VALIDADE ESTRUTURAL DO QUESTIONÁRIO DE ATITUDES FACE ÀS
CIÊNCIAS NATURAIS: ESTUDO COM ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO
BÁSICO PORTUGUÊS1
António Neto*, Adelinda Candeias**, Nicole Rebelo***, Diana Varelas*** & António M. Diniz**
*Departamento de Pedagogia e Educação, Universidade de Évora – Portugal
**Departamento de Psicologia, Universidade de Évora – Portugal
***CEHFCi/CIEP, Universidade de Évora – Portugal
Contacto: [email protected] |http://www.projectored.uevora.pt/
Introdução
Atitude pode ser definida como os sentimentos que uma pessoa tem perante um objeto, baseados nos seus conhecimentos e
crenças sobre o mesmo (Kind, Jones, & Barmby, 2007), baseando-se esta num modelo tridimensional de atitudes: cognição, afeto e
comportamento. A pessoa tem conhecimentos e crenças sobre os objetos que originam sentimentos sobre esses objetos. Em
conjunto, estas duas componentes dirigem o comportamento da pessoa (Barmby, Kind, & Jones, 2008).
Atitudes face às ciências são importantes porque as atitudes podem melhorar os resultados escolares dos alunos e afetar o seu
desempenho. Os alunos que têm atitudes mais positivas têm mais disposição para um melhor desempenho em ciência (Liaghatdar,
Soltani, & Abedi, 2011).
Objetivo
Analisar uma medida de atitudes
face às ciências naturais, que se
pretende tridimensional (segundo
os seus autores). A existência de
uma medida de AFCN permite-nos
conhecer melhor a posição dos
alunos face a esta disciplina.
Resultados
Item (Fator)
10 (A)
23 (A)
20 (A)
14 (A)
9 (A)
6 (A)
15 (A)
27 (A)
4 (A)
Discussão
M1
M2
CF
R2
CF
R2
.81
.78
.76
.74
.74
.72
.69
.67
.66
.68
.70
.65
.65
.61
.61
.52
.57
.50
.86
.76
.76
.74
.75
.72
.69
.66
.66
.68
.70
.64
.65
.60
.61
.51
.56
.49
VME
Metodologia
• 525 alunos do 9º Ano do Ensino
Básico Português.
• Questionário de Atitudes Face às
Ciências Naturais.
• Análise de dados baseada em
Análises Fatorias Exploratórias,
com Rotação Varimax dos fatores
extraídos pelo método
Generalized Least Squares.
• Análise do instrumento através de
validade convergente (VC),
validade discriminante (VD;
variância partilhada, ou quadrados
das correlações, entre os fatores
menor que a VME de cada fator),
e fiabilidade compósita (FC).
.54
.91
FC
24 (C)
17 (C)
11 (C)
18 (C)
3 (C)
25 (C)
5 (C)
22 (C)
16 (C)
26 (C)
1 (C)
13 (C)
8 (C)
.82
.75
.75
.72
.72
.63
.55
.53
.53
.53
.48
.48
.47
.65
.69
.55
.57
.64
.53
.40
.61
.48
.59
.57
.54
.58
.83
.75
.75
.74
.71
.63
.54
.51
.47
-
VME
.45
.88
FC
2 (M)
12 (M)
21 (M)
7(M)
19 (M)
VME
FC
.64
.68
.55
.56
.62
.52
.38
.46
.40
-
.70
.66
.61
.59
.53
.58
.55
.64
.46
.57
.69
.67
.63
.58
.57
.56
.54
.63
.45
.57
A validade estrutural do QAFCN,
testada através da AFE, revelou bons
valores de VME para o fator A e
valores de VME abaixo do desejável
para os fatores C e M, indicando
problemas de VC. A FC é boa nos
três fatores. A correlação entre os
fatores M e C é elevada, denotando
problemas de VD entre eles.
Propõe-se a realização de estudos
no sentido de apreciar a validade
nomológica dos referidos fatores, em
relação a variáveis externas
(Cronbach & Meehl, 1955) visando a
confirmação da sua VD.
Verificou-se que após a eliminação
pela AFE de alguns itens do fator M,
o conteúdo dos itens que
permaneceram releva que estes
apontam para a utilidade da disciplina
no dia-a-dia e pela facilidade no
estudo da mesma, pelo que se
sugere a modificação do designativo
deste fator para instrumentalidade
indo de encontro ao que sugerem
outros estudos (George, 2000, 2006;
Osborne et al.,2003).
.40
.77
Nota: M = Motivacional; A = Afetivo; C = Comportamental. VME =
Variância Média Extraída; FC = Fiabilidade Compósita. CF =
Carga Fatorial; R2 = Comunalidade. Correlações entre fatores a
variar entre .49 e .64.
Conclusão
Os resultados apresentados apontam
a necessidade de apurar o QAFCN
antes da sua utilização como
instrumento de avaliação das atitudes
face à disciplina de ciências naturais.
Referências
Barmby, P., Kind, P., & Jones, K. (2008). Examining changing attitudes in secondary school science. International journal of science education, 30, 1075-1093. doi:10.1080/09500690701344966
Cronbach, L. J., & Meehl, P. E. (1955). Construct validity in psychological tests. Psychological Bulletin, 52, 281-302. doi:10.1037/h0040957
George, R. (2000). Measuring change in students' attitudes toward science over time: An application of latent variable growth modeling. Journal of Science Education and Technology, 3, 213-225. doi:10.1023/A:1009491500456
George, R. (2006). A cross‐domain analysis of change in students’ attitudes toward science and attitudes about the utility of science. International Journal of Science Education, 28, 571-589. doi:10.1080/09500690500338755
Kind, P. M., Jones, K., & Barmby, P. (2007). Developing attitudes towards science measures. International Journal of Science Education, 29, 871-893. doi:10.1080/09500690600909091
Liaghatdar, M., Soltani, A., & Abedi, A. (2011). A Validity study of attitudes toward science scale among Iranian secondary school students. International Education Studies, 4, 36-46. doi:10.5539/ies.v4n4p36
Osborne, J., Simon , S., & Collins, S. (2003). Attitudes towards science: A review of the literature and its implications. International Journal of Science Education, 25, 1049-1079. doi:10.1080/0950069032000032199
1Trabalho
desenvolvido no âmbito do Projeto RED - Rendimento Escolar e Desenvolvimento: um estudo longitudinal sobre os efeitos das transições em alunos Portugueses. PTDC/CPE-CED/104884/2008, financiado pela FCT, uma
Iniciativa QREN, do financiamento UE/FEDER, através do COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade (FCOMP-01-0124-FEDER-009162).
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