1ª Aula Advecção - Difusão Objectivos deste capítulo e Método dos volumes finitos. Objectivos • Este capítulo tem como objectivos apresentar métodos de resolução da equação de Advecção – Difusão e fazer uma aplicação num sistema unidimensional. • Este capítulo dá continuidade ao problema de difusão resolvido em Mecânica dos Fluidos Ambiental. Usa o mesmo código desenvolvido em VBA, adicionando o transporte pela velocidade e juntando alguma complexidade às condições de fronteira num problema com superfície livre. • O trabalho desenvolvido dá suporte teórico para Modelação Ambiental. Programa deste capítulo • Revisão do método do volume finito para quantificação do princípio de conservação “a taxa de acumulação é igual ao que entra, menos o que sai, mais o que se produz menos o que se consome”. • Particularidade da advecção por necessitar dos valores sobre as faces do volume finito. Método upwind e método do valor médio (diferenças centrais). Outros métodos de resolução. • A questão do tempo: métodos explícitos, implícitos e CrankNicholson (semi-implícitos). • A questão da difusão numérica e da estabilidade. Relação entre as propriedades dos métodos numéricos e os princípios físicos. Nº de Courant e nº de Difusão. • Dedução das equações algébricas a partir das equações diferenciais e das séries de Taylor. Erro de truncatura e precisão do método. Processos • Taxa de acumulação: TaxadeAcumulação cdvol t vol • Fluxos: – Advectivo: cu .n dA (porquê o sinal “-”)? A – Difusivo: A c .n dA Localização das variáveis no volume de controlo: Fluxos advectivo e difusivo através das faces cxt txVolxt tx cxt xVolxt x cxt tVolxt t cxt Volxt * * cu.n dA ucdA x x / 2 cQ x x / 2 A * c*x c*x x c . n dA dA A x x / 2 x * cxt txVolxt tx cxt xVolxt x ucdA*xx / 2 cQ*xx / 2 * c c x x / 2 dA x * x x * x * Aplicando o princípio de conservação A taxa de acumulação é igual ao que entra menos o que sai, mais o que se produz menos o que se destrói, e admitindo que não há produção nem destruição, obtémse: c t t x Volxt t c xt Volxt t c c Qcx x / 2 Ax x / 2 x x x x c x x c x Qcx x / 2 Ax x / 2 x Hipótese Upwind para a concentração na face c c se : u 0 c *x x / 2 c *x se : u *x x / 2 0 * * * c x x / 2 c x se : u x x / 2 0 * * * c x x / 2 c x x se : u x x / 2 0 * x x / 2 * x x * x x / 2 • No caso de velocidade positiva (escoamento para a direita): c t t x cx c c xx c Vol xt t c xt Vol xt / t Qxx / 2 C xx Qxx / 2 C x Axx / 2 x Ax x / 2 xx x x Teste em problema unidimensional com volume constante e caudal uniforme Ci Ci+1 Ci-1 c t t x cx c c xx c Vol xt t c xt Vol xt / t Qxx / 2 C xx Qxx / 2 C x Axx / 2 x Ax x / 2 xx x x Se o volume for constante e o caudal e a difusividade forem uniformes fica, em upwind explícito: c t t i cit cit1 cit cit1 2cit cit1 u t x x 2 Explícito, Upwind, Cr = 1, Dif=0 t t i c Time step i-3 0 1 2 3 4 ut t t ut 2t t t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x x x x x i-2 0 0 0 0 0 i-1 0 0.00 0.00 0.00 0.00 Grid point number i i+1 0 1 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 i+2 0 1.00 0.00 0.00 0.00 i+3 0 0.00 1.00 0.00 0.00 Cr=(Espaço percorrido num intervalo de tempo)/(passo espacial) Cr=1, implica uma célula por passo => a solução é exacta Total amount 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 Explícito, Upwind, Cr= 0.5, Dif=0 t t i c Time step i-3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ut t t ut 2t t t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x x x x x i-2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 i-1 0 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 Grid point number i i+1 0 1 0.00 0.50 0.00 0.25 0.00 0.13 0.00 0.06 0.00 0.03 0.00 0.02 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 i+2 0 0.50 0.50 0.38 0.25 0.16 0.09 0.05 0.03 0.02 0.01 i+3 0 0.00 0.25 0.38 0.38 0.31 0.23 0.16 0.11 0.07 0.04 Temos difusão numérica. A mancha espalha-se. Porquê? Porque violámos a definição de concentração. Como se resolve? 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total amount 1.00 1.00 1.00 0.88 0.69 0.50 0.34 0.23 0.14 0.09 0.05 O que aconteceu? t0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 t0+Δt 0 0 0.5 0.5 0 0 0 0 0 t0+2Δt 0 0 0.25 0.5 0.25 0 0 0 0 t0+3Δt 0 0 0.125 0.375 0.375 0.125 O modelo é estável: os erros que aparecem diminuem no tempo. O modelo tem difusão numérica: a concentração vai baixando apesar de a difusão física ser nula. Explícito, Upwind, Cr=2 t t i c ut t t ut 2t t t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x x x x x t0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 t0+Δt 0 0 -1 2 0 0 0 0 0 t0+2Δt 0 0 +1 -4 4 0 0 0 0 t0+3Δt 0 0 -1 10 -16 8 Temos um modelo instável: os erros aparecem e crescem. Porquê? Num modelo explícito Cr≤1. Os coeficientes têm que ser positivos. As instabilidades são consequências da violação de princípios físicos • Quando as propriedades aumentam num instante, nos instantes seguintes também só podem aumentar. • Quando Cr>1 o coeficiente de Ci fica negativo. • Neste caso, durante um intervalo de tempo o volume que sai de uma célula é maior do que o que lá estava no início (Usando volumes finitos é fácil ver que isso é a causa do problema). • (ver Patankar, Fluid Flow) Condição de estabilidade t t i c ut t t ut 2t t t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x x x x x Condição de estabilidade: t ut 2 2 0 1 x x Forma geral da Equação: cit t diCit1 1 ei Cit fiC txx ei di fi 2ª Aula Advecção - Difusão Diferenças Centrais. Método implícito. Método QUICK Outra opção: Valores médios nas faces =>Diferenças Centrais c c x c x x 2 c c x c x x 2 * x x / 2 * x x / 2 * * c*xx / 2 c*xx / 2 cx cxx cx cxx * cxx cxx * x 2x 2x 2x Diferenças Centrais Explícitas c t t x cit t c c c c cxt Ax AuCx x Cx x Ax x / 2 x x x Ax x / 2 x x x x x t ut t t ut t t 2 C i1 1 2 2 C it 2 C i1 x x x x x 1D explicit central differences Courant=1 t t i c ut t t 2t t ut t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x 2x x 2x x Time step i-3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 i-2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Grid point number i-1 i i+1 0 0 1 0.00 -0.50 1.00 0.25 -1.00 0.50 0.75 -1.13 -0.50 1.31 -0.50 -1.63 1.56 0.97 -2.13 1.08 2.81 -1.16 -0.33 3.93 1.66 -2.29 2.94 5.59 -3.76 -1.00 8.52 -3.26 -7.14 7.52 0.31 -12.54 0.38 i+2 0 0.50 1.00 1.13 0.50 -0.97 -2.81 -3.93 -2.94 1.00 7.14 12.54 Total amount i+3 0 0.00 0.25 0.75 1.31 1.56 1.08 -0.33 -2.29 -3.76 -3.26 0.31 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Modelo Instável. Porquê? Há um dos coeficientes que é sempre negativo. Propriedade transportiva violada. Como se resolve? 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Porque é instável? • Por advecção (ou por difusão) quando as propriedades aumentam num ponto, nos pontos vizinhos só podem aumentar também. • Isso implica que os coeficientes que multiplicam as concentrações nos pontos vizinhos têm que ser positivos. • Só adicionando difusão é que isso pode acontecer…. Condição de estabilidade para diferenças centrais explícitas Porque é que adicionando difusão o método fica estável? Porque é que excesso de difusão torna o modelo instável? Interpretação das diferenças centrais • Porque é que as diferenças centrais são instáveis sem difusão? – Resp: Violam a propriedade transportiva. Um ponto fica a saber o que está abaixo através da advecção, o que é fisicamente impossível. • Porque é que a difusão pode estabilizar as diferenças centrais? – Resp: Porque a difusão transporta a informação para montante. No caso de a difusão ser importante a advecção transporta efectivamente para jusante coisas que foram transportadas para montante pela difusão. Continuação • Poderão as diferenças centrais explícitas ser usadas quando a advecção é dominante? – Resp: Não. Nesse caso difusão transporta para montante muito menos do que a advecção transporta para jusante (Reynolds da malha) • Se a difusão for dominante é preferível usar diferenças centrais ou upwind? – Se a difusão for dominante as diferenças centrais são vantajosas porque têm precisão de 2ª ordem e por isso introduzem menos difusão numéricas • E se o algoritmo fosse implícito? Seria o algoritmo mais estável? – Resp: Sim. Nesse caso a solução seria função dos valores das variáveis no passo de tempo seguinte. Se a advecção tende a criar concentrações negativas, a difusão aumenta automaticamente para porque o gradiente de concentração aumenta. • E se o método fosse upwind? – Resp: nesse caso as concentração não pode ficar negativa. Em upwind a concentração fica negativa se retirarmos de uma célula mais do que lá existe para sair. Mas como em implícito o que sai é função da nova concentração, se ela ficasse negativa isso significaria que sairia uma quantidade negativa e por isso a concentração cresceria….. Outros métodos para a advecção • Upwind: Passa numa face o que está a montante. • Diferenças centrais: Passa numa face a média do que está dos dois lados. • E se ajustássemos um polinómio de 2ª ordem a 3 pontos? Obteríamos o método QUICK: (Quadratic Upstream Interpolation for Convective Kinematics): Q 0 C Qi 0 Ci 1 6 8 Ci 1 3 8 Ci 18 Ci 2 i 2 i 12 6 8 Ci 3 8 Ci 1 18 Ci 1 • Tem precisão de terceira ordem. Tem mais problemas de estabilidade (em situações particulares, nomeadamente junto às fronteiras. • Afinal qual é o melhor método? Método implícito c t t x c c Ax AuC x x C x t x t t C Cx cxt u x x t x t t x t t c c Ax x / 2 x x x x 2cx cx x c x x x 2 t ut t t t ut 2 c xx 1 2 2 cxt t x x x x t t c c Ax x / 2 x x x x t t t 2 cxt tx c tx x diCit1 t 1 ei Cit t fiCit1 t Cit diCit1 t 1 ei Cit t fiCit1 t TIi t t Porque serão os métodos implícitos incondicionalmente estáveis? • UPWIND – No método explícito o que sai de uma célula é o que lá está em “t”. No método implícito o que sai é o que lá vai estar em “t+dt”. – No método explícito, quando se retira de uma célula mais do que lá está para sair, a concentração fica negativa. – No método implícito não pode ficar porque o que sai é função do que lá vai estar e por isso, se a concentração pudesse ficar negativa, sairia uma quantidade negativa e por isso a concentração iria aumentar e não diminuir. Isto mostra que é impossível ficar com concentrações negativas em upwind. – E em diferenças centrais? Porque são as diferenças centrais implícitas mais estáveis que as explícitas? • No caso das diferenças centrais, o que entra numa célula é o que está a montante e o que sai é calculado em função do que está a jusante ( em explícito viola a propriedade transportiva da advecção). • Em explícito, sem difusão a solução é instável (viola a propriedade transportiva). Em implícito, o que sai de uma célula é o que vai estar a jusante e o que entra é o que vai estar a montante. Se a concentração a montante de uma célula for nula, nessa zona ela vai ter que ficar negativa. No entanto, o valor negativo a montante vai entrar na célula de jusante e vai fazê-lo baixar, o que implica que vai ser removido menos material de montante e por isso que a concentração vai ser menos negativa. Diferença entre métodos explícitos e implícitos c Método implícito Têm erros da mesma ordem de grandeza. Se um é por excesso o outro é por defeito. O método ideal é a média dos dois. Método Explícito t1 t1+Δt t Método Semi-implícito (Crank – Nicholson) Método explícito: cit t diCit1 1 ei Cit fiC txx Método implícito: diCit1 t 1 ei Cit t fiCit1 t Cit Método Semi-implícito (Crank – Nicholson): 1 1 1 1 1 1 di C it1 t 1 ei Cit t f i C it1 t di C it1 1 ei Cit f i C it1 2 2 2 2 2 2 Requer o dobro das contas, mas deve ser mais preciso. 3ª Aula Advecção - Difusão Séries de Taylor para obtenção das equações algébricas. Formas da equação ck u j ck t x j x j c ( Fk Pk ) x j Escrevendo na forma da divergência dos fluxos: ck t x j u j ck c x j ( Fk Pk ) Onde o 1º termos do 2º membro é o simétrico da divergência dos fluxos, i.e. o que entra menos o que sai. Ou na forma convencional: dck ck ck uj dt t x j x j c ( Fk Pk ) x j Séries de Taylor t cit t t t t 2 2 3 3 t n n c c t c t c t 2 3 .... n ci t n! t i t i 2! t i 3! t i • Estão na base do método das diferenças finitas, que são da mesma família dos Volumes Finitos. • Os Elementos Finitos/Elementos de fronteira são a segunda principal família de métodos numéricos. O que representa a série de Taylor? cit t t t t 2 3 3 n n c t c t c t c t 2 3 .... n ci t n! t i t i 2! t i 3! t i t 2 c Outras derivadas Δc Δc 1ª Derivada: Δc/ Δt Δt t1 t1+Δt t Como usar para calcular as derivadas? t t t c t c t c 2 3 .... c t 2! t i 3! t i n! t i t t t i t i c 2 2 3 3 n c cit t cit t (t 2 ) t i t t t c ci ci (t ) t t i t t c n t i n t Método Explícito: A derivada é calculada à esquerda “em t” e tem precisão de 1ª ordem, ou seja, as derivadas que foram ignoradas estão multiplicadas por (t ) A derivada ser calculada à esquerda significa “à esquerda do intervalo de tempo”, i.e. em “t” e por isso o método é explícito. Todas as derivadas (i.e. todos os termos da equação) são calculados em “t”. O erro ser proporcional a (t ) significa que “o erro do cálculo aumenta quando o passo de tempo aumenta. Mas poderia ter feito calculado a derivada à direita do intervalo de tempo t t t t i c c t i c t t i t 2! 2 t t c 2 t i 2 t 3! 3 t t c 3 t i 3 t .... n! t t cit cit t t t c t i c t t i (t 2 ) cit t cit (t ) t Método Implícito: A derivada é calculada à direita “em t+dt” e tem precisão de 1ª ordem, ou seja, todas as derivadas que foram ignoradas estão multiplicadas por (t ) Isto significa que o erro do cálculo aumenta quando o passo de tempo aumenta. Os métodos implícitos e explícitos têm a mesma precisão. n t t c n t i n Para calcular a derivada no centro do intervalo teria que calcular os valores nos extremos a partir daquele t t / 2 t t i c t t / 2 i c c t / 2 t i t t / 2 i c c c t / 2 t i 2 t / 2 2 c 2! t t / 2 t 2 i 2! t t / 2 t i 2 t / 2 2 c t t / 2 t 2 i 3 t / 2 3c 3! t 3 i 3 t / 2 3c 3! t t / 2 t t / 2 t 3 i n t / 2 n c .... n! t n i n t / 2 n c .... n! t t / 2 t t / 2 t n i Subtraindo uma da outra: t t / 2 cit t c cit t t i t t / 2 c t i t / 2 cit t cit 2 t / 2 t 3 Neste método a derivada é calculada no centro do intervalo de tempo e tem precisão de 2ª ordem. Dá a solução exacta até uma evolução parabólica. As derivadas ignoradas estão multiplicadas por t / 22 O que representa a série de Taylor? cit t c t t t 2 3 3 n n c t c t c t c t 2 3 .... n ci t n! t i t i 2! t i 3! t i t Método Explícito 2 Método Implícito Outras derivadas Δc 1ª Derivada: Δc/ Δt Δt Método Diferenças Centrais t1 t1+Δt t Derivadas espaciais t i x c t t x c x c x c 2 3 .... c x 2! x i 3! x i n! x i t 2 2 3 3 t i n c t t ci x ci x (x 2 ) t i Derivada à direita, Método downwind, se t velocidade positiva cit x cit c (x) x x i t Neste método a derivada espacial num ponto é calculada a partir da informação no ponto e da informação à direita. Veremos mais adiante que este cálculo cria problemas se esta derivada for usada para calcular o termo advectivo quando a velocidade é positiva. t c n x i n Derivadas espaciais t i x c t t x c x c x c 2 3 .... c x 2! x i 3! x i n! x i t 2 2 3 3 n t i c cit x cit x (x 2 ) t i t c n x i n t t t c ci ci x (x) x x i t Derivada à esquerda: “Método upwind” se velocidade positiva e downwind se fosse negativa. Neste método a derivada espacial num ponto é calculada a partir da informação no ponto e da informação à esquerda. Este método respeita a propriedade transportiva da velocidade se esta for positiva, mas não se for negativa. Nesse caso a derivada deveria ser calculada “à direita”. Subtraindo uma equação da outra t i x c 2 c 2 3 t 3 t 3 n t x c x c x c c x .... 2 3 2! x i 3! x i n! x i 2 2 3 t i c 3 2x (x ) t i t t i x c c t i x c c c 2x x i t t i x t i x (x ) Diferenças Centrais 2 t c n x i n t i t t i x t x c x c x c 2 3 .... c x 2! x i 3! x i n! x i t n t c n x i n 2ª Derivada * * c x c x c x c 2 3 .... c x 2! x i 3! x i n! x i c x c x c x c 2 3 .... c x 2! x i 3! x i n! x i * * i x 2 3 3 n * i * * i x 2 2 * 2 3 * i Adicionando: * ci* x ci* x * 2 c * 2 2ci x 2 (x 4 ) t i c ci* x 2ci* ci* x 2 2 ( x ) 2 x x i 2 3 * * c n x i n n * c n x i n 4ª Aula Advecção - Difusão Equações algébricas. Erro de truncatura, condições iniciais e condições de fronteira. Sumário da aula anterior • • • • Na última aula vimos como obter equações algébricas a partir das equações diferenciais, usando séries de Taylor. Vimos que poderíamos obter facilmente discretizações com precisão de primeira ou de segunda ordem no tempo e/ou no espaço e vimos o que queria dizer o erro de truncatura. Combinando este conhecimento com o que obtivemos quando analisamos o problema com o método dos volumes finitos concluímos que nem sempre o menor erro de truncatura significa menor erro dos resultados. Para se obterem bons resultados é necessário garantir o respeito pelos princípios físicos, nomeadamente: – Conceito de Concentração, que tem que ser mais ou menos uniforme no interior da célula, – A transportividade da advecção, – Que uma célula não é despejada numa iteração (Cr ≤ 1). • Os métodos implícitos respeitam os processos físicos de forma semelhante aos explícitos e são mais estáveis. OS métodos semi-implícitos são mais estáveis e têm maior precisão que os explícitos. Equações Algébricas • Obtêm-se substituindo as derivadas pelas aproximações: t t cx cxt cxt x cxt x cxt x 2cxt cxt x 2 2 t u x x t 2x x 2 • Explícito, diferenças centrais. Precisão de 2ª ordem no espaço e 1ª no tempo. t t cx cxt cxt tx/ 2 cxt tx/ 2 cxt tx/ 2 2cxt t / 2 cxt tx/ 2 2 2 2 t u x x t 2x x 2 • Semi-implícito (Crank-Nicholson) diferenças centrais espaço. Precisão de 2ª ordem no tempo e no espaço. O que se paga pela precisão de 2ª ordem no tempo? Como se obtém o valor em (t+Δt/2) ? Fazendo a média….. t t / 2 cit t c cit t / 2 t / 2 t i t t / 2 c cit cit t / 2 t / 2 t i 2 t / 2 2 c 2! t 2 i 2 t / 2 2 c 2! t t / 2 3 t / 2 3c 3! t 3 i 3 t / 2 3c t t / 2 t 2 i 3! t t / 2 t t / 2 t 3 i n t / 2 n c .... n! • Adicionando as equações! t t / 2 2cit t / 2 cit cit t t t / 2 i c 2c t / 2 2 t i 2 t n i n t / 2 n c .... n! ..... cit cit t 2 t / 2 2 • Substituindo estes termos nas equações obtém-se a equação a resolver. t t / 2 t t / 2 t n i Explícito Upwind cxt t cxt cxt cxt x cxt x 2cxt cxt x 2 2 t u x x t x x 2 • Precisão de 1ª ordem no tempo e no espaço para advecção. Segunda ordem para difusão. • Esta equação pode ser organizada na forma: c t t i ut t t ut 2t t t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x x x x x cit t di cit1 1 ei cit fi cit1 (F P) Forma geral da Equação kdi cit1t 1 kei cit t kfi cit1t 1 k di cit1 1 1 k ei cit 1 k fi cit1 (F P) K=1=> implícito. K=0 => Explicito, k=0.5=> Crank-Nicholson: Explicito, upwind: c t t i ut t t ut 2t t t t 2 ci 1 1 c 2 ci 1 2 i x x x x x Números de Courant e de Difusão Cr ut x t N º Dif 2 x Sobre a precisão do cálculo • No cálculo implícito e no cálculo explícito as derivadas são calculadas nos extremos do intervalo de tempo. Estes métodos ignoram todas as derivadas a partir da primeira: têm precisão de primeira ordem ou “até à primeira ordem”. • Os termos da série de Taylor ignorados estão multiplicados por (t ) • Quando a derivada é calculada no centro do intervalo de tempo as derivadas só são ignoradas a partir da segunda. São métodos com precisão de 2ª ordem, ou “até à 2ª ordem”. Se a função for uma recta ou uma parábola o cálculo da derivada é exacto. 2 • Os termos da série de Taylor ignorados estão multiplicados por t / 2 • Mas (t ) >1 então quanto maior é a ordem de precisão do cálculo, maior é o coeficiente dos termos ignorados. Porque é que a precisão do cálculo aumenta? Porque aumenta a precisão com o expoente de (t ) ? Porque os termos ignorados são da forma: t / 2 n! n 1 t t / 2 nc n t i O cálculo da derivada faz aparecer em denominador o intervalo de tempo elevado n e o coeficiente está elevado a (n-1) e por isso o produto é proporcional a (c) /(t )ou seja à primeira derivada multiplicada pelo inverso do factorial de n e por isso quanto maior é o valor do expoente do intervalo de tempo, menor é o valor dos temos desprezados. Esta conclusão é consistente como facto de as derivadas perderem importância à medida que a ordem aumenta. Condições Iniciais e de Fronteira • Iniciais podem ser importantes ou não • Fronteira idem. Como se impõem? Ci Ci-1 Ci+1 diCit1 t 1 ei Cit t fiCit1 t Cit Condições de fronteira • Difusão: – Requer o cálculo dos fluxos nas células de fronteira e por isso requer a concentração no exterior em ambas as fronteiras. Se não for conhecida a melhor solução é normalmente gradiente nulo. • Advecção – Quando o escoamento entra no domínio transporta as propriedades do exterior. As propriedades têm que ser conhecidas no exterior. Se não forem conhecidas, a simulação só pode fazer sentido se as fontes e os poços ou os fluxos através do fundo e/ou da superfície livre dominarem a solução. Transporte de calor • No caso do calor os fluxos através do fundo são normalmente pouco importantes. • Pelo contrário os fluxos através da superfície livre são essenciais (radiação, calor sensível e calor latente. 5ª Aula Advecção - Difusão Condições de fronteira na interface com a atmosfera. Condições de fronteira: Fronteiras abertas • Num canal as fronteiras de entrada e de saída do escoamento (fronteiras abertas) requerem duas condições de fronteira por via da difusão e da advecção no caso de o escoamento estar a entrar. • A difusão envolve uma segunda derivada e por isso precisa de duas condições de fronteira (uma na entrada e outra na saída). • A advecção envolve uma primeira derivada e por isso requer uma condição de fronteira: valor da propriedade à entrada (ou fluxo advectivo à entrada, pois estão relacionados pelo caudal). Condições de Fronteira: Fronteiras sólidas • Nas fronteiras sólidas só pode haver fluxos difusivos, que dependem da propriedade que se está a estudar. • No caso de sedimentos poderíamos ter erosão e deposição (este último processo envolve a velocidade de queda dos sedimentos). • No caso do calor o fluxo difusivo através da fronteira sólida é igual ao fluxo que se propaga através do solo. Admitindo que esse fluxo é baixo, então poderemos admitir que os fluxos através das paredes sólidas são desprezáveis. Condições de fronteira: fluxos através da superfície livre • Os fluxos através da superfície livre dependem também da propriedade que estamos a considerar. • No caso de gases e de vapores dependem das pressões parciais na atmosfera e na água. Na grande maioria das propriedades são nulos, mas no caso do calor são determinantes. • Poderemos ter fluxos de calor latente, sensível e fluxos de calor por radiação directa do sol, difusa da atmosfera e ainda radiação da água para a atmosfera. Fluxo de calor latente • Depende da temperatura da água e da humidade relativa do ar. No modelo MOHID é calculado como: Fluxo e calor sensível Fluxo de calor por radiação • Ver: • Brock, T. D. (1981) - Calculating solar radiation for ecological studies. Ecological Modelling.