Sexta Aula
Robert Rautmann
O silêncio do
Espírito Santo.
Espírito:
desconhecido
Não
reconhecemos
suas ações
Dificuldade da
identidade trinitária
Quem não é o Espírito?
Uma energia
Algo impessoal
Não se opõe
ao corpo e à matéria
“Aquele que ‘falou pelos profetas’ faznos ouvir a Palavra do Pai. Mas, ele
mesmo não o ouvimos. ... O Espírito da
Verdade que nos ‘desvenda’ o Cristo
‘não fala de si mesmo’” (CIC 687)
Quem é o Espírito Santo?
É o nome próprio daquele que adoramos e
glorificamos com o Pai e o Filho. (CIC 691)
Tem a mesma divindade do Pai e do Filho
Desde o início dos tempos, o ESPÍRITO age com o Pai
e o Filho
“RUAH”
“PNEUMA”
Paráclito
“SPIRITUS”
Espírito da promessa
Jesus
O Advogado
Espírito de adoção
Espírito de Cristo
S. Paulo
Espírito da
Verdade
Denominações do Espírito:
Espírito de Verdade
Jo 14,16-17
Espírito de Cristo
e do Senhor Rm 8,11
Espírito de Deus
1Cor 3,16
Paráclito
Jo 14,26
Espírito da Promessa
Gl 3,14
Espírito de Adoção
Gl 4,4-6
Espírito de Glória
1Pd 4,14
PENTECOSTES
Êxodo 19,16-25
Atos dos Apóstolos 2,1-13
Amanhecer, desde cedo
(v.16)
Terceira hora do dia (v.15)
Puseram-se ao pé da
montanha (v.17)
Todos reunidos no mesmo
lugar (v.1)
Trovões, relâmpagos (v.16) /
clamor muito forte de
trombeta (v.16) / som da
trombeta (v.19)
Um ruído com agitar-se de
um vendaval impetuoso (v.2)
Iahweh descera sobre ela
(Sinai) no fogo (v. 17)
Apareceram-lhe, então,
línguas como de fogo (v.3)
O povo que estava no
acampamento pôs-se a
tremer (v.16) / teve medo e
ficou longe (v. 18)
A multidão acorreu e ficou
perplexa (v. 6) / Estupefatos
e surpresos (v. 7) / Estavam
todos atônitos (v. 12) /
Atônitos (v. 12)
Desceu, pois, Moisés até o
povo, e lhe disse ... (v.25)
Pedro, então, de pé, junto
com os Onze, levantou a voz
e assim lhes falou (v.14)
PENTECOSTES
Êxodo 19,16-25
Atos dos Apóstolos 2,1-13
Todo o povo respondeu a
uma só voz: “Nós
observaremos todas as
palavras ditas por Iahweh”
(24,3)
Ouvindo isto, eles sentiram o
coração traspassado e
perguntaram a Pedro e aos
demais apóstolos: “Irmãos,
que devemos fazer?” (v.37)
Hag matan Torah
Pentecostes
Dom da Torah
Dom do Espírito
Recebimento da Torah
Recebimento do Espírito
Nascimento de Israel
Nascimento da Igreja
Moisés sobe à montanha
Jesus sobe aos céus
Princípio de uma unidade da Pneumatologia
O Espírito Santo é a interioridade de Deus (cf. I Cor 2,10-11)
A interioridade pneumática de Deus se torna princípio de exterioridade
O ES é uma “interioridade exteriorizante”
Infusão
Difusão
Toda ação pneumatológica ou “espiritual” vem sempre “de dentro para fora”
O Espírito é, ao mesmo tempo, força de interiorização e força de expansão. São
dimensões entrelaçadas.
ESPÍRITO SANTO
INTERIORIZAÇÃO
(IN-FUSÃO)
EXTERIORIZAÇÃO
(EX-PANSÃO)
Símbolos
Sopro = vida
Água = Vida
Aqui, visão vitalista do ES
Ventania = força, poder
Fogo = poder
Aqui, visão energética do ES
Identidade
ES = Pessoa (a 3ª Da SS. Trindade)
ES = Agente
- Hóspede (permanece)
- Repouso
- Consolação
ES = Energia
ES = Ação
- Impulso (passa através)
- Movimento
- Entusiasmo
Função
Graça santificante (para a pessoa)
age dentro, no fundo do coração.
Carisma (para os outros): age fora,
na Igreja e no Mundo
AT
Horeb: brisa de Elias (I Re 19,9-14)
Sinai: teofania de Moisés
NT
João: ES = Vida (água)
Lucas: ES = Missão (fogo)
Implicação
Experiência espiritual
Compromisso evangelizador
Duas “economias” da História da Salvação
Missão do Filho
Missão do Espírito
Divinização da natureza humana
Divinização da pessoa humana
Salvação objetiva
Salvação subjetiva
Graça oferecida
Graça acolhida
Jesus Cristo: Redentor
Espírito Santo: Santificador
Salvação cumprida “fora”
Salvação “cumprida dentro” (AG 4)
Salvação atuada na história
Salvação atuada na liturgia e na vida de fé
Iniciativa exclusiva de Deus
Pede colaboração do homem
Jesus Cristo institui a Igreja ontem
Espírito Santo constitui a Igreja hoje
Igreja: instituição (de Jesus)
Igreja: evento (do Espírito Santo)
Jesus Cristo: Ex-pressão de Deus na
história
ES: Im-pressão de Deus no coração
QUATRO MOMENTOS – JESUS E O ESPÍRITO SANTO
•ENCARNAÇÃO DE JESUS
•BATISMO DE JESUS
•MINISTÉRIO DE JESUS
•MORTE NA CRUZ
ENCARNAÇÃO DE JESUS
•Jesus era o Filho de Deus habitado pelo Espírito Santo desde o seio de Maria
•Um primeiro envio do Espírito – santo Tomás fala de “missão” do Espírito
Santo – constituiu como “santo” como “Filho de Deus” (=Messias) esse menino,
Jesus, suscitado no seio de Maria
•“A palavra pneuma desempenha a função que nos lembra a primeira página da
Sagrada Escritura em que ruah fecunda as águas para fazer florescer a
criação(Gn 1,2). Essa mesma função está colocada com relação a Jesus, que é
essencialmente dinâmica e princípio de vida originário do espírito de Iahweh”
Lina Boff
ENCARNAÇÃO DE JESUS
•É pela Encarnação do Logos que a humanidade foi ungida pelo Espírito Santo.
(Santo Atanásio)
•“É porque esse Espírito desceu sobre o Filho de Deus feito Filho do homem: por
isso, com ele se acostumou a habitar no gênero humano , a repousar nele, a
residir na obra modelada por Deus” (Santo Irineu)
O BATISMO DE JESUS
•“Eu na verdade vos batizo com água para o arrependimento...; ele vos batizará no
Espírito Santo e no fogo” (Mt 3,11)
•No homem que se confunde com os pecadores o Espírito revela o Messias prometido
(Lc 3,22 = Sl 2,7); o Cordeiro oferecido em sacrifício pelo pecado do mundo (Jo 1,29) e o
Filho bem-amado (Mc 1,11)
•O Espírito conduz Jesus ao deserto – a tentação está ligada ao batismo:
•“Tu és (Este é) o meu Filho bem-amado” / “Se tu és o Filho de Deus”
•Satanás fica amarrado, Jesus o expulsará constantemente, e isso através do “dedo”
ou Espírito de Deus (Lc 11,20 - dedo; Mt 12,28 – Espírito; Dedo de Deus – Ex 8,29;
31,18; Dt 9,10; Sl 8,3)
•A descida do Espírito sobre Jesus durante o seu batismo é descrita como uma
unção: unção profética, unção para uma missão de anúncio, mas também de
realização da boa nova de uma libertação do mal e do Maligno
MINISTÉRIO DE JESUS
•Revela o Espírito em toda a sua conduta, ações e não tanto pela palavra (Lc 4,14)
•No Espírito ele enfrenta o demônio (Mt 4,1) e liberta suas vítimas (Mt 12,28)
•Traz aos pobres aos pobres e a boa-nova e a Palavra de Deus (Lc 4,18)
•No Espírito ele tem acesso ao Pai (Lc 10,21)
•Revela o início de um novo tempo: a Presença do Reino no Mundo, ou seja, o
Espírito presente nEle mesmo
P. Evdokimov: “Durante a missão terrestre do Cristo, a relação dos homens ao
Espírito apenas se realizava em Cristo e pelo Cristo. Em compensação, após o
pentecostes, é a relação ao Cristo que se realiza pelo Espírito e no Espírito Santo”.
A MORTE NA CRUZ
Ao morrer na cruz, Jesus “entrega seu espírito”. O transmite para a Igreja
H. MÜHLEN: “Na morte de Jesus...acontece algo com o Espírito Santo: com essa
morte, o Espírito ‘se torna’ o que antes não era no mesmo sentido: o Pneuma que
permanece ‘para sempre’ com os discípulos (Jo 14,16), o dom concedido à Igreja
Com o dom do Espírito, a comunidade dos discípulos não fica órfã nem sequer
um instante, conforme a promessa de Jesus (Jo 14,18)
Com o dom do Espírito feito por Jesus na cruz e, depois, no Pentecostes, inicia-se o
tempo da Igreja. Como o Espírito esteve presente na origem temporal de Jesus, ele
estará agora presente na origem da Igreja. Como desceu sobre Jesus no momento do
seu batismo para dar início a sua missão profética, agora também ele é concedido à
Igreja a fim de consagrá-la para a missão (At 1,8)
CONCLUSÃO
R. Cantalamessa diz o seguinte:
“A Igreja não é, a não ser em sentido translato, um ‘prolongamento da
humanidade de Cristo’, mas, em sentido verdadeiro, um prolongamento
do Espírito de Jesus, isto é de sua graça”
São Cirilo de Jerusalém ressalta:
“Pelo crisma, símbolo do Espírito Santo, somo ungidos, à imitação de
Cristo, a fim de nos tornarmos semelhantes a nosso divino chefe, sobre
quem após o batismo desceu o Espírito Santo ... O fruto deste sacramento
é tornar-nos propriamente dignos do nome de cristãos”
Nos Atos temos quatro Pentecostes sucessivos na vida da Igreja Primitiva,
pois, assim como na vida de Jesus, também na vida da Igreja os Pentecostes
se sucedem.
Veni Creator Spiritus
Veni, Creator Spíritus,
Vinde, Espírito Criador,
mentes tuórum visita,
visitai as almas dos Vossos,
imple supérna grátia,
enchei de graça celestial,
quae tu creásti péctora.
os corações que criastes.
Qui díceris Paráclitus,
Sois o Divino Consolador,
altíssimi donum Dei,
o dom do Deus Altíssimo,
fons vivus, ignis, cáritas,
fonte viva, o fogo, a caridade,
et spiritális únctio.
a unção dos espirituais.
Tu septifórmis múnere,
Com os Vossos sete dons,
dígitus paternae déxterae,
sois o dedo da direita de Deus,
tu rite promíssum Patris,
Solene promessa do Pai,
sermóne ditans gúttura.
Inspirando nossas palavras.
Veni Creator Spiritus
Accénde lumen sénsibus;
Acendei a luz nos sentidos;
infunde amórem córdibus,
insuflai o amor nos corações,
infírma nostri córporis
amparai na constante virtude
virtúte firmans pérpeti.
a nossa carne enfraquecida.
Hostem repéllas lóngius,
Afastai para longe o inimigo,
pacémque dones prótinus;
Trazei-nos prontamente a paz;
ductóre sic te praevio
Assim guiados por Vós
vitemus omne noxium.
Evitaremos todo o mal.
.
Veni Creator Spiritus
Per te sciámus da Patrem,
Por Vós explicar-se-á o Pai,
noscamus atque Filium;
E conheceremos o Filho;
teque utriúsque Spíritum
Dai-nos crer sempre em Vós
credamus omni témpore.
Espírito do Pai e do Filho.
Deo Patri sit glória,
Glória ao Pai, Senhor,
et Fillio, qui a mórtuis
Ao Filho que ressuscitou
surréxit, ac Paráclito,
Assim como ao Consolador.
in saeculórum saecula.
Amem.
Por todos os séculos. Amém.
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A pessoa do Espírito Santo