprid (Premier) e Thiametoxan (Actara). • Para facilitar a exposição, vamos dividir esse item em três tópicos: a) Inseticidas granulados sistêmicos • Terbufós - Counter 50 G: 60 a 80 kg/ha - Counter 150 G: 15 a 20 kg/ha • Carbofuran - Carboran Fersol 50 g: 60 a 80 kg/ha - Diafuran 50: 60 a 80 kg/ha - Furadan 50 G: 60 a 80 kg/ha - Furadan 100 G: 20 a 30 kg/ha - Ralzer 50 GR: 60 a 80 kg/ha • Phorate - Granutox 50 G: 60 a 80 kg/ha - Granutox 150 G: 20 a 30 kg/ha • Aldicarb - Temik 150: 20 a 25 kg/ha • Thiametoxan - Actara: 25 a 40 kg/ha • Esses produtos devem ser enterrados sob a saia do cafeeiro, em sulcos, dos dois lados da planta quando se usam granuladeiras mecânicas, em dois ou quatro pontos quando se usa matraca, no período de novembro a fevereiro, pois o uso desses produtos exige umidade do solo que garanta a sua absorção pela planta. Podem ser feitas uma ou duas aplicações no intervalo de 60 a 90 dias. O solo deve estar livre de ervas daninhas e de alta porcentagem de matéria orgânica não decomposta na região de aplicação. • O inseticida Aldicarb, devido à sua alta solubilidade, pode ser aplicado no final da estação chuvosa, dilatando assim o período de controle. Os demais inseticidas deverão ser aplicados até dezembro, pois são menos solúveis e necessitam de maior umidade e tempo para serem absorvidos e distribuídos pela seiva das plantas para toda a parte aérea do cafeeiro. Nos cafezais irrigados não há restrições. b) Inseticidas sistêmicos via líquida • Carbofuran - Furadan 350 SC: 9 a 12 l/ha • Imidacloprid - Premier: 1,3 a 1,6 kg/ha • Esses produtos devem ser diluídos em água e aplicados sobre a saia dos cafeeiros dirigidos às proximidades do caule. Quando se pretende controlar as cigarras ou mosca das raízes concomitante ao bicho mineiro, aplicar no período de outubro a dezembro. Quando se quer estender o controle do bicho mineiro exclusivamente usá-lo no mês de fevereiro. c) Controle associado da ferrugem e bicho mineiro • É feito através da mistura de fungicidas e inseticidas granulados sistêmicos em aplicação única, no período de outubro a dezembro, enterrado sob a saia do cafeeiro, da mesma maneira como foi recomendado para os inseticidas granulados sistêmicos: • Disulfoton + triadimenol - Baysiston: 30 a 70 kg/ha • Disulfoton + Cyproconazole - Altomix: 103,2: 30 a 70 kg/ha - Altomix 104: 30 a 70 kg/ha • Thiametoxan + Cyproconazole - Verdadero 20 GR: 30 kg/ha • Em certos casos, dependendo da época de ocorrência da praga e da umidade do solo, é conveniente associar aplicações de solo com uma complementação foliar mais tarde. • Como ação complementar, tem-se observado que, nos meses de preparo para a colheita, a operação de “sopração” tem apresentado redução considerável de pupas do bicho mineiro nas folhas caídas. • As doses recomendadas variam conforme a densidade de plantio e idade do cafezal. • O monitoramento da praga é essencial para a tomada de decisões para o seu controle. • É extremamente vantajosa a integração dos métodos culturais, biológicos e químicos para que se tenha maior sucesso no controle do bicho mineiro. • A alternância no uso de inseticidas é sempre recomendável para se evitar o aparecimento de resistência da praga a esses produtos. ÁCARO BRANCO Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) Descrição • É um ácaro polífago ou heterófago, atacando dentre outras culturas o algodoeiro, o feijoeiro, o mamoeiro e a seringueira. • Recebe alguns nomes vulgares como: ácaro branco, ácaro tropical, ácaro do chapéu do mamoeiro, ácaro das rasgaduras das folhas e ácaro do bronzeamento das folhas (REIS, 1974). • É muito pequeno, não sendo visto facilmente sem o auxílio de lentes de aumento. • Somente é notado quando as plantas atacadas apresentam sintomas típicos. • Os machos são menores que as fêmeas e de corpo estreito, com a extremidade afilada; apresentam quatro pares de pernas, sendo que o quarto par não é usado na locomoção, permanecendo estendido para trás e servindo de órgãos sexuais auxiliares. • São mais ativos que as fêmeas, têm pernas mais compridas e são comumente vistos carregando as pupas, hábito que auxilia a disseminação da praga e garante a propagação da espécie, pois as fêmeas, logo que se tornam adultas, são copuladas. • Localizam-se de preferência nos tecidos novos das plantas, abrigando-se dos raios solares na página inferior das folhas, onde realizam o ataque. • Foi relatado por CHIAVEGATO et al. (1974) atacando cafeeiros pela primeira vez no Brasil, no Estado do Espírito Santo, e atualmente já tem sido encontrado atacando cafeeiros em outros Estados. Prejuízos • Atacam as folhas e ramos dos ponteiros que em ataques intensos passam a apresentar os sintomas característicos do ataque de P. Latus. • Folhas novas se enrolam e secam ou permanecem rudimentares, podendo apresentar rasgaduras. • Tornado-se deprimidas na parte central com os bordos voltados para baixo • O crescimento desuniforme do limbo foliar, evolui para necroses e rasgaduras. Controle • Se ocorrer grande área infestada pelo ácaro, o controle pode ser feito utilizando-se o clorobenzilato a 25% CE, na dosagem de 150200ml/100 litros de água. • O endossulfam a 35% CE, na dosagem de l,5 a 2,0l/ha, que é usado para o controle da broca, também apresenta eficiência no controle do ácaro branco. ÁCARO VERMELHO Oligonychus (O.) ilicis (Mc Gregor, 1919) (Acari-Tetranychidae) Descrição • O ácaro vermelho do cafeeiro vive na parte superior das folhas (epiderme superior). • A fêmea, de aspecto avermelhado, tem 0,5 mm de comprimento e chega a depositar, a cada postura, de 10 a 15 ovos. • O ácaro vermelho se alimenta das folhas do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. • Com a ação da praga, a folha perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado. • Em alguns casos, podem ser observadas pequenas teias, nas quais ficam grudadas poeira e ciscos. • Apesar de pequenos, os ácaros podem ser vistos a olho nu. • Foi descrito pela primeira vez na Carolina do Sul, EUA, atacando azevim americano, em 1917. • Posteriormente, foi encontrado atacando plátano. • É também praga de coníferas, azálea, camélia e nogueira nos Estados Unidos; chá, arroz, loureiro, azevim no Japão, além do café no Brasil e diversas outras culturas (JEPPSON, 1975). • O ataque do ácaro ocorre geralmente em reboleiras e, se as condições forem favoráveis ao ácaro e o controle não for feito no inicio da infestação, poderá atingir toda a lavoura. • O uso em excesso de fungicidas cúpricos no controle da ferrugem do cafeeiro pode causar um desequilíbrio que trará como conseqüência grande aumento da população do ácaro. Prejuízos • Devido ao grande número de ácaros, que raspam a epiderme das folhas, ocorre uma redução na capacidade fotossintetizadora das plantas atacadas. • Em período de seca, com estiagem prolongada, as condições são propícias ao desenvolvimento do ácaro. • Podendo causar desfolha do cafeeiro. • Nas lavouras novas, em formação, podem retardar o seu desenvolvimento.. Controle Controle biológico • Em folhas de cafeeiro são encontrados ácaros predadores pertencentes à família Phytoseiidae e coleópteros do gênero Stethorus; • Juntamente com outros predadores mantêm baixa a população de ácaro vermelho em condições normais de clima e manejo da lavoura. Controle químico • O controle químico da praga pode ser feito com acaricidas. • Porém, o ácaro tem se beneficiado com práticas de combate a outras pragas e doenças. • Estudos comprovaram que fungicidas utilizados no controle da ferrugem aumentaram a população do ácaro vermelho. • Da mesma forma, produtos químicos utilizados no combate ao bicho mineiro também causam um desequilíbrio e favorecem o aparecimento da praga, pois os predadores naturais são eliminados. • Chuvas pesadas paralisam o ataque e propiciam às plantas condições de vegetação e recuperação, não sendo necessária nenhuma medida de controle. PRAGAS DOS FRUTOS BROCA Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera-Scolytidae) Descrição • A broca do café é considerada uma das principais pragas do cafeeiro, atacando frutos em qualquer estádio de maturação. • É originária da África, onde foi citada pela primeira vez no ano de 1901, no Congo Belga. • No Brasil, foi introduzida no Estado de São Paulo, provavelmente antes de 1922, pois já neste ano verificaram-se intensos ataques desse inseto. • O adulto da broca do café é um besourinho de cor preta, luzidio, medindo a fêmea cerca de l,65mm de comprimento por 0,73mm de largura. • O macho é menor, e possui cerca de l,18mm de comprimento por 0,51mm de largura, corpo é subcilíndrico, ligeiramente recurvado para a frente. • Os élitros possuem e escamas filiformes, no que difere da falsa broca, Hypothenemus obscuras (Fabricius, 1801) que possui cerdas espatuladas, mais largas e com cinco a seis estrias longitudinais. • A falsa broca alimenta-se somente da polpa do fruto bem seca, não atingindo os cotilédones e não se constitui numa praga. • Os machos da broca do café possuem as asas membranosas rudimentares, não voam e permanecem constantemente dentro dos frutos, onde se realiza a fecundação das fêmeas. • O número de fêmeas é maior que o de machos, sendo a razão sexual de 10:1, ou seja, dez fêmeas para cada macho. • Ao ser fecundada, a fêmea perfura o fruto e faz uma galeria de aproximadamente 1 mm, até atingir a semente. • Onde faz a postura, que resultará no aparecimento de larvas. • As larvas serão responsáveis pela destruição total ou parcial da semente. • A fecundidade média das fêmeas é de 74 ovos (31 a 119 ovos) e a longevidade média, de 156 dias (81 a 282 dias). • A fêmea coloca 2 ovos por dia e o numero de ovos por câmara dificilmente ultrapassa a 20. O período médio de incubação dos ovos é de 7,6 dias (4 a 16 dias). O período larval é de 13,8 dias em média (9 a 20 dias) e o período pupal de 6,3 dias em média (4 a 10 dias). • O número de gerações, em nossas condições, pode chegar até a 7 por ano, sendo que 4 a 5 evoluem no período de novembro-dezembro a julhoagosto. • O ciclo evolutivo médio da praga é de 27,7 dias (17 a 46 dias). • O ataque do pequeno besouro pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento do fruto: verde, maduro ou seco. • Ocorre queda de frutos, mas via de regra não ovopositam por estarem nos frutos muito aquosos. • O ataque se acentua na fase de granação e maturação. Prejuízos • Altas infestações diminuem a porcentagem de grãos perfeitos e aumentam a de grãos perfurados, de escolha e de grãos quebrados, determinando, em conseqüência, uma sensível perda de peso além do ruim aspecto e sabor. • Outro prejuízo atribuído a broca é aquele referente a queda de frutos. • A inferiorização do tipo é também um dos prejuízo, pois a cada 5 grãos perfurados atribui-se um defeito. • Um lote de café pode passar do tipo 2 ou 3 para o tipo 7 ou 8, devido exclusivamente ao ataque da praga. • Observa-se, portanto, que além de se ter menor quantidade de café devida a redução do peso e à queda de frutos, consegue-se menor preço pelo produto devido à perda da qualidade. • Os resultados da infestação são o mau aspecto e do sabor prejudicado. • Em casos de grande infestação, a perda de peso pode ser superior a 20%, ou seja, mais de 12 quilos por saca de 60 quilos. • O grão brocado também é inferiorizado na classificação do tipo do café, que é determinado pelo número de defeitos existentes em amostras. Controle • O produtor pode controlar a ação da praga tendo alguns cuidados. É necessário que colheita e limpeza sejam bem feitas, de maneira que frutos não permaneçam na árvore e no chão. • Evitando que a broca sobreviva na entressafra para infestar posteriormente a nova frutificação. • Outro detalhe importante é iniciar a colheita pelos talhões mais afetados, pois a praga tem grande poder de infestação. • Mesmo após armazenado, o café brocado pode contaminar os cafés sadios. • Recomenda-se iniciar o controle da broca, quando se encontrar aproximadamente 5% dos frutos broqueados, da primeira florada. • Isto ocorre geralmente no mês de novembro na Zona da Mata e em janeiro, no Sul de Minas. • A fim de que o controle seja iniciado na época correta, deve-se proceder a amostragens periódicas dos frutos, nos vários talhões da lavoura, começando-se pelas partes mais baixas e úmidas. • O controle deve iniciar-se pelas partes mais atacadas da lavoura. • Lavouras velhas e fechadas requerem maiores cuidados, pois em tais condições são mais favoráveis as condições de infestação. Controle biológico • O controle biológico da broca do café por meio da vespa de Uganda tornou-se o principal programa de estudos e observações pelos cientistas do Instituto Biológico, que ainda não tinham uma opinião conclusiva sobre o método, ainda que já tivesse sido experimentado pelos holandeses em Java. • Enquanto isso o repasse continuava a ser considerado pelos cientistas como a melhor e mais segura medida de combate à praga. • Outra forma de controle biológico é feita com um fungo que tem tido considerável sucesso. • A tecnologia Embrapa é responsável pelo desenvolvimento em laboratório de um dos inimigos naturais da broca-do-café, a principal praga que ataca o cafeeiro. • O fungo Beauveria bassiana é capaz de controlar biologicamente a incidência da broca, substituindo gradativamente o uso de agrotóxicos. • Em fase de multiplicação, o fungo está sendo aplicado em lavouras experimentais da Embrapa Rondônia e os resultados são extremamente satisfatórios. Ganha a natureza e ganha o produtor. Controle Cultural • A colheita do café deve ser muito bem feita, evitando-se deixar frutos nas plantas e no chão, nos quais a broca poderia sobreviver na entressafra para infestar posteriormente a nova frutificação. • É recomendável fazer o “repasse” ou a catação dos frutos remanescentes da colheita. • A colheita deve ser iniciada pelos locais ou talhões mais infestados da lavoura, pois a broca apresenta grande capacidade de reprodução e em anos de alta infestação, os últimos talhões colhidos são os que apresentam maiores níveis de infestação. • Deve-se também eliminar cafeeiros não explorados comercialmente, como por exemplo talhões velhos e já improdutivos, com o intuito de reduzir fontes de broca. Controle químico • O controle químico, mais utilizado no Brasil, deve ser iniciado quando se constatar a presença da broca em 3 a 5% dos frutos das primeiras floradas. • O nível de infestação deve ser avaliado a partir de amostras de frutos de diferentes talhões. • A fim de que o controle seja iniciado na época correta, deve-se proceder a amostragens periódicas dos frutos, nos diversos talhões da lavoura, começando pelas partes mais baixas e úmidas. • O controle deve ser iniciado pelas partes mais atacadas da lavoura. • Na maioria das vezes, o controle não é feito em toda a lavoura, mas limitado a alguns talhões. • Mesmo após o controle, a inspeção deve continuar e quando a infestação alcançar os índices recomendados, fazer o controle novamente, respeitando os limites de carência dos defensivos. • Lavouras velhas e fechadas requerem maiores cuidados, pois em tais condições são mais favoráveis ao ataque da broca. MOSCA DAS FRUTAS Ceratitis capitata (Wied., 1824) Anastrepha fraterculus Descrição • A larva depositada pela mosca adulta se instala nas raízes e inicia perfurações nos tecidos. • Essa ação impede a absorção de nutrientes pela planta e também precede o ataque de fungos e bactérias. • Um dos sintomas da infestação é a deficiência nutricional. • Em relação à produtividade, o estudo aponta que a redução da produção dos cafeeiros depende do grau de infestação e a idade da lavoura. • Plantas mais velhas apresentam recuperação deficiente. • O controle da mosca da raiz do cafeeiro deve ser feito com inseticidas. • A mosca também está presente em lavouras dos Estados do Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e outros. • Os insetos adultos (moscas) medem de 4 a 5 mm de comprimento por 10 a 12 mm de envergadura; o tórax, na parte dorsal, e branco acinzentado com manchas pretas brilhantes; as asas são transparentes com faixas amarelas e castanhas. • Os adultos de Anastrepha são ligeiramente maiores que os da Ceratitis acima descritos e, apresentam coloração amarela e ainda apresentam um S característico nas asas. • O período de pré-oviposição e de 11 dias. • Atacam o café cereja e colocam os ovos introduzindo o ovipositor na parte mais tenra do fruto e, por meio de movimentos circulares, as fêmeas alargam neste ponto a cavidade da polpa formando uma câmara, colocando nesta os ovos, de pé e em numero de 2 a 5. • Os ovos têm aspecto característico de uma pequena banana e são de coloração branco amarelada. Após a eclosão surgem as larvas que são retilíneas e com a extremidade posterior truncada e a anterior afilada. • O período larval é de cerca de 6 a 9 dias, em média, findo o qual passam a pupa no solo, aprofundando-se mais ou menos de acordo com a consistência do mesmo. Após 10 a 21 dias surgem os adultos. O ciclo evolutivo completo é, em média, de 25 a 30 dias, podendo dar até 9 gerações por ano e cada fêmea põe, durante a sua vida, uma média de 250 ovos. Prejuízos • Na cultura do café estes insetos embora se alimentem da polpa do café cereja não atacando as sementes, podem prejudicar a qualidade da bebida e constituir foco de infestação para pomares. • Podem, também, causar o apodrecimento e queda de frutos. Controle Controle Cultural • Pode ser feito o controle mediante apanha dos frutos no estado de cereja e seu imediato despolpamento e beneficiamento, eliminando assim, todas as larvas. Controle biológico • Existem diversos inimigos naturais podem auxiliar na redução da praga, destacando-se certos microhimenópteros. Controle Químico • Nas propriedades onde existirem culturas de café e citros, pode-se iniciar o tratamento das “moscas das frutas” com aplicações de inseticida, juntamente com iscas nos cafezais. MOSCA DO MEDITERRÂNEO Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824) (Diptera-Tephritidae) Descrição • Entre as moscas das frutas que ocorrem em café, a espécie predominante é a C. Capitata. • GARCIA (1981)afirma que o hospedeiro preferencial dessa espécie em relação aos citros é o café. • MALAVASI (1977) destaca dentre todos os hospedeiros da mosca, o café, pela grande população que este apresenta, apesar de não lhe causar problemas. • Os insetos adultos, moscas, de C. capitata medem de 4 a 5mm de comprimento por l0 a 12mm de envergadura, apresentando asas transparentes com faixas amarelas e castanhas. Prejuízos • Por atacarem somente a polpa do café, os prejuízos que causam são o apodrecimento e a queda de frutos, o que prejudica a qualidade do café. • Os maiores prejuízos são indiretos • Os cafezais são focos de infestação de moscas das frutas para os pomares de frutíferas como de citros, pêssego, goiaba, manga, onde apresentam significativa importância econômica. Controle • Normalmente não se recomenda o controle da mosca das frutas em café. • Uma prática que deve ser adotada é evitar o plantio de citros ou outra frutífera explorada comercialmente próximo aos cafezais. • Observações relatadas por SALGADO (1979) mostram que exemplares de C. capitata, coletados em frutos de cafeeiros tratados com cobre para o controle da ferrugem causada por Hemileia vastatrix, não se reproduziram normalmente • SALGADO (1979) concluiu que o cobre exerce influência negativa em algumas das fases de desenvolvimento de C. capitata, podendo, de acordo com a dose de cobre recebida na alimentação, influir na viabilidade dos ovos, no desenvolvimento das larvas e na fertilidade das fêmeas através do atrofiamento dos ovários e na longevidade dos adultos que é diminuída. • O uso de oxicloreto de cobre em pulverizações para o controle da ferrugem pode interferir no processo de desenvolvimento e postura de C. capitata, podendo haver um decréscimo da viabilidade larval média em cerca de 25%, pupal em cerca de 13% e postura média em torno de 43%. MOSCA SULAMERICANA Anastrepha fraterculus (Wiedmann, 1830) (Diptera-Tephritidae) Descrição • Os adultos de Anastrepha fraterculus são ligeiramente maiores que os da Ceratitis capitata; • apresentam coloração amarela e um desenho em forma de “S” característico nas asas. • Os prejuízos e as medidas de controle são semelhantes aos da mosca do Mediterrâneo, C. capitata. PRAGAS DO CAFÉ ARMAZENADO CARUNCHO DAS TULHAS Araecerus fasciculatus (De Geer, 1775) (Coleoptera-Anthribidae) Descrição • É uma importante praga de grãos de café armazenado. • Inicialmente atacava somente café em coco e sua importância se restringia às tulhas das fazendas; • Se adaptou ao café beneficiado, assim se constituindo em temível praga dos armazéns de café. • O ataque inicial é no campo e continua no armazém. • O adulto do caruncho é um pequeno besouro, com cerca de 5mm de comprimento e 3mm de largura. • Quando ainda novo apresenta coloração castanho-clara e posteriormente se torna acinzentado ou pardo. • Nos élitros apresenta três manchas alongadas e de cor amarelada. • Toda a superfície dos élitros apresenta manchas puntiformes claras e escuras, sem alinhamento definido. • A cor pode variar de tom, conforme o meio em que o inseto se encontra. • É um inseto polífago, podendo atacar além do café armazenado, o cacau, o feijão, o milho e frutos secos além de outros, ao contrário da broca do café que é praga específica. • O ciclo evolutivo do caruncho das tulhas em frutos de café, em condições normais, varia de 46 a 62 dias, sendo da postura à eclosão das larvas de 5 a 8 dias, de larva a pupa de 35 a 45 dias e de pupa a adulto de 6 a 9 dias. • As larvas inicialmente se alimentam de mucilagem e posteriormente penetram nas sementes. • Após o nascimento do adulto, este rói a casca do café, abrindo um furo circular, de 3 a 4mm de diâmetro, para sua saída ao exterior. Prejuízos • O caruncho danifica o café seco em todas as suas formas: coco, despolpado e beneficiado. • Destrói geralmente uma parte das sementes dos grãos de café, não sendo entretanto alterados a cor, o aroma e o sabor, prestando-se portanto ainda à torrefação. • Em conseqüência do ataque pode causar até 30% de quebra no peso do café armazenado em um período de seis meses. • Os maiores danos são causados em armazéns com temperatura e umidade elevadas. Controle • Como se trata de uma praga de armazéns, uma medida que auxilia no controle é a limpeza e remoção de restos de café armazenado antes da entrada da nova safra. • As demais medidas de controle recomendadas são curativas ou preventivas. • Segundo o INSTITUTO BRASILEIRO DO CAFÉ (1981), o controle ao caruncho nos armazéns com café pode ser feito com fumigação dos blocos e nebulizações quinzenais com malatiom. TRAÇA DO CAFÉ Auximobasis coffeaella Busck, 1925 (Lepidoptera-Blastobasidae) Descrição • As traças são pequenas mariposas que medem cerca de 11 a 13mm de envergadura. • Possuem a cabeça e o tórax esbranquiçados, o mesmo acontecendo com as asas anteriores, só que estas possuem escamas escuras, notadamente ao longo da margem costal. • As lagartas, quando completamente desenvolvidas, medem l0mm de comprimento e possuem coloração parda ou levemente castanha. • Transformam-se em crisálidas dentro de um casulo de seda, ao qual podem estar aderidos detritos ou excrementos. • Excrementos presos às teias caracterizam seu ataque. Prejuízos • Alimentam-se quase que exclusivamente da casca dos frutos. • Esta traça não ataca grãos ou sementes perfeitas, porém destrói completamente as sementes quebradas. • Os frutos perfurados pela broca do café ou pelo caruncho podem ser completamente destruídos pela traça, pois ela aproveita o orifício para sua penetração nas sementes. • A presença de casulos e excrementos na sacaria e nos grãos prejudica a exportação. Controle • As medidas de controle do caruncho são eficientes contra a traça. Fim