Niels Henrik Abel Nasceu em 05/08/1802 na aldeia de Findö, na ilha de Finnöy – Noruega • Abel foi um dos seis filhos de um pobre clérigo norueguês, cujo nome era Søren Georg Abel; • Ele teve uma infância muito pobre na aldeia onde nasceu; • Aos 13 anos foi enviado a Christiania, hoje Oslo, com o irmão mais velho para estudar, onde seu professor, futuro organizador de suas obras, Bert Michael Holmboe, descobriu imediatamente a capacidade intelectual do novo aluno e sua aptidão para a matemática. • Aos dezesseis anos já estava lendo e dirigindo as obras de Newton, Euler e Lagrange; • Sobre essa experiência, ele disse: “Pareceme que se quisermos progredir na Matemática, devemos estudar os mestres, e não os discípulos.” • Porém . . . • . . . Em 1820, quando Abel tinha 18 anos, seu pai morreu e deixou a família numa miséria ainda maior; • Eles subsistiram com a ajuda de amigos e vizinhos; • E de algum modo, ajudado por vários professores, Abel conseguiu entrar na Universidade de Oslo em 1821; • Suas primeiras pesquisas foram publicadas em 1823, e incluíam sua solução do problema clássico da tautócrona, por meio de uma equação integral que agora leva seu nome; • Essa foi a primeira solução de uma equação desse tipo, e foi o primeiro sinal de um amplo desenvolvimento das equações integrais no fim do século XIX e começo XX; • Curiosidade: O problema da tautócrona consiste em saber qual a curva plana, ao longo da qual um corpo, sem velocidade inicial e sujeito somente à força da gravidade, desliza até ao ponto mais baixo da curva no mesmo período de tempo, independentemente do seu ponto de partida; • Solução: Um arco de uma ciclóide invertida; • Abel também provou que a equação de quinto grau não podia ser resolvida por radicais, e portanto resolveu um problema que ocupou os matemáticos por 300 anos; • Ele publicou sua prova num panfleto às próprias custas; • Com isso, Abel pensou que a fama logo viria, porém espere o final da história para saber se foi isso o que aconteceu; • Com o amparo de seus amigos e professores, ele apelou ao Governo, e recebeu uma bolsa para uma grande viagem ao Continente, principalmente França e Alemanha; • Em Berlim, ele conheceu August Leopold Crelle, um entusiástico matemático amador que se tornou seu amigo, orientador e protetor; • Abel inspirou Crelle a lançar seu famoso Journal Für die Reine und Angewandte Mathematik; • Que foi o primeiro periódico do mundo devotado inteiramente à pesquisa Matemática; • Em Berlim, esteve sob influência da nova escola de pensamento liderada por Gauss e Cauchy, que enfatizavam a dedução rigorosa em oposição ao cálculo formal; • Lembram do panfleto que Abel tinha publicado? • Então, ele resolve enviar seu panfleto a Gauss, em Göttingen (Alemanha), esperando que servisse como uma espécie de passaporte científico; • Mas . . . • . . . Por alguma razão, Gauss deixo o panfleto de lado sem olhá-lo, pois foi achado intacto entre seus papéis após sua morte trinta anos depois; • Abel sentiu que tinha sido desprezado, e decidiu ir a Paris sem visitar Gauss; • Em Paris, encontrou Cauchy, Legendre, Dirichlet e outros, mas os encontros não foram muito proveitosos; • Ele já tinha publicado uma grande quantidade de artigos importantes no Journal de Crelle, mas os franceses nem sabiam da existência desse novo periódico; • E também porque Abel era muito tímido para falar com pessoas estranhas sobre o seu próprio trabalho; • Em Paris, ele terminou sua Mémoire sur une Propriété Générale d’une Classe très Ètendue des Fonctinos Transcendentes, que ele considerava sua obra-prima; • Esse trabalho contém a descoberta de integrais de funções algébricas, que foi o fundamento para a posterior teoria das integrais abelianas (Teorema de Abel), funções abelianas, e muito da Geometria Algébrica; • Décadas depois diz-se que Hermite obervou sobre este Mémoire: “Abel deixou aos matemáticos o suficiente para mantêlos ocupados por 500 anos”; • Jacobi descreveu o Teorema de Abel como a maior descoberta em cálculo integral do século XIX; • Porém esse reconhecimento só veio muito tarde, pois: • Ele submeteu seu manuscrito à Academia Francesa. Ele tinha esperança de que o manuscrito o faria notado pelos matemáticos franceses; • Mas esperou em vão, até que seu bolso ficou vazio e ele foi forçado a voltar a Berlim; • Mas o que aconteceu acontece com os manuscritos de Abel? • O manuscrito foi dado a Cauchy e a Legendre para exame, Cauchy levou-o para casa, deu uma olhada superficial e esqueceu totalmente dele; • O artigo não foi publicado até 1841, quando novamente o manuscrito foi perdido antes das provas serem lidas. O original reapareceu misteriosamente em Florença em 1952; • De volta a Berlim, ele terminou seu primeiro artigo sobre funções elípticas, porém afundado em dívidas ele teve que voltar a Noruega; • Ele esperava que na sua volta lhe fosse dados o cargo de profº na universidade de Oslo, mas mais uma vez suas esperanças foram destruidas; • Viveu de aulas particulares e de professor substituto; • Durante essa época trabalhou incessantemente, principalmente na teoria das funções eclípticas; • Essa Teoria rapidamente tomou seu lugar como um dos maiores campos da análise do séc. XIX, com muitas aplicações à Teoria dos Números, Física Matemática e Geometria Algébrica; • Enquanto isso, • A fama de Abel espalhou-se por todos os centros matemáticos da Europa, e ele permaneceu entre a elite dos matemáticos do mundo, mas, isolado na Noruega, não sabia disso; • Aí!!! Crelle escreveu que seus esforços tinham tido êxito, e que Abel deveria ser nomeado professor da Universidade de Berlim; • Porém, • Dois dias antes da carta que Crelle tinha enviado à Abel chegar, o nosso pobre protagonista da nossa história morreu de tuberculose (que adquiriu em sua jornada pela Europa) aos 26 anos de idade; • Em 2002, foi instituído o Premio Abel na Noruega, uma espécie de Nobel para matemáticos que dá uma premiação de 6 milhões de coroas norueguesas (1.800.000 reais); Bibliografia • Wikipedia; • SIMMONS, G.F. Cálculo com geometria analítica, páginas 740-742.