Economia e Legislação Mineral Aula 08 - Avaliação Econômica de Depósitos e Jazidas Minerais Cálculo de reservas – Cálculo por secções Cálculo por blocos Cálculo de reservas • • • • Qdo se tem um projeto finalizado com malhas de amostragem, de sondagem e resultados de teor, os cálculos de teor médio, o cálculo de volume, de tonelagem e finalmente de reserva são feitos com uso de métodos computacionais por programas tipo Vulcan, DataMine, GEMCON, etc, e os resultados são sintetizados como na figura a seguir. Em exploração mineral é raro se ter tais programa a disposição mas é COMUM e NECESSÁRIO começar a avaliar os projetos tão cedo quanto possível e MANTER-SE atualizando estas estimativas com a chegada de novos dados. Porque disto? O objetivo é ter em mãos informações e dados necessário para embasar uma decisão de CONTINUAR OU NÃO com o projeto!!! O nosso caso é aprender a fazer TAIS estimativas em estágios iniciais de pesquisa com poucas sondagens, trincheiras etc. • Como se faz isto???? Estimativa de volume e tonelagem de depósitos minerais • • • Todo depósito mineral corresponde a um corpo tridimensional e portanto temos três dimensões: comprimento, largura e espessura. Em A, as coisa ficam mais fáceis do que em B Comprimento é a medida ao longo do strike Espessura é a medida perpendicular ao mergulho obtida no furo de sondagem B A Largura é a medida ao longo do mergulho Estimativa de volume e tonelagem de depósitos minerais • Para o cálculo de volume – – – – Comprimento ao longo do strike Comprimento ao longo do mergulho, Espessura – Real, Verdadeira ou Aparente!!!!!!!!!!!!!!! Cálculo da densidade • Cálculo da espessura real ou verdadeira – Sondando perpendicular ao strike – Sondando oblíquo ao strike Cálculo da espessura real ou verdadeira • Duas situações – Sondando perpendicular ao strike (direção do alvo) – Sondando oblíquo ao strike – obstáculos naturais Espessura Real Qual a diferença? Espessura Aparente Espessura Aparente > Espessura real Superestimação da reserva Sondando perpendicular ao strike – Cálculo da espessura real • É o caso + comum mas percebam que sondar perpendicular ao strike não significa NECESSARIAMENTE obter a espessura real!!!! α- ângulo de inclinação do furo β - ângulo de inclinação da zona mineralizada Lb – Espessura aparente Mw – Espessura real Da velha trigonometria sen cat.oposto hipotenusa Mw=Lb x sen(180-(+)) Mw=Lb x sen(+) Sondando oblíquo ao strike • Não é o mais comum mas acontece não só por obstáculos mas também em sondagem subterrãnea. • Grande chance de superestimar ou subestimar a espessura Com limites do hang e foot wall bem definidos Neste caso a espessura real Mw=Ld x senΩ Na vida real nem sempre os limites da zm são tão bem definidos.......... Esta é a forma como vai aparecer a zona mineralizada no testemunho O problema então é como transformar espessura aparente (n) em espessura real (a). é necessário então reconhecer o mergulho e a direção do furo em relação ao strike e mergulho da zona mineralizada α- ângulo de inclinação do furo - ângulo do mergulho da zm - ângulo entre a proj horizontal do furo e a direção do mergulho - ângulo aparente do mergulho da zm ao longo da direção do furo Examinando a figura abaixo e exercitando a trigonometria No triangulo AHG, o ângulo entre AH e GH é o angulo β=ângulo de inclinação da zm=mergulho. h = b × tanβ No triangulo AJG, o ângulo entre AJ e GJ é o angulo δ=ângulo aparente de mergulho da zm. h = c × tanδ combinando as duas eqs. b × tanβ = c × tanδ No triangulo AHJ, o ângulo entre b e c é γ e Portanto b/c=cosγ e combinando as duas eqs anteriores, teremos que tanδ = cosγ × tanβ Da seção AC temos que, MW= a × sinβ, Onde a é a esp horizontal aparente perpendicular ao strike que é a que estamos procurando n é a esp aparente horizontal ao longo da direção do furo AB, então a = n × cosγ substituindo a na eq acima, teremos Mw= n × sinβ × cosγ n pode ser deduzido do triangulo DEF - Oblíquo LD n n sen sen(180 ( ) sen( ) n LD MW LD sen ( ) sen . cos sen cos MW LD MW LD sen ( ) sen , substituíndo cos teremos tan sen . cos tan cos .sen sen( ) sen . cos sen sen cos .sen sen ( ) cos =RM=fator de redução da espessura cos RM pode ser expresso somente com ângulos observáveis = ângulo de inclinação do furo - ângulo de mergulho do alvo - ângulo no perfil entre a direção do furo e a direção do mergulho RM cos (sen cos . cos . tan ) Agora podemos calcular espessura real em qualquer situação Estimativa de volume e tonelagem de depósitos minerais Dependendo das condições naturais do terreno e existência de obstáculos Dois métodos básicos de estimativa: - Estimativa a partir de seções - Estimativa a partir de blocos ou polígonos Estimativa de reserva baseada em seções O exemplo abaixo mostra uma área dominada por granitos (em rosa), cortado por um veio de quartzo aflorante (cinza azulado) e o desenvolvimento de uma campanha de sondagem objetivando a confirmação do veio em profundidade a partir de de 12 furos de sondagem em 03 seções paralelas cada uma contendo do 04 furos mais a intersecção obtida pelos dados de superfície. seção03 seção02 seção01 Dados a serem obtido a partir da seção Divisão da seção em blocos que são delimitados em base a área de influência de cada furo Área de influência= metade da distância entre dois furos ou entre um furo e a superfície Espessura p/Bl01=22m, p/Bl02=11m, p/BL03=27m e p/Bl04=7m Assim vamos construir uma tabela com os seguintes dados|: Bloco Espessura Largura Área I 22 55 1210 II 11 105 1155 III 27 95 2565 IV 7 95 665 Total 5595 Construção de bloco a partir de seções paralelas e cálculo de volume Qual o volume do sólido resultante se a equidistância das seções =50 m, mesma regra para área de influência Vol= As1*25+As2*50+As3*25 Vol=5595*25+5595*50+5595*25 Vol= 559.500 m3 Problema, na vida real esta não é a situação mais comum Sondagens em terrenos montanhosos, irregulares, com obstáculos naturais ou mesmo furos de sondagem com desvio significativo não permitem o desenvolvimento de seções paralelas e o resultado é uma malha irregular como mostrado na figura abaixo. W E Nestes casos, e em se tratando de depósitos tabulares tipo veios, depósitos estratiformes ou depósitos estratabounds, é melhor trabalhar com mapas planos e o método para cálculo de reservas é conhecido como Método dos polígonos Calculo de reserva a partir de blocos gerados pelo método dos polígonos Como se constrói? 1 - Liga-se três furos adjacentes formando um triângulo 2 – Traça-se as três mediatrizes do triângulo, que se cruzam em único ponto, circuncentro 3 – traça-se retas perpendiculares partindo do circuncentro e com isto define-se o limite de três bloco A, B, C B A C Este é o resultado final, uma séries de blocos a partir dos quais o volume do depósito pode ser calculado 1 – calcular a área de cada bloco 2 – calcular o volume de cada bloco pela eq. Area Bl01 X Espessura da zm no furo 3- Volume= 𝑉𝐵𝑙1 + 𝑉𝐵𝑙02 + ⋯ . 𝐵𝑙𝑁 4 - Tonelagem= Vol x Densidade 5 – Reserva=Tonelagem x Teor Economia e Legislação Mineral • Aula 09 – Continuação do asunto • - Avaliação Econômica de Depósitos e Jazidas Minerais • Cálculo de reservas – • Cálculo por secções • Cálculo por blocos • Exercícios de fixação Estimativa de Teor e Ponderação • Estimativa de teor médio de um furo de sondagem a partir de dados de teor para intervalos contínuos mas com diferentes comprimentos No exemplo abaixo, qual a diferença entre a média aritmética e a média ponderada? Identificação From To Teor (g/t) GEODDH001 56 58,30 8,00 58,30 62,00 5,50 62,00 65,00 6,50 65,00 70,00 4,25 Intervalo de 14m – Teor Médio= (8+5,5+6,5+4,25)=6,06g/t Intervalo de 14m – Teor Médio Ponderado= (8*2,3)+(5,5*3,7)+(6,5*3,0)+(4,25*5)/14=5,67g/t Teor médio 6,87% > q Teor ponderado de 5,67% Superestimação da reserva!!!! 21%????? Ponderação é a regra em Avaliação de Reservas Ponderação • De forma geral, se G1 a Gn são os valores os quais a média ponderada deve ser determinada e A1 a Na são os fatores de ponderação segue que: • A média ponderada 𝐺𝑤= 𝐺1∗𝐴1 + 𝐺2𝐴2 +⋯+(𝐺𝑛𝐴𝑛) 𝐴1+𝐴2+⋯.+𝐴𝑛 • O que ponderar??? • A espessura e sempre que possível também a densidade • Porque ponderar a densidade? • Diferentes segmentos de um depósito pode mostrar quantidades diferentes de minério, o que modifica sensivelmente a densidade. No exemplo abaixo, calcular o teor médio aritmético, ponderado pela espessura e ponderado pela espessura e densidade Furo From To Teor (%BaSo4) Densidade UFMTDDH001 53 58 8,5 6,02 58 65 7,5 5,31 65 70 6,2 4,39 70 72 9,2 6,5 TMA=(8,5+7,5+6,2+9,2)/4=7,85 TMPe= TMPed= 8,5∗5 + 7,5∗7 +(6,2∗5)+(9,2∗2) (5+7+5+2) = 42,5+52,5+31+18,4 19 8,5∗5∗6,02 + 7,5∗7∗5,31 +(6,2∗5∗4,39)+(9,2∗2∗6,5) 5∗6,02 +(7∗5,31)+(5∗4,39)+(2∗6,5) = = 144,4 =7,6 19 255,85+278,77+136,09+119,6 30,1+37,17+21,95∗13 790,31 = 102,22=7,73 No exemplo abaixo Na exploração de um depósito de níquel laterítico, os pits foram excavados de 25 em 25 metros - A distãncia de influência de cada pit é de 12,5 m. - As linhas de pits são separadas de 50 em 50 metros – qual a área de influência de cada pit:? - Dois diferentes tipos de minério com diferentes densidades foram encontrados - Min Laterítico – densidade de 1,25 g/cm3 – Min. Serpentinítico – densidade 1 g/cm3 - Os teores de Ni estão apresentados nos perifs acima. Calcule a tonelagem do deposito em base aos dois pits Calcule o teor médio do deposito Exercício • • • • • • • Uma trincheira demonstrou a existência de um veio de quartzo sulfetado com 10 m espessura e teor de 15g/t. No sentido de confirmar a extensão deste veio, três furos de sondagem foram perfurados. O 1º.furos esta a 50 m para E da trincheira, o 2º. A 100 m e o terceiro a 150m. Todos os furos foram verticais. O furos 01 interceptou o veio a 86 m de prof, com espessura de 15 m e teor de 12 g/t O furos 02 interceptou o veio a 173 m de prof, com espessura de 8 m e teor de 34 g/t O furos 03 interceptou o veio a 259,80 m de prof, com espessura de 15 m e teor de 7 g/t As densidades das zonas mineralizadas são: Na trincheira 3,3 g/cm3, furo 01 – 3,5 g/cm3, furo 02 – 3,8 g/cm e furo 03- 2,8 g/cm3 O ângulo de mergulho da zona mineraliza é de 60 graus Tendo esta seção uma distância de influência de 50 m, calcule a tonelagem e a reserva de metal contido.